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  1.  # 181

    Aquilo a que habitualmente se chama "ganância" (e que mais não é que a vontade de melhorar) é o motor do desenvolvimento económico e humano.


    Colocado por: j cardosoAgora sim, percebi os seus argumentos. O problema deve ser mesmo meu já que teria vergonha de defender ou subscrever uma afirmação desse tipo.
    José Cardoso


    Claro. Poderemos sempre ser hipócritas e supor que as sociedades vivem do altruísmo e da vontade de contribuir para um "bem comum" difuso, que se sobrepõe aos desejos individuais, mas toda a história nos diz o contrário. Os motores do desenvolvimento humano são a liberdade e o self-interest.
    • eu
    • 17 fevereiro 2010 editado

     # 182

    Colocado por: luisvvClaro. Poderemos sempre ser hipócritas e supor que as sociedades vivem do altruísmo e da vontade de contribuir para um "bem comum" difuso, que se sobrepõe aos desejos individuais, mas toda a história nos diz o contrário. Os motores do desenvolvimento humano são a liberdade e oself-interest.


    A natureza humana é mesmo assim! E por isso mesmo, o sistema de mercado é o que melhor se ajusta à natureza humana e o que produz mais riqueza.

    Se há coisa que não suporto é a hipocrisia, principalmente daqueles que se auto-consideram moralmente superiores.
  2.  # 183

    Boas

    Ou seja, só porque não concordo consigo sou hipócrita e considero-me moralmente superior?
    Agora imagine que eu era tão lesto a classificá-lo como você é a classificar-me. Que diria eu?
    Aceito com naturalidade o direito de cada um à sua opinião. Custa-lhe muito fazer o mesmo?

    cumps
    José cardoso
  3.  # 184

    Colocado por: j cardosoBoas
    Aquilo a que habitualmente se chama "ganância" (e que mais não é que a vontade de melhorar) é o motor do desenvolvimento económico e humano.


    Agora sim, percebi os seus argumentos. O problema deve ser mesmo meu já que teria vergonha de defender ou subscrever uma afirmação desse tipo.
    J Cardoso,

    Não me diga que ainda acredita que o que nos levou à Índia foi o desejo de difundir a Fé... :-)

    (não misturar aquilo que o luisvv escreveu, com falcatruas, vigarices, aldrabices e etc., de que alguns casos recentes na banca são exemplo).
  4.  # 185

    Boas

    Não me diga que ainda acredita que o que nos levou à Índia foi o desejo de difundir a Fé...

    Claro que não, já não tenho idade para ser (tão) ingénuo. Daí a estabelecer a ganância como motor do desenvolvimento vai um passo que não quero dar. Por outro lado reservo-me o direito de ter e manifestar opinião mesmo que isso leve alguém que não me conhece a classificar-me de hipócrita e outras coisas do género.

    cumps
    José Cardoso
  5.  # 186

    Colocado por: j cardoso Ou seja, só porque não concordo consigo sou hipócrita e considero-me moralmente superior?


    Pela parte que me toca, se lhe faz confusão, substitua "podemos ser hipócritas e.. " por "posso ser hipócrita e ... ".O problema é o mesmo: o desenvolvimento resulta de atitudes e escolhas individuais que surgem de baixo para cima, e não de desígnios colectivos impostos de cima para baixo, ou de "sistemas" elaborados. Ignorar a lógica do self-interest ou julgar que é possível eliminar vontades e pulsões individuais conduz inevitavelmente ao fracasso.
  6.  # 187

    Colocado por: j cardosoDaí a estabelecer a ganância como motor do desenvolvimento vai um passo que não quero dar.


    O problema é que começa por se atribuir uma etiqueta com conotação negativa a algo, e depois a discussão desvia-se do seu eixo. Em todo o caso, o motor do desenvolvimento é, por mais que não o queira admitir, a liberdade e o direito à propriedade privada - que muitos tendem a chamar "ganância".

    Se conhecer outro, faça o favor de no-lo dar a conhecer.
  7.  # 188

    Boas

    O problema é que começa por se atribuir uma etiqueta com conotação negativa a algo


    Aquilo a que habitualmente se chama "ganância" (e que mais não é que a vontade de melhorar)


    Pode falar por si: para mim ganância é algo de muito diferente e não tem nada a ver com liberdade ou propriedade privada. Acho estas duas indispensáveis mas acho a ganância algo de vergonhoso.

