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  1.  # 1

    Olá a todos,

    Sou novo neste espaço e na área da construção (trabalho na área da informática). Como ninguém nasce ensinado, registei-me para partilhar convosco esta nova aventura e evolução e se possível obter os vossos conselhos.

    Foi-nos doado um terreno e estamos a aguardar neste momento pelo levantamento topográfico. Já falámos com o arquitecto que nos pareceu bastante acessível, prático e com boas ideias.

    A nossa ideia seria uma construção térrea com 3 quartos, sala + sala de jantar (uma divisão ampla), cozinha, casa das máquina, escritório (a ponderar se fica integrado na sala ou se fazemos uma divisão só para ele) e alpendre para servir de "garagem", arquitectura com linhas direitas e jardim (se possível com piscina. Espaço não nos falta).

    Estimamos a utilização de 150/170m2 para a construção da casa (sem contar com o terreno).

    Dúvida 1: Serão os 170m2 suficientes?
    Dúvida 2: Quais são os erros mais comuns nesta fase? E o que podemos evitar?
    Dúvida 3: Ouvi falar de problemas de infiltrações em casas de piso térreo e sem telhado. Isto é derivado a falta de isolamento? Ou é tendência para este tipo de arquitectura?
    Dúvida 4: Já vi noutros tópicos que construção de piscinas ronda os 15k. Após alguma pesquisa, encontrei algumas piscinas que já vêm construídas e é só enterrar. Exemplo neste link. Alguém sabe ou têm experiência se estas piscinas valem o investimento? Ou é preferível gastar mais € e fazer uma de raiz?

    Obrigado desde já a quem possa contribuir com a sua ajuda.
  2.  # 2

    Colocado por: aggsr
    Dúvida 1: Serão os 170m2 suficientes?

    São.
    Colocado por: aggsrDúvida 2: Quais são os erros mais comuns nesta fase? E o que podemos evitar?

    Acreditar que existem galinhas gordas por pouco dinheiro.
    Colocado por: aggsrDúvida 3: Ouvi falar de problemas de infiltrações em casas de piso térreo e sem telhado. Isto é derivado a falta de isolamento? Ou é tendência para este tipo de arquitectura?

    Maus projetos, más execuções e más fiscalizações.
    Concordam com este comentário: nunogouveia
  3.  # 3

    Dúvida 1: costuma-se considerar 20% para as paredes, por isso terá cerca de 120m2 a 136m2. Para um T3+1(escritório) não é folgado se quiser áreas grandes, mas com tudo arrumadinho dá para fazer uma boa casa. Eu fazia o escritório junta da sala, mas num espaço á parte. Fecha a porta e fica com a sala arrumada. Se ficar num espaço na sala, a sala parece sempre desarrumada.

    Dúvida 2: os erros mais comums é não ser realista nas estimativas orçamentais e não ouvir os que já passaram por isso. Por muito que alguns digam que se constroi por 500€ o m2 é mais realista fazer as contas para os 750m2. é o fazer desenhos que limitam de certa forma a criatividade do arquitecto. mas certamente que existe mais...

    Dúvida 3: os problemas de infiltrações resulta basicamente que falta de conhecimento do construtor, e na ausência de um projecto de execução (os DO costuma ser forretas e não querem pagar) acabam por dar por construtores mais inexperientes que inventam.

    Dúvida 4: pessoalmente acho que as piscinas sao demasiados valorizadas numa casa. Mas pode ser por estar a 5m de carro das piscinas municipais.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: aggsr
  4.  # 4

    Colocado por: aggsrninguém nasce ensinado

    Se quiser aprender um pouco mais sobre este mundo, pode acompanhar aqui https://www.mhouse.pt/ o dia a dia de uma obra comum.
  5.  # 5

    Obrigado ao @zedasilva e ao @pauloagsantos pelas suas respostas.


    Maus projetos, más execuções e más fiscalizações.


    Ok. Então apenas isolamento é necessário para evitar infiltrações? Ou é necessário outro aspeto em conta?

    Colocado por: pauloagsantosDúvida 1: costuma-se considerar 20% para as paredes, por isso terá cerca de 120m2 a 136m2. Para um T3+1(escritório) não é folgado se quiser áreas grandes, mas com tudo arrumadinho dá para fazer uma boa casa. Eu fazia o escritório junta da sala, mas num espaço á parte. Fecha a porta e fica com a sala arrumada. Se ficar num espaço na sala, a sala parece sempre desarrumada.

