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    • AXN
    • 8 abril 2016 editado

     # 361

    Colocado por: CMartinOlá AXN, Gostaria que me explicasse este seu comentário.



    Colocado por: CMartinÉ o modo como um só edifício unifamiliar pode destruir a personalidade de uma rua inteira. É um edifício demasiado egocêntrico


    Por vezes não será ao contrário?
  1.  # 362

    AXN,
    Trocou os nomes aqui - em cima citou-o correctamente-, não fui eu que o disse, olhe:
    Colocado por: monicaa
    o modo como um só edifício unifamiliar pode destruir a personalidade de uma rua inteira

    Mas como eu concordo com a monicaa nisto não é grave. Peço é que me desenvonlva a sua ideia, em que diz que
    Colocado por AXN: por vezes não será ao contrário?
    De que vezes, em que circunstâncias é que é o contrário?
    • AXN
    • 9 abril 2016

     # 363

    Vou-lhe dar o meu exemplo, na minha rua só existem casas com telhados, dos anos 60/70/80´s, algumas delas forradas com azulejos, todas com telhas vermelhas, quase metade delas sem jardim, só 4 (incluindo a minha) é que tem um 1º andar, e todas elas com a típica arquitectura do tempo em que forma construídas.
    A minha, com um bom jardim, casa tipo "caixote", com varandas suspensas, colunas tortas, parede revestidas com pedra, outras com mosaico com 3 mts de comprimento, quase preto, janelas amplas, ect, ect, ect.

    Eu sei que quem passar na minha rua e tiver um pouco de sensibilidade sobre esta questão irá reparar, na "historia" (não encontro outra definição) daquela rua desde a 1º casa que foi feita, até a minha, e eu gosto de ver que a minha casa "destoa" por completo naquele aglomerado de casa, quase como um ovelha negra num rebanho. E eu quis tanto que destoa-se que contratei um gabinete de muito longe para me fazer o projecto, de maneira a que o estilo da minha casa fosse muito difícil de reproduzir.

    E mais importante que isto tudo, eu adoro a minha casa, se os outros não gostam, azar o deles. E assim como eu não me importo com a arqitectura e gostos dos outros, não gosto que imponham os gostos dos outros em mim.

    E como o meu exemplo, existem n de exemplos em que uma casa que se situa fora do contexto arquitectónico predominante de uma rua, sobressai e fica bem. Mas também concordo que em determinadas ruas ou centros históricos, tem que existir uma harmonia nos desenhos das casas.
    • PandR
    • 9 abril 2016 editado

     # 364

  2.  # 365

    Colocado por AXN: como o meu exemplo, existem n de exemplos em que uma casa que se situa fora do contexto arquitectónico predominante de uma rua, sobressai e fica bem. Mas também concordo que em determinadas ruas ou centros históricos, tem que existir uma harmonia nos desenhos das casas.


    Acho que ninguém está contra uma arquitectura que destoe das restantes que se vê numa determinada rua, mas para que tenha essa ousadia, de destoar, tem que, a meu ver, e usando o termo da monicaa acima, ser "icónica" (banalizando um pouco o significado de "arquitectura icónica"), o que não quer dizer que não tenha harmonia arquitectónica na sua construção. Não significa ainda que essa arquitectura destoante và necessariamente estragar a paisagem, pode até enriquecê-la e tornà-la mais interessante, sim.
    Concordam com este comentário: monicaa
  3.  # 366

    Colocado por: PandRCMartin, já viu isto:
    https://www.homify.pt/livros_de_ideias/631925/projecte-a-sua-casa-como-le-corbusier-o-faria

    PandR, vi agora pela primeira vez por si.

    Em troca..
    Veja isto.
    https://youtu.be/nAfmba3hLPw

    (..Jà damos continuidade...)
  4.  # 367

    ARQUITETURA MODERNA

    A Carta de Atenas é o manifesto urbanístico resultante do IV Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM), realizado em Atenas em 1933.
    O evento, que teve como tema a "cidade funcional", discutiu aspectos da arquitetura contemporânea. Foi dominado pela visão dos franceses e de Le Corbusier em particular, onde, o tópico sobre património histórico foi introduzido por solicitações dos delegados italianos..

