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    • lobito
    • 23 fevereiro 2010 editado

     # 61

    As formas de tratamento em português são lixated e, de entre elas, o você é a mais complicada de todas. Não sei se vou ter tempo para fazer uma peroração completa (como é um assunto que me diverte já meditei muito sobre ele), mas queria dizer desde já que a maneira como ... (e aqui hesito)... você... o FD... usou o termo me soou a mim perfeitamente correcta. Mas como é uma palavra muito "carregada" do ponto de vista social (como "esposa", por exemplo, que algumas pessoas pelos vistos consideram que é mais respeitoso do que "mulher" mas que eu, pessoalmente, nunca uso seja em que circunstância for, nem mesmo no registo civil, em que uso cônjuge), soou obviamente mal a alguém.

    A minha teoria é a seguinte:

    A) Entre homens, não tem espinhas; se não houver nenhuma diferença óbvia entre eles (como professor-aluno, velhote-miúdo, coisas assim), acho que não precisam de ser amigos do peito para se tratarem por você, nem têm de pertencer absolutamente à mesma "classe social" (o que eu quero dizer com isto é que penso que não têm de partilhar códigos específicos).

    B) Entre mulheres, o tratamento por você "egualitário" é tão raro que eu diria que não existe.

    C) Entre homens e mulheres, o tratamento por você é vulgar entre pessoas da mesma "classe social". Quer dizer que penso que as pessoas têm de partilhar os mesmos códigos para que a coisa não seja mal entendida, ou tenha uma conotação de desigualdade social. Ou seja, sou capaz de me dirigir ao meu garagista usando você, se ele se dirigir a mim, não me soa muito bem, o Luis KW e eu não temos dúvida nenhuma em usar você um com o outro, em relação a outras pessoas que não sei o que "ouvem" como você...o FD... hesito e sou naturalmente mais formal.

    No caso em apreço, o FD seguiu a (minha!) regra A ;-)

    Só mais um pequeno aparte: o português é uma língua bastante classista, com as suas variadíssimas formas de tratamento; mas outras que como o inglês as não têm, não são menos. Uma vez tive uma lição inteira sobre o uso de certas palavras que são uma "pedra de toque" social como scent, por oposição a parfum, looking glass, por oposição a mirror e, para mim a mais divertida de todas, pudding por oposição a dessert :-)))
  1.  # 62

    Colocado por: lobitoMas como é uma palavra muito "carregada" do ponto de vista social (como "esposa", por exemplo, que algumas pessoas pelos vistos consideram que é mais respeitoso do que "mulher" mas que eu, pessoalmente, nunca uso seja em que circunstância for, nem mesmo no registo civil, em que uso cônjuge), soou obviamente mal a alguém.


    Pois, é como prenda/presente.
  2.  # 63

    É. Eu acho que nós, seres humanos, somos uns classificadores fanáticos (de pessoas, coisas, conceitos) porque é uma maneira muito eficiente de gerir a informação. Evidentemente, é mais fácil fazê-lo com características aparentes do que escondidas (daí que usamos a cor da pele, que geneticamente tem muito pouca utilidade, em vez de marcadores cromossómicos). Por isso (digo eu) usamos certas palavras como sinais na testa que nos dizem imediatamente "donde é que este vem" (outras coisas como a maneira de vestir, a pronúncia, etc vão-se uniformizando).

    Penso eu de que.
  3.  # 64

    Teremos que ver em que contexto é aplicada determinada palavra.
    Um "você" na frase de uma pessoa que não conhece a outra
    Se você se aplicar tanto no resto como na escolha dos vidros vai ter uma casa espectacular... :)
    é diferente do de um vizinho que diz: " ó souzé você tem que cá vir porque o temporal derrubou uma porta..."
    Para perceberem melhor o meu ponto-de-vista, podem ver neste tema e nos seguintes: https://forumdacasa.com/?CommentID=107372 / https://forumdacasa.com/?CommentID=110157 / https://forumdacasa.com/?CommentID=111139
    Não estou com isto a querer desculpar-me, mas a tentar dizer que " há uma forma de escrever e várias de interpretar" ou "uma maneira de falar e muitas de entender".
    Cumprimentos
    José Borges
  4.  # 65

    Lobito,
    B) Entre mulheres, o tratamento por você "egualitário" é tão raro que eu diria que não existe.
    Explique lá isto melhor?!?!

    Lembro-me bem de, quando era pequeno, a minha família (mais francófona que anglófona, como era antigamente hábito) gozar com a língua inglesa porque os empregados tratavam os patrões por you (tu). :-)
  5.  # 66

    Colocado por: Luis K. W.Lobito,
    B) Entre mulheres, o tratamento por você "egualitário" é tão raro que eu diria que não existe.
    Explique lá isto melhor?!?!

