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    • eu
    • 10 novembro 2024
    Quem são esses detentores ?
    • Carvai
    • 10 novembro 2024 editado
    Colocado por: euQuem são esses detentores ?

    Peço desculpa á malta jovem desconhecer estórias do passado. Mas de 1976 a 1990 o PCP além do Semanário Avante tinha também um jornal diário chamado "O Diário" cujo subtítulo era " A verdade a temos direito". O jornal foi extinto bem como muitas "verdades" sobre o comunismo, mas que tal como algumas religiões alguns continuam a acreditar.
    Aliás nada de inédito pois o "PRAVDA" em russo quer dizer verdade.
    • AMG1
    • 15 dezembro 2024
    Quem está preocupado com a sustentabilidade dos sistema de pensões da segurança social é bom que se "ponha a pau" com isto.
    O fundo de estabilização financiado pela contribuições foi criado para equilibrar o sistema na eventualidade do mesmo entrar em défice, o que devera ocorrer durante boa parte da decada de 2030. Neste momento o fundo tem o suficiente para fazer face a essa situação e até devem "sobrar" algumas centenas centenas de milhões, por isso a tentação para usar esse dinheiro para resolver o défice da CGA deve ser enorme.
    Como diz o povo, "não há fumo sem fogo" e estes dois homens não são propriamente incendiários, nenhum deles falava nisto se não houvesse alguma ideia peregrina em curso.
    • AMG1
    • 15 dezembro 2024
  1. Colocado por: AMG1Quem está preocupado com a sustentabilidade dos sistema de pensões da segurança social é bom que se "ponha a pau" com isto.


    Mas alguem esta genuinamente preocupado com a sustentabilidade do sistema de pensoes? A sustentabilidade esta mais que assegurada... as pessoas deviam estar preocupadas e com a enorme injustica intergeracional que e o atual sistema e penalizar fortemente os partidos que dao 'bonus' e 'aumentos extraordinarios' aos pensionistas!
    Eu tenho 32 anos. Quando me reformar de certeza que havera reforma para mim. Simplesmente em vez de me reformar aos 60 reformo-me aos 70 anos, em vez de contarem 'os melhores 10 dos ultimos 15 anos' conta toda a minha carreira contributiva, e ao inves da taxa de substituicao ser de 80%, sera de 40%. E assim que se enganam tolos.


    Colocado por: AMG1Neste momento o fundo tem o suficiente para fazer face a essa situação e até devem "sobrar" algumas centenas centenas de milhões, por isso a tentação para usar esse dinheiro para resolver o défice da CGA deve ser enorme.


    Tem? O fundo detem maioritariamente divida publica da republica...
    Em caso de crise a liquidez potencial esta reduzida a menos de metade do valor atual.
    • AMG1
    • 17 dezembro 2024
    Colocado por: dmanteigas

    Mas alguem esta genuinamente preocupado com a sustentabilidade do sistema de pensoes? A sustentabilidade esta mais que assegurada... as pessoas deviam estar preocupadas e com a enorme injustica intergeracional que e o atual sistema e penalizar fortemente os partidos que dao 'bonus' e 'aumentos extraordinarios' aos pensionistas!
    Eu tenho 32 anos. Quando me reformar de certeza que havera reforma para mim. Simplesmente em vez de me reformar aos 60 reformo-me aos 70 anos, em vez de contarem 'os melhores 10 dos ultimos 15 anos' conta toda a minha carreira contributiva, e ao inves da taxa de substituicao ser de 80%, sera de 40%. E assim que se enganam tolos.

    Tem? O fundo detem maioritariamente divida publica da republica...
    Em caso de crise a liquidez potencial esta reduzida a menos de metade do valor atual.