    O documento final, redigido por Le Corbusier, fruto dessas discussões, define praticamente o conceito de urbanismo moderno, traçando diretrizes e fórmulas que, segundo os seus autores, seriam aplicáveis internacionalmente. A Carta considerava a cidade como um organismo a ser concebido de modo funcional, na qual as necessidades do homem devem estar claramente colocadas e resolvidas. Desse modo, preconiza a separação das áreas residenciais, de lazer e de trabalho, propondo, em lugar do caráter e da densidade das cidades tradicionais, uma cidade, na qual os edifícios se desenvolvem em altura e inscrevem em áreas verdes, por esse motivo, pouco densas. Tais preceitos influenciaram o desenvolvimento das cidades européias após a Segunda Guerra Mundial e, no Brasil, a criação do Plano Piloto de Brasília por Lúcio Costa. Este é considerado como o mais avançado experimento urbano no mundo que tenha aplicado integralmente todos os princípios da Carta.

    Entre outras propostas revolucionárias da Carta está o de que toda a propriedade de todo o solo urbano da cidade pertence à municipalidade, sendo, portanto público.

    Define ainda o património como um testemunho do passado, devendo ser respeitado por seu valor histórico ou sentimental e por sua virtude plástica. Nesse sentido, condena o emprego de estilos do passado, sob pretexto estético, em construções novas erguidas em zonas históricas, as quais se tornariam falsificadas, ocasionando descrédito aos testemunhos autênticos.


    ↑ O sistema mostra alguns problemas por causar dependência de veículos, pouca caminhalidade e maior expansão urbana. Hoje em dia o urbanismo mais em voga é o chamado "Novo Urbanismo", que propõe maior densidade urbana e caminhalidade.

    Fonte : wikipedia
  5.  # 368

    Colocado por: CMartinARQUITETURA MODERNA

    A Carta de Atenasé o manifesto urbanístico resultante do IV Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM), realizado em Atenas em 1933.
    O evento, que teve como tema a "cidade funcional", discutiu aspectos da arquitetura contemporânea. Foi dominado pela visão dos franceses e de Le Corbusier em particular, onde, o tópico sobre património histórico foi introduzido por solicitações dos delegados italianos..

    O documento final, redigido por Le Corbusier, fruto dessas discussões, define praticamente o conceito de urbanismo moderno, traçando diretrizes e fórmulas que, segundo os seus autores, seriam aplicáveis internacionalmente.A Carta considerava a cidade como um organismo a ser concebido de modo funcional, na qual as necessidades do homem devem estar claramente colocadas e resolvidas. Desse modo, preconiza a separação das áreas residenciais, de lazer e de trabalho, propondo, em lugar do caráter e da densidade das cidades tradicionais, uma cidade, na qual os edifícios se desenvolvem em altura e inscrevem em áreas verdes, por esse motivo, pouco densas. Tais preceitos influenciaram o desenvolvimento das cidades européias após a Segunda Guerra Mundiale, no Brasil, a criação do Plano Piloto de Brasília por Lúcio Costa. Este é considerado como o mais avançado experimento urbano no mundo que tenha aplicado integralmente todos os princípios da Carta.

    Entre outras propostas revolucionárias da Carta está o de que toda a propriedade de todo o solo urbano da cidade pertence à municipalidade, sendo, portanto público.

    Define ainda o património como um testemunho do passado, devendo ser respeitado por seu valor histórico ou sentimental e por sua virtude plástica. Nesse sentido, condena o emprego de estilos do passado, sob pretexto estético, em construções novas erguidas em zonas históricas, as quais se tornariam falsificadas, ocasionando descrédito aos testemunhos autênticos.


    ↑ O sistema mostra alguns problemas por causar dependência de veículos, pouca caminhalidade e maior expansão urbana.Hoje em dia o urbanismo mais em voga é o chamado "Novo Urbanismo", que propõe maior densidade urbana e caminhalidade.

    Fonte : wikipedia


    Menina CMartin
    Vá a Olivais, pergunte a alguém lá conhecido, ao pé do q mora. ... Está a maturar Corbusier? faz mt bem.
    Cmps"
  6.  # 369

    O NOVO URBANISMO
    A Carta do Novo Urbanismo, de 1996, é o documento de referência do Congresso do Novo Urbanismo, formado por profissionais cujo objetivo foi o de formalizar um enfoque para o urbanismo explorando as possibilidades reais do desenvolvimento das cidades norte-americanas.
    A Carta estabelece princípios associados à formação do espaço regional, da cidade, e do bairro, com a intenção de: organizar sistemas regionais articulando áreas urbanizadas centrais com as cidades menores em setores bem delimitados do território, evitando a ocupação dispersa; valorizar a acessibilidade por transportes coletivos; favorecer a superposição de uso do solo como forma de reduzir percursos e criar comunidades compactas; estimular o processo de participação comunitária, e retomar os tipos do urbanismo tradicional relativos ao arranjo das quadras e da arquitetura. Com atenção para a articulação do sistema de transportes e para conceitos de compacidade do espaço urbano e do projeto da paisagem como um todo, o novo urbanismo, depende de um bom planejamento urbano e regional, da qualidade dos projetos locais e do envolvimento das comunidades.

