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    • J D
    • 11 novembro 2020
    Colocado por: Gambino

    Já por este fórum mencionei que nunca conheci um(a) pobre em medicina. A maioria dos colegas vinham de classes abastadas, na maioria já eram filhos de médicos e até mesmo netos de médicos. Pobres...nao conheci, só classes médias altas (foi o mais baixo que conheci em medicina).

    Mas já fui muito atacado por ter dito isto. E depois aparecem sempre uma data de participantes que vêm dizer "eu conheço uma vizinho - primo - amigo - tio que eram pastores(as) e camponeses(as) muito pobrezinhos(as) e agora são muito bons médicos...É claro que já ouvi pacotes de histórias destas, o problema é não passarem de mitos.


    Pessoalmente, também pela minha área de formação, sempre me pareceu que alguém da chamada classe média baixa regra geral preferia Engenharias, dependendo das notas teríamos um dispersão entre Civil, muito em LEIC e um grupo mais restrito nas Aeroespaciais ou em algumas Engenharias mais específicas ( Geologia passa-me pela cabeça com a carrada de colegas que tive a "sairem" contratados ainda antes de entrarem no último ano para empresas de exploração). Nunca vi um grande interesse mesmo dos com médias bastante altas em passar por Medicina, mas isto foi a minha experiência, no meu periodo.
  1. Colocado por: J D

    Pessoalmente, também pela minha área de formação, sempre me pareceu que alguém da chamada classe média baixa regra geral preferia Engenharias, dependendo das notas teríamos um dispersão entre Civil, muito em LEIC e um grupo mais restrito nas Aeroespaciais ou em algumas Engenharias mais específicas ( Geologia passa-me pela cabeça com a carrada de colegas que tive a "sairem" contratados ainda antes de entrarem no último ano para empresas de exploração). Nunca vi um grande interesse mesmo dos com médias bastante altas em passar por Medicina, mas isto foi a minha experiência, no meu periodo.


    A medicina regra geral "surge" ou "desaparece" do horizonte do aluno ao longo dos anos. Ou seja, ninguém chega ao 12° ou 11° a achar que vai lutar para entrar em medicina quando tem uma média de 14,15 ou nem mesmo 16 e 17. Os miúdos não são parvos e vão adaptando a sua expetativa realisticamente.

    Mas a mim parece-me que as classes desfavorecidas não entram no ensiglno superior. As classes remediadas vão para áreas de baixa empregabilidade sobretudo de ciências sócias, as classes médias e médias baixas entram nas engenharias, em artes, economias, áreas da saúde sem ser medicina. As engenharias "nobres" e a medicina ficam ao alcance das classes abastadas e alguns talentosos das classes médias altas.
    • J D
    • 11 novembro 2020
    Colocado por: Gambino

    A medicina regra geral "surge" ou "desaparece" do horizonte do aluno ao longo dos anos. Ou seja, ninguém chega ao 12° ou 11° a achar que vai lutar para entrar me medicina quando tem uma média de 14,15 ou 16. Os miúdos não são parvos e vai adaptando a sua expetativa realisticamente.


    Conheço alguns casos de médias suficientes para Medicina que nunca lhes passou pela cabeça tal coisa, um acabou em Aero, outro em Mecânica. Alias, em LEIC quer na Nova como no IST no meu tempo não era muito fora de normal alunos com médias tão altas como Medicina, zero de interesse na area. Não sei dizer se isto flutua/oscila com as décadas, mas foi isto que eu vi ( tanto que sempre me fez um pouco de confusão o fascínio com a Medicina).
  2. Colocado por: J D

    Conheço alguns casos de médias suficientes para Medicina que nunca lhes passou pela cabeça tal coisa, um acabou em Aero, outro em Mecânica. Alias, em LEIC quer na Nova como no IST no meu tempo não era muito fora de normal alunos com médias tão altas como Medicina, zero de interesse na area. Não sei dizer se isto flutua/oscila com as décadas, mas foi isto que eu vi ( tanto que sempre me fez um pouco de confusão o fascínio com a Medicina).


    Essas engenharias "nobres" são actualmente as que média mais alta têm na entrada do ensino superior. Mais altas que medicina.