    Ainda bem que existem visionários que conseguem ver o que os "tolos" não vêem.
    Imagino que saiba que, desde 2007, o sistema está (ou deveria estar) calibrado para garantir a pensão durante um período médio de vida de (aprox) 20 anos. É essa a razão que leva a que a idade da reforma avance na mesma proporção da esperança média de vida aos 65 anos. Este mecanismo permite que ninguém seja prejudicado ou beneficiado relativamente ao periodo em que recebe a pensão.
    Se você tem 32 anos, o mais provável é mesmo que se reforme mais tarde do que quem tem 50 anos, mas isso não significa que tenham menos tempo de vida enquanto pensionista do que quem tem 50 anos. Ou seja, o sistema garante em media 20 anos de pensão a todos, independentemente da idade em que se reformem.
    A formula de cálculo que acabou com a regra da remuneração de referência ser igual a média dos 10 melhores anos dos ultimos 15 foi fixada em 2007 e daí para cá apenas é aplicada ao periodo contributivo anterior a 2001. Isso determina que mesmo para quem se reforma hoje, o impacto dessa regra já é muito limitado.
    Quanto a tx de substituição, para daqui a 35 ou 40 anos, se não houver alteração da regras actuais, tanto pode ser igual à de hoje (no máximo 80% da remuneração de referência sem bonificações) como pode ser menor, tudo depende como evoluirem as remunerações nesse periodo. Agora, convém não confundir tx de substituição face a remuneração de referencia (que é a regra do sistema) com tx de substituição face ao ultimo salário, que é vulgarmente utilizada, mas de forma imprecisa.
    Quanto a composição dos activos financeiros do Funde de Estabilidade, smo, desde 2018 que o limite máximo para titulo de divida da República é de 50%. Evidentemente que em momentos de crise todos os activos podem sofrer perdas significativas de valor, mas convém ter presente que apesar da crise de 2011, historicamente esses titulos tem muito menos volatilidade do que outras classes de activos financeiros. Até porque, como certamente sabe, esses titulos também estão largamente presentes em todos os fundos de pensões privados. Pessoalmente considero que 50% da classe, apenas num unico emissor, pode ser exagerado e seria mais prudente diversificar por outros emissores. Agora se for ver a composição dos fundos de pensões privados, o que não faltam sao exposições exageradas, quantas vezes ao proprio gestor do fundo. Veja p.e. o que se passa com os fundos de pensoes dos bancos.
    Agora não interprete nada disco, como a defesa da situação actual do sistema, porque não é essa a minha posição.
    Eu sou p.e. defensor do plafonamento, como forma de mitigar/limitar o risco para o estado, mas isso não significa que essa solução seja necessáriamente melhor para a generalidade dos participantes, ao contrario do que muitos andam por aí a propalar.
  2. Colocado por: AMG1Imagino que saiba que, desde 2007, o sistema está (ou deveria estar) calibrado para garantir a pensão durante um período médio de vida de (aprox) 20 anos.


    Sei perfeitamente, dai eu dizer que nao existe um problema de sustentabilidade. Existe um problema de injustica geracional pois o numero de anos que eu vou ter de trabalhar sera superior ao dos pensionistas atuais. Ou seja... mesmo que a esperanca media de vida continue a aumentar, o que isso vai significar e mais anos de trabalho, e nao mais anos a aproveitar a reforma. E isto sem sequer falar da taxa de substituicao relativamente ao ultimo ordenado, que por exemplo o BDP estima em 44% em 2070. Ou seja, eu vou trabalhar mais e receber menos de pensao face aos pensionistas atuais.
    E isto e uma perspectiva otimista... ou seja, assumindo que nao existe nenhuma alteracao as regras atuais, o que eu duvido. Nao tenho duvidas que na proxima decada ira ser feita mais uma alteracao ao sistema de pensoes que introduzira algum tipo de penalizacao irrisoria a quem esta a reformar-se, mas que sera progressivamente penalizadora dos futuros pensionistas.


    Colocado por: AMG1A formula de cálculo que acabou com a regra da remuneração de referência ser igual a média dos 10 melhores anos dos ultimos 15 foi fixada em 2007 e daí para cá apenas é aplicada ao periodo contributivo anterior a 2001. Isso determina que mesmo para quem se reforma hoje, o impacto dessa regra já é muito limitado.