    Lembro-me bem de, quando era pequeno, a minha família (mais francófona que anglófona, como era antigamente hábito) gozar com a língua inglesa porque os empregados tratavam os patrões por you (tu). :-)


    Acho que exagerei com o "não existe", mas penso que é muitíssimo mais vulgar dois vizinhos, por exemplo, usarem o vocativo "você" (que é isso que está em causa, não o vulgar tratamento "por você") do que duas vizinhas. Pense nas seguintes frases:

    "Ó Manel, mas você não está ver que..."

    "Ó Manel, mas não está a ver que..."

    "Ó Maria, mas você não está a ver que..."

    "Ó Maria, mas não está a ver que..."

    e imagine quem as diz, a quem.

    Reconheço que isto é tudo um bocado subjectivo (como se viu). Mas é uma das graças da língua portuguesa!
    •  
      FD
    • 24 fevereiro 2010

     # 67

    Mais informação (que desconhecia)...

    [Pergunta] Hoje em dia qualquer jornalista trata qualquer entrevistado por "Você". Dizem eles que apenas actualizam a antiga fórmula do "Vossemecê". Terei razão?
    Carlos Pinto Coelho :: jornalista da RTP :: Portugal

    [Resposta] Os jornalistas devem substituir você por o senhor, a senhora, os senhores, as senhoras, para que não sejam apodados de indelicadeza e má-criação.
    Vossemecê é forma antiga mas que ainda se ouve, nalgumas regiões de Portugal, pelo menos a pessoas de idade provecta.
    Você tem como origem remota vossa mercê >vossemecê >voss'mecê >vomecê > vom'cê >vômcê >você. Veja-se Vasco Botelho do Amaral, Grande Dicionário de Dificuldades e Subtilezas da Língua Portuguesa.
    Uma coisa é dizer-se que você é actualização de vossemecê. Outra coisa é dizer-se que você provém da evolução fonética de vossa mercê. E outra coisa ainda é afirmar-se que você deriva directamente de vossemecê, o que não é verdade. Nestes factos não há, pois, actualização. Há, sim, evolução.
    Você também não é actualização semântica, porque você é forma de tratamento usada, geralmente, para pessoas de categoria mais baixa ou igual; e vossemecê é forma de tratamento que se usava, e ainda o povo usa, como título de deferência, estima, gratidão, amizade, etc.
    :: 01/01/1997

    http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=192

    [Pergunta] Eu gostaria de saber mais sobre o uso da palavra você (e não vocês) em Portugal. É formal ou informal?
    1. Em 'Dicionário do falar algarvio' de autor Eduardo Brazão Gonçalves encontrei:
    "Miga: abreviatura de amigo ou amiga, para tratamento ou chamamento carinhoso de crianças. Usado por toda a parte, tem uma frequência maior nas zonas piscatórias. É comum tratar a criança por você quando se lhe chama miga. Ex.: vá miga, coma panito e p'xinho."
    2. Em 'Portuguese Verbs and Essentials of Grammar' de autora Sue Tyson-Ward achei:
    "Through the influence of Brazilian soap operas (telenovelas), the você form is starting to be heard in Portugal among young people. = Através da influência das telenovelas brasileiras o você começou a ser usado entre jovens".
    Por favor, falem-me mais sobre os assuntos em cima mencionados. Trata-se, acho eu, de o você explicado como informal (tanto em 1. como em 2.). Conto com a sua ajuda.
    Obrigadíssimo.
    T. Sugnetic :: Estudante :: Croácia

    [Resposta] Você, em Portugal, é de uso corrente, não cerimonioso ou formal. Já não se usa só entre jovens (que aliás se tratam mais por tu) mas entre adultos, ou entre estes e jovens ou crianças. As pessoas de meia idade não gostam de ser tratadas por você por aquelas que não as conhecem de lado algum, mas este tratamento vai aumentando de dia para dia, em casos que seria de esperar o senhor, a senhora, ou até, aqui para trás, V. Ex.ª.
    F. V. P. da Fonseca :: 25/01/2000

