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    • box098
    • 8 janeiro 2014 editado

     # 1

    Olá.
    Antes de mais quero dar os parabéns aos administradores do fórum, agradecer a todos os participantes a partilha de conhecimentos e experiências que muito me tem dado a aprender.
    Tal como muitos aqui presentes, pretendo um dia construir uma vivenda. ainda não será para já, sequer tenho data prevista, mas queremos começar a debruçar-nos sobre o assunto.
    Não tenho qualquer formação nas áreas de arquitectura ou engenharia civil, projectista ou paisagista. Apenas um curiosos que gosta de aprender, conhecer antes de fazer. Aprender através da leitura e da troca de experiências. acredito que só assim se minimiza o erro (este é garantido, só a sua dimensão pode ser alterada…)
    Neste tópico pretendo registar a evolução do estudo, as questões sobre as quais me vou debruçar, escrever ideias, reflexões. Servirá como um caderno de anotações que, posteriormente será revisto antes do início do projecto. pensei faze-lo numa agenda, documento de texto ou mesmo dar início a um blog. contudo, penso que será aqui, no fórum da casa, pela sua especificidade e participação, o local que melhores condições reúne para que ocorram as eventuais troca de impressões - serão sempre bem-vindas. Não vou seguir uma sequência lógica. as ideias serão registadas pela ordem que forem aparecendo.
    posto isto, resta-me desejar a todos um excelente 2014!

    que se dê início ao estudo!
    cumprimentos
    cn
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Pedro Barradas
  1.  # 2

    Venham daí essas ideias!

    Cumps
  2.  # 3

    Cá o aguardamos e ao desenvolvimento deste topico.
    Aproveito para lembrar que poderá pesquisar uma série de topicos existentes que abordam a fase de projecto e daí tirar as conclusões(ou não) devidas, aconselho a leitura destes topicos, por exemplo:
    https://forumdacasa.com/discussion/146/1/quanto-custa-um-projecto-de-arquitectura/
    https://forumdacasa.com/discussion/24872/como-escolher-o-arquitecto-para-a-minha-casa/
    https://forumdacasa.com/discussion/2856/1/orcamento-tipo-para-moradias/
    https://forumdacasa.com/discussion/25574/1/orcamento-tipo-para-moradias-ii/
    Estas pessoas agradeceram este comentário: maria rodrigues, box098
  3.  # 4

    apesar de pensar que «Temos os pés bem assentes na terra», não pude deixar de esboçar um sorriso quando li a seguinte conclusão:

    "...a casa é uma construção afectiva, mental e identitária. As
    dimensões práticas ligadas à manutenção da casa ou aos custos de conservação
    não fazem parte do discurso dos futuros habitantes. O ritmo de vida por eles próprios
    descrito dificilmente comportará o tempo de lazer e de descanso que motivaram a
    escolha de determinadas características da casa e que orientaram o projecto (piscina,
    sala de jogos, zona de churrasco, e mesmo o próprio jardim). A construção de uma
    casa é a construção de um sonho, do qual a realidade arquitectónica é apenas um
    sinal: o desejo de uma casa nova não é outro senão o desejo de uma nova vida.
    "

    por Marta Cruz in "Construir a casa: Elementos exploratórios para a compreensão dos conteúdos, do contexto e do
    processo de concepção arquitectónica da habitação unifamiliar
    "


    o chamado 'Wake Up Call'!
    Concordam com este comentário: tiagot, valtores
  4.  # 5

    Interessante citação Box !

    Ainda um dia gostaria de ver alguma tese/estudo sério e extenso sobre esta questão Casa de sonho vs realidade.
    Acho que existe de facto uma distância considerável entre ambas e um imenso consumo de recursos na realização das chamadas casas de sonho.
    Por vezes acabam por estar bastante desligadas da vida real quotidiana dos seus proprietários e chegam mesmo a transformar-se nos seus maiores pesadelos por várias razões.
    Se encontrar mais algumas informações sobre este assunto coloque por aqui sff.

    Cpts.
  5.  # 6

    Olá Box,

    Boa citação.
    Na minha experiência profissional lidei com vários clientes a fazerem a "casa dos sonhos" deles. Para mim a grande dificuldade é o encaixar de todos os pequenos sonhos, de todas as fotografias das revistas, de todas as ideias que tiveram e das quais não querem desistir. Muitas vezes são coisas simples e bonitas, outras vezes são coisas estranhas ou incompatíveis com o local ou com a Legislação. O problema é que qualquer decisão é difícil e tem o peso da "casa para o resto da vida".

