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  1. Acontece que os mercados são gente como nós

    A sério? Quer dizer que foi o cidadão comum que andou a especular com os activos tóxicos? Muito me conta ...

  2. Para si o aumento do salário mínimo é uma regalia?

    Quando se aumenta um salário por via legislativa...


    A reposição das reformas é uma regalia? A reposição dos ordenados dos funcionários públicos é uma regalia?

    A pergunta não é essa. A pergunta é: o Estado tem €€ para pagar tal coisa? Se não tem, como vai arranjá-lo? A quem vai cobrar mais, ou o que é que vai deixar de pagar?


    Se tivéssemos a falar nas antigas regalias extra salariais dos funcionários públicos ainda poderia concordar consigo, agora cortar salários e reformas é um roubo e um retrocesso muito grande para o país!

    As regalias "extra-salariais" são, como é óbvio, parte da remuneração ..


    Não somos a p...t...a de ninguém na Europa. Somos um país independente com uma história da qual nos podemos orgulhar e não precisamos que outros nos venham ensinar a gerir o país.

    Já precisámos, 3 vezes em 37 anos. E mesmo assim, temos gente que se queixa de que o Estado cobra muito, ao mesmo tempo que se queixa de que o Estado tem que gastar mais.
    Concordam com este comentário: two-rok

  3. A segurança social é um sistema que só pode funcionar se houver natalidade suficiente que garanta a sustentabilidade do mesmo de geração para geração. Em Portugal a população está a envelhecer, a emigração a aumentar e cada vez há menos pessoas a ter possibilidades para ter filhos. Como é que quer que a segurança social funcione?




    A reposição das reformas é uma regalia?
  4. Colocado por: luisvvA ladaínha dos mercados é essa: servem para "oprimir o povo". Acontece que os mercados são gente como nós, que investem (ou não).Se não quer ter nada com eles, não lhes peça dinheiro emprestado. Se pede e depois não quer pagar, não há problema, eles não virão atrás de si com uma pistola - mastenha o bom senso de não o fazer e depois ir lá pedir-lhes mais uns trocos.


    Se o problema da divida fossem os 500€ que um pequeno investidor decidiu rentabilizar, não tenha dúvidas que o problema já estaria resolvido e o pequeno investidor 500€ mais pobre.
  5. Colocado por: Rui A. B.

    Qual crise mundial... isso não interessa para nada!
    Quais as primeiras directrizes europeias de combate à crise? Investimento público... Mas isso também não interessa para nada...



    E deu um resultadão..


    (e no entanto, apesar de todas as políticas keynesianas, só ouvimos queixas contra um suposto neoliberalismo)
    Concordam com este comentário: two-rok

  6. Comparado com o prejuízo causado pelos principais agentes de mercado, as famílias portuguesas são apenas uma gota no oceano. Se no entanto analisarmos quem foi obrigado a pagar os prejuízos causados a coisa já muda de figura. Quem está a pagar os excessos é a classe média, na qual se incluem muitas famílias portuguesas que sempre souberam ser responsáveis e mantiveram um orçamento familiar equilibrado mas que agora também sofrem porque houve quem achasse que os portugueses estavam a ganhar demais e por isso era preciso baixar salários e aumentar os impostos.



    Vamos ver se nos entendemos, de uma vez por todas:

    1) Em 2010, o Estado gastou cerca de 16 mil milhões de euros a mais do que recebeu. Para colocar a coisa em perspectiva, são cerca de 20% do total do Orçamento do Estado.

    2) Esses 16 mil milhões foram financiados por empréstimos.

    3) Na altura do pedido de ajuda, as taxas de juro pedidas pelo mercado (em emissões, não no mercado secundário) rondavam os 7% a 10 anos.

    4) Na ausência do empréstimo da troika, as alternativas do Estado teriam sido:
    a) continuar a envidividar-se a taxas de 7 e 8% até deixar de o conseguir fazer.
    b) reduzir o défice a zero, instantaneamente;

    5) Felizmente, veio o empréstimo, e com ele condições. Essas condições não foram escolha nossa, mas grosso modo dos credores. Serviram como ferramenta para garantir que quando terminasse o programa Portugal poderia voltar a pedir €€ nos mercados em condições sustentáveis.