    Em todo o caso, o motor do desenvolvimento é, por mais que não o queira admitir, a liberdade e o direito à propriedade privada .....
    ... Se conhecer outro, faça o favor de no-lo dar a conhecer.

    Acha então que o sistema actual não pode ser melhorado? Pessoalmente acho que pode e deve ser melhorado. Acho que o agravar da disparidade na distribuição da riqueza e principalmente no acesso às oportunidades, conjugado com a pressão demográfica dos países subdesenvolvidos, vai ser o motor de futuros problemas a que ninguém vai escapar; por acaso acho que muito disto tem a ver com a ... ganância.

    cumps
    José Cardoso
  8.  # 189

    Colocado por: j cardoso
    Pode falar por si: para mim ganância é algo de muito diferente e não tem nada a ver com liberdade ou propriedade privada. Acho estas duas indispensáveis mas acho a ganância algo de vergonhoso.


    E então, o que é para sia a ganância ?



    Acha então que o sistema actual não pode ser melhorado? Pessoalmente acho que pode e deve ser melhorado. Acho que o agravar da disparidade na distribuição da riqueza e principalmente no acesso às oportunidades, conjugado com a pressão demográfica dos países subdesenvolvidos, vai ser o motor de futuros problemas a que ninguém vai escapar; por acaso acho que muito disto tem a ver com a ... ganância.


    Acho que o "sistema actual" é muitas coisas diferentes ao mesmo tempo, pelo que dizer que pode ou não ser melhorado é pouco útil. Em todo o caso, entendo que evoluções "vencedoras" virão sempre das democracias liberais ocidentais, e sempre no sentido de uma maior liberdade individual e de menor sujeição a teorias construtivistas e/ou colectivistas.
    •  
      FD
    • 17 fevereiro 2010

     # 190

    Colocado por: euJá agora, fala muito da ganância de alguns, mas asseguro-lhe que sefosse vocêa gerir um banco, fazia exactamente a mesma coisa. ;)

    Não é bem assim. O MRui poderia gerir um negócio/banco de forma perfeitamente "humana". Eu fi-lo.

    Só durou foi 3 anos. Não consegui alimentar a minha família ao fazê-lo porque, ao contrário do mito de que o cliente é que é o "pobrezinho", existe muito cliente que não é "humanamente" orientado.
    Porque se fosse, não existiriam hipermercados mas sim e unicamente lojas de bairro de comércio justo e socialmente responsável.
  9.  # 191

    Colocado por: FD
    Colocado por: euJá agora, fala muito da ganância de alguns, mas asseguro-lhe que sefosse vocêa gerir um banco, fazia exactamente a mesma coisa. ;)
    Não é bem assim. O MRui poderia gerir um negócio/banco de forma perfeitamente "humana". Eu fi-lo.
    Só durou foi 3 anos. Não consegui alimentar a minha família ao fazê-lo porque, ao contrário do mito de que o cliente é que é o "pobrezinho", existe muito cliente que não é "humanamente" orientado.


    Porque se fosse, não existiriam hipermercados mas sim e unicamente lojas de bairro de comércio justo e socialmente responsável.


    Existe uma generalizada e profunda incompreensão do que é e como funciona a economia - aqui e em qualquer lado.
    É muito giro ouvir alguém queixar-se de que os preços na loja "X" são um roubo, para daí a 5 minutos se queixar dos baixos salários em Portugal, p.ex. Porque todos acham os salários "baixos", mas ninguém está disposto a comprar na loja "X" onde os preços são mais elevados porque os salários são mais "justos".
    •  
      MRui
    • 17 fevereiro 2010

     # 192

    Colocado por: luisvvCreio que confunde um pouco as coisas e os conceitos. Se fizer o favor de voltar a ler o que escrevi, verá que me refiro ao funcionamento dos mercados, que de facto não pode ser diferente, por radicar naquilo que é próprio da natureza humana.

