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  1. Colocado por: J.FernandesMais importante: afinal o Costa estava ou não a brincar quando criticava os cortes do Passos (já que os deles são mais expressivos)?

    E continua na brincadeira quando persiste em dizer que virou a página da austeridade, continuando a aumentar a carga fiscal?


    A carga fiscal está enraizada na cabeça do eleitorado, que por defeito aponta sempre o dedo ao PSD por ser mais de direita que o PS logo são mais austeros.
    A verdade que eu vejo é que o PSD não é mais de direita que o PS mas sim menos de esquerda, e pelo menos com o Costa esse mito de que o PSD carrega mais na austeridade reverteu-se e mesmo assim o mauzão era o Passos Coelho.
    •  
      Tyrande
    • 24 outubro 2017 editado
    Bem, eu fui mais uma que fui apanhada pelos incêndios.

    Vivo a cerca de um quarteirão do pinhal de Leiria.

    A minha história foi a mesma de muitas outras famílias. Por volta das 1:30 da manhã a polícia apareceu na rua de casa a pedir às pessoas para abandonarem as suas casas o mais depressa possível. Que pegassem apenas os seus documentos e não perdessem tempo a salvar mais nada e fugissem dali pra fora. Olhavasse para cima e viam-se labaredas de uns 50m de altura e uma coluna de fumo preto enorme.

    Agarrei nos meus cães, enfiei-os à pressa dentro do carro com a minha mãe e lá seguimos viagem, primeiramente para a BA5, que tinha conhecimento que estava a abrigar o pessoal. Quando cheguei à BA5 a porta de armas estava fechada e as sirenes estavam a tocar. Sei que isso é o sinal para reunirem, pois o fogo tinha atingido a unidade. E realmente, já se podia ver o fogo do outro lado da pista. Decidi que ali não era o sítio mais seguro e zarpei para Leiria. Deixei os cães na garagem de um amigo e voltei a correr para casa, a ver se conseguia salvar alguma coisa.

    Não havia bombeiros (quer dizer, havia um jipe do Comando, mas nada de viaturas de combate aos incêndios). Soubemos depois (não sei se é verdade) que os bombeiros da Marinha tinham sido mobilizados durante a tarde para irem ajudar nos fogos prós lado de Coimbra. Fomos nós, a população, a fazer a defesa das nossas casas. Não havia água com pressão nas mangueiras dos jardins. O pessoal que tinha água de poço e motobombas lá ia fazendo o que podia. O restante ajudava com enxadas, com ramos, com o que desse para apagar as dezenas de focos que se iniciavam quando as cinzas incandescentes tocavam no chão.
    Havia pessoal a arrombar casas cujos donos não se encontravam nas mesmas para libertar os animais que se encontravam presos. Era cães e afins soltos na estrada, à sua sorte (ao menos tinham hipóteses de sobreviver). Eram filhos e netos a chegarem e a levarem os idosos e crianças dali pra fora...

    Enfim, depois de uma noite nisto, por volta das 6 e kkr coisa da manhã a coisa tinha acalmado. Lá voltamos nós para as nossas casas para descansarmos um pouco. Umas horas depois, fui dar uma volta pelo quarteirão...é uma miséria. Só ai é que tive noção mesmo da dimensão da tragédia.
    Foi-se tudo...a mata foi-se toda. Locais onde ainda semana passada passeava com os cães, estradas com árvores lindas e centenárias...tudo perdido. Casas que tivessem telhados antigos, com barrotes de madeira não se safaram. Barracões de madeira, foram-se também...

    E pergunto-me eu: como é que é possível? O pinhal de Leiria tem um ordenamento exemplar. Se ainda fossem aqueles sítios remotos que têm acessos horríveis, ainda percebia, mas não era o caso. Aquilo é praticamente plano, com aceiros e afins EXEMPLARES. E, ao contrário do que tenho lido na comunicação social, a mata NÃO estava assim suja como dizem. Haviam fetos, sim, e algumas poucas silvas. Mas nada de extraordinário. Sei disto porque todos os fins-de-semana andava ali na zona...por vezes fazia orientação ali no pinhal...eh pah, uma mata mais limpa e ordenada do que aquela é difícil! A não ser que fique em terra batida ou cimentem tudo!!!!!