    Dúvida 2: os erros mais comums é não ser realista nas estimativas orçamentais e não ouvir os que já passaram por isso. Por muito que alguns digam que se constroi por 500€ o m2 é mais realista fazer as contas para os 750m2. é o fazer desenhos que limitam de certa forma a criatividade do arquitecto. mas certamente que existe mais...

    Dúvida 3: os problemas de infiltrações resulta basicamente que falta de conhecimento do construtor, e na ausência de um projecto de execução (os DO costuma ser forretas e não querem pagar) acabam por dar por construtores mais inexperientes que inventam.

    Dúvida 4: pessoalmente acho que as piscinas sao demasiados valorizadas numa casa. Mas pode ser por estar a 5m de carro das piscinas municipais.
    Estas pessoas agradeceram este comentário:aggsr


    Obrigado pelas suas observações. Já vi a sigla DO em vários tópicos. DO = Diretor de obra certo? que neste caso serei eu?
  6.  # 6

    Colocado por: aggsrEntão apenas isolamento é necessário para evitar infiltrações?

    Não!
    Sem uma boa execução, pode lá pôr o isolamento que quiser que terá sempre problemas.

    DO - Dono de obra
    DF - Diretor de fiscalização (técnico contratado pelo DO)
    CS - Coordenador de segurança (técnico contratado pelo DO)
    DT - Diretor técnico (técnico contratado pelo empreiteiro)
    Estas pessoas agradeceram este comentário: aggsr
    •  
      mhpinto
    • 9 outubro 2017 editado

     # 7

    Colocado por: aggsrDúvida 1: Serão os 170m2 suficientes?

    Área útil ou bruta?

    Colocado por: aggsrQuais são os erros mais comuns nesta fase? E o que podemos evitar?

    Para mim o erro mais comum é o pessoal querer meter o Rossio na Rua da Betesga, leia-se fazer uma casa com tudo e mais alguma coisa (vidros e caixilharias de alta eficácia, decks, grandes áreas, sistemas de climatização e de águas quentes sanitárias (AQS) de última geração e supercológicos, domóticas, electrodomésticos de última geração e de design sofisticado, alarmes, recuperadores de dupla face, soalhos em madeira maciça, piscinas, etc, etc) num orçamento apertado. O problema é que me parece que muitas vezes os arquitetos parece que gostam de induzir os DO (Donos de Obra) em erro a este propósito.
    Faça o que fizer, jogue apenas com 80-90% do seu orçamento máximo. Faz de conta que o resto nem existe. Se a coisa correr mal como corre quase de certeza vai agradecer a almofada. Não se esqueça por exemplo que só em projetos e licenças são à vontade uns 10 mil euros. Muito cuidado também com o que vai precisar para os exteriores. Pode pensar que pode passar sem eles numa fase inicial, mas como têm de constar do projeto, só lhe passam licença para viver na casa se tiver tudo feito. E se estivermos a falar de muros de sustentação de terras a conta dispara.

    Colocado por: aggsrDúvida 3: Ouvi falar de problemas de infiltrações em casas de piso térreo e sem telhado. Isto é derivado a falta de isolamento? Ou é tendência para este tipo de arquitectura?

    Isso não é questão. Tal como uma cobertura tradicional (vulgo telhado), se for mal feito dá problemas, se for bem feito não dá.

    Colocado por: aggsrApós alguma pesquisa, encontrei algumas piscinas que já vêm construídas e é só enterrar. Exemplo nestelink. Alguém sabe ou têm experiência se estas piscinas valem o investimento? Ou é preferível gastar mais € e fazer uma de raiz?

    Quase sempre o que parece demasiado fácil e barato, quando visto ao pormenor afinal é mais complicado e mais caro. Por exemplo, nesse caso, já investigou sobre a forma como o terreno tem de estar preparado? Custa-me a crer que seja só abrir um buraco, o mais certo é ter de fazer uma estrutura, provavelmente em betão, onde depois encaixa isso. Se for assim, se calhar nem com o triplo do valor faz a brincadeira. Depois, qual a eficácia e durabilidade dessa bomba que vem com a piscina? Não será que ao fim de pouco anos tem de trocar, ou, pior, que a eficácia é tão baixa que vai logo querer um sistema melhor? Qual a durabilidade da piscina ?Será que tem de trocar a cada 5 anos?
    Isto soa a conversa de velho do Restelo, mas é o tipo de questões que é preciso ter sempre em mente quando se olha a propostas aparentemente muito aliciantes.
    Dito de outra forma, se isso fosse muito satisfatório tudo o que fosse empresa de construção de piscinas já andaria a abrir falência.
    Concordam com este comentário: Pedro Barradas
    Estas pessoas agradeceram este comentário: aggsr
  7.  # 8