    http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=5100

    [Pergunta] Como deve ser usado o pronome você?
    João Nobre :: :: Portugal

    [Resposta] Não sei se quem me pergunta fala a variedade do Português do Brasil ou do Português Europeu, mas, para não deixar ninguém de fora, referir-me-ei às duas. Começo pela mais simples:
    O Português do Brasil usa o pronome pessoal você, quer para designar a 2.ª, quer a 3.ª pessoa do singular, correspodentes ao tu e ele/a do Português Europeu. É uma forma de tratamento muito comum no Brasil (e em outros PALOP) no relacionamento informal. Deixa de o ser quando um dos interlocutores é mais velho ou está num nível socioeconómico e cultural acima do outro.
    Quanto ao Português Europeu, é de referir que a forma do pronome você é usada com mais ou menos frequência dependendo, também, da região e do grupo social.
    Apesar de, regra geral, você ser visto de um modo depreciativo para o interlocutor, é cada vez mais frequente ouvir pessoas tratar outras pessoas por você, sem qualquer intenção pejorativa. Note-se ainda que é uma forma de tratamento muito comum num sociolecto, o conhecido sociolecto das “Tias de Cascais” onde se generalizou o uso desta forma, quer se trate de indivíduos com muito ou pouco grau de intimidade.
    Mais uma ressalva: você conjuga-se com a 3.ª pessoa do singular dos verbos.
    Susana Correia :: 24/03/2003

    http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=11630

    [Pergunta] Aqui há uns dias, chamaram-me à atenção de que não deveria aplicar o termo “você” num diálogo. No entanto, quer na rádio quer na televisão, tenho ouvido várias vezes a palavra “você”. Esclareça-me, deve-se ou não (em português correcto) aplicar a palavra você?
    Fátima Barroso :: :: Portugal

    [Resposta] A palavra você tem origem na forma de tratamento Vossa Mercê, que se usava quando alguém se dirigia a uma pessoa de alta categoria social ou a um alto dignitário.
    Esta forma, Vossa Mercê, evoluiu para vossemecê > vosmecê > você.
    A par da transformação fonética deu-se uma degradação como forma de tratamento.
    Assim, vossemecê, vosmecê e você passaram a ser formas de tratamento para pessoas de categoria inferior ou do mesmo nível social.
    Não é elegante tratar os pais, as pessoas idosas ou os desconhecidos por você.
    Como você é uma forma de tratamento entre iguais ou de superiores para inferiores, muitas pessoas não gostam de ser tratadas por você e sentem-se desconsideradas ou classificam esta forma de tratamento como falta de educação.
    O tratamento por você é normalmente aceite entre pessoas da mesma categoria social ou quando existe alguma confiança ou intimidade.
    A. Tavares Louro :: 11/10/2004

    http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=14235

    [Pergunta] No que diz respeito as formas de tratamento em Portugal, há regras que explicam como são usadas no trabalho, na família, entre amigos, entre pessoas que não se conhecem bem (p. ex. um estrangeiro encontra um português mais novo/ do mesmo grupo etário/ mais velho. E na escola? Qual a melhor forma de tratamento quando um professor se dirige aos seus estudantes (=adultos)?
    Hilde Weyen :: :: Bélgica

    [Resposta] Não posso explicar o assunto desenvolvidamente, porque o Ciberdúvidas existe apenas para tirar dúvidas de língua portuguesa.
    Tu. - Tratamento entre amigos do mesmo nível social e entre os quais não há muita diferença de idade. Os filhos estão começando a tratar os pais por tu. Há anos atrás, tratavam-nos por pai e mãe, geralmente.
    Você. - Tratamento mal aceite nalgumas regiões de Portugal e por algumas pessoas. Não é conveniente ser usado por um estrangeiro, porque é vulgar usá-lo pessoa de categoria superior para pessoa de categoria inferior. Mas também se usa entre pessoas do mesmo nível.
    O senhor/A senhora. - Tratamento que um estrangeiro pode usar. É uma forma de tratamento geral. E então dirá: o senhor...; a senhora...; minha senhora,...
    É uma forma de tratamento entre pessoas que não se conhecem ou entre as quais não há intimidade.
    Entre pessoas que se dão bem, também há o tratamento pelo nome:
    - Ó João, empreste-me esse livro.
    - Ó João, empreste-me esse livro, se faz favor.
    Na escola, os professores tratam os alunos por tu.
    Se alguma dúvida permanecer ou surgir, o Ciberdúvidas está ao vosso dispor.
    J.N.H. :: 15/09/1998

    http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=2817

    Conclusão: parece-me que é uma questão de mentalidade, idade, escalão social e zona geográfica.
    Fica apenas a questão de como é que, em pleno século XXI ainda há quem se considere de condição inferior/superior de forma a que se possa dar algum fundamento a esta definição...
  6.  # 68

    Eu aprovo a resposta do A. Tavares Louro (que justifica, claro, que a tia do jhborges lhe tenha puxado as orelhas).