    Como profissional tento sempre que o cliente ganhe um pouco de distância emocional do projeto e que se lembre que também está a fazer um investimento. É a sua casa, mas as opções que tomar, numa excessiva personalização, podem prejudicar o valor da casa. Hoje em dia os contextos económicos, profissionais e pessoais mudam rapidamente e acredito que é fundamental sabermos que estamos a construir um bem de qualidade e facilmente transacionável. É uma mentalização difícil, mas acredito que é o melhor ponto de partida para o melhor dos sonhos.

    Cumps
  6.  # 7

    Anita

    mas também quem nos diz a nós que essa excessiva personalização não é o que lhe irá até dar mais interesse ( valor no mercado) isto visto que as tendências mudam muito rapidamente e entre uma "coisa" cliché da altura e algo fora do normal, esta ultima não será mais apelativa ou cativante ??
  7.  # 8

    Uma conclusão a que cheguei - e nem sequer sou arquitecto por isso vale o que vale - é que as pessoas (estou a generalizar) não querem uma casa à medida da vida que vão ter, querem uma casa à medida da vida que idealizam ter como se pelo facto de construirem casa fossem mudar radicalmente de hábitos. Posso estar equivocado mas parece-me um erro muito comum
    Concordam com este comentário: tiagot, 1976, box098
  8.  # 9

    marco1
    as tendências mudam muito rapidamente e entre uma "coisa" cliché da altura e algo fora do normal, esta ultima não será mais apelativa ou cativante ??

    Caro marco1,
    quando menciona que »as tendências mudam muito rapidamente« refere-se à construção da casa (habitação) no seu exterior, ou quer significar a forma como hoje se distribui o
    espaço no interior da mesma? Depois, também, uma »coisa cliché« é um estereótipo e isso (na minha crença, subentenda-se...) ajusta-se às actuais construções [as que seguem os ditames da moda do momento,(algo fora do normal)]. Quanto a serem mais apelativas, bom... depende mais do gosto de cada um e menos da faixa etária do consumidor final/futuro proprietário?? i.e. (DO). Claro que se evoluiu muitíssimo na utilização/aplicação dos materiais de construção, felizmente, e aí todos ficaram (ficarão) a ganhar!

    Não estamos assim tão afastados dos anos oitenta e noventa quando, por todo o nosso Portugal, começaram a nascer, como cogumelos, "les maisons et les chalés", copiados de outras gentes e climas, trazidos pelos portugueses emigrados noutros países. Que ainda hoje são tidos como uma aberração/distorção na nossa paisagem urbanística.
    Ainda bem que há muita gente jovem que, quando tem oportunidade de adquirir casas antigas, procura preservar a traça e faz a sua recuperação dentro do mesmo modelo,
    o que é um encanto de se ver, aí sim... tornam-se muito apelativas. Naturalmente que é tão-só a minha opinião, nada mais.

    mr
  9.  # 10

    Maria

    precisamente, essa "onda" das recuperações por exemplo passa muito por entre outras razões, de ordem económica e não só, por uma busca de querer encontrar algo que seja particular, que seja único, que tenha particularidades singulares.

    enfim, eu apenas queria, ao responder á Anita, dizer que a casa também não pode ser excessivamente encarada no sentido de que ela falava de prever "esquemas" mais comuns e na "moda" tendo em vista a sua eventual comercialização. precisamente porque lá está, os gostos são voláteis e o que hoje é "bonito" amanhã já pode não ser. dai que uma casa á medida e com aspectos particulares e únicos, buscando algo também de intemporal, poderá ser nesse capitulo da rentabilização do imóvel, uma hipótese.
    repare que casas muito iguais em ultima análise apenas competem no preço quanto muito, um futuro comprador tanto pode comprar a do principio de rua como a do meio da rua.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: maria rodrigues
  10.  # 11

    Marco, bom dia!
    Obrigada
    •  
      FD
    • 14 janeiro 2014

     # 12

    Colocado por: j cardosoUma conclusão a que cheguei - e nem sequer sou arquitecto por isso vale o que vale - é que as pessoas (estou a generalizar) não querem uma casa à medida da vida que vão ter, querem uma casa à medida da vida que idealizam ter como se pelo facto de construirem casa fossem mudar radicalmente de hábitos. Posso estar equivocado mas parece-me um erro muito comum

    É como as coisas que se compram impulsivamente e que dizemos que são boas ideias.
    Criamos logo a imagem mental de que com "aquilo" vai ser muito melhor e mais fácil.
    Usamo-las duas a três vezes e ficam encostadas num sítio qualquer...