    Muito limitado?? :)

    Quem se reforma em 2024 com 40 anos de carreira contributiva tem:
    - 17 anos pelo novo regime
    - 23 anos onde contam os melhores 10 anos entre 1992 e 2007

    Ou seja... comparando com alguem que se reforme daqui a 25 anos, mais de metade da carreira contributiva considerada para o valor de referencia e com base num calculo extremamente benefico para os pensionistas atuais.




    Colocado por: AMG1Agora, convém não confundir tx de substituição face a remuneração de referencia (que é a regra do sistema) com tx de substituição face ao ultimo salário, que é vulgarmente utilizada, mas de forma imprecisa.


    Nao e nao. E precisamente esta ultima que interessa, pois e esta que reflete aquilo que sera a perda ou manutencao de qualidade de vida de um pensionista. Nao e a taxa de substituicao vs remuneracao de referencia. E vs o ultimo salario. O pensionista atual reforma-se com 80% do valor do ultimo salario, o que tendo em conta que nao desconta SS faz com que receba praticamente o mesmo liquido. Nao ha uma quebra gigante de rendimentos.
    A minha geracao com base nos estudos devera ver esta taxa rondar os 50%. Isto faz com que exista uma quebra brutal do rendimento liquido disponivel... e se hoje em dia ja e dificil para muita gente viver da reforma, vamos esperar por 2060 quando eu me reformar e ver como vao viver a larga maioria dos portugueses que nem poupancas para a reforma fizeram...


    Colocado por: AMG1Quanto a tx de substituição, para daqui a 35 ou 40 anos, se não houver alteração da regras actuais, tanto pode ser igual à de hoje (no máximo 80% da remuneração de referência sem bonificações) como pode ser menor, tudo depende como evoluirem as remunerações nesse periodo.


    Nao pode. Vai ser.

    https://www.deco.proteste.pt/investe/reforma/direitos/noticias/2023/11/banco-de-portugal-alerta-para-diminuicao-das-reformas


    Colocado por: AMG1Quanto a composição dos activos financeiros do Funde de Estabilidade, smo, desde 2018 que o limite máximo para titulo de divida da República é de 50%. Evidentemente que em momentos de crise todos os activos podem sofrer perdas significativas de valor, mas convém ter presente que apesar da crise de 2011, historicamente esses titulos tem muito menos volatilidade do que outras classes de activos financeiros.


    Aqui a questao nao e em momentos de crise todos os ativos perderem valor. Aqui o problema e bem mais grave. Em que situacao sera necessario usar o fundo para pagar reformas? Em situacao de 'falencia' do estado. Caso contrario, sera do OE que sai a verba para compensar a perda. Agora, em caso de falencia do estado, onde existe o dinheiro para pagar a 'divida' que o estado tem ao fundo? Percebe agora o problema de ter o fundo a financiar o estado que o detem? Por exemplo... se fosse necessario utilizar o fundo em 2011 quando Portugal faliu, de onde e que a Republica ia tirar dinheiro para pagar ao fundo? Claro que me responde que pode sempre vender no mercado secundario... assumindo que ha quem compre... porque em 2011 nem no mercado secundario havia quem comprasse excepto as entidades que o proprio estado 'forcava' a comprarem. E outra situacao que e meramente contabilistica, mas tem impacto. A divida detida pelo fundo nao 'entra' para as contas da divida publica. Se o fundo fosse obrigado a vender toda a divida publica que detem, toda essa divida faria aumentar a nossa divida sobre o PIB em 5 ou 6% do PIB. Imaginar isto numa altura de crise...
    Dai que para mim o fundo 'vale o que vale'. Se fosse gerido de forma independente do estado, dos responsaveis politicos, etc... agora sendo utilizado de forma politica, a probabilidade de quando precisarmos efetivamente dele a sua eficacia ser reduzida e extremamente alto.

    Colocado por: AMG1Agora se for ver a composição dos fundos de pensões privados, o que não faltam sao exposições exageradas, quantas vezes ao proprio gestor do fundo. Veja p.e. o que se passa com os fundos de pensoes dos bancos.


