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  1.  # 1

    Bom dia
    Tenho muito ouvido falar do projecto de execução. O que eu gostaria mesmo é me me definissem projecto de execução assim como as suas diferenças para o projecto de arquitectura e especialidades.
    Se me puderem colocar um exemplo de um projecto de execução agradecia. Tenho necessidade de saber a real vantagem de desenvolver um projecto destes vs custo.
    •  
      FD
    • 29 janeiro 2009

     # 2

    Veja aqui para conhecer as diferenças básicas: https://forumdacasa.com/?CommentID=13345
  2.  # 3

    Fases de um projecto

    Programa preliminar - documento fornecido pelo dono da obra ao autor do projecto para definição dos objectivos, características orgânicas e funcionais e condicionamentos financeiros da obra, bem como dos respectivos custos e prazos de execução a observar;

    Programa base - documento elaborado pelo autor do projecto a partir do programa preliminar, resultando da particularização deste, da verificação da sua viabilidade e do estudo de soluções alternativas, eventualmente mais favoráveis ou mais ajustadas às condições locais do que a enunciada no programa preliminar, e que, depois de aprovado pelo dono da obra, serve de base ao desenvolvimento das fases ulteriores do projecto;

    Estudo prévio - documento elaborado pelo autor do projecto, depois da aprovação do programa base visando o desenvolvimento da solução programada, essencialmente no que respeita à concepção geral da obra;

    o) Anteprojecto (projecto base ou projecto para licenciamento) - desenvolvimento, pelo autor do projecto, do estudo prévio aprovado pelo dono da obra, destinado a esclarecer os aspectos da solução proposta que possam dar lugar a dúvidas, a apresentar com maior grau de pormenor alternativas de soluções difíceis de definir no estudo prévio e, de um modo geral, a assentar em definitivo as bases a que deve obedecer a continuação do estudo sob a forma de projecto de execução;

    Projecto (projecto de execução) - documento elaborado pelo autor do projecto, a partir do estudo prévio ou do anteprojecto aprovado pelo dono da obra, destinado a constituir, juntamente com o programa de concurso e o caderno de encargos, o processo a apresentar a concurso para adjudicação da empreitada ou do fornecimento e a facultar todos os elementos necessários à boa execução dos trabalhos.


    Outra definição mais prática

    Fases de um projecto de arquitectura
    Deve-se começar por um projecto base. Nesta fase define-se todos os pressupostos que terão que ser considerados pelos projectistas, como o número de divisões, se se pretende aquecimento, piscina, etc... todos os detalhes que lhe pareçam relevantes devem ser transmitidos nesta fase.

    Estudo Prévio ou anteprojecto
    Trata-se da definição inicial da construção. Nesta fase normalmente fica definida a implantação da casa no terreno, a planta com a organização geral do espaço e a sua relação com a envolvente, definida através dos alçados. Nesta fase o projectista poderá ainda elaborar uma maquete ou outro tipo de desenhos e elementos que ajudem a explicitar a proposta.

    Projecto Base

    Normalmente chama-se também a esta fase o “licenciamento”, pois uma vez que estejam definidas as principais questões formais no estudo prévio, o projectista prepara as peças desenhadas e escritas para entregar na Câmara Municipal, para o licenciamento da construção.

    Para além do projecto de arquitectura, nesta fase desenvolvem-se também os projectos de esepcailiades. para além de outros possíveis elementos, esta fase deverá incluir:

    # Projecto de Arquitectura (projecto base), o qual deverá incluir o estudo Fdo comportamento térmico e acústico da casa.
    # Projecto de Estabilidade e Fundações
    # Projecto de Águas e Esgotos
    # Projecto de Electricidade
    # Projecto de gás
    # Projecto de arranjos exteriores
    # Projecto de telefones
    # Projecto de ar condicionado e/ ou aquecimento
    # Projecto de dados e sistemas electrónicos
    # Aspiração central,...