    Creio que não confundi nem as coisas nem os conceitos, mesmo depois de o ter voltado a ler. Pode ter lógica dentro da sua lógica, mas essa não é a única lógica. Pode insistir em que "não pode ser diferente", mas isso não altera as realidades mesmo que para si só exista uma natureza humana.

    Colocado por: luisvvAquilo a que habitualmente se chama "ganância" (e que mais não é que a vontade de melhorar) é o motor do desenvolvimento económico e humano.

    Penso que deve ter querido dizer ambição em vez de ganância. São coisas diferentes. Os gananciosos nunca melhoram nada a não ser a sua situação pessoal e às vezes nem isso, porque quando dão cabo das coisas muitas vezes também dão cabo deles, tal é ganância.

    Colocado por: luisvvA "construção de sistemas" peca à partida por admitir que é possível intuir, de cima, as necessidades e desejos de todos. .

    Esta tem muito que se lhe diga e é interessante (vou deixar a réplica para mais logo por falta de tempo de momento).

    Colocado por: luisvvExiste uma generalizada e profunda incompreensão do que é e como funciona a economia

    É verdade. Especialmente sobre os meios de produção e a distribuição de riqueza.

    Colocado por: luisvva liberdade e o direito à propriedade privada - que muitos tendem a chamar "ganância".

    luisvv... foi assaltado por algum gajo com um martelo numa mão e uma foice na outra?
    •  
      MRui
    • 17 fevereiro 2010

     # 193

    Colocado por: j cardosoAcho que o agravar da disparidade na distribuição da riqueza e principalmente no acesso às oportunidades, conjugado com a pressão demográfica dos países subdesenvolvidos, vai ser o motor de futuros problemas a que ninguém vai escapar; por acaso acho que muito disto tem a ver com a ... ganância.

    O j cardoso levanta aqui uma questão muito interessante para o "debate". Mais logo vou tentar dar o meu contributo.
    • luisvv
    • 17 fevereiro 2010 editado

     # 194

    Colocado por: MRuiCreio que não confundi nem as coisas nem os conceitos, mesmo depois de o ter voltado a ler. Pode ter lógica dentro da sua lógica, mas essa não é a única lógica. Pode insistir em que "não pode ser diferente", mas isso não altera as realidades mesmo que para si só exista uma natureza humana.


    Ah, que saudades do "homem novo"...



    Penso que deve ter querido dizer ambição em vez de ganância. São coisas diferentes. Os gananciosos nunca melhoram nada a não ser a sua situação pessoal e às vezes nem isso, porque quando dão cabo das coisas muitas vezes também dão cabo deles, tal é ganância.

    Então, teremos que definir ganância.
    • MigRR
    • 17 fevereiro 2010

     # 195

    Caríssimos,

    Após ler todo este tópico, entendi que devia registar-me e dar a minha opinião e antes de crucificarmos seja quem, recordo que as opiniões valem o que valem.

    Continuando...

    Acho que devemos separar o que é as leis de mercado e o que é empatia gerada por terceiros. Com isto não quero já dizer que concordo com a atitude do banco no entanto acho que a grande maioria deveria ler com mais atenção os comentários do Luisvv. Passo a explicar o porque;

    - O problema do Sr. Carlos Coelho para com o aumento de spread não se prende com o facto de aumentar a margem de lucro do banco, mas sim com o facto de não poder suportar os custos do crédito. Logo a pergunta que deve ser feita é a seguinte; - E se a Euroribor voltar a ter taxas na ordem dos 4%?

    - Houve um ponto que foi focado e que deve ter ser retido com importância. O Banco não está a ter a iniciativa de alteração do contrato, nem sequer está em causa o facto de existir um divorcio. O que está em causa sim é o facto de um contracto cuja a analise de risco foi calculada para dois titulares irá passar a ter somente 1 titular.

    Eu sei que isto é assunto de muita polémica e que irá sempre suscitar as opniões mais agressivas e violentas, mas a verdade é que os bancos não tem qualquer interesse em ficar com casas nem em negociar casas, senão deixavam de ser bancos e passavam a ser agencias imobiliárias.

    A pergunta que vos faço é a seguinte;

    E se o dinheiro fosse emprestado por voces? O que faziam?