    Que sao essencialmente um problema de quem la investe... regra geral um fundo em condicoes raramente tem sobreexposicao a apenas uma classe de ativos ou a acoes/obrigacoes especificas.


    Colocado por: AMG1Agora não interprete nada disco, como a defesa da situação actual do sistema, porque não é essa a minha posição.
    Eu sou p.e. defensor do plafonamento, como forma de mitigar/limitar o risco para o estado, mas isso não significa que essa solução seja necessáriamente melhor para a generalidade dos participantes, ao contrario do que muitos andam por aí a propalar.


    Eu tambem nao gosto do regime atual, mas essencialmente queria que existisse transparencia. Que por exemplo se separasse contribuicoes para o regime de previdencia vs protecao social. So ai seria possivel discutir situacoes como o plafonamento.
    • spvale
    • 17 dezembro 2024 editado
    Assunto mais que debatido só não vê quem não quer, trato utentes que se reformaram desde os 48, 55, 60 anos e alguns estão agora com 85 anos, duvido que eu com 35 a reforma no mínimo estiver nos 70 anos vou usufruir do mesmo tempo na reforma.
    Esperança medida de vida de uma mulher anda nos 87, homem 85 anos.
    Se foi reformado aos 60 e morre aos 85 anos goza de 25 anos, indo para a reforma aos 70 faça as contas, e não pense que daqui a uns anos vamos durar até aos 100, com os níveis de stress má alimentação, trabalho por turnos isso vai ser difícil
    • AMG1
    • 17 dezembro 2024
    Colocado por: dmanteigas

    Sei perfeitamente, dai eu dizer que nao existe um problema de sustentabilidade. Existe um problema de injustica geracional pois o numero de anos que eu vou ter de trabalhar sera superior ao dos pensionistas atuais. Ou seja... mesmo que a esperanca media de vida continue a aumentar, o que isso vai significar e mais anos de trabalho, e nao mais anos a aproveitar a reforma. E isto sem sequer falar da taxa de substituicao relativamente ao ultimo ordenado, que por exemplo o BDP estima em 44% em 2070. Ou seja, eu vou trabalhar mais e receber menos de pensao face aos pensionistas atuais.
    E isto e uma perspectiva otimista... ou seja, assumindo que nao existe nenhuma alteracao as regras atuais, o que eu duvido. Nao tenho duvidas que na proxima decada ira ser feita mais uma alteracao ao sistema de pensoes que introduzira algum tipo de penalizacao irrisoria a quem esta a reformar-se, mas que sera progressivamente penalizadora dos futuros pensionistas.




    Muito limitado?? :)

    Quem se reforma em 2024 com 40 anos de carreira contributiva tem:
    - 17 anos pelo novo regime
    - 23 anos onde contam os melhores 10 anos entre 1992 e 2007

    Ou seja... comparando com alguem que se reforme daqui a 25 anos, mais de metade da carreira contributiva considerada para o valor de referencia e com base num calculo extremamente benefico para os pensionistas atuais.






    Nao e nao. E precisamente esta ultima que interessa, pois e esta que reflete aquilo que sera a perda ou manutencao de qualidade de vida de um pensionista. Nao e a taxa de substituicao vs remuneracao de referencia. E vs o ultimo salario. O pensionista atual reforma-se com 80% do valor do ultimo salario, o que tendo em conta que nao desconta SS faz com que receba praticamente o mesmo liquido. Nao ha uma quebra gigante de rendimentos.
    A minha geracao com base nos estudos devera ver esta taxa rondar os 50%. Isto faz com que exista uma quebra brutal do rendimento liquido disponivel... e se hoje em dia ja e dificil para muita gente viver da reforma, vamos esperar por 2060 quando eu me reformar e ver como vao viver a larga maioria dos portugueses que nem poupancas para a reforma fizeram...