    Projecto de Execução
    Nesta fase são definidos todos os materiais, pormenores de aplicação,...todos os elementos necessários para a construção. Deve também fazer parte desta fase o mapa de trabalhos e medições, para que o empreiteiro possa dar um orçamento de acordo com os trabalhos que são pedidos e o caderno de encargos, definindo condições especiais de aplicação dos materiais.


    Já volto
  3.  # 4

  4.  # 5

    Acho que já tenho estas definições devidamente enquadradas.

    Só mais uma questão se me permitem:

    No projecto de execução terão de constar evidências analíticas de, e por exemplo, as toneladas de ferro a aplicar na estrutura, ou ainda a referência das louças de casa de banho a colocar? Ou seja, o projecto de execução é um caderno de encargos detalhado que permite evitar orçamentos de construção do tipo "...azulejo até 15€ / m2...".
  5.  # 6

    Colocado por: taunusNo projecto de execução terão de constar evidências analíticas de, e por exemplo, as toneladas de ferro a aplicar na estrutura, ou ainda a referência das louças de casa de banho a colocar? Ou seja, o projecto de execução é um caderno de encargos detalhado que permite evitar orçamentos de construção do tipo "...azulejo até 15€ / m2...".

    Exacto e dessa maneira você sabe exactamente quanto vai gastar e corrigir ou alterar o que for preciso para se encaixar no dinheiro que pode gastar.
    No entanto, o projecto de execução vai muito para além disso, é um projecto muito mais pormenorizado com detalhes a escalas maiores (1/20 e 1/10) e com um caderno de encargos já com maior qualidade
  6.  # 7

    Efectivamente se o projectista fizer convenientemente o seu trabalho esta parece-me uma ferramenta muito útil e que pode evitar muitos dissabores futuros.
    Conhecendo-me eu como me conheço, e gostando de ser analítico nos números, acho que não vou prescindir dessa ferramenta.
  7.  # 8

  8.  # 9

    Colocado por: PauloCorreiaTem aqui um exemplo:https://forumdacasa.com/discussion/2856/orcamento-moradia-unifamiliar-c-mapa-de-quantidades/

    Já tinha visto?


    Efectivamente já tinha visto... mas inicialmente pensei que o documento que o PauloCorreia exemplifica fosse disponibilizado pelo empreiteiro na sequência da consulta feita pelo cliente, ou seja, fosse o orçamento como resposta ao projecto. Estava a ser demasiado ingénuo ao pensar que um empreiteiro pudesse responder a uma solicitação de orçamento com um tal pormenor analítico.
  9.  # 10

    Colocado por: taunusEstava a ser demasiado ingénuo ao pensar que um empreiteiro pudesse responder a uma solicitação de orçamento com um tal pormenor analítico.

    Poder podem, até porque eu sou empreiteiro :) a questão é se vale a pena fazer aquilo para moradias. Custa dinheiro e não se justifica na maioria dos casos, porque os clientes acreditam na carochinha e na fada madrinha adjudicando ao mais barato e aquilo é a forma mais rápida de se perder uma obra.

    E convenhamos que a obrigação de produzir aquele mapa de quantidades é, ou devia ser, do cliente. Se pedir 10 orçamentos e cada empreiteiro tiver de gastar 750 cada um, é muito dinheiro que terá de ser pago por alguém
  10.  # 11

    Colocado por: PauloCorreia
    Colocado por: taunusEstava a ser demasiado ingénuo ao pensar que um empreiteiro pudesse responder a uma solicitação de orçamento com um tal pormenor analítico.

    Poder podem, até porque eu sou empreiteiro :) a questão é se vale a pena fazer aquilo para moradias. Custa dinheiro e não se justifica na maioria dos casos, porque os clientes acreditam na carochinha e na fada madrinha adjudicando ao mais barato e aquilo é a forma mais rápida de se perder uma obra.