    Pensem bem.

    Com isto não deixo de compreender o problema do Sr. Carlos e obviamente desejar que tenha o melhor desfecho possivel.
    • eu
    • 17 fevereiro 2010 editado

     # 196

    Colocado por: MigRRE se o dinheiro fosse emprestado por voces? O que faziam?

    Excelente pergunta...
    • CMartin
    • 18 fevereiro 2010 editado

     # 197

    Boa tarde a todos e luisvv,
    Advertência: Este comentário é MUITO grande. Disse tudo da minha parte, nele, não voltarei a escrever neste tema. Para se ler, só quem tiver muita paciência, se não, nem vale a pena começar (para depois comentar erradamente).

    Voltei da minha viagem e vim ver como estavam as águas por aqui, nesta discussão. Onde vai! A discutir políticas e sistemas capitalistas, comunistas, a ganância, a natureza humana,.... Como tinha deixado umas coisas por dizer, espero que não se importem que eu volte ao tema inicial na sua versão mais simples (antes de se falar do capitalismo e da ganância!)..retomo o assunto, um pouco mais atrás, começando algumas citações:

    luisvv,
    Eu tinha dito há uns tempos: O facto de ver os assuntos numa outra perspectiva não lhe dá o direito de achar que é a santa ignorância de quem difere de opinião.
    Se não, repare que também eu poderei dizer que a santa ignorância é sua. Evito fazê-lo por uma questão de respeito para com as pessoas, neste caso, para consigo, a quem nem sequer conheço. Tente retribuir o nível.
    Obrigada.

    E o Luisvv disse: Opiniões são opiniões, factos são factos. Quando as opiniões reflectem desconhecimento dos factos, não há outra forma de o qualificar: ignorância. Se quiser e puder contraditar com factos, óptimo.
    E o luisvv ainda disse: De facto, podia dizer, mas seria apenas mais uma manifestação de ignorância, na linha do que tem sido a sua intervenção neste tópico. Estas pessoas agradeceram este comentário: aeglos

    ..E o aeglos agradeceu imensas vezes ao luisvv o facto de ele me chamar persistentemente de ignorante, embora nenhum deles, nem o luisvv nem o aeglos, nem outros, sabiam a que eu me referia e em que me baseava para sustentar a minha opinião.
    E diz ainda o luisvv: Insulto? Dizer-lhe que os seus comentários neste tópico reflectem ignorância sobre os assuntos em causa é um insulto? Curioso.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: aeglos
    E alguém, já não me lembro quem disse: O luisvv pode não ser lá muito diplomático, mas tem toda a razão.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: luisvv

    E pronto começamos por aqui - passamos das citações para incluir os meus factos, aqui do mundo das fadas encantadas, que é o meu, como diz o luisvv.

    O luisvv tem toda a razão. Aliás eu disse-o várias vezes aqui, embora me tenha sido dito que a minha opinião era fruto da minha ignorância, eu dei razão ao luisvv ! Aqui está eu a dar-lhe razão..
    luisvv,
    Gosto de discutir consigo, não pense o contrário, porque os seus fundamentos têm razão de ser e não pense que não os percebo.
    (...)
    Agora não concordo consigo nem com a sua forma de ver este assunto, já o sabíamos antes de termos esta discussão.


    Teoricamente ele está certíssimo.

    E agora vamos aos factos. Os práticos e não apenas os teóricos.
    Sou cliente bancária (comecemos devagar) desde os meus 22 anos. O meu primeiro banco para depósitos e contas foi o Banco B (não vejo necessidade de divulgar as instituições porque posso estar a fazer publicidade negativa ou positiva sobre as mesmas e não é essa a intenção). Ao comprar o meu primeiro carro pedi o meu primeiro crédito, ao Banco B.
    Ao comprar a minha primeira casa pedi um crédito ao Banco B. Passados uns 5 anos comecei a verificar que os spreads baixavam (lembram-se destes tempos?) para menos de metade do meu spread no Banco B. Tentei negociar com o Banco B. Infelizmente, o Banco B talvez não me tenha achado merecedora de um spread ao nível que eu queria, ou então presumiu que eu estava presa ao Banco (acontece as pessoas ficarem presas aos bancos, sem saída) antes de eu apresentar ao meu Banco B propostas melhores de bancos concorrentes.