    Mas deixe-me que lhe diga, FD, que aqui há uns anos atrás (uns 20 ou 30?), ainda no séc. XX, os suecos resolveram que o tratamento por "Du" era muito mais egualitário do que "Ni" e particamente baniram este último: os caixeiros das lojas tratavam os clentes por Du, os clientes respondiam da mesma moeda e acho até que fizeram uma lei que permitia tratar o rei por Du. Uns anos mais tarde (inícios do séc. XXI, portanto), o tratamento por "Ni" voltou a estar na moda...
  7.  # 69

    Devia-se instituir o tratamento por pá. Ó pá isto, ó pá aquilo. Até o presidente Sampaio tinha a saudável mania do pá.

    Que é que acham, pá?
    •  
      FD
    • 24 fevereiro 2010

     # 70

    Colocado por: J.FernandesQue é que acham, pá?

    Acho que Sua Excelência se encontra desenquadrado do espírito desta discussão. Apraz-me dizer que o deveria remeter para os doutos de uma correcta e elaborada etiqueta de relacionamentos inter-pessoais mas, não o vou fazer.
    Vou apenas e tão só dizer: "porreiro pá!" :)

    Colocado por: lobitoMas deixe-me que lhe diga, FD, que aqui há uns anos atrás (uns 20 ou 30?), ainda no séc. XX, os suecos resolveram que o tratamento por "Du" era muito mais egualitário do que "Ni" e particamente baniram este último: os caixeiros das lojas tratavam os clentes por Du, os clientes respondiam da mesma moeda e acho até que fizeram uma lei que permitia tratar o rei por Du. Uns anos mais tarde (inícios do séc. XXI, portanto), o tratamento por "Ni" voltou a estar na moda...

    Pronto, já sei. Não devo tratar ninguém por Du... ou por Ni. Melhor, decido nunca aprender sueco. :D

    O mais engraçado é que ainda há pouco usei o "você" outra vez... isto vai ser um hábito difícil de deixar.
    Sou de outra geração, de outros meios, está visto. Sempre tratei os meus pais por "tu" e trato a minha filha por "tu".
    Não considero e até desprezo essa história de condição social. Para mim, não há cá criados ou pessoas de condição inferior/superior. Aliás, até desprezo títulos honoríficos - normalmente ignoro-os e quando me querem forçar a usá-los, ainda me faço de mais estúpido/ignorante.
    Por isso, aqui fica o "mea culpa": se algum dia por aqui tratar alguém por você, pá, desculpem-me que não faço por mal. :)))

    Ultrapassei a quota de disparates da semana, por isso vou parar de escrever.
  8.  # 71

    Boas

    Agradeço aos intervenientes pelos esclarecimentos prestados sobre este assunto em relação ao qual eu estava, sem saber, completamente desenquadrado. Àqueles que tratei por você, as minhas desculpas. Surgiu-me porém outra dúvida em relação à qual peço a vossa ajuda: em que classe me enquadro eu afinal? Sou superior - e portanto posso tratar por você - a quem? Sou inferior - e portanto devo admitir que me tratem por você - a quem? Desde já o meu obrigado pelos esclarecimentos que possam prestar.

    cumps
    José Cardoso
  9.  # 72

    chamem-me o que quizerem mas isso do voçê e á volta do voçê é mais uma daquelas que me dá volta ao estomago em portugal, acho mesmo que boa educação não passa por essas finas considerações sobre o tratamento por voçê. Eu uso e entendo que por usar nunca desrespeitei ninguêm. Se calhar tem a ver com a minha grande ambição de ser apenas um simples e anonimo cidadão.
  10.  # 73

    Colocado por: j cardosoBoas

    Agradeço aos intervenientes pelos esclarecimentos prestados sobre este assunto em relação ao qual eu estava, sem saber, completamente desenquadrado. Àqueles que tratei por você, as minhas desculpas. Surgiu-me porém outra dúvida em relação à qual peço a vossa ajuda: em que classe me enquadro eu afinal? Sou superior - e portanto posso tratar por você - a quem? Sou inferior - e portanto devo admitir que me tratem por você - a quem? Desde já o meu obrigado pelos esclarecimentos que possam prestar.

    cumps
    José Cardoso


    Isto é um supôr:

    Miúdo de 15 anos - tem direito a tratar por você

    Senhor de 80 anos - tem direito a tratá-lo por você

    Miúdo de 15 anos trata-o por você -tem direito a dizer-lhe que bata a bolinha baixa

    Trata um senhor de 80 anos por você - tem direito a apanhar bengaladas
  11.  # 74

    Boas

    Obrigado mas não consigo apanhar a lógica da questão; algumas dúvidas:

    - E se o miúdo de 15 anos pertencer a uma classe superior ainda tenho direito a trata-lo por você?
    - E se o senhor de 80 anos for, ou tiver sido, meu empregado já posso usar o você?
    - E se o filho do senhor de 80 anos tiver progredido na ascensão de classe, trato o pai por você mas o filho já não?
    - Mais grave ainda, e esta preocupa-me mesmo muito: os meus pais, pese embora serem de origem humilde, são pessoas de grande classe, pelo menos na minha opinião. Devo considerar ofensivo se alguém usar o tratamento por você com eles? E, se considerar, que devo fazer? Dou um ar de superior desprezo e viro costas (presumo que seria a reacção de alguém da classe superior)? Ou dou asas à exuberância mais própria da minha classe e dou-lhe dois sopapos enquanto insulto a respectiva mãezinha?
    Não sei se será defeito de profissão, mas não se arranjam umas tabelas que permitam calcular de imediato a classe social de cada um? Vou ver se o Palo Correia por acaso não terá estas tabelas. Ou então vou falar com a Bobone.

    cumps
    Jose Cardoso
  12.  # 75

    Acho que falar com a Bobone é uma boa ideia :-) Eu ia responder como se fosse a Miss Manners (mas não tenho a graça dela, já para não falar da autoridade!)

    As duas primeiras são simples, é uma questão de diferença de idades. Ou seja, para mim, idade é posto, portanto um miúdo de 15 anos é sempre um miúdo que deve respeito, o senhor de 80 anos é sempre um senhor a quem se deve respeito.

    Quanto às outras, à parte o facto de que, em meu entender nada disto é um casus belli e não merece nem ofensas de morte nem sopapos, só me faz lembrar uma história que aconteceu com o meu pai:

    Uma vez passou perto duma propriedade duma pessoa conhecida e resolveu bater à porta para ver se estavam. Apareceu um empregado, a quem ele perguntou pelo dono da casa (pai do conhecido dele): "O Sr. (nome de família) está?" O outro respondeu "Não, o Sr. D. (nome próprio) não está". O meu pai perguntou então pelo filho "E o Sr. D. (nome próprio)?" Resposta: "Não, o Sr. Engenheiro também não está".

    Vá-se lá saber.
  13.  # 76

    tou lixado :)

    Para mim é muito simples:
    Tu para os íntimos (que agora não me lembro quem são)
    Você para todos os outros (Maneira de lhes dizer que as distâncias são para ser mantidas)
    Senhor para os idiotas que me dizem "estou habituado a ser tratado por senhor engenheiro" ou uma forma delicada de os mandar à m***a
  14.  # 77

    Colocado por: PauloCorreiatou lixado :)

    Para mim é muito simples:
    Tu para os íntimos (que agora não me lembro quem são)
    Você para todos os outros (Maneira de lhes dizer que as distâncias são para ser mantidas)
    Senhor para os idiotas que me dizem "estou habituado a ser tratado por senhor engenheiro" ou uma forma delicada de os mandar à m***a


    À terceira categoria pode sempre dar a resposta clássica: "Sabe, é que engenheiros há muitos, senhores há poucos..."
  15.  # 78

    tambem há aquela já velha em que um encarregado de obra farto de nunca acertar com o titulo dos senhores que apareciam na obra, uma vez quando lá chegou um, resolveu assim: boa tarde sr. doutor arquitecto engenheiro.
  16.  # 79

    Colocado por: marco1boa tarde sr. doutor arquitecto engenheiro.

    ehehe,só você para me fazer rir agora...

    Colocado por: lobitoÀ terceira categoria pode sempre dar a resposta clássica:

    Ai está? então desabitue-se.
    • naar
    • 26 fevereiro 2010

     # 80

    Um glossário com termos interessantes:

    A
    ABS
    O A.B.S. (Acryonitrile-Butadiene-Styrene) é um plástico, cujo desenvolvimento tem estado tradicionalmente vinculado a aplicações na indústria de alta tecnologia (espacial, aeronáutica, etc.).
    O A.B.S. é capaz de suportar inclusive fortes golpes sem sofrer fissuras nem roturas.
    A rigidez do A.B.S. é a adequada para tentar uma perfeita funcionalidade e comodidade de uso.
    Dificulta o desenvolvimento de germes, e pode ser facilmente limpo com um pano suave.
    O A.B.S. é um plástico reciclável, contribuindo o seu emprego à protecção do meio ambiente.


    Aço
    É uma liga formada por vários elementos químicos, tendo o ferro e o carbono como principais componentes.