    Nao pode. Vai ser.

    https://www.deco.proteste.pt/investe/reforma/direitos/noticias/2023/11/banco-de-portugal-alerta-para-diminuicao-das-reformas




    Aqui a questao nao e em momentos de crise todos os ativos perderem valor. Aqui o problema e bem mais grave. Em que situacao sera necessario usar o fundo para pagar reformas? Em situacao de 'falencia' do estado. Caso contrario, sera do OE que sai a verba para compensar a perda. Agora, em caso de falencia do estado, onde existe o dinheiro para pagar a 'divida' que o estado tem ao fundo? Percebe agora o problema de ter o fundo a financiar o estado que o detem? Por exemplo... se fosse necessario utilizar o fundo em 2011 quando Portugal faliu, de onde e que a Republica ia tirar dinheiro para pagar ao fundo? Claro que me responde que pode sempre vender no mercado secundario... assumindo que ha quem compre... porque em 2011 nem no mercado secundario havia quem comprasse excepto as entidades que o proprio estado 'forcava' a comprarem. E outra situacao que e meramente contabilistica, mas tem impacto. A divida detida pelo fundo nao 'entra' para as contas da divida publica. Se o fundo fosse obrigado a vender toda a divida publica que detem, toda essa divida faria aumentar a nossa divida sobre o PIB em 5 ou 6% do PIB. Imaginar isto numa altura de crise...
    Dai que para mim o fundo 'vale o que vale'. Se fosse gerido de forma independente do estado, dos responsaveis politicos, etc... agora sendo utilizado de forma politica, a probabilidade de quando precisarmos efetivamente dele a sua eficacia ser reduzida e extremamente alto.



    Que sao essencialmente um problema de quem la investe... regra geral um fundo em condicoes raramente tem sobreexposicao a apenas uma classe de ativos ou a acoes/obrigacoes especificas.




    Eu tambem nao gosto do regime atual, mas essencialmente queria que existisse transparencia. Que por exemplo se separasse contribuicoes para o regime de previdencia vs protecao social. So ai seria possivel discutir situacoes como o plafonamento.


    Se tiver a paciência de ler o que já esta escrito neste tópico, seguramente que encontra resposta para muitas das suas "certezas", ainda assim, vou tentar precisar duas ou tres ideias.

    Tx de substituição futura:
    Assumindo que as condições actuais se mantêm, a formula de cálculo para a pensão de alguém que se vai reformar em 2050 será igual à de quem se ai reformar em 2025, logo a tx de substituição será a que resulte do conjunto das remunerações desses individuos.
    A única diferença é que quem se reformar em 2025 com 66 anos e 7 meses e 40 anos de contribuições (o minimo para não haver penalização), terá 25 anos calculados com base na nova fórmula e 15 anos calculados com base na formula antiga (contribuições até jan de 2001 e não 2007 como indica, esse foi o ano a partir do qual passou a existir a nova fórmula, cuja aplicação passou a ter como referência 2001). Claro que a nova fórmula é mais penalizadora e quanto maior for o periodo abrangido por ela menos generosa será a pensão. Mas a dimensão dessa diferença dependerá muito da carreira contributiva de cada um.
    Aquilo a que vulgarmente se chama a fórmula de calculo da pensão, em boa verdade é a forma de calcular o valor da remuneração de referência. O valor da pensão é uma proporção dessa remuneração, tendo em conta o periodo contributivo.
    A pensão completa, sem penalizações ou bonificações corresponde a 80% dessa remuneração e mesmo com bonificações creio que não pode ultrapassar os 92%.
    Em regra, numa carreira dita normal, em que tendencialmente o ultimo salario corresponde ao mais elevado da carreira, a remuneração de referência será sempre inferior a esse salário.