    Mais algumas citações:E eu disse: E porque o luisvv adora masscrar toda a gente com essa sua visão macabra dos spreads e do fim do mundo para quem tem um crédito de habitação, coisa que, claramente o Luisvv não deve ter.
    E disse o luis vv: Por acaso até tenho. Mas não massacro ninguém, simplesmente não alinho nessa história do banco lobo mau e do direito a alterar unilateralmente as condições contratuais.

    É um facto o que disse luisvv. E face à resistência inicial, note-se bem – inicial, do meu Banco B, optei por mudar de banco. Escolhi o Banco S. O Banco S deu-me um spread ao nível que eu pretendia, mas também não foi nenhum achado, era um spread facilmente praticado em todo o mercado. O Banco B contactou no sentido de revermos o meu pedido, mas eu já tinha assumido compromisso mais proveitoso para mim, também em outros produtos, com o Banco S.
    O Banco B, (o meu primeiro banco) e tal como eu tinha sido avisada que iria acontecer demorou imenso tempo para fazer o distrate – O Banco S disse-me que é normal os bancos fazerem isto, na expectativa de atrasar as escrituras com os novos bancos e simultaneamente, a saída do cliente. Mas lá se deu a escritura, com o tal "algum" atraso.

    No Banco S, passados uns 2 anos do inicio de novo crédito habitação aumentaram-me o spread para 2.5%, na altura uma diferença de 200euros mensais, se não me engano. Era o spread mais alto aplicado na Banca naquele tempo.
    O gerente de conta explicou-me que eu estaria a falhar nos produtos de cross-selling (cartão de crédito com utilização; domiciliação dos vencimentos; pagamento por débito de águas, luzes.., ppr, depósito a prazo, etc..aquelas coisas, todos sabemos, com as quais nos prendermos ao nosso banco, e criamos com ele maiores "laços").
    Por acaso não era verdade, foi engano da parte do banco. Iriam corrigir mas o gerente não sabia quando, talvez na próxima revisão da taxa. Repudiei imediatamente. Como na altura estava a ver a possibilidade de fazer com o meu Banco S um PPR, e nem foi preciso falar nele neste PPR como “trunfo” para “negociação”, passados uns dias tinha o valor erradamente debitado de novo na minha conta e a situação do spread correcto reposta.
    Passado um anos comprei uma outra casa, na altura já em nome de casada. O crédito continuava a ser do Banco S, que oferecia ainda por cima, na altura, uma promoção bastante atractiva para o efeito.
    Uma pessoa nossa (pouco) conhecida aconselhou-se comigo porque também estava a comprar casa e foi a um outro balcão do meu Banco S e ninguém conhecia o produto que eu estava a contratar – o crédito habitação naqueles moldes (!). Estranhamente... Como resposta disseram que talvez eu tivesse outros conhecimentos ou relacionamentos no banco. Não tinha, nunca tive, no Banco S, e mesmo que tivesse acho que não é resposta que se dê nem sistema que se apresente porque não faz ou não deve fazer de nenhum de nós especial – dizendo que não existe o produto (mentira ou erro) ou que eu tenho conhecimentos (o que significa isto nunca perceberei - se mudam os produtos conforme o cliente?. Não mudam os produtos, mas podem sempre ser mais prestáveizinhos!).

    Com a nossa escritura marcada para uma semana antes do meu aniversário (dos 35 anos), a caminho da escritura telefonaram do banco S a dizer que havia um problema, a escritura não podia ser feita naquele dia. O meu gerente explicou-me “sorrateiramente” (não se deve falar dos clientes do Banco) que havia uma hipoteca do vendedor (proprietário) sobre a casa e, eu, (no meu mundo fantasioso e lírico, luisvv), perguntei se não era possível com a venda da casa pelo antigo proprietário (coincidentemente do mesmo banco) a mim, o valor da hipoteca (um pouco menos que o da venda) não poderia pagar essa hipoteca! Imaginem o meu "displante". O gerente disse-me que as coisas não eram bem assim. Bom, como o crédito tinha que ser celebrado antes dos meus 35 anos (se não por causa da idade e do prazo, aumentava spread, data da escritura aumentava a taxa de juros,e etc. e etc.) e avisei para terem isto em conta. Eu não iria sofrer as consequências do atraso da escritura sem ter qualquer responsabilidade na matéria.
    A algum entendimento chegaram, e vim a saber que foi na linha da minha sugestão (claramente uma coincidência, eu acho sinceramente) – o valor da venda a pagar a hipoteca- e passados 3 dias, e 2 dias antes de eu fazer os 35 anos fizemos a escritura.