    Aço escovado
    Aço polido com escovas, ficando com aparência fosca, mate.


    Aço polido
    Diz-se polido por ter um acabamento brilhante.


    Aço inoxidável
    É um tipo de aço contendo pelo menos, 11% de crómio, com composição química balanceada para ter maior resistência à corrosão.

    Cada vez que escolhemos um produto em inox, estamos a levar muito mais do que beleza e durabilidade às nossas casas.
    Por ter uma superfície lisa e pouco porosa, os aços inox são extremamente higiénicos. Por isso, são largamente empregados em restaurantes, cozinhas industriais, hospitais e laboratórios. O aço inox é neutro em relação aos alimentos. Isso quer dizer que, mesmo em contacto por tempo prolongado, nem o sabor, nem a cor e tão pouco o aroma dos alimentos e bebidas são alterados. Devido às suas características, o aço inox não descasca, não escurece com o tempo e não requer técnicas complicadas para ser mantido sempre bonito. A resistência do aço inox permite sua utilização em temperaturas baixas e altas, do congelador ao forno, sempre com a mesma eficiência.


    Alumínio
    O alumínio é o elemento metálico mais abundante na Terra e na Lua, mas nunca se encontra em forma livre na natureza. Acha-se amplamente distribuído nas plantas e em quase todas as rochas, sobretudo nas que contêm alumínio em forma de minerais de alumínio silicato. Quando estes minerais se dissolvem, segundo as condições químicas, é possível precipitar o alumínio em forma de argilas minerais, hidróxidos de alumínio ou ambos.
    Encontra-se no lar sob a forma de utensílios de cozinha, papel de alumínio, ferramentas, aparelhos portáteis, ar condicionado, congeladores, refrigeradores, e no desporto nos esquís e raquetas de ténis.



    B
    Baquelite
    Em 1909, o químico industrial belga Leo Baekeland inventou o plástico, que viria a ser conhecido por baquelite. A sua característica principal consistia em ser o primeiro plástico que, uma vez endurecido pelo calor, não podia voltar a ser amolecido e moldado; além disso, era mau condutor de electricidade - o que fez com que fosse prontamente adoptado pela indústria de artigos eléctricos em interruptores e casquilhos de lâmpadas.
    A baquelite era inteiramente produzida a partir de produtos químicos sintéticos, o que constituiu uma inovação para a época.


    Baydur
    São espumas rígidas integrais de poliuretano. Utilizado em vários artigos do nosso quotidiano como nos ecrãs de plasma e LCD's e nos computadores.


    Biscuit
    Pasta com a composição original da porcelana com cozedura a Grande Fogo (1350º C) e sujeita a atmosfera redutora mas sem a envolvente de suspensão de vidro. Esta composição e processo de cozedura implica as mesmas características físicas de brancura, translucidez e porosidade inferior a 0,1%, apresentando uma superfície rugosa com aspecto mate.


    Borracha termoplástica
    A flexibilidade e suavidade ao toque da borracha, aliada á facilidade de processamento dos plásticos são os principais apelos do mercado.
    Substituem muito facilmente as borrachas e resinas convencionais porque são recicláveis e pode-se aproveitar todas as sobras e rebarbas do processo, além de que a moldagem de peças é mais facilitada relativamente ás borrachas termofixas.



    C
    Cordura
    É uma fibra de poliamida resistente à humidade e à sujidade. Foi inventada por cientistas da Du Pont quando procuravam fibras altamente resistentes aos danos mecânicos. Com esta característica, os produtos feitos de Cordura têm uma vida muito mais longa do que outros disponíveis no mercado.



    D
    Dacron
    Material de enchimento hipoalergénico e inodoro composto por fibra de poliéster oca. Proporciona um suporte adequado em almofadas, uma boa recuperação e circulação do ar, e um bom conforto. Oferece uma termoregulação adequada nos edredões. Pode lavar-se e secar-se na máquina.



    E
    Epoxi
    É uma tinta plástica e impermeável, usada na pintura de peças metálicas, dada a sua resistencia, são ideais para caixilharias ou peças sujeitas á humidade.



    F
    Fleece
    O fleece é cada vez mais popular, pela sua leveza, capacidade de guardar o calor produzido pelo corpo e facilidade de manutenção.
    Fabricado a partir de micro fibras de poliéster, lycra e nylon, os vestuários feitos neste material são extremamente quentes, leves e deixam também passar um certo grau de vapor de água de dentro para fora. São vestuários extremamente confortáveis e elásticos. São antes de mais bons tecidos contra o frio e se molhados, secam rapidamente.