    Fonte : http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.082/262
  7.  # 370

    O NOVO URBANISMO ii


    A leitura dos vinte e sete princípios da Carta do Novo Urbanismo permite a compreensão da maneira holística de ver a realidade segundo seus signatários. Os princípios são claros e alto explicativos, assim os transcrevemos de maneira completa. Os princípios de 01 a 09, contemplam a região: metrópole, a cidade grande e média (city), e a pequena (town); de 10 a 17, se referem ao bairro (neighborhood), ao setor (district, setor caracterizado por uma centralidade, por exemplo, área histórica, portuária, cidade universitária, etc.) e, e ao corredor (corridor); os princípios de 18 a 27, são relativos às quadras, ruas e edifícios.

    Princípio 01

    A região metropolitana é uma unidade econômica fundamental no mundo contemporâneo. Cooperação do governo, política pública, planejamento físico, e estratégias econômicas devem refletir esta nova realidade.

    Princípio 02

    Regiões metropolitanas são lugares finitos, limitados por divisas geográficas derivadas da topografia, nascentes (watersheds), faixas costeiras, fazendas, parques regionais, e bacias de rios. A metrópole é feita de múltiplos centros que são as cidades grandes, pequenas e vilas, com seu centro bem identificado e seus limites.

    Princípio 03

    A metrópole tem uma necessária e frágil relação com a área rural e a paisagem natural. A relação é ambiental, econômica, e cultural. As terras agrícolas e a natureza estão para a metrópole assim como o jardim esta para a casa.

    Princípio 04

    Os padrões (patterns) de desenvolvimento não devem tornar imprecisos os limites da região metropolitana. O desenvolvimento localizado dentro de áreas existentes conserva os recursos ambientais, investimentos econômicos e a trama social, na medida em que façam uso de áreas marginais ou abandonadas. As regiões metropolitanas poderão estabelecer estratégias para encorajar este tipo de desenvolvimento nas expansões periféricas.

    Princípio 05

    Quando apropriado, a ocupação nova contígua aos limites urbanos, poderá ser organizada como vizinhanças e distritos (bairros), e ficar integrada com o tecido urbano existente. O crescimento não contíguo poderá ser organizado através de pequenas cidades (towns) e vilas com seu próprio perímetro urbano, e e planejado para ter um equilíbrio entre residências e empregos e não ser apenas um subúrbio de dormir.

    Princípio 06

    O desenvolvimento e re-desenvolvimento das pequenas e grandes cidades deve respeitar o legado histórico (padrões históricos), precedentes e limites (da urbanização).

    Princípio 07

    As cidades (cities) grandes e as médias (towns) devem oferecer um uma larga oferta de serviços públicos e privados como apoio a economia regional, que beneficie pessoas de todas as faixas de renda. Habitação de interesse social deve ser distribuída na região para se mesclar com as oportunidades de emprego e e evitar a concentração da pobreza.

    Princípio 08

    A organização física da região deve se basear na infra-estrutura de alternativas para o sistema de transportes. Transportes coletivos, pedestres e bicicletas poderiam melhorar o acesso e a mobilidade na região com a redução da dependência do automóvel.

    Princípio 09

    Impostos e demais recursos podem ser divididos mais equitativamente entre os governos locais para evitar uma competição negativa no lançamento de impostos e promover a coordenação racional do sistema de transportes, recreação, serviços públicos, habitação, e instituições comunitárias.

    Bairro, setor, e corredor

    Princípio 10

    O bairro, o setor urbano (1) e o corredor são os elementos essenciais para o desenvolvimento ou o re-desenvolvimento da metrópole. Eles formam áreas identificadas que encorajam as pessoas a ter responsabilidade sobre sua manutenção e sua transformação.

    Princípio 11

    Os bairros devem ser compactos, acolhedores para estar ou caminhar das pessoas, e ter uso do solo do tipo misto. Os setores em geral dão ênfase a um tipo de uso principal, mas devem seguir os princípios de projeto dos bairros sempre que possível. Os corredores são os conectores regionais dos bairros e dos setores; eles variam desde as vias do tipo “boulevard” e linhas férreas, até os cursos de água e estradas-parque.