    6) O objectivo era reduzir as necessidades de financiamento anuais para valores manejáveis - porque é evidente que nenhum país sustenta défices de 9 ou 8% (nem 5...) por muito tempo. Isso implica que o Estado tem que gastar menos, cobrar mais, ou uma mistura das duas.

    7) Como o Estado fornecia serviços cujo custo não cobrava, o dinheiro que sobrava no bolso das famílias era aplicado noutras coisas - e no momento em que o Estado passou a cobrar um pouco mais, as famílias descobriram que tinham que gastar menos, o que obviamente provocou um choque que se foi propagando ao longo de todos os agentes, que foram levando a pancada. Este é o "crescimento" que o Estado promove, quando não tem um orçamento equilibrado.
    Concordam com este comentário: eu, two-rok
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  7. A sério? Quer dizer que foi o cidadão comum que andou a especular com os activos tóxicos? Muito me conta ...


    O que são activos tóxicos e quem os compra e vende?
  8. Colocado por: luisvv

    E deu um resultadão..


    (e no entanto, apesar de todas as políticas keynesianas, só ouvimos queixas contra um suposto neoliberalismo)


    De treinadores de segunda feira está o mundo a cheio!

    Quando se analisa determinada questão convém que seja feito o enquadramento à época em que as medidas foram tomadas.

  9. Se o problema da divida fossem os 500€ que um pequeno investidor decidiu rentabilizar, não tenha dúvidas que o problema já estaria resolvido e o pequeno investidor 500€ mais pobre.

    Lá vem o choradinho do pequeno investidor, que não tem nada a ver com nada. O pequeno investidor investe em fundos ou obrigações, por exemplo, que por sua vez investem em dívida pública. E umas vezes perdem, outras ganham, não há mal nenhum nisso - mas um fundo que perde dinheiro com dívida pública portuguesa não volta a comprá-la nos tempos mais próximos.
    Não é difícil de entender: se você compra fiado ao merceeiro da esquina e não lhe paga, convém não voltar a tentar comprar lá nos próximos tempos. E como o mercado é uma coisa dinâmica, quando for ao sapateiro na mesma rua ele pede-lhe o guito adiantado, ou cobra-lhe mais caro para compensar o risco de não receber. O simples pode-se queixar à vontade, refilar que não pode ir trabalhar com os sapatos rotos, mas para o sapateiro tanto se lhe dá como se lhe deu: não há crédito para quem não paga. Naturalmente, o simples acaba por sofrer um bocado durante uns tempos mas equilibra o orçamento à força, ou então encontra alguém que esteja disposto a arriscar dar-lhe crédito.
    Concordam com este comentário: two-rok
  10. O que são activos tóxicos

    Não terá sido a expressão mais exacta mas de uma coisa estou certo: o Luís sabe de que falo. Pode substituir por mercado de crédito imobiliário de alto risco, se preferir - ou outro produto da sua preferência.

    e quem os compra e vende?

    Toda a gente, claro. Estou mesmo desconfiado que até a Sra. Micas financiou as obras de renovação da retrosaria com os lucros da especulação no subprime. Acho que ela e Sr. António da barbearia são os principais responsáveis da crise do subprime.
    • AXN
    • 2 dezembro 2015

  11. De treinadores de segunda feira está o mundo a cheio!


    Acontece que há muita gente que desde sempre contesta tal tipo de medidas, e o keynesianismo que as enforma.
    https://en.wikipedia.org/wiki/Austrian_School



    Quando se analisa determinada questão convém que seja feito o enquadramento à época em que as medidas foram tomadas.


    Verdade. O enquadramento é o mesmo ainda hoje: "we're all keynesian, now". Era o fim do capitalismo e o primado da política sobre a economia, lembra-se?
    Concordam com este comentário: two-rok

  12. Não terá sido a expressão mais exacta mas de uma coisa estou certo: o Luís sabe de que falo. Pode substituir por mercado de crédito imobiliário de alto risco, se preferir - ou outro produto da sua preferência.


    E o que era o tal mercado de crédito imobiliário de alto risco senão uma forma de financiar crédito a pessoas que não teriam crédito de outra forma?
    Dito de outra forma, era o meio de passar para terceiros o risco inerente à concretização de nobres intenções ( a definição da missão da Fanny Mae era "aumentar a disponibilização de crédito acessível a americanos de baixo rendimento").