    O fascínio com medicina advém da certeza de empregabilidade e carreira.

    Quando se tem boas notas o próprio aluno começa a absorver a ideia que não ir para medicina é um desperdício.

    Já agora, até ao 12°ano sempre disse que queria ir para engenharia aeroespacial. Só no 12°ano absorvi que medicina era inevitável.
  3. Colocado por: J DPessoalmente, também pela minha área de formação, sempre me pareceu que alguém da chamada classe média baixa regra geral preferia Engenharias,


    Não acho que seja assim tão linear, e que há ai vários fatores.

    Acho que a personalidade de cada um é capaz de ser o factor mais relevante. Mas a pressão social e familiar é certamente outro, como tal é bem possível que filhos de médicos ou advogados, que historicamente eram profissões sinonimas de "estar bem na vida" se sintam inclinados a ir para essas áreas também, mas mesmo essa tradição está a desaparecer.

    Tipicamente acho que a personalidade da malta que por vocação prefere engenharias é incompatível com medicina, por questões de empatia e relacionamentos inter-pessoais.

    Posso estar biased pela minha perspectiva, mas se eu como a minha personalidade IMTP tivesse por acidente ido pela via da medicina, era melhor que tivesse acabado a fazer investigação, porque como médico de clínica geral ia ser um estupor pior que o Dr House :)
  4. Colocado por: GambinoEssas engenharias "nobres"

    Qual é o critério para distinguir entre engenharia nobre e engenharia plebeia? A minha, civil, de que lado está?
    • J D
    • 11 novembro 2020
    Colocado por: Gambino

    Essas engenharias "nobres" são actualmente as que média mais alta tem na entrada do ensino superior. Mais altas que medicina.

    O fascínio com medicina advém da certeza de empregabilidade e carreira.

    Quando se tem boas notas o próprio aluno começa a absorver a ideia que não ir para medicina é um desperdício.

    Já agora, até ao 12°ano sempre disse que queria ir para engenharia aeroespacial. Só no 12°ano absorvi que medicina era inevitável.


    Off topic mas , inevitavel porque? Só se fosse para ficar em Portugal, Aero do ponto de vista meramente monetário ( sem tocar em todos os outros) é largamente mais "compensadora".
    • J D
    • 11 novembro 2020
    Colocado por: J.Fernandes
    Qual é o critério para distinguir entre engenharia nobre e engenharia plebeia? A minha, civil, de que lado está?


    Quatro a cinco valores na ultima nota de entrada give or take.
    Concordam com este comentário: Gambino
  5. Colocado por: hangas

    Não acho que seja assim tão linear, e que há ai vários fatores.

    Acho que a personalidade de cada um é capaz de ser o factor mais relevante. Mas a pressão social e familiar é certamente outro, como tal é bem possível que filhos de médicos ou advogados, que historicamente eram profissões sinonimas de "estar bem na vida" se sintam inclinados a ir para essas áreas também, mas mesmo essa tradição está a desaparecer.

    Tipicamente acho que a personalidade da malta que por vocação prefere engenharias é incompatível com medicina, por questões de empatia e relacionamentos inter-pessoais.

    Posso estar biased pela minha perspectiva, mas se eu como a minha personalidade IMTP tivesse por acidente ido pela via da medicina, era melhor que tivesse acabado a fazer investigação, porque como médico de clínica geral ia ser um estupor pior que o Dr House :)


    Há muitas profissões que passam de país para filhos.

    A personalidade tem algum peso.

    Embora em medicina exista uma quantidade significativa de pessoas que dêm especial relevância a essas "soft competences" como empatia e simpatia do médico, a realidade é que essas competências têm um impacto praticamente nulo na saúde do doente que está dependente é da competência técnica. Portanto não falta gente na medicina que vive completamente alheado dos doentes (isso não faz deles maus médicos).
  6. Colocado por: J.Fernandes
    Qual é o critério para distinguir entre engenharia nobre e engenharia plebeia? A minha, civil, de que lado está?