    E convenhamos que a obrigação de produzir aquelemapa de quantidadesé, ou devia ser, do cliente. Se pedir 10 orçamentos e cada empreiteiro tiver de gastar 750 cada um, é muito dinheiro que terá de ser pago por alguém


    Então a ver se entendi:

    Compreendo perfeitamente que sugira que esta obrigação seja do cliente, aliás como já aqui o disse, este é um documento do qual não vou prescindir pois além de me sentir mais seguro nestas areias movediças das quais desconheço quase tudo, irá permitir-me ter um maior controlo do que é efectivamente a obra.

    O que eu não compreendo, e tenho a certeza que o PauloCorreia ou outro forista claro, irão certamente esclarecer-me, é como é possível um empreiteiro dar um orçamento para uma moradia sem produzir uma peça destas caso não seja disponibilizada pelo cliente. Um orçamento sem base analítica de sustentação parece-me que vai desaguar a problemas desde orçamentos feitos a olho e inflacionados em que o cliente fica a perder ou orçamentos deflacionados em que só existem duas saídas, ou se corta no material ou se cobram erros e omissões aos clientes. Quem nunca fica a perder certamente é o empreiteiro pois não trabalha para aquecer.

    Outra coisa que não entendi é porque diz que um orçamento feito pelo empreiteiro com apresentação de mapa de quantidades é a melhor forma de perder o cliente. Pelo que me parece só perderá os clientes consumidores do "mais barato", aqueles que compram sem saber o que compram.
  11.  # 12

    Colocado por: taunuselo que me parece só perderá os clientes consumidores do "mais barato", aqueles que compram sem saber o que compram.

    Pois, mas esses valem 99% do mercado.

    Colocado por: taunusOutra coisa que não entendi é porque diz que um orçamento feito pelo empreiteiro com apresentação de mapa de quantidades é a melhor forma de perder o cliente.

    Porque o meu preço é mais alto que os meus concorrentes, cujos orçamentos estão sempre suborçamentados. vamos a ver se lhe consigo explicar a teoria geral de construção:
    1º - O cliente pensa sempre que é muito esperto, porque adjudicou a metade do preço, prova evidente que os outros são todos uns gatunos e aldrabões e que ele não se deixa aldrabar
    2º - Para um empreiteiro, um orçamento é apenas um documento que lhe serve para ganhar a obra, para que depois se possa espremer o máximo de trabalhos a mais.

    Colocado por: taunuscomo é possível um empreiteiro dar um orçamento para uma moradia sem produzir uma peça destas caso não seja disponibilizada pelo cliente.
    Ver a segunda lei da construção. Se ele o fizer, como saca depois uns trabalhinhos a mais?

    Colocado por: taunusUm orçamento sem base analítica de sustentação parece-me que vai desaguar a problemas desde orçamentos feitos a olho e inflacionados em que o cliente fica a perder ou orçamentos deflacionados em que só existem duas saídas, ou se corta no material ou se cobram erros e omissões aos clientes. Quem nunca fica a perder certamente é o empreiteiro pois não trabalha para aquecer.

    Seja muito bem vindo ao mundo da construção. Você é que quer fazer uma vivenda, protega-se e não se ponha a jeito
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Luis K. W.
    • PASA
    • 27 julho 2011

     # 13

    Alguém me pode esclarecer sobre a obrigatoriedade do projecto de execução? É obrigatório em reabilitações de habitações situadas nas zonas históricas, p.e.? Ou é sempre facultativo?
  12.  # 14

    Colocado por: PASAAlguém me pode esclarecer sobre a obrigatoriedade do projecto de execução? É obrigatório em reabilitações de habitações situadas nas zonas históricas, p.e.? Ou é sempre facultativo?

    é facultativo, agora nessas zonas históricas costuma haver pelo menos mapas de acabamentos ou indicações/regras em plano de pormenor, esses planos têm de ser entregues.
 
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