    G
    Gofrado
    O gofrado é a marca que fica no papel ao ser pressionado sobre uma superficie acidentada ou matriz.



    H
    Material de enchimento hipoalergénico e inodoro da marca Dacron composto por fibra oca de quatro canais que, graças ao seu tratamento Allerban, fornece uma protecçao antifungos, antiácaros e antibactérias. Ainda, proporciona um calor uniforme e um suporte firme, é resistente ao uso e pode lavar-se e secar-se na máquina.



    M
    Metacrilato
    O metacrilato de metilo polimeriza-se originando um polímero com excelentes propriedades ópticas, que se utiliza para fabricar lâminas transparentes e lentes de contacto.


    Melamina
    A melamina é um composto orgânico, também conhecida com o nome de melamina-formaldeído e tem propriedades muito parecidas com as da baquelite. De resistência a golpes e possibilidades refractárias que a fazem apropriada para o uso doméstico e como recobrimento por suas qualidades estéticas. A melamina é um plástico duro e leve que pode ser colorido, apresentando uma aparência semelhante à louça porém muito mais leve e resistente.



    N
    Neopreno
    O neopreno é uma borracha sintética de óptima qualidade: resiste muito bem a tensões mecânicas, aos agentes atmosféricos e aos solventes orgânicos. É também empregado no fabrico de juntas, tubos flexíveis e no revestimento de materiais eléctricos.



    P

    Palissander
    A madeira de Palissander tem a cor castanha com listras pretas, de textura irregular, superfície lisa ao tacto e irregularmente lustrosa.
    É considerada de alta resistência ao ataque de organismos xilófagos.


    Poliamida
    As poliamidas estão considerados como um dos polímeros técnicos mais versáteis e com maiores possibilidades de aplicação. Empregam-se em sectores muito variados, ainda que o seu uso está mais voltado para os têxteis e vasilhames porque a variedade de monómeros, aditivos, reforços e modificantes disponíveis permitem adaptá-las aos requisitos específicos de cada aplicação.


    Policarbonato
    É um tipo especial de poliéster, no qual se juntam os fenois diédricos através de ligações de carbonatos.
    O policarbonato é surpreendentemente rígido, forte e não toxico.
    Mantém a sua resistência ao impacto numa larga escala de temperaturas e mesmo em condições ambientais severas.
    Suporta temperaturas desde os -50º até +135º e tem boas propriedades ópticas aliadas á alta resistência á exposição solar (radiações UV)


    Poliéster
    É um plástico polímero sintético, resultante da ligação de moléculas de grupos éster.
    As resinas poliéster fazem parte de uma família diferente e complexa de resinas sintéticas que são obtidas com uma grande variedade de matérias primas como base.
    A sua robustez, flexibilidade e rigidez podem ser modificadas com a junção de reforços, que são geralmente fibras de vidro ou de carbono.



    Polietileno
    O polietileno é o polímero de maior aplicação, apresenta grande resistência a agentes químicos e boa flexibilidade. É usado, entre tantas aplicações, no fabrico de recipientes, baldes,sacos, garrafas; em filmes plásticos usados na produção de toalhas, cortinas, brinquedos; no revestimento de fios e cabos eléctricos (isolante eléctrico) e no fabrico de recipientes para produtos químicos.


    Poliestireno
    O poliestireno expandido é um plástico celular e rígido, que se pode apresentar numa multitude de formas e aplicações. O EPS é uma espuma de poliestireno moldada, constituída por um aglomerado de grânulos.
    O poliestirol Styrolux fabrica-se a partir da polimerização do estireno e da adição de pentano.
    Caracteriza-se pela alta resistência, brilho, transparência, nao é toxico e é 100% reciclável.


    Polipropileno
    Polímero do propeno, bastante utilizado no fabrico de assentos de cadeiras e parachoques.
    O polipropileno apresenta alta dureza e resistência, é utilizado na confecção de capas, cordas, tubos, além de permitir a esterilização, é também usado em equipamentos médicos, como as seringas descartáveis.
    É bom isolante químico e térmico, atóxico e resistente à abrasão.
    A chapa de polipropileno é flexível, pode ser manuseada e trabalhada a frio, é termosoldável, imune à radiação UV pela adição de anti-UV.


    Poliuretano
    Os poliuretanos são copolímeros formados na polimerização de vários poliésteres. Os poliuretanos têm uma estrutura tridimensional muito complexa e muito versátil.
    Assim temos:
    - poliuretanos esponjosos. Formado quando no processo de produção for expandido por gases. Usado no fabrico de colchões, almofadas e esponjas de limpeza.
    -poliuretanos muito rígidos, usados em saltos de sapatos,
    -poliuretanos elastômeros muito resistentes ao desgaste, usados nas rodas de patins.
    -poliuretanos extremamente resistentes aos agentes químicos usados em tintas dos cascos de navio.
    -poliuretanos isolantes térmicos usados em frigoríficos.
    -poliuretanos isolantes acústicos.