    Princípio 12

    Muitas atividades do cotidiano podem acontecer a uma distancia possível de se percorrer à pé, possibilitando independência àqueles que não dirigem veículos, especialmente o idoso e o jovem. Uma rede interligada de vias pode ser projetada para encorajar o caminhar, reduzir o número e a distancia das viagens de automóvel, e conservar energia.

    Princípio 13

    Nos bairros, uma grande variedade de tipos de moradia e preços, pode facilitar a interação no dia a dia de pessoas de diversas idades, raças, e níveis de renda, reforçando os vínculos pessoais e cívicos, essenciais para o crescimento de uma autêntica comunidade.

    Princípio 14

    Corredores de transito quando bem planejados e coordenados, ajudam a organizar a estrutura metropolitana e revitalizam os centros urbanos. Por sua vez, os corredores das vias expressas não devem desalojar os investimentos dos centros existentes.

    Princípio 15

    Densidades adequadas de edificações e do uso do solo podem estar a uma distancia possível de ser percorrida a pé desde os pontos de parada do sistema de transportes, permitindo que o transporte público seja uma alternativa para o uso do automóvel

    Princípio 16

    A concentração de atividades de interesse público, institucionais, e comerciais, devem ocorrer nos bairros e nos distritos, e não em um conjunto específico isolado e mono-funcional. As escolas devem ser dimensionadas e implantadas de modo que as crianças possam chegar a elas a pé ou de bicicleta.

    Princípio 17

    A vitalidade econômica e a evolução harmoniosa de um bairro, distrito ou corredor pode ser melhorado através de esquemas gráficos de desenho urbano que definam diretrizes para as transformações.

    Princípio 18

    Uma diversidade de parques, desde as áreas para crianças e os pequenos espaços verdes das vilas residenciais até os campos de jogos e os jardins comunitários, podem ser distribuídos nos bairros. Áreas de preservação e áreas abertas podem ser usadas para definir e conectar diferentes bairros e distritos.

    Quadra, rua e edifício

    Princípio 19

    A primeira tarefa de toda a arquitetura urbana e do paisagismo é a definição física das ruas e dos espaços públicos como lugares de uso comum.

    Princípio 20

    Projetos de edificações isoladas podem ser perfeitamente ligados a seus vizinhos. Esta questão transcende as razões de estilo.

    Princípio 21

    A revitalização de espaços urbanos depende de segurança (safety) e de proteção (security).

    O desenho das ruas e dos edifícios pode reforçar lugares seguros, mas não em prejuízo da acessibilidade e sentido de abertura.

    Princípio 22

    Na metrópole contemporânea o desenvolvimento deve acomodar os automóveis de forma adequada. Isto deve ser feito de modo a respeitar os pedestres e a forma do espaço público.

    Princípio 23

    Ruas e praças podem ser seguras, confortáveis, e interessantes para o pedestre. Bem configuradas elas encorajam o passeio, permitem os moradores se conhecerem e com isto protegerem sua comunidade.

    Princípio 24

    O projeto de arquitetura e paisagismo deve desenvolver-se considerando o clima, a topografia, a história e a prática de construir.

    Princípio 25

    Edifícios institucionais e lugares públicos de reunião requerem sítios significativos para reforçar sua identidade e a cultura da democracia. Eles merecem formas distintas, porque seu papel é diferente dos outros edifícios e lugares que constituem o tecido urbano da cidade.

    Princípio 26

    Todos os edifícios devem proporcionar a seu ocupante um claro senso de localização, clima, e tempo. Processos naturais de calefação e ventilação podem ser mais eficientes como economia de recursos que os sistemas mecânicos.

    Princípio 27

    A preservação e renovação de edifícios históricos, áreas urbanas significativas (distritos), e de espaços verdes (landscapes) garantem a continuidade e evolução da sociedade urbana.

    Fonte : http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.082/262
  8.  # 371

    URBANISMO EM PORTUGAL i
    Breve resumo do urbanismo em Portugal.

    As primeiras “cidades” na Península Ibérica remontam à Idade do Ferro. Denominam-se castros ou citânias quando possuem maior dimensão, importância e são ocupados de forma permanente. São povoados amuralhados, com casas de planta circular, em pedra, que ocupam o topo dos montes para melhor defesa.

    Principalmente no norte do país existem diversos vestígios deste tipo de organização espacial. A fotografia de capa do artigo foi captada na Citânia de Briteiros, em Guimarães, uma das primeiras formas de cidade na Península Ibérica.