    Aliás, uma das estratégias dos vendedores de imóveis é dar sempre algo de imaginário ao comprador... "aqui pode construir a piscina, aqui pode instalar um barbecue, aqui pode, ali pode..."
    Concordam com este comentário: maria rodrigues
    •  
      FD
    • 14 janeiro 2014

     # 13

    Colocado por: marco1enfim, eu apenas queria, ao responder á Anita, dizer que a casa também não pode ser excessivamente encarada no sentido de que ela falava de prever "esquemas" mais comuns e na "moda" tendo em vista a sua eventual comercialização. precisamente porque lá está, os gostos são voláteis e o que hoje é "bonito" amanhã já pode não ser. dai que uma casa á medida e com aspectos particulares e únicos, buscando algo também de intemporal, poderá ser nesse capitulo da rentabilização do imóvel, uma hipótese.
    repare que casas muito iguais em ultima análise apenas competem no preço quanto muito, um futuro comprador tanto pode comprar a do principio de rua como a do meio da rua.

    Mais uma vez, é no meio que está a virtude! Nem muito anónima, nem muito específica.
  11.  # 14

    Olá Marco,

    Não falei em "esquemas" nem em "moda". Para mim um bom projecto não é uma repetição de outras soluções. Um bom projecto terá idealmente sempre alguma personalidade, adaptada ao cliente e adaptada ao seu contexto. Eu estava mais a falar era em más soluções que muitas vezes são exigências dos clientes, porque se agarram a "sonhos" que não são compatíveis com a realidade do terreno ou do imóvel ou do projecto no seu todo.
    Mas possivelmente fui demasiado generalista no meu comentário. A minha opinião foi baseada em ter visto demasiados divorcios, demasiadas pessoas a ficarem desempregadas ou a mudarem de país e de repente ficarem presas a um investimento desiquilibrado que não consegue escoamento no mercado. Mas isso obviamente depende da disponibilidade financeira de cada Dono de Obra.

    Eu sou a favor dos sonhos e dos bons projectos. Acredito é que devo ao menos alertar os clientes para esta vertente de sustentabilidade financeira desses sonhos :)
  12.  # 15

    boa tarde a todos,

    estou no início da construção de casa. já tenho um primeiro estudo e vejo-me perante a mesma situação. adoro arquitectura e gosto de perder tempo a ver imensos pormenores. nesta fase recebi a primeira proposta do arquitecto já com um modelo em 3d para ter uma ideia. a casa é brutal, mas ficaria quase o dobro do orçamento. tive de pensar muito e ser muito frio para decidir mandar fazer uma coisa mais contida, porque apetecia avançar e fazer a casa aos bocados, mas seria uma decisão errada com consequências para o resto da vida.
    Concordam com este comentário: 1976, box098, Anita NC
  13.  # 16

    construir uma vivenda é, do ponto de vista estritamente financeiro e particularmente no meu caso, um mau negócio.
    ----
    Notas de leitura:
    "Uma das maiores dificuldades é perceber que a utilização é bem diferente de possuir um bem. Raramente é melhor possuir do que poder simplesmente utilizar.
    Usufruir é o que as pessoas realmente querem, mas a sociedade exerce pressão para as pessoas possuírem e comprarem. Assim compram o que precisam e o que não precisam.
    Possuir: ser proprietário
    Usufruir: ser utilizador
    (...)
    A compra de casa é muitas vezes o maior investimento que uma pessoa faz na vida, sendo por isso imprescindível ter alguns cuidados, bem como ponderar muito bem a decisão que se vai tomar. Apesar de nada ser definitivo e tudo poder ser ajustado no futuro, saber o que se pretende na vida e como a mesma poderá evoluir nos próximos tempos é fundamental para poder assumir compromissos para o futuro. Estar consciente dos aspectos mais valorizados e o que é realmente importante na vida origina decisões mais coerentes.

    Vantagens da compra de casa
    - Construção de património
    - Benefícios fiscais assoaciados
    - Pode utilizar o imóvel como garantia
    (...)
    Desvantagens de comprar casa
    - Elevada carga fiscal sobre proprietários de imóveis
    - Titular de crédito de longo prazo
    - Reduz a capacidade de investimento
    - Manutenção do imóvel

    Um dos aspectos implícito à compra de casa, para a maioria das pessoas, é a constituiçãoo de um crédito habitação. Ser titular de uma obrigação de crédito condiciona decisões futuras e retira flexibilidade financeira, pois as prestações do crédito são por norma mensais e mais ou menos constantes (…)