    Toda a gente, claro. Estou mesmo desconfiado que até a Sra. Micas financiou as obras de renovação da retrosaria com os lucros da especulação no subprime. Acho que ela e Sr. António da barbearia são os principais responsáveis da crise do subprime.


    O outro lado do subprime também conta: o Zé da Esquina e o Mário dos Anzóis tiveram crédito para compra de casa mesmo sem rendimentos que normalmente o justificassem.

    E sim, no fim do dia os mercados somos todos nós. E no que respeita aos mercados de que falava lá atrás (os que compram e vendem dívida pública), são necessariamente instituições que investem para gerar retorno e estão sujeitos a ganhos e perdas - que se reflectem nos seus beneficiários, que são pessoas como nós. Entre essas instituições malévolas, uma grande parte são fundos de pensões, públicos ou privados. E outra parte são fundos diversos, que geram lucros e/ou perdas aos seus clientes (eu, o j cardoso ou mesmo a D.Micas da retrosaria).
    Concordam com este comentário: two-rok
  13. E no que respeita aos mercados de que falava lá atrás (os que compram e vendem dívida pública), são necessariamente instituições que investem para gerar retorno e estão sujeitos a ganhos e perdas - que se reflectem nos seus beneficiários, que são pessoas como nós.

    São, claro. Comem, bebem e respiram como nós. Estou mesmo a imaginar o Luís a ler uma qualquer notícia com presumível impacto nos mercados e a 1ª coisa que faz é interrogar-se sobre as possíveis consequências para o mercado global da reacção da Sra. Micas. É isso que quer dizer, não é?
  14. Colocado por: j cardosoSão, claro. Comem, bebem e respiram como nós. Estou mesmo a imaginar o Luís a ler uma qualquer notícia com presumível impacto nos mercados e a 1ª coisa que faz é interrogar-se sobre as possíveis consequências para o mercado global da reacção da Sra. Micas. É isso que quer dizer, não é?

    Mas acha que a reacção das Srªs. Micas deste mundo, é insignificante?
  15. Não. Acho que todos nós somos mercado mas nem todos temos o mesmo poder de influência e alguns têm demasiada, a ponto de o distorcer em favor próprio.

  16. São, claro. Comem, bebem e respiram como nós.


    E partilham dos mesmos objectivos: obter um lucro num investimento.


    Estou mesmo a imaginar o Luís a ler uma qualquer notícia com presumível impacto nos mercados e a 1ª coisa que faz é interrogar-se sobre as possíveis consequências para o mercado global da reacção da Sra. Micas. É isso que quer dizer, não é?


    Para o caso, a reacção da D.Micas é importante, na medida em que a D.Micas compra produtos que investem em determinados activos financeiros. O gestor de um fundo que decide se compra ou não dívida pública tem que se preocupar com a opinião da D.Micas, sob pena de a D.Micas retirar o guito que lá colocou.
    Concordam com este comentário: two-rok
  17. Colocado por: luisvv

    Acontece que há muita gente que desde sempre contesta tal tipo de medidas, e o keynesianismo que as enforma.
    https://en.wikipedia.org/wiki/Austrian_School




    Verdade. O enquadramento é o mesmo ainda hoje: "we're all keynesian, now". Era o fim do capitalismo e o primado da política sobre a economia, lembra-se?


    Não, não é. O enquadramento à época foi: Os estados farão um esforço para dar um impulso à economia, mas, o que mais tarde se veio a confirmar foi que a dimensão da crise foi muito para além do esperado e atingiu muito mais do que apenas a Grécia.
  18. Isso é o mesmo que, quando lhe dizem que não foi boa ideia descer uma rampa de bicicleta sem travões, o Rui responder "é preciso analisar o enquadramento, na altura os meus amigos fizeram o mesmo, e só depois é que percebemos que não era grande ideia. No entanto, continuamos convencidos de que teria sido óptimo se não tivéssemos ido contra uma parede"

    Como a parede já lá estava e não era controlada pelo Rui, a análise é um bocado estranha..
    Concordam com este comentário: eu
 
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