    A partir do séc. II a.C. com a ocupação romana e a movimentação das populações para o litoral estes povoados entram em declínio.

    Durante a romanização a Península Ibérica foi dividida em três províncias: a Lusitania, que integrava o território português a sul do Douro, a Tarraconensis, a norte e poente da península e a Baetica a sul, na atual Andaluzia, província espanhola.

    De entre as cidade romanas portuguesas destaca-se: Chaves (Aquae Flaviae), Braga (Bracara Augusta), Coimbra (Aeminium), Condeixa-a-Velha (Conímbriga), Santarém (Scalabis), Lisboa (Olissipo), Santiago do Cacém (Mirobriga), Évora (Ebora), Beja (Pax Julia) e Faro (Ossonoba).

    A organização das cidades romanas seguem um traçado comum. São definidos dois eixos, que correspondem às duas principais vias, um norte-sul, o cardo, e outro este-oeste, o decumanus. Em posição de destaque, normalmente central, localiza-se o fórum, centro administrativo e religioso da cidade, a partir do qual a cidade se desenvolve. São projetados edifícios de lazer, termas e anfiteatros, e edifícios de serviços, tais como mercados e bibliotecas. São ainda concebidas infraestruturas de abastecimento de água, construídas pontes e traçadas vias de comunicação por todo o território nacional.

    Fonte :
    http://www.arquiteturaportuguesa.pt/urbanismo-em-portugal/
  9.  # 372

    URBANISMO EM PORTUGAL ii

    (..continuação)
    Apesar da existência de cidades antes da formação da nacionalidade, é na Idade Média que as cidades portuguesas são fundadas. Correspondem às sedes de Diocese, sendo estas de norte para sul: Braga, Porto, Coimbra, Viseu, Guarda, Lamego, Lisboa, Évora e Silves.

    A cidade medieval, cujo perímetro é definido pela muralha, está geralmente associada a um castelo ou mosteiro. O seu crescimento é feito de forma orgânica e sem planeamento. A partir do séc XII a população urbana cresce e surgem novas zonas de povoamento fora do recinto muralhado. O elemento morfológico mais importante é a rua, uma vez que as pessoas passavam muito tempo fora de casa. Os edifícios importantes, como as igrejas, funcionam como polos dinamizadores, sendo as festas religiosas um grande acontecimento social.

    Durante o renascimento, em Itália são apresentados modelos teóricos de espaços urbanos ideais. O tratado de Vitruvio é relançado e onde se descreve uma cidade ideal de forma pentagonal e muralhada. Alberti, outro arquiteto italiano, apresenta um manuscrito com uma série de regras a aplicar na construção do espaço urbano.

    Em Portugal, Francisco de Holanda e António Rodrigues, influenciados pelos ideias renascentistas que conheceram através de viagem a itália, escrevem sobre arquitetura e urbanismo, no entanto os seus livros só seriam publicados séculos mais tarde.

    Pode denotar-se, então, uma influência italiana no urbanismo. Contudo, em Portugal, como a maioria das cidades se encontrava consolidada era impossível reconstrui-las de acordo com os novos princípios. Assim, as intervenções limitam-se a áreas restritas ou sistemas defensivos. São abertas novas ruas em Lisboa e Porto e empreendidas reformas urbanísticas em Braga.

    Ainda baseado nos princípios renascentistas, Luís Pimentel Serrão publica, em 1680, um tratado intitulado Méthodo Lusitanico de Desenhar as Fortifficaçoens das Praças Regulares e Irregulares.

    No séc. XVII, são criadas cidades junto à fronteira, com um desenho mais regular e planificado e em que é visível a preocupação defensiva. É o caso de Almeida, Estremoz e Elvas.

    Nas cidades existentes salienta-se a ação dos Jesuítas como promotores de ensino e de atividades culturais.

    Fonte : mesma
  10.  # 373

    URBANISMO EM PORTUGAL iii

    (continuação...)
    O séc. XVIII caracteriza-se por um grande poderio económico de Portugal, devido ao ouro e pedras preciosas provenientes do Brasil. Promove-se a construção de edifícios e obras emblemáticas.

    A nível urbanístico, nas cidades existentes são rasgadas novas ruas e praças sendo estas palco de procissões, espetáculos e outros acontecimentos mais populares.

    A segunda metade do séc. XVIII é marcada pela reconstrução de Lisboa, após o terramoto de 1755. O terramoto, seguido de maremoto e de um violento incêndio que deflagrou por toda a cidade ocasionou mais de 10 mil vítimas e a devastação do património edificado. A área mais afetada foi a área da Baixa.