    POM
    Polioximetileno ou Poliacetal, reconhecido por suas propriedades mecânicas, químicas e sua baixa absorção de humidade. Devido a esta combinação de propriedades, vem substituir em grande escala os metais. Apresenta superfície lisa e dura, atrito reduzido, resistência ao desgaste, grande resistência à fadiga e ao impacto a temperaturas baixas.


    PP
    Polímero do propeno, bastante utilizado no fabrico de assentos de cadeiras e parachoques. O polipropileno apresenta alta dureza e resistência; é utilizado na confecção de capas, cordas, tubos, além de permitir a esterilização; é também usado em equipamentos médicos, como as seringas descartáveis.


    PMMA
    O polimetilmetacrilato é um material de alta qualidade estética e funcional. Transparente e resistente ao tempo. As sua propriedades anti-riscos são melhoradas por adição de borracha.


    PVC
    O cloruro de polivinil é a matéria plástica mais difundida.
    A verdadeira indústria do PVC nasceu poucos anos antes da Segunda Guerra Mundial, paralelamente nos Estados Unidos e na Alemanha.
    O PVC, pode ser trabalhado com quase todas as tecnologias para os materiais plásticos e é impossível descrever todas as aplicações entre as quais lembramos: isolamentos para fios, tomadas eléctricas, caixas de derivação, válvulas, bombas, tubagens para esgoto, tapeçarias, revestimentos para o interior de carros, sapatos, impermeáveis, brinquedos, entre muitos outros.



    Q
    Material de enchimento hipoalergénico e inodoro da marca Dacron composto por fibra oca de um único canal, mas com um espaço oco no interior muito superior (quase o diâmetro do filamento), que proporciona maior conteúdo de ar. Excelente combinação de calor, ligeireza, grande volume e suavidade.



    R
    Resinas termoplásticas
    Resinas que se tornam mais plásticas através do aquecimento ou mais duras pelo arrefecimento.
    São constituídas por numerosas cadeias de moléculas independentes. Como resultado do aquecimento, as cadeias movem-se permitindo o plástico tornar-se fluido; através do arrefecimento podem fixar-se de novo.
    Podem ser misturados com outras substancias para melhorem as suas características.



    S
    SAN
    Pertence á família dos estirenicos (Acronitril de estirene), que está entre as melhores em termos de características mecânicas. O SAN é rígido, duro que pode ser transparente ou opaco, a estabilidade dimensional das peças deve ser considerada excelente, tal como a sua possibilidade de moldagem.



    T
    Teflon
    O polímero de adição do tetrafluoreteno ou tetrafluoretileno, também conhecido por politetrafluoretileno ou PTFE. O teflon apresenta baixo coeficiente de atrito (trata-se de um plástico bastante resistente, mesmo aos agentes químicos mais poderosos). É utilizado em revestimento de panelas e apresenta excelente resistência química a solventes e ao calor. O seu uso também se estende ao fabrico de peças de canalização, válvulas e registros. É um óptimo isolante eléctrico e tem sido aproveitado na produção de peças electrónicas para esse fim. O teflon tem larga aceitação no mercado Por ser antiaderente.


    TIG
    É um processo de soldadura por arco eléctrico no qual este é estabelecido através de um eléctrodo não consumível de tungsténio e a peça, no seio de uma atmosfera de protecção de gás inerte (Argon ou Hélio). Em soldadura TIG a função principal do arco eléctrico é o fornecimento de calor para criar o banho de fusão e fundir o metal de adição, o qual, pode, se necessário, ser adicionado separadamente através de uma vareta.



    V
    Vidro Borosilicato
    O vidro borosilicato fabricado a partir de areia de quartzo, óxidos de boro, alumínio, potássio e sódio e hoje também, vidro reciclado, possui um baixíssimo coeficiente de dilatação o que o torna praticamente resistente a grandes choques térmicos, característica muito interessante, de entre outras, em vidraria de laboratório. Além disso este vidro apresenta características interessantes pela sua transparência, superfície lisa e resistência à maioria dos produtos químicos, mesmo a altas temperaturas.



    Z
    Zamac
    É uma liga de zinco (as outras letras do nome referem-se ao magnésio, alumínio e cobre) que tem a vantagem de ser muito leve e resistente.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: FD, lobito, Ema22
 
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