    Idade da reforma:
    Actualmente a idade geral da reforma depende da esperança media de vida aos 65 anos, mas para além dessa regra, também existe a idade pessoal de reforma, que permite a quem tem carreiras contributivas mais longas reformar-se antes da idade geral sem qualquer penalização, ou se continuar a trabalhar passar a ter direito à bonificação da pensão. Portanto quem trabalhar mais do que os 40 anos passa a descontar parte desse tempo à idade geral da reforma, para determinar a sua idade pessoal da reforma. Claro que isso não impede que se tenha de trabalhar mais no futuro, mas atenua a diferença face a quem se reforma hoje.
    Finalmente, ninguém desconhece que estamos perante três circunstâncias estruturais com forte impacto nas condições de vida futuras dos assalariados e consequentemente também dos futuros pensionistas:
    1. Demografia: menos gente activa significa não só mais pensões para pagar como maior dificuldade quanto ao crescimento económico, condição essencial para manter as contribuições;
    2. O Aumento da esperança média de vida terá de implicar necessariamente um maior periodo de vida activa, não há forma de fugir a isso, mas estou certo que mesmo assim todos queremos viver mais tempo;
    3. A perda do peso relativo dos salários no riqueza produzida que se mantém há decadas e não dá mostras de se vir a alterar nos proximos tempos, também terá impacto na degradação das condições de vida dos futuros pensionistas.
    A boas noticia é que nenhuma destas circunstancias são uma fatalidade. Os filhos podem fazer-se, o crescimento económico não é impossivel e a desvalorização dos salários também não é uma inevitabilidade. Curiosamente são tudo coisas muito mais ao alcance de quem tem 32 anos do que quem, como eu, já vai quase nos 70 e que já goza os benefícios de estar reformado, embora sem constituir qualquer fardo para o sistema publico de pensões nacional, já que a pensão que recebo em Portugal vem integralmente dum fundo privado.
    Quanto a gestão dos fundos de pensões privados, apesar da regulação e controlos existentes, o que não faltam maus exemplos. Claro que isso não justifica a eventual má, ou pouco prudente gestão pública, daí a minha chamada de atenção para o que se pode estar a preparar.
    Quanto a transparência do sistema actual, sem prejuizo de poder ser melhorada, julgo que já existe muita informação disponível. Pode consultar o anexo sobre o sistema de pensões que, nos termos da lei (uma boa herança da Troyca) faz obrigatóriamente parte do orcamento de estado, que nao falta lá informação, com projeções de longo prazo e tudo.
    A distinção da TSU entre pensoes e protecção social está também definida na lei e é conhecida.
    O problema do plafonamento é como compensar a perda de receita, no periodo de transição, mas eu estou convicto de que isso não seria um problema irresoluvel, até porque dependendo do limite desse plafonamento, até podemos estar a falar de valores comportaveis pelo sistema. O que não existe é vontade politica para pelo menos estudar o assunto. Saber se isso implicaria necessariamente melhores pensões no futuro é que já é mais difícil, mas isso são outros quinhentos.
  3. Um fator que vai penalizar mais as gerações mais novas é a entrada cada vez mais tardia no mercado de trabalho e o flagelo das "jogadas" para aumentar salário artificialmente, que não é sujeito a descontos para a SS.
    Concordam com este comentário: AMG1
    • AMG1
    • 17 dezembro 2024
    Colocado por: rjmsilvaUm fator que vai penalizar mais as gerações mais novas é a entrada cada vez mais tardia no mercado de trabalho e o flagelo das "jogadas" para aumentar salário artificialmente, que não é sujeito a descontos para a SS.
    Concordam com este comentário:AMG1


    Curiosamente vejo muita gente a concordar com isso mesmo entre os mais novos.
    Eu percebo que todos queiram ter mais salário liquido, mas isso pode ser conseguido com menos contribuições ou com mais salários bruto e parece que frequentente se esquece esta segunda opção, ou que o resultado final é o mesmo, quando não é. Ninguém gosta de pagar impostos ou contribuições e o que não falta é má gestão dessas verbas, mas já ia sendo tempo de começarmos a pensar que sem impostos e contribuições há muita coisa que não podemos ter.
  4. é verdade , mas é preciso então dar um aperto a quem paga esses salários da treta .

    Porque do pessoal mais jovem eu não vejo ninguém a pedir para receber por fora nem nada do género , o que vejo é a entidade empregadora a dizer para de pagar 1500€ liquidos tem que ser assim e assim ...