    Na semana seguinte, com a chuva que caiu vêm-nos dizer que ainda haviam reacendimentos. COMO? Como é possível haver reacendimentos se está tudo molhado?!?!?!?
    E como é que é possível já estarem a cortar as árvores e a levarem em camiões ao pé de minha casa?!
    Estas pessoas agradeceram este comentário: eu, 21papaleguas, pedromdf
  2. Colocado por: Bricoleiro

    Não é isso que dizem.

    http://observador.pt/2017/08/04/falta-de-limpeza-manutencao-e-tratamento-ameaca-pinhal-de-leiria/

    https://www.jornaldeleiria.pt/noticia/culpa-da-destruicao-do-pinhal-de-leiria-e-do-icnf-7353

    https://www.jornaldeleiria.pt/noticia/dor-e-revolta-populacao-culpa-estado-pela-perda-de-80-do-pin-7368

    http://www.sabado.pt/portugal/detalhe/ninguem-ouviu-o-homem-que-previu-o-incendio-no-pinhal-de-leiria


    Eu sei que não é que dizem.
    Mas eu também sei o que via com os meus próprios olhinhos. A não ser que eles estejam a referir-se a outra zona da pinhal, lá para os lados de S. Pedro de Moel ou assim, eu não compro estas notícias.

    Eu vivo ali ao pé! Sei o que estava ali!!!!
    Concordam com este comentário: eu, pedromdf
  3. Colocado por: TyrandeNa semana seguinte, com a chuva que caiu vêm-nos dizer que ainda haviam reacendimentos. COMO? Como é possível haver reacendimentos se está tudo molhado?!?!?!?


    Pesquise por incêndios no sub-solo que irá perceber. O solo é rico em carbono orgânico, raízes das árvores, etc. Não se esqueça que o solo estava sequíssimo sem ponta de humidade.
    Imagine deitar água em cima de brasas de churrasco, parece que se apaga mas volta a reacender.
    Concordam com este comentário: C. Lobo
  4. Poxa é só abrir este tópico e as lagrimas correm !!! Acho que deveríamos mudar a racionalidade que tantas vezes é servida de uma forma fria por um pouco de contenção e carinho por estas pessoas todas que dão aqui o seu testemunho !! Há tanta gente que ficou com um enorme vazio dentro de si que é preciso deixar as certezas e as incertezas e olhar mais para o outro do lado !!! Abraço enorme a todos os que passaram por este sufoco e ainda estao a passar .
    Concordam com este comentário: branco.valter, 21papaleguas, pedro303
    Estas pessoas agradeceram este comentário: C. Lobo
  5. Foram milhares de pessoas a passar pelo mesmo drama...

    Vi amigos meus que são bombeiros ainda durante as operações de combate que vomitaram sangue, choravam como crianças, recordavam tudo aquilo que perderam e passaram, maior parte deles temeram pela própria vida, (bem como toda a população que por lá se encontrava) deixando os seus próprios bens e famílias por sua conta, lamentável foi alguns deles perderam casa de habilitação própria, alfaias agrícolas, gado, comida para animais... e como se já não chegá-se, alguns deles contam que foram mal tratados verbalmente pela população, tendo eles a consciência de que deram o seu máximo e não poderiam ter feito melhor. Perante tal fúria das chamas só um oceano as apagava...

    Esperamos que esta tragédia sirva de "mão de ensino" para que não se repitam os mesmos erros do passado, a grande probabilidade é ficar tudo como antes, a área ardida é extensa e será uma tarefa muito difícil de cortar tudo o que é árvores ardidas em tempo útil, a fim de reflorestar toda a área antes do mato se instalar, resumidamente, a tentação para as grandes plantações de eucalipto, abandono das terras com a promoção dos matos mesmo á beira das habitações que são autênticas selvas vai ter tendência para continuar... constituindo perigo elevado para as populações e bens.

    É preciso mudar atitudes e mentalidades e isso parte de cada um...
    Conheço inúmeras situações em que a lei da preservação e limpeza dos terrenos não é cumprida, proprietários que, porque pensam que são os donos de tudo e de todos, limitam-se a não limparem e impedirem a limpeza de terrenos próprios adjacentes às habitações de vizinhos, isto é triste, mesmo com presença de autoridades e levantamento de autos de contra ordenação nada é feito, não há autoridade com poder para mudar o que seja...
    Uma realidade bem conhecida de muitos na cidade de Coimbra, é, termos autênticas selvas junto das habitações, até mesmo junto do hospital e das bombas de combustível... quem é que ainda não viu isso?
    Concordam com este comentário: eu, 21papaleguas, Bricoleiro
    Estas pessoas agradeceram este comentário: eu
  6. Colocado por: C. Lobomesmo com presença de autoridades e levantamento de autos de contra ordenação nada é feito, não há autoridade com poder para mudar o que seja...