    Acho na minha opinião que deve separar as sala e o escritório.. misturar o espaço de lazer com o de trabalho não é bom.

    na fase de projecto um dos maiores erros é nao participar nessa fase, o oposto tambem é mau onde o DO faz desenhos para o arquitecto e este é demasiado limitado no seu trabalho.. . deve existir um meio termo onde existe um bom diálogo entre um e outro. O DO com as suas orientações de vivência e o Arquitecto que pega nessas informação e usa a sua sabedoria e criatividade para elaborar uma casa par o DO que seja o mais adequado á suas necessidades e ás condicionantes existentes. Outro erro é não fazer perguntas.

    quanto a cobertura... tal como as paredes exteriores faz parte da pele do edifício, qualquer problema o deficiência na pele e ela vai ter problemas. seja ela a pele que for. seja na técnica que for. tem de ser em primeiro lugar bem pensado e em segundo lugar bem executado.
    Concordam com este comentário: Pedro Barradas
    Estas pessoas agradeceram este comentário: aggsr
  8.  # 9

    Já agora, ainda que sabendo que a questão é polémica, não posso deixar de dizer que, do que tenho visto, tende a ser um erro falar em fazer casa "para a vida".
    Tem a certeza de que se quer condicionar a si e aos seus a ficarem presos a determinado local "para a vida"? Como pode ter tanta certeza que não acontecerá nada no seu futuro mais ou menos próximo que o obrigue a mudar de casa?
    Quantas famílias conhece que se arrependeram de ter feito a casa que fizeram? Tem noção da percentagem de casas que estão à venda que foram feitas "para a vida"?

    Atenção que não é que eu ache que seja um erro crasso pensar em fazer algo que nos dê garantias de nos satisfazer para o resto da vida. O problema que eu vejo é que, quando é usada essa abordagem, se tende a fazer investimentos importantes que apenas têm lógica dentro dos nossos gostos e estilos de vida e que depois, caso seja necessário vender:
    - o mais normal será esses investimentos não serem valorizados pelos potenciais compradores e não se conseguir ter o retorno do investimento (visitei casas em que o preço pedido era excessivo mas que os donos não podiam baixar pois era o valor da hipoteca e para vender por menos só com autorização do banco),
    - ou, pior, ainda que mais raro, a casa está tão personalizada que se torna quase impossível arranjar comprador.

    A minha sugestão, mais uma vez sei que não é de consenso geral, é que procure o equilíbrio. Faça algo que vá ao encontro do seus gostos e necessidades mas tendo sempre em vista a eventual necessidade de vender.
    A menos que as suas finanças sejam muito folgadas, não se esqueça que provavelmente essa casa irá representar o grosso da sua "riqueza" pessoal, pelo que convirá que numa situação de aperto se consiga ver livre dela com a maior facilidade possível.
    Concordam com este comentário: aggsr
  9.  # 10

    Mais uma sugestão:

    Nunca se esqueça que cada m2 de casa vai-lhe sair bem caro.
    Tendo isso em mente, a minha "doutrina", quando concebi aquilo que queria para a minha casa, foi a de garantir que todos os m2 iriam ser utilizados com frequência. Ou seja, que o dinheiro que ia investir ia de facto representar mais-valia para o meu bem-estar na casa e que não haveria áreas para usar "uma vez por festa".
    Assim sendo, apostei na multifuncionalidade dos espaços e na eliminação de redundâncias:
    - Em vez dos muito normais 3 WC, terei apenas 2, sendo que ambos têm mais que uma função. Ou seja, não há WC só para a suite, ou só "de serviço". O da suite está de tal forma que poderá tanto servir só a suite, como servir os restantes quartos, ou até servir de WC de serviço, sem que isso nunca signifique que me vão devassar o quarto.
    - Existirá apenas uma zona de refeições no interior da casa, para todas as refeições. Nenhuma visita é para mim mais importante ou nobre que a minha família, que mereça uma zona de refeições "especial". Não vejo também vantagem prática absolutamente nenhuma em ter uma zona de refeições para refeições "rápidas". Tanto trabalho me dá pôr a mesa e limpá-la no fim se for numa ilha ou bancada como se for numa mesa normal ali a 2 metros.
    - Não existirá quarto de visitas. Não existirá um "escritório". Também não existirá um quarto de estudo ou um quarto de brincar ou um quarto para os computadores dos meus filhos. Existirá sim uma divisão que terá todas essas funções. Poderão vir a existir raras ocasiões em que venha a ser necessária mais que uma dessas valências em simultâneo, e por causa disso, tenhamos de fazer ajustes mais ou menos práticos. Mas se a casa tem mais 3 quartos não há de ser tão incómodo assim. Para mim faz muito mais sentido isso que pagar 10 mil euros para construir uma divisão para ser usada só de vez em quando.