    O português quer ser proprietário

    Todos queremos ter uma habitação para viver, e possuir casa própria é o grande objectivo da maior parte dos portugueses, pois considera-se o investimento imobiliário como um investimento seguro. O que é verdade é todos queremos ter o nosso espaço, mesmo que não seja a decisão mais acertada financeiramente cada qual é que deverá decidir o caminho a tomar. Nunca podemos esquecer que existem investimentos que resultam numa fonte de despesas, o automóvel e as casas para habitação própria são alguns desses investimentos.
    (...)
    Num ponto de vista económico e materialista: pessoalmente, quero apenas ser detentor de direitos sobre activos que geram rendimentos.(…)”
    a casa destinada a habitação própria não é certamente uma fonte de rendimentos mas antes sim uma fonte de encargos constantes.

    fontes:
    http://investidor.pt/possuir-ou-usufruir-onde-esta-a-diferenca/
    http://investidor.pt/comprar-casa-versus-arrendar-casa/
  14.  # 17

    Colocado por: filipediasboa tarde a todos,

    estou no início da construção de casa. já tenho um primeiro estudo e vejo-me perante a mesma situação. adoro arquitectura e gosto de perder tempo a ver imensos pormenores. nesta fase recebi a primeira proposta do arquitecto já com um modelo em 3d para ter uma ideia. a casa é brutal, mas ficaria quase o dobro do orçamento. tive de pensar muito e ser muito frio para decidir mandar fazer uma coisa mais contida, porque apetecia avançar e fazer a casa aos bocados, mas seria uma decisão errada com consequências para o resto da vida.
    Concordam com este comentário:1976,box098,Anita NC


    e partilhar esse processo do projecto e construção, não? ;)

    cumps,
    http://valtores.wordpress.com/
  15.  # 18

    Colocado por: filipediasestou no início da construção de casa. já tenho um primeiro estudo e vejo-me perante a mesma situação. adoro arquitectura e gosto de perder tempo a ver imensos pormenores. nesta fase recebi a primeira proposta do arquitecto já com um modelo em 3d para ter uma ideia. a casa é brutal, mas ficaria quase o dobro do orçamento.


    Isso nunca deveria ter acontecido.... Os projectos fazem-se com base em expectativas funcionais, gosto e acima de tudo orçamentais.
    Trabalho para o lixo e perda de tempo ( para o arquitecto)

    Definiram bem os parâmetros no inicio do projecto... se não voçê, dono de obra, pelo menos o Arquitecto teria essa obrigação.
    Concordam com este comentário: valtores
  16.  # 19

    Estes 2 primeiros post não pretendem dissuadir quem quer que seja da construção de uma vivenda. Têm antes como objectivo lembrar e manter presente ao longo do processo que:
    - a construção de uma vivenda constitui um grande (enorme) investimento;
    - carece de uma grande responsabilidade financeira, podendo mesmo ser o princípio de um “abismo” económico familiar se o processo não for correctamente dimensionado/ponderado;
    - existe uma dualidade constante entre “o que eu quero/gostaria” e “o que eu devo/necessito”;
    - deve haver na “construção deste sonho” um pragmatismo constante bem como ser metódico no processo;
    - devemos assegurar que as “pressões externas não passem disso mesmo” e não condicionem as nossas decisões.

    A questão do “ser um mau negócio”, e uma vez que penso construir na aldeia, onde as trocas de bens desta natureza são praticamente nulas, é particularmente verdade. É ainda mais agravado quando se pretende construir uma vivenda “à la carte” - um fato à medida vai assentar-me que nem uma luva mas a possibilidade de ficar bem a outro indivíduo é diminuta, ainda mais se a minha antropometria se desviar da norna!
    vou considerar por isto mesmo, e do ponto de vista financeiro, que o “sonho da vivenda” será um investimento a “fundo perdido”. considero este pensamento útil na medida em que irá ajudar a definir o nível de esforço financeiro a alocar ao projecto. vejo à minha volta muitos indivíduos que ultrapassam largamente o nível de esforço recomendável e, à mais “pequena brisa”, entram em dificuldade financeira, comprometendo aspecto familiares que são, na minha perspectiva muito mais importantes como por exemplo a educação ou a saúde ou dos meus relativos directos.

    tudo isto são coisas tão óbvias que nem seria necessário estar aqui a escrever sobre as mesmas, mas com tanta gente a cair no erro (e nós não somos diferentes) que alguma coisa deve acontecer ao longo do processo para esquecer o essencial. fica o (auto)aviso.

    como corolário desta divagação: vamos construir “à medida” e “na medida do possível”.
    Concordam com este comentário: Pedro Barradas, Anita NC
 
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