    Porque não interessa que mude.
    As coimas são tão ligeiras que compensam a infração.
    • luisvv
    • 24 outubro 2017 editado
    Colocado por: eu
    O IRS tem baixado... a sobretaxa acabou...

    No global, parece-me que a carga fiscal sobre a classe média tem baixado, e bem...


    Tendo em conta as interpretações mais ou menos fluidas da expressão "carga fiscal", podemos dizer que na mais benévola de todas terá reduzido 2 décimas de ponto percentual em 2016 e subido quase o mesmo em 2017 (previsões actualizadas do Centeno).

    Admitindo que é em grande medida a classe média que recorre ao crédito, compra automóveis e fuma desalmadamente é uma forma curiosa de ver as coisas...


    EDIT: link não abria
    http://observador.pt/2016/02/08/redes-sociais-gozam-os-conselhos-antonio-costa
  7. Colocado por: luisvvAdmitindo que é em grande medida a classe média querecorre ao crédito, compra automóveis e fuma desalmadamente,, é uma forma curiosa de ver as coisas...

    Luis, o link não abre.
  8. Colocado por: branco.valterUm artigo que todos deviam ler!

    http://www.operacional.pt/meios-aereos-no-combate-a-incendios-florestais/


    não fosse o enviezamento de alguns argumentos.

    antes de 2004, quantos foram os que disseram que construir/recuperar 10 "campos de futebol" seria um erro... hoje, quantos defendem que foi essa a boa(melhor) solução...
  9. "Cinco meios aéreos combatem fogo em Leiria Cerca de 80 bombeiros estão no local."

    O reacendimento que se registou hoje na zona da praia das Pedras Negras, no concelho da Marinha Grande, pelas 11:30, estava pelas 19:00 em fase de rescaldo, indicou a mesma fonte.

    Já o incêndio que deflagrou no Coimbrão, no concelho de Leiria, pelas 12:40, e que chegou a ser combatido por cinco meios aéreos, estava em fase de resolução ao princípio da noite, informou o CDOS.

    Segundo a página na internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), pelas 19:01, estavam ainda no Coimbrão 69 operacionais, apoiados por 23 viaturas, tendo os meios aéreos já desmobilizado devido ao cair da noite.
    Fonte: lusa 24-10-2017

    Fogos continuam ...
  10. Um país perdido na guerra do fogo
    25 DE OUTUBRO DE 2017
    Viriato Soromenho Marques

    Até à data, os registos apontam para 520 000 ha ardidos em 2017. Mais do que no terrível ano de 2003. Mais de metade de toda área ardida na UE ocorreu em Portugal. Ou de outro modo: Portugal deixou arder quase 6% do seu território total (incluindo os arquipélagos atlânticos). Miguel de Unamuno chamava-nos, há um século, um país de suicidas. Hoje aparentamos ser um país de pirómanos. Uma nação que se deixa devorar pelo fogo florestal, que consente ao inferno penetrar dentro da casa de cidadãos indefesos, que permite 110 mortos e muitas centenas de milhões de euros de prejuízo, é um país que perdeu a capacidade de exercer a soberania no seu próprio solo. Escutei muitas vozes a exigirem ao governo um pedido de desculpas, mas um primeiro-ministro com dimensão de estadista começaria por confessar e assumir o peso da vergonha coletiva que cai hoje sobre Portugal. Estamos na triste situação de todos terem pena de nós. No rating da honra, o país, incapaz de se autogovernar, caiu no lixo mais profundo.

    No início do mês, o governo cumpriu o calendário, como se não tivesse havido Pedrógão, como se o IPMA não nos tivesse alertado para o outubro ardente que aí vinha, como se os megaincêndios de 5.ª geração, causados pelas alterações climáticas, fossem uma ficção de académicos. Encerrou 236 postos de vigia e dispensou 30 dos 48 meios aéreos. Por isso, em 15 de outubro houve um governo ruidoso, mas faltou um Estado protetor enquanto populações abandonadas defendiam desesperadamente vidas e bens. O governo não aprendeu nada em junho. Mas a oposição também não parece recordar-se de que a transformação do território rural numa ameaça mortal para quem lá habita tem sido o resultado da perversa e longa convergência entre os três principais partidos e respetivos governos.