    No primeiro débito da prestação o valor debitado foi quase o dobro do devido. Em vez de os mil euros que nos deveriam debitar, pagámos um pocuo mais de 1800euros.
    Erraram. O gerente explicou-me que se estava a dar esse problema em alguns casos deste produto, era novo, e o sistema informático estava a assumir outro “entendimento”, i.e., a fórmula antiga. Creditaram o valor cobrado erradamente passadas umas semanas, para voltar a fazer o mesmo aquando o débito da prestação seguinte. Andámos nisto durante uns 5 meses. Debitavam a dobrar, creditavam a seguir. Ainda me creditaram 200euros sem razão aparente, mas o gerente disse-me que era uma forma de me “compensar” pelos erros sucessivos! Todos os dias falava com o banco, com vários departamentos, escrevi e escrevi faxes cujos originais mandava por carta registada endereçada ao Presidente do Banco com cópia a outros ou vice versa. Ameacei que ia saír, ameacei que não pagaria nem mais um chavo, fiz o meu bluff, fiz o meu papel, sempre sabendo que tinha esse direito - de me defender. Sempre me atenderam bem, nunca me barraram qualquer aproximação, mas o erro continuava. Finalmente, parece que os "informáticos" lá acertaram e corrigiram a situação. Passados cinco meses. Creditaram-me todos os valores erradamente debitados e mais cerca de 800euros, que também tinha sido um valor erradamente debitado, o qual nem tínhamos dado por ele (eu e o meu marido), no meio de tantos débitos automáticos errados e créditos feitos manualmente para corrigir a situação.
    Até hoje a situação está regularizada.
    Podia contar muito mais, mas até a minha paciência tem limites e acho que para me fazer entender melhor, já chega de factos concretos e pessoais.

    Com todos estes factos tenho aprendido ao longo dos tempos, com a minha experiência de "fada ignorante", com os bancos, que embora o Banco seja um sistema, com Verdades Absolutas (spreads, juros, riscos, financiamentos, malparados, etc) como o luisvv defendeem teoria, e apresenta aqui; na prática, há pequenas verdades que cabem nesta Verdade Maior, e nem por isso são menos válidas.

    Na prática, a coisa pode ser diferente. O banco aos meus olhos tornou-se quase “humano”, errou tanto que sinto que o Banco é um humano cheio de defeitos à espera que eu o corrija no sentido dos meus direitos! E tenho direitos, sim. E defendo-os.
    E agora digam-me como é esperado “mas esse Banco S, é uma anormalidade, é diferente dos outros, não age correctamente, erra em demasia”. E digo-vos, - são todos - e só não apresentamos os nossos direitos e argumentos ao banco se não tivermos do nosso lado a verdade e a honestidade intelectual para o fazer, o banco não defende os seus clientes, pode colaborar com eles, se lhe interessar (contrapartidas e ganhos financeiros, sim, correcto como diz o luisvv) ou se o cliente tiver razão no que expõe (foi o meu caso).

    Foi isto que eu quis dizer ao carlos coelho: Tente,exponha, debata, negoceie.
    Eu sempre o fiz e estou satisfeita com a minha insistência perante os aparentes impasses que por vezes surgem.
    Qual foi o grande mal que eu lhe sugeri, ò luisvv? E o que foi que o luisvv lhe sugeriu para a situação dele, alguma coisa de concreto para além das suas teorias sobre a grande Verdade?

    e disse o luisvv: Veja se percebe: menos um pagador=rendimento menor=risco acrescido. Inadmissível é você não perceber que está a alterar um contrato que foi celebrado com determinados pressupostos.
    Risco acrescido = prémio de risco (aumento da margem para compensar potencial de incumprimento).