    O Marquês de Pombal encarrega Manuel da Maia, engenheiro mor do reino, de elaborar um plano de reconstrução da cidade. São apresentadas cinco propostas, sendo a escolhida da autoria de Eugénio dos Santos e continuada por Carlos Mardel. Este projeto seguia as diretizes de Manuel da Maia.

    Trata-se de um projeto com traçado regular onde existe uma hierarquia de vias, sendo definidas três ruas principais que articulam duas praças, Terreiro do Paço e Rossio. As edificações obedecem a um desenho tipo de fachada adaptado à rua onde se localizam.

    O séc. XIX é marcado pela Revolução Industrial que produz modificações profundas na fisionomia das cidades. O número de centros urbanos multiplica e nas cidades preexistentes dá-se um aumento da sua área edificada a um ritmo acelerado. Contudo, a instalação de fábricas altamente poluidoras em locais privilegiados, a explosão demográfica, as más condições habitacionais, a inexistência de infraestruturas, como redes de esgotos, levam a uma degradação da qualidade de vida com a proliferação de doenças.

    Em Portugal, durante a 1ª metade do séc. XIX, as invasões francesas e a revolução liberal contribuem para um atraso no processo de industrialização e afetam a produção arquitetónica e o desenvolvimento urbano.

    Apesar do processo de industrialização ser lento, as principais cidades portuguesas sofrem algumas alterações, consolidando-se dois grandes centros urbanos, Lisboa e Porto. O crescimento de Lisboa está associado a ser a capital do reino e à importância do seu porto marítimo. O desenvolvimento do Porto está ligado à produção de vinho do Porto que traz um grande crescimento económico aplicado na construção urbana. Os Almadas realizam uma operação urbanística que transforma o Porto numa cidade moderna.

    Na 2ª metade do séc. XIX, a atividade urbanística intensifica-se, procurando-se resolver os problemas das cidades. A cidade portuguesa oitocentista apresenta os mesmos problemas das cidades europeias, embora a uma escala menor devido á emigração para as Américas. A população concentra-se numa faixa litoral principalmente junto dos dois grandes centros Lisboa e Porto.

    A introdução de transportes coletivos permite deslocações maiores, que até aí eram feitas a pé, o que se traduz num crescimento das periferias.

    Nos finais do séc. XIX, o florescimento da burguesia ligada a atividades comerciais com as colónias africanas, a atividades bancárias e ao progresso da indústria, permite o investimento privado no setor imobiliário. A sociedade começa a exercer uma pressão sobre o Governo para que este promova a renovação urbana, modernizando a imagem das cidades.

    Em 1865, o Ministério das Obras Públicas lança a figura dos “Planos Gerais de Melhoramentos”, a serem obrigatoriamente elaborados para as principais cidades do país. Este diploma regulamenta questões ligadas à higiene, à circulação, à salubridade das edificações e ao arranjo do espaço público.

    A nível de desenho urbano denota-se uma influência do urbanismo francês, em particular na criação de avenidas estruturantes nas principais cidades. São exemplos em Lisboa a Av. da Liberdade e no Porto a Av. dos Aliados. Em cidades de menores dimensões são traçadas as “Avenidas da Estação” quando estas têm estações de caminho de ferro afastadas do centro, por forma a interligar os dois pontos e a fomentar o crescimento urbano. Nestas avenidas, para além da função residencial, privilegia-se a criação de espaço público com passeios mais largos e arborização.

    Fonte : mesma
  11.  # 374

    URBANISMO iv
    (continuação...)
    O início do séc. XX marca a consolidação do urbanismo como disciplina autónoma. A prática urbanística desta altura designa-se urbanística formal.

    Em Portugal o Ministro das Obras Públicas Duarte Pacheco cria, em 1934, os “Planos Gerais de Urbanização” a serem aplicados a cidades com mais de 2500 habitantes. Pretende-se instalar infraestruturas, construir equipamentos e simultaneamente transformar cidades de crescimento orgânico em urbes com uma imagem representativa da ideologia do Estado Novo.

    As intervenções efetuadas pelo Estado Novo implicam expropriações de vastas áreas, transformando solo privado em propriedade pública, sendo uma intervenção de grande escala e de carácter unitário. A destruição de parte da Alta de Coimbra, o seu centro histórico, para a instalação do campus universitário é um exemplo paradigmático deste tipo de operação urbanística.