    As recentes medidas anunciadas pelo executivo são positivas, mas só entusiasmam quem esqueceu que, praticamente, as mesmas propostas foram recusadas em 2005 por um governo em que António Costa era MAI. Uma política florestal séria e integrada não se inventa num fim de semana. Tem de projetar-se numa estratégia de pelo menos dez anos, legitimada e controlada no e pelo Parlamento, jurada pelos partidos, para fazer recuar mais de 40 anos que transformaram as florestas num paiol de monoculturas desordenadas, onde o despovoamento provoca desertificação ecológica, e esta acentua o despovoamento. Para vencer a guerra do fogo, Portugal teria de nacionalizar a sua política florestal, tanto no ordenamento como no combate. Teria de asfixiar, e não remendar, os negócios do fogo, que levaram a ruinosas parcerias público-privadas como o SIRESP, ou a recrutar meios aéreos em empresas que a justiça de Madrid está a julgar por fraude. Teria de reconstruir o Estado que se demitiu da floresta, humilhando e aniquilando as competências instaladas, como se provou na destruição do Pinhal de Leiria. Teria de envolver operacionalmente as Forças Armadas, com meios próprios, como o fez a Espanha. Se quisermos vencer a guerra do fogo, teremos de decretar por tempo indeterminado um estado de emergência florestal - vencendo a chantagem de um cadastro sempre adiado - que permita reordenar e proteger a floresta no quadro de uma economia rural revitalizada, com o envolvimento da população e das empresas residentes, 365 dias por ano. Teria de financiar uma floresta de uso múltiplo, curada da neoplasia do eucalipto. A guerra do fogo será lenta e dolorosa, pois é uma guerra civil entre o melhor e o pior de nós próprios. Estamos apenas no princípio.


    https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/viriato-soromenho-marques/interior/um-pais-perdido-na-guerra-do-fogo-8869689.html
    Concordam com este comentário: Doctor Z
  11. Não percebo porque razão só os mortos em fogos é que dão azo a exonerações de ministros:

    "Observatório conta 69 mortos por afogamento no mar, rios e piscinas"
    Fonte: expresso
    Exoneração da ministra do mar!

    Andei a pesquisar o número total de mortos por falhas de assistência hospitalar, não consegui os números deste ano, mas são notícias regulares.
    Exoneração do ministro da saúde!

    Mortes nas estradas

    "Acidentes rodoviários causaram 336 mortos este ano"
    Fonte: tsf
    Exoneração da ministra da administração interna (ah esta já foi).

    Será que também nos mortos há uns que valem mais que os outros?
  12. anda tudo "entretido" a atacar o calendário, as fases charlie e delta.... mas ninguém, fala, que antes da charlie, existe uma bravo, ou até uma alfa... também por calendário, e não menos do que uma vez, no passado, se provou que o calor/fogos podem chegar mais cado. Acaba-se com a calendarização (e ao estou a defender o modelo actual,) do sponibiliza-se meios o ano inteiro, e quando vier a conta, logo se vê.... o modelo apontado, não vai ser melhor nem mais barato... mas os estádios também era imprescindíveis.

    é começar a chover, haver uma ou outra cheia - as tais "calamidades" que diziam que teremos que nos habituar - e este assunto, já lá vai... para a ano, ser um ano fresco e molhado, e muda-se o disco, a música, mas a dança será a mesma.
  13. Colocado por: pedromdfNão percebo porque razão só os mortos em fogos é que dão azo a exonerações de ministros:

    "Observatório conta 69 mortos por afogamento no mar, rios e piscinas"
    Fonte: expresso
    Exoneração da ministra do mar!

    Andei a pesquisar o número total de mortos por falhas de assistência hospitalar, não consegui os números deste ano, mas são notícias regulares.
    Exoneração do ministro da saúde!

    Mortes nas estradas

    "Acidentes rodoviários causaram 336 mortos este ano"
    Fonte: tsf
    Exoneração da ministra da administração interna (ah esta já foi).

    Será que também nos mortos há uns que valem mais que os outros?


    certamente não será pela visibilidade de serem só um de cada vez - e em que um único, já seriam demais.

    a época balnear também é por data/decreto, já se aflorou mais que uma vez essa questão, até pelos mortes que tem havido... mas essas os interesses são menores.

    Basta ver que as primeiras reações/declarações das forças armadas, sobre este novo plano, foram "agradecemos e aceitamos a missão, e temos a certeza que tudo iremos fazer para a cumprir.." - aliás não ouvi ninguém dizer que "não temos meios e necessitamos de mais financiamento" , agora listas de "compras para o natal" já por aí andam umas quantas.
 
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