    Obviamente que não quero com isto dizer que descobri o "santo graal" da construção das casas. É um mero exemplo de como, se mantiver um espírito prático, poderá poupar muito dinheiro logo na fase da conceção, que, e nisso creio haver consenso, é o momento mais importante para conseguir manter-se dentro do orçamento inicial.
    Concordam com este comentário: lmatos, zeuza, Jota5, aggsr, nunogouveia
    Estas pessoas agradeceram este comentário: aggsr
  10.  # 11

    Colocado por: mhpinto
    Área útil ou bruta?

    Neste caso seria área bruta (sem terreno envolvente).


    Faça o que fizer, jogue apenas com 80-90% do seu orçamento máximo. Faz de conta que o resto nem existe. Se a coisa correr mal como corre quase de certeza vai agradecer a almofada. Não se esqueça por exemplo que só em projetos e licenças são à vontade uns 10 mil euros. Muito cuidado também com o que vai precisar para os exteriores. Pode pensar que pode passar sem eles numa fase inicial, mas como têm de constar do projeto, só lhe passam licença para viver na casa se tiver tudo feito. E se estivermos a falar de muros de sustentação de terras a conta dispara.

    Boa dica. Obrigado. Iremos ter isso em conta.
  11.  # 12

    Colocado por: antonylemosAcho na minha opinião que deve separar as sala e o escritório.. misturar o espaço de lazer com o de trabalho não é bom.

    Obrigado Antony. O objetivo de juntar o escritório com a sala num espaço amplo, seria a redução de m2 e consequentemente o custo. Pelo contrário, o escritório vai acrescentar valor final à casa. É uma hipotese que ainda estamos a equacionar.
  12.  # 13

    Colocado por: mhpintoMais uma sugestão:
    - Em vez dos muito normais 3 WC, terei apenas 2, sendo que ambos têm mais que uma função. Ou seja, não há WC só para a suite, ou só "de serviço". O da suite está de tal forma que poderá tanto servir só a suite, como servir os restantes quartos, ou até servir de WC de serviço, sem que isso nunca signifique que me vão devassar o quarto

    Colocado por: mhpinto
    - Existirá apenas uma zona de refeições no interior da casa, para todas as refeições. Nenhuma visita é para mim mais importante ou nobre que a minha família, que mereça uma zona de refeições "especial". Não vejo também vantagem prática absolutamente nenhuma em ter uma zona de refeições para refeições "rápidas". Tanto trabalho me dá pôr a mesa e limpá-la no fim se for numa ilha ou bancada como se for numa mesa normal ali a 2 metros.

    - Não existirá quarto de visitas. Não existirá um "escritório". Também não existirá um quarto de estudo ou um quarto de brincar ou um quarto para os computadores dos meus filhos. Existirá sim uma divisão que terá todas essas funções. Poderão vir a existir raras ocasiões em que venha a ser necessária mais que uma dessas valências em simultâneo, e por causa disso, tenhamos de fazer ajustes mais ou menos práticos. Mas se a casa tem mais 3 quartos não há de ser tão incómodo assim. Para mim faz muito mais sentido isso que pagar 10 mil euros para construir uma divisão para ser usada só de vez em quando.

    Concordo com o que indica. Obrigado pelo sua ajuda.
  13.  # 14

    Colocado por: aggsrObrigado Antony. O objetivo de juntar o escritório com a sala num espaço amplo, seria a redução de m2 e consequentemente o custo. Pelo contrário, o escritório vai acrescentar valor final à casa. É uma hipotese que ainda estamos a equacionar.

    Como disse, no meu caso o "escritório" será uma divisão multifuncional. Faltou dizer que, dependendo do uso no momento, poderá ser integrado no open space social ou isolado do resto. Dois grandes painéis de correr de alto a baixo irão assegurar essa versatilidade. A ideia é ter a miudagem debaixo de olho quando aquilo serve como espaço para brincar, com a vantagem extra de que se chega alguém com menos pré-aviso basta fechar para não se ver a confusão :)
    Optando por algo assim, dependendo do uso que lhe pretender dar, deixa de precisar de ter obrigatoriamente uma divisão grande (os escritórios que vejo por aqui vão sempre no mínimo uns 12 m2) só para esse fim. A coisa bem pensada e pode ter um simples recanto na zona social, com meia dúzia de m2, junto a uma boa janela, que poderá abrir ou fechar conforme a necessidade.
 
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