    Nos anos 50, em Portugal, a urbanística formal é abandonada com a adesão ao movimento moderno. O desenho urbano denota preocupações funcionalistas, com a hierarquização de vias e a criação de quarteirões formados por blocos paralelos, ou torres, baseados na Carta de Atenas.

    A partir das décadas de 60/70 começam a surgir críticas à cidade moderna, em particular quando este modelo é aplicado em larga escala, o que faz com que o conjunto se torne monótono. Outra crítica apontada é de que a construção em altura prejudica a relação do Homem com o meio envolvente.

    Verifica-se então uma redescoberta da cidade histórica e das formas urbanas tradicionais. Os autores pós modernistas privilegiam o desenho de pormenor e a pequena escala para conseguir ambientes qualificados e atraentes.

    Nas intervenções são preservados os edifícios de maior valor arquitetónico e procura-se respeitar a morfologia e cérceas tradicionais.

    A partir da década de 80 enceta-se uma nova etapa na forma de desenhar a cidade a que Garcia Lamas, autor do livro “Morfologia urbana e desenho da cidade”, chama novo urbanismo.

    Verifica-se uma conciliação do Homem com a natureza e uma relação harmoniosa com o espaço construído. Em termos morfológicos são aplicados elementos da cidade tradicional tanto na reabilitação dos centros históricos como em novas realizações.

    Com algum distanciamento temporal e crítico consegue-se avaliar os contributos dos vários estratos históricos e retirar lições a aplicar ao projeto da cidade atual.

    Contudo, a cidade atual integra uma nova dimensão, a ecologia urbana. São valorizadas questões ambientais, com o aproveitamento de recursos naturais e a construção de edifícios inteligentes. Procura-se encontrar um equilíbrio entre o Homem e o Meio, entre o natural e o artificial.

    Surge o conceito de ecourbanismo, o desenvolvimento de comunidades sustentáveis em ambientes edificados harmónicos e equilibrados.

    A cidade atual apresenta problemas relacionados com a sua grande extensão e o uso massivo do automóvel. Há um conflito entre peões e veículos. As vias rápidas, circulares externas e internas e IP’s são verdadeiros cortes na paisagem, constituindo-se limites e obstáculos da cidade.

    Outro problema enfrentado pelas cidades é a especulação imobiliária que leva a que as zonas centrais detenham um elevado valor de preço de solo e de construção por m2, que empurra as populações para a periferia. Estas crescem em mancha de óleo, muitas vezes desordenadas, desqualificadas e com confronto de tipologias e escalas.

    Por outro lado, a desertificação dos centros históricos, com reduzida função residencial, introduz problemas de segurança pela propagação de atividades marginais.

    Face a estes problemas têm surgido planos de intervenção na cidade existente, reabilitando as zonas centrais e na medida do possível promovendo uma distribuição equilibrada de habitação, comércio e serviços na malha urbana.

    Para além da recuperação de monumentos são criados programas de incentivo à reabilitação dos edifícios particulares.

    A Expo 98 foi um marco importante na renovação urbana de grande escala promovida pelo Estado. Este programa no Parque das Nações permitiu a conversão de uma zona industrial desativada, junto ao Tejo, primeiro num parque de exposições e depois numa qualificada área residencial, de equipamentos comerciais, culturais e amplas áreas de lazer.

    Em 2000 foi lançado o programa Polis que permite a reabilitação urbana em muitas cidades portuguesas e contribui para criação de espaço público, que melhora significativamente a imagem e qualidade de vida.

    Também a candidatura a Capital da Cultura de algumas cidades, como o Porto em 2001 e Guimarães em 2012, é uma forma de promover uma reabilitação urbana em larga escala.

    Em 2008 o polis litoral é um programa lançado com o objetivo de requalificar e valorizar a orla costeira. São recuperadas zonas de risco e áreas degradadas na faixa costeira, em particular no litoral norte.

    Todos estes programas são financiados pela administração central e pelas autarquias.

    Dado que a população portuguesa é predominantemente urbana, intervir na cidade é melhorar a qualidade de vida de todos nós.

    Fim.

    Fonte : mesma.
  12.  # 375

    Modernismo.
      20th-century-architecture-36-638.jpg
  13.  # 376

    Colocado por: CMartino belo é essencialmente o bom. O que nos faz sentir de bom.
    O respeito é bom. Faz-nos sentir bem.

    O que nos faz sentir mal, é feio.
    (sensação).