    No meu tempo era nobre. Mas você sabe que deixou de ser...
  7. Colocado por: GambinoO fascínio com medicina advém da certeza de empregabilidade e carreira.
    Pesa também o facto de a pessoa achar que tem ou não o perfil adequado para ser médico. Em algumas situações, mesmo tendo média acabam por não ir. Ainda que a empregabilidade e o income, e mesmo algum "status social" que a medicina proporciona continuam a ser os principais fatores a ponderar na decisão.
    Concordam com este comentário: Gambino
  8. Colocado por: J D

    Quatro a cinco valores na ultima nota de entrada give or take.
    Concordam com este comentário:Gambino


    Isso ter 10 vagas por ano, ou umas 10mil...
  9. Colocado por: HAL_9000Pesa também o facto de a pessoa achar que tem ou não o perfil adequado para ser médico. Em algumas situações, mesmo tendo média acabam por não ir. Ainda que a empregabilidade e o income, e mesmo algum "status social" que a medicina proporciona continuam a ser os principais fatores a ponderar na decisão.
    Concordam com este comentário:Gambino


    Sim, há algumas pessoas que não vão porque consideram não ter perfil. Mas muitos mesmo considerando isso (interiormente) vão na mesma se tiverem possibilidade.
  10. Colocado por: GambinoNo meu tempo era nobre. Mas você sabe que deixou de ser...

    Mas qual é o critério?
    Não deverá ser a importância que a profissão tem na sociedade, já que a responsabilidade destes profissionais na segurança das infraestruturas essenciais de um país permanece a mesma.
    Concordam com este comentário: Iko
    • J D
    • 11 novembro 2020
    Colocado por: Gambino

    Isso ter 10 vagas por ano, ou umas 10mil...


    Ey, não vamos por ai ou a seguir vamos ter ai alguém a dizer que podem ter menos vagas por terem menos saída ( E. Geológica por exemplo tinha muito menos vagas que Civil, curiosamente nunca deixou vagas por preencher, e a larga maioria nem em Portugal ficou).
    Concordam com este comentário: Gambino
  11. Colocado por: J D

    Off topic mas , inevitavel porque? Só se fosse para ficar em Portugal, Aero do ponto de vista meramente monetário ( sem tocar em todos os outros) é largamente mais "compensadora".


    Porque no meu tempo a aeroespecial era um risco de ter que ir para fora concorrer sabia lá com quem e em quê... Etc... A medicina estava "ali à mão" e sabia bem ao que ia. A aeroespecial no meu tempo quase não tinha ninguém ainda português na área. Era um salto de canhão, faltaram-me tomates...
  12. Colocado por: J.Fernandes
    Mas qual é o critério?
    Não deverá ser a importância que a profissão tem na sociedade, já que a responsabilidade destes profissionais na segurança das infraestruturas essenciais de um país permanece a mesma.


    Devia ser, mas o mercado de trabalho não acha e agora paga salarios miseráveis a engenheiros civis competentes...quando lhes dá trabalho!
    • J D
    • 11 novembro 2020
    Colocado por: J.Fernandes
    Mas qual é o critério?
    Não deverá ser a importância que a profissão tem na sociedade, já que a responsabilidade destes profissionais na segurança das infraestruturas essenciais de um país permanece a mesma.


    Imensos profissionais completamente indispensáveis pela manutenção da segurança da sociedade e das suas necessidades essenciais não estão em qualquer Ordem ou sequer saíram de qualquer Curso superior, não me parece que esse argumento de para muito.
    Concordam com este comentário: hangas
  13. Colocado por: GambinoDevia ser, mas o mercado de trabalho não acha e agora paga salarios miseráveis e engenheiros civis competentes...quando lhes dá trabalho!

    Essa é outra questão. O mercado paga o que a relação oferta/procura determina em cada dado momento, e como nos últimos dez anos o investimento em infraestruturas baixou muito, também baixou a procura destes profissionais.
    Concordam com este comentário: Gambino
  14. Colocado por: J DImensos profissionais completamente indispensáveis pela manutenção da segurança da sociedade e das suas necessidades essenciais não estão em qualquer Ordem ou sequer saíram de qualquer Curso superior, não me parece que esse argumento de para muito.

    Eu só estava a perguntar ao Gambino porque é que na opinião dele determinada profissão antes era nobre e entretanto deixou de o ser, o que quer que seja isso de nobre.
    Concordam com este comentário: Gambino
 
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