    Eu: insistir e persistir no nosso ponto de vista e nos nossos direitos, eles tentam puxar a razão para o lado deles, com as mais diversas razões que até parecem fazer sentido,
    Luisvv Direitos? Só pode estar a brincar...

    Eu: Informe-se muito bem junto do seu gerente de conta, vá a outros bancos, faça-o com tempo e paciência, mas não se "fique" quando se trata de defender os seus direitos.
    Luisvv A história dos direitos faz-me ferver... direitos? O direito que tem é a garantia de que o banco cumpre o contrato, por contraponto com o dever de o cumprir. Se quer renegociar o contrato, estará sujeito à vontade da outra parte. Não quer, muito bem, a porta é serventia da casa, como se costuma dizer...
    E eu: O banco quer ganhar dinheiro com esta mudança, muito naturalmente faz o seu papel, eu faria o mesmo se eu fosse banco, mas, como não sou, faço o meu de cliente na defesa dos meus direitos (que repito: tenho!).

    e depois disse ugabista:
    Percebe-se o porquê da alteração da condições por parte do banco, porém, o COMPREENDER não implica que se CONCORDE!! Percebe agora sobre o que se opina?!?!

    Precisamente, pode não se concordar com a situação, compreende-se, mas não se concorda. Eu também não concordei muitas vezes! Qual o grande erro em não concordar quando estamos a ser lesados? Não é humano repudiar actos que nos prejudicam? Quando vos tiram dinheiro do vosso bolso vocês contentam-se quando é o Banco que o faz, mesmo que seja, no vosso parecer um erro? Eu deveria ter aceite os erros do meu banco/dos meus bancos?

    E ainda concordo em pleno com estas afirmações:

    Colocado por: moraisdd
    Estes "amigos" valem-se de tudo hoje em dia!
    FD
    Não trabalho nem nunca trabalhei num banco mas... às vezes parece que com esta crise nem eles próprios sabem muito bem o que andam a fazer.

    É verdade, ás vezes parece que não sabem o que fazem nos tempos que correm, tudo é permitido. E pior, há gente que ache legítimo e muito bem feito, como se vê aqui no forum até?!

    e disse aeglos: Eu tenho estado a ler com atenção mas tenho-me mantido calado até agora : a única pessoa que até ao momento deu factos reais foi o luisvv, o resto desculpem-me a expressão mas são uns líricos, se há alterações de condições por parte de uma das partes num contrato, então terão as 2 partes que chegar a acordo. é mau? sentem-se prejudicados? então mantenham-se ambos (ex-marido e ex-mulher) no contrato e a cumprir o estipulado e, garantidamente, não vai ser o banco que vai aumentar spreads ou seja o que for. Querem renegociar ? Sujeitam-se.. acham mal ? Procuram outro banco...
    A racionalidade do aumento do spread é óbvia, e só nao consegue perceber quem de facto não sabe o que são mercados financeiros ou mesmo o funcionamento da banca
    .

    O funcionamento da banca ...a racionalidade..no meu caso nem sempre foi impenetrável. Toda a gente sabe o que são mercados financeiros, e toda a gente sabe que os mercados financeiros falham. Vemo-lo todos os dias (nos jornais que o luisvv tanto lê). Há que por em causa, há que questionar, se não, não passamos de ignorantes (aqui sim luisvv podemos usar a expressão adequada!). Sejam honestos nas vossas opiniões antes de chamarem os outros de ignorantes, sem saber da Grande Verdade (as vossas teorias do mercado financeiro) mas também das pequenas verdades (as experiências reais das pessoas como clientes de um banco).Até lá, não são ninguém para fazê-lo.

