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  1.  # 1

    Bom dia a todos,

    Tendo em conta a conjuntura atual, com a enorme escalada do preço dos materiais, alguém na área tem conhecimento se as coisas entretanto vão estabilizar/voltar ao normal?

    Refiro-me principalmente ás madeiras, visto que se trata de uma reabilitação de um edifício antigo, e que iria iniciar as obras agora em Setembro/Outubro, mas pelas razões que refiro acima, o orçamento já sofreu diversas atualizações.

    Tenho ouvido dizer que as coisas entretanto vão estabilizar até ao final do ano, mas será mesmo assim?

    Agradeço o vosso feedback.

    Obrigado desde já
  2.  # 2

    Colocado por: PhantomNorthas coisas entretanto vão estabilizar/voltar ao normal?

    A nível de materiais, acredito que sim. Ao nível do custo de construção, duvido muito.
    É certo que os materiais aumentaram imenso mas o problema maior é mesmo a falta de mão de obra.
    Se ela existe agora vai continuar a existir. Aliás acredito mesmo que se vá agravar.
    A destruição de muito do parque habitacional por essa Europa fora nos últimos temporais vai-se fazer sentir na nossa disponibilidade de mão de obra.
    Alguns dos nossos trabalhadores vão voltar a ir lá para fora. Brasil, S. Tomé e Príncipe, Angola vai ter Portugal apenas como uma porta de entrada, estão cá apenas o tempo suficiente para conseguirem contratos para outros países.
  3.  # 3

    Os mercados já evidenciam o futuro.... já esta em queda a bobine de aço (ver gráfico). A madeira já caiu a algum tempo. Acho que é uma questão de tempo até estabilizar o mercado. O grande problema é a mão de obra.... mas com a escassez de mercado de trabalho em outras áreas, o mercado vai-se adaptar e adequar.

    Madeira

    https://pt.tradingeconomics.com/commodity/lumber

    Aço

    https://pt.tradingeconomics.com/commodity/steel
  4.  # 4

    Colocado por: jg_sousamas com a escassez de mercado de trabalho em outras áreas

    Quais?
  5.  # 5

    Colocado por: zedasilva
    Quais?


    Hotelaria e restauração. No Algarve no verão concorre e muito com o obral.
  6.  # 6

    Colocado por: RUIOLIHotelaria e restauração. No Algarve no verão concorre e muito com o obral.

    Acha que há falta de emprego na restauração e hotelaria? .... todos os dias o meu face está cheio de pedidos de pessoal para trabalhar nessa área. A última vez que estive no algarve quase todos os restaurantes tinham um papel na montra a pedir pessoal.
    • RCF
    • 19 agosto 2021

     # 7

    Colocado por: PhantomNorthTendo em conta a conjuntura atual, com a enorme escalada do preço dos materiais, alguém na área tem conhecimento se as coisas entretanto vão estabilizar/voltar ao normal?

    Refiro-me principalmente ás madeiras

    Os preços de materiais sofreram aumento com o bloqueio do canal do Suez. Entretanto, especialmente a madeira e aço voltaram a descer.
    No entanto, não creio que o preço da construção reduza nos próximos tempos. E refiro-me aos próximos 4 anos, pelo menos.
    Neste momento, qualquer empreiteiro, incluindo patos bravos, têm trabalho assegurado para os próximos dois anos. Daí que, quando confrontados com pedidos de orçamento, alguns apresentem orçamentos muito altos. Não precisam de angariar trabalho e por isso, apenas estão disponíveis para algo em que possam ganhar muito... é a lei de mercado.
    Depois, a "basuka" de dinheiro que está a chegar da UE tem uma parte destinada à habitação social. São muitos milhões (centenas de milhões) de euros destinados a investimento em habitação para os próximos 4 anos, garantindo assim trabalho para esse período.
    Concordam com este comentário: zedasilva
  7.  # 8

    Colocado por: RCFDepois, a "basuka" de dinheiro que está a chegar da UE tem uma parte destinada à habitação social. São muitos milhões (centenas de milhões) de euros destinados a investimento em habitação para os próximos 4 anos, garantindo assim trabalho para esse período.

    Para empreiteiros de obras públicas. Como beneficiarão os mais pequenos?

    Colocado por: RCFE refiro-me aos próximos 4 anos, pelo menos.
    Neste momento, qualquer empreiteiro, incluindo patos bravos, têm trabalho assegurado para os próximos dois anos. Daí que, quando confrontados com pedidos de orçamento, alguns apresentem orçamentos muito altos. Não precisam de angariar trabalho e por isso, apenas estão disponíveis para algo em que possam ganhar muito... é a lei de mercado.