    O paralelismo belo-bom, feio-mau é um erro, um preconceito.
    O bom não é uma qualidade do belo, as belezas estéreis de significado são exemplo disso.
    Por outro lado pode eventualmente o belo ser uma qualidade do bom, mas isso implica que o belo não seja nem a perfeição nem a harmonia, um exemplo disso são trabalhos fotográficos que captam solidão, destroços, ruínas, miséria, que não sendo realidades que nos façam sentir bem nos levam a pensar o bem, por exemplo a compaixão.
    As mãos gretadas pelo trabalho, os sulcos de um rosto gasto e cansado... é bonito?

    E a imagem publicada pelo zedasilva? ... não será precisamente na assimetria e no que na imagem não é dito que ela adquire a sua beleza?!
    Nesta imagem do zedasilva a CMartin olhou só para as partes. Na imagem que publicou (#376) olhou para o todo. A CMartin experimentou sentar-se naquele sofá a ler um livro tendo as carcaças como companhia? O que sentiu? Beleza?
  14.  # 377

    Colocado por: CMartinOu serà antes : não há arquitectura bela ou feia, mas antes arquitectura boa ou mà ?

    De qualquer forma, concordo consigo, e eu ainda não vi uma arquitectura neste fórum, apenas construção. Preocupante no sentido em que, o que significa isto ( para a nossa geração e o que diz de nós ) ?


    Se considerarmos a arquitetura como uma arte então teremos de encontrar um outro termo para aquilo que escapa ao conceito.
    O conceito arte surge na sua origem aplicado ao saber fazer, ao artesão que dominava a técnica, daí que ainda hoje muitas das ocupações são consideradas uma arte, veja que o trolha pode ser um artista pelo dominio da sua arte, ou seja pelo saber fazer, trata-se portanto de um conceito estreitamente ligado à técnica. O mesmo se passava na pintura e nas outras artes, que mais não eram que o domínio da técnica, a arte era vista e estava sob o escrutínio da critica tecnicista. Só no inicio do séc.XX a arte se liberta da norma técnica e tende a objetivar-se como sensação sinestésica, evocando o que está para lá do visto.
    Por isso é que hoje não consideramos qualquer tela pintada uma obra de arte, nem tão pouco o fazemos quando nos deparamos com um réplica perfeita, não obstante concordarmos que tenha sido feita com arte, o tal saber fazer.

    Para que possamos chegar a algum lado na sua reflexão é necessário começar por estabelecer as devidas distinções aos conceitos utilizados.

    Disse eu: "Podia ter sido feita com arte? Podia, mas não foi."
    Pergunto agora: É uma obra de arte? Está feita com arte?
  15.  # 378

    Colocado por: CMartinDe qualquer forma, concordo consigo, e eu ainda não vi uma arquitectura neste fórum, apenas construção. Preocupante no sentido em que, o que significa isto ( para a nossa geração e o que diz de nós ) ?


    Diz o que nós sabemos. Fala de uma geração que se esforça por negar a passagem do tempo, somos adeptos do "clean" e dos anti-rugas, e a nossas construções hão-de morrer parecendo nunca ter vivido.
    Concordam com este comentário: CMartin
  16.  # 379

    Colocado por: AXNE mais importante que isto tudo, eu adoro a minha casa, se os outros não gostam, azar o deles. E assim como eu não me importo com a arqitectura e gostos dos outros, não gosto que imponham os gostos dos outros em mim.

    E como o meu exemplo, existem n de exemplos em que uma casa que se situa fora do contexto arquitectónico predominante de uma rua, sobressai e fica bem.


    AXN não se trata de gostar ou não gostar, que não tem aqui relevância nenhuma, trata-se de conseguir criar simbioses sem perder a sua própria personalidade. Falou que os vizinhos têm azulejos, o AXN tem mosaico, até podia ter usado o mesmo padrão dos vizinhos a preto e branco em pintura mural, ou usar o mesmo material com uma cor ousada, comunicando diretamente com eles dizendo "- Eu reformulo a beleza.", preferiu dizer uma mentira "-Eu nasci do nada, de vós não tenho tradição nem herança."

    E eu vou aproveitar uma imagem publicada pelo dutilleul no tópico "arquitetura portuguesa" e dar-lhe um exemplo do que falo, porque não sou nada avessa à mudança, e acho que nos devemos impor, sabendo fazê-lo.

    Concordam com este comentário: CMartin, tozepalma
  17.  # 380

    Pode ver todas as imagens em:
    https://forumdacasa.com/discussion/19634/13/arquitectura-portuguesa/
    Estas pessoas agradeceram este comentário: CMartin
 
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