    Cumprimentos.
    PS. Não estou zangada nem rancorosa, cada um tem direito à sua opinião, e quem tem opinião contrária e a expressou sem para isso ofender, está no seu legítimo direito. :O) aos que ofenderam, desculpo, toda a gente tem direito a errar. Até os bancos!
    • eu
    • 18 fevereiro 2010 editado

     # 198

    Colocado por: CMartinE face à resistência inicial, note-se bem – inicial, do meu Banco B, optei por mudar de banco. Escolhi o Banco S. O Banco S deu-me um spread ao nível que eu pretendia

    O quê? Você optou por pagar o mínimo possível? Sua... sua... grande gananciosa ! ;)

    (o que escrevi na linha anterior é bem mais profundo do que parece) :)
  10.  # 199

    Boas

    Duas definições de ganância por dois dicionários diferentes:

    1 -Ganância: s.f. avidez; cobiça; uso imoral do direito de ganhar a vida, com prejuízo do seu semelhante; desejo ávido de ganhar; ambição desmedida; usura…

    2 - ganância
    s. f.
    1. Lucro; ganho.
    2. Ganho ilícito.
    3. Por ext. Avidez de ganho, de lucro


    cumps
    José Cardoso
  11.  # 200

    Na prática, a coisa pode ser diferente. O banco aos meus olhos tornou-se quase “humano”, errou tanto que sinto que o Banco é um humano cheio de defeitos à espera que eu o corrija no sentido dos meus direitos! E tenho direitos, sim. E defendo-os.E agora digam-me como é esperado “mas esse Banco S, é uma anormalidade, é diferente dos outros, não age correctamente, erra em demasia”. E digo-vos, - são todos - e só não apresentamos os nossos direitos e argumentos ao banco se não tivermos do nosso lado a verdade e a honestidade intelectual para o fazer, o banco não defende os seus clientes, pode colaborar com eles, se lhe interessar (contrapartidas e ganhos financeiros, sim, correcto como diz o luisvv) ou se o cliente tiver razão no que expõe (foi o meu caso).


    Cara cmartin, chega a ser ridícula a comparação. Uma coisa é negociar condições com um banco e o banco falhar - o cliente tem o direito de exigir o cumprimento do contrato e a compensação por eventuais prejuízos.
    Outra, completamente diferente, é sugerir como fez repetidas vezes que o cliente tem o direito de renegociar o contrato.

    (já agora, a história da hipoteca está mal contada - a maior parte dos imóveis tem hipoteca, e as escrituras só são feitas mediante liquidação do respectivo valor ao credor hipotecário, que emite o famoso "distrate")

    Foi isto que eu quis dizer ao carlos coelho: Tente,exponha, debata, negoceie.Eu sempre o fiz e estou satisfeita com a minha insistência perante os aparentes impasses que por vezes surgem.Qual foi o grande mal que eu lhe sugeri, ò luisvv? E o que foi que o luisvv lhe sugeriu para a situação dele, alguma coisa de concreto para além das suas teorias sobre a grande Verdade?


    O problema é que você não se limitou a sugerir que negoceie, mas antes deu como adquirido que esse era um seu direito, e que o banco isto e o banco aquilo - e onde já se viu, só porque mudou o estado civil, etc. Para além do mais, de cada vez que lhe explicaram coisas concretas limitou-se a desvalorizar e a fantasiar.
    Se quer que lhe diga, neste momento o conselho mais útil que pode ser dado ao Carlos, já o dei: chegue a um acordo com a ex-mulher, ou despache-se a aceitar os 1,2% antes que nem isso lhe seja dado.

    Ah..
    Toda a gente sabe o que são mercados financeiros, e toda a gente sabe que os mercados financeiros falham. Vemo-lo todos os dias (nos jornais que o luisvv tanto lê). Há que por em causa, há que questionar, se não, não passamos de ignorantes (aqui sim luisvv podemos usar a expressão adequada!). Sejam honestos nas vossas opiniões antes de chamarem os outros de ignorantes, sem saber da Grande Verdade (as vossas teorias do mercado financeiro) e também as pequenas verdades (as experiências reais das pessoas como clientes de um banco).Até lá, não são ninguém para fazê-lo.


    Que maravilha: descobriu que se pode tentar negociar com um banco. Estou abismado.
    Para que conste, com algumas variações: pedido de crédito, com parecer do balcão, e proposta de condições segue para análise superior. Dependendo do valor e natureza do crédito, pode ser apreciado num organismo específico ou ter que subir à administração. No balcão há uma pequena margem para mexer, consoante o gerente assim o entenda - mas está sempre sujeito à aprovação superior.
 
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