    Acredito que seja este o caso, embora esse período de 4 anos pareça estar a ser tirado da cartola. Qual o racional?

    Com as agendas preenchidas, podem dar-se ao luxo de "perder" obras nesta fase, por via de orçamentos inflacionados.
    E daqui a 1 ano, quando as que estão actualmente em curso começarem a terminar? Continuarão a propor preços altos e a perder obras ou já terão necessidade de angariar novos clientes? Ou, mesmo apesar dos preços elevados, os clientes continuarão a adjudicar em volume suficiente para manter uma ocupação total de "todos" os empreiteiros?
    Qual a sua opinião?
    • RCF
    • 19 agosto 2021

     # 9

    Colocado por: pguilhermePara empreiteiros de obras públicas. Como beneficiarão os mais pequenos?

    Dá para todos... uns de forma direta e outros de forma indireta.

    Colocado por: pguilhermeAcredito que seja este o caso, embora esse período de 4 anos pareça estar a ser tirado da cartola. Qual o racional?

    Não é tirado da cartola. É anúncio oficial do Governo. O programa de apoio à habitação social é para aplicar nos próximos 4 anos.
    • RCF
    • 19 agosto 2021 editado

     # 10

    Colocado por: pguilhermeE daqui a 1 ano, quando as que estão actualmente em curso começarem a terminar? Continuarão a propor preços altos e a perder obras ou já terão necessidade de angariar novos clientes?

    Naturalmente, os empreiteiros terão de continuar a angariar obras. E se não o fizerem a preços mais altos, fá-lo-ão a preços mais baixos (menos altos). Pelo meio, alguns DO entregarão a construção a preços mais elevados. Outros, conseguirão preços mais em conta... o mercado funcionará. No entanto, não faltará trabalho na construção civil e, por isso, não haverá (não prevejo que haja) quebra de preços.
  8.  # 11

    Colocado por: pguilhermeComo beneficiarão os mais pequenos?

    Como subempreiteiros.
    As obras publicas funcionam assim, raro é o empreiteiro que tem pessoal suficiente para todas as obras que possuem em carteira.
    A grande maioria dos empreiteiros de obras publicas possui um bom quadro técnico e meia dúzia de homens para produção.
    Concordam com este comentário: RCF
  9.  # 12

    Colocado por: RCFNão é tirado da cartola. É anúncio oficial do Governo. O programa de apoio à habitação social é para aplicar nos próximos 4 anos.

    Colocado por: RCFtêm trabalho assegurado para os próximos dois anos

    Mantendo a lógica, não seriam 4 + 2 anos?

    Colocado por: RCFE se não o fizerem a preços mais altos, fá-lo-ão a preços mais baixos (menos altos).

    Colocado por: RCFnão haverá (não prevejo que haja) quebra de preços.


    "Preços menos baixos" e "quebra" parecem apenas diferir na intensidade, mas ambos indicam uma redução. Ou não?

    Colocado por: zedasilvaComo subempreiteiros.

    Sem dúvida, mas irão os fundos escoar até aos mais pequenos?
    Certamente irá depender da procura vs oferta, da efectiva aplicação dos fundos (vejam que apenas foi aplicada uma fracção da verba disponível para apoios da pandemia) e das subempreitadas serem mais lucrativas do que empreitadas gerais particulares a preço "menos alto".
  10.  # 13

    Colocado por: pguilhermeaté aos mais pequenos?

    Os mais pequenos irão continuar pequenos no tamanho de operacionais disponíveis mas terão obrigatoriamente que se reformular ao nivel da estrutura.
    Cada vez mais as exigências burocráticas e técnicas aumentam, o tempo do empreiteiro em que o patrão faz tudo e ainda conduz a carrinha para levar os homens para a obra está a acabar.
    Obrigatoriamente de uma forma ou de outra estas pequenas estruturas têm que se reformular na sua gestão, isso implica custos. Custos que têm que ser suportados por alguém
    • RCF
    • 19 agosto 2021

     # 14

    Colocado por: pguilhermeMantendo a lógica, não seriam 4 + 2 anos?

    Não propriamente. O programa do Governo é de 4 anos e está a iniciar-se agora.

    Colocado por: pguilherme"Preços menos baixos" e "quebra" parecem apenas diferir na intensidade, mas ambos indicam uma redução. Ou não?