    Há grande opção de escolha ?
  5. Colocado por: AMG1Eu percebo que todos queiram ter mais salário liquido, mas isso pode ser conseguido com menos contribuições ou com mais salários bruto e parece que frequentente se esquece esta segunda opção, ou que o resultado final é o mesmo, quando não é.


    O problema e a progressividade absurda dos impostos sobre o trabalho. Rendimentos coletaveis acima de 40 mil euros ja estao a pagar 43.5% de taxa. Qual e o problema? Um rendimento coletavel de 40 mil euros, em condicoes normais, devia ser rendimento de classe media. O que e que isto significa na pratica? E que quem ganha 40 mil euros (sensivelmente 44mil euros rendimento bruto anual, 3600e/mes), por cada 1000 euros adicionais de rendimento anual adicional, entrega 430 ao estado em IRS e mais 110 em SS, conseguindo um aumento 'liquido' do rendimento 460e. Ate entrar no proximo escalao, que e de 45%. A extrema progressividade do IRS e um enorme promotor dos estrategemas para fuga fiscal. O sweet spot fiscal para malta com salarios 'potencialmente' de classe media e ali nos 2000 a 3000e brutos, e a partir dai a penalizacao e tal que todos preferem formas 'alternativas' de vencimento ao inves de entregar mais de metade ao estado.
    • AMG1
    • 17 dezembro 2024
    Na verdade todos preferem estratagemas para não pagarem, ou pagarem o minimo que possam. Essa udeia de que apenas quem ganha mais é que procura não pagar não corresponde a realidade. Para esses apenas compensa mais, mas todos o fazem, desde que possam.
    Se fosse assim tão simples, a fuga aos impostos não ocorreria onde eles são mais baixo do que cá e isso pura e simplesmente não é verdade.
    Onde se foge menos é onde é mais dificil fugir, seja pelo controlo efectivo do fisco, seja pela censura social que ser apanhado acarreta, o resto é treta.
  6. Colocado por: AMG1Na verdade todos preferem estratagemas para não pagarem, ou pagarem o minimo que possam.


    Obvio.
    A diferenca e o incentivo para o fazer. A progressividade dos impostos e um incentivo para se 'estagnar' o salario bruto e optar por outras formas de compensacao. Malta a fugir ao fisco existira sempre.


    Colocado por: AMG1Essa udeia de que apenas quem ganha mais é que procura não pagar não corresponde a realidade.


    Eu nao disse que so quem ganha mais e que procura nao pagar. Agora, e um facto que existe um 'incentivo' para quem esta ali no limiar daqueles rendimentos que eu falei de chegando a certa altura optar por outro tipo de rendimentos.
    E isto nem e fuga aos impostos... muitas vezes sao artificios legais.
    • AMG1
    • 18 dezembro 2024
    Colocado por: dmanteigas
    E isto nem e fuga aos impostos... muitas vezes sao artificios legais.


    Claro que não!
    Isso de "fuga aos impostos" é coisa de tesos, os outros chamam-lhe "planeamento fiscal", que pode ser ou mais menos "agressivo".
    Muda o nome, mantém-se a ...
    Concordam com este comentário: Contratempo
  7. Se os pobres pagassem impostos não andávamos nisto...
    Concordam com este comentário: dmanteigas, Contratempo
    • AMG1
    • 18 dezembro 2024
    Colocado por: taunusSe os pobres pagassem impostos não andávamos nisto...



    Se os muito ricos também os pagassem, como todos os outros, talvez também não fosse preciso andar nisto...
  8. Colocado por: taunusSe os pobres pagassem impostos não andávamos nisto...


    Colocado por: AMG1Se os muito ricos também os pagassem, como todos os outros, talvez também não fosse preciso andar nisto...

    Apontem todos nos vossos caderninhos para não esquecerem esta inestimável lição: em Portugal, os pobres e os muitos ricos não pagam impostos!
    Concordam com este comentário: eu
    • eu
    • 19 dezembro 2024
    Colocado por: J.Fernandesos pobres e os muitos ricos não pagam impostos!


    E a classe média trabalha para ambos.
 
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