    Não. Por isso, escrevi entre parentesis (preços menos altos)
  11.  # 15

    Colocado por: RCFNão. Por isso, escrevi entre parentesis (preços menos altos)

    Lapso meu. As citações eram "preços menos altos" e "quebra":

    Colocado por: RCFE se não o fizerem a preços mais altos, fá-lo-ão a preços mais baixos (menos altos). [...] não haverá (não prevejo que haja) quebra de preços.

    Estas duas expressões é que significam redução e foram ambas empregues na mesma mensagem, de forma contraditória.
    Por um lado fazem "preços mais baixos (menos altos)" mas por outro não há "quebra de preços".
    Apenas não será contradição se houver uma distinção quanto à intensidade (baixa vs quebra).

    Colocado por: RCFNão propriamente. O programa do Governo é de 4 anos e está a iniciar-se agora.

    Mas 4 anos de aplicação não significa que sejam 4 anos de obra. Assumiremos que, no limite, a última obra seja adjudicada daqui a 4 anos e que terá uma duração dos tais 2 anos, como sugeriu anteriormente. E isto será um calendário muito optimista/ingénuo.

    Colocado por: zedasilvaOs mais pequenos irão continuar pequenos no tamanho de operacionais disponíveis mas terão obrigatoriamente que se reformular ao nivel da estrutura.
    Cada vez mais as exigências burocráticas e técnicas aumentam, o tempo do empreiteiro em que o patrão faz tudo e ainda conduz a carrinha para levar os homens para a obra está a acabar.
    Obrigatoriamente de uma forma ou de outra estas pequenas estruturas têm que se reformular na sua gestão, isso implica custos. Custos que têm que ser suportados por alguém

    Um empreiteiro que actualmente tenha alvará para obras particulares de classe 4 ou 5, já não deverá ser um desses casos que descreve, no entanto pode não ter alvará para obras públicas, não é?
    Também presumo que actualmente os micro empreiteiros não tenham capacidade para construir muitas das moradias que se vêem e aí, maior a motivação para as subempreitadas, talvez?
  12.  # 16

    Vontade de construir há muita, vamos ver como correm os pagamentos... há amigos meus do setor da construção que já pararam obras porque o pilim deixou de entrar, mas mesmo assim já estão a arder com algum, não muito...

    Do que vejo em muitas obras, não necessitamos de mais braços, necessitamos é de mais cabeças com braços, desde o projeto à execução, há muita falta de otimização, depois os custos disparam, para todos, até os que optimizam...
  13.  # 17

    O ferro caiu 25 % e os fornecedores ainda não atualizaram a tabela de preços!

    Quando estava a subir a pique atualizavam-na dia sim dia não!

    Só depois de escoarem os stocks é que irão ajustar os preços. Mas não será com certeza com a mesma veemência com que os subiram.

    Mão de obra essa sim é que vai desaparecer. Iremos transitar para a era da construção-indústria-standard. É o fim da construção tradicional.
    Concordam com este comentário: jg_sousa
  14.  # 18

    Boa noite,

    Agradeço a todos o forte feedback que deram a este assunto.

    Pelo que percebo do que foi dito aqui, o preço dos materiais já está estabilizado e irá gradualmente voltar ao normal. Sendo que provavelmente no final do ano os preços possam ser revistos em baixa(?)

    Tendo eu empreiteiro apalavrado para iniciar os trabalhos em Setembro/Outubro, os trabalhos obviamente irão ser iniciados de acordo com o último orçamento dado. No entanto no inicio do ano foi dado um orçamento com valor x, após isso e verificando-se a enorme escalada do preço dos materiais o orçamento foi retificado 8 meses depois com valor y. É coerente eu falar com o empreiteiro e dada a situação tentar que se faça um ajuste nos preços na altura dele comprar os materiais ou isso não faz sentido?

    **Editado**

    Há outra questão que não coloquei, mas será, uma vez que tenho empreiteiro será obviamente de aproveitar pois como dizem, o problema que virá a seguir será o da falta de mão de obra e eventualmente a subida de preços pela falta de oferta, daí também esta minha questão sobre se é coerente ter esta conversa com o empreiteiro relativamente à revisão do orçamento uma vez que foi uma situação pontual..

    Muito obrigado a todos.
  15.  # 19

    Não faz sentido. Como disse, os fornecedores de materiais não vão descer os preços na mesma proporção com que os subiram. Vão aumentar a margem de lucro. Dessa descida, o pouco que sobrar para o empreiteiro ele também irá assimilar na sua margem de lucro para se precaver.

    A demanda é muito alta, não faz sentido reduzir preços.
  16.  # 20

    Relativamente ao preço do aço não me parece que esteja a baixar, pelo menos para já.
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