Primeiro, tem-se que criar. Depois, tem-se que sustentar. Os dois grandes pilares da competência num país são a governação e a educação/formação. A Educação/Formação é de faz-de-conta. Os ministros da Educação nas últimas décadas passam mais tempo a negociar as condições salariais dos professores do que a fazerem o que deviam fazer. Das nossas faculdades e universidades saem cada vez mais semi-analfabetos. "Bolonha" também veio dar uma ajuda. A governação, desde o Marquês de Pombal é o que se sabe: monarquia decadente; primeira república que parecia a última; estado-novo com um ditador-saloio e abjecto; revolução à portuguesa onde não se revolucionou nada com excepção da descolonização; democracia da tanga usurpada por vaidosos e incompetentes. No presente, olha-se para o Governo, olha-se para a Oposição, e chegamos à conclusão que estamos f***dos para o resto da vida. Como é que pode haver competência (generalizada) num país assim?! Pode-se fazer os desenhos que se quiser, com bolinhas ou quadradinhos, para tentar encontrar competência. Se alguém a encontrar, agradeço que me avisem.
Os povos têm características. Essas características fazem os povos. É uma pescadinha de rabo na boca.
Se os povos não mudarem, não é o governo nem ninguém que os vai obrigar a mudar. Somos nós enquanto individuais que temos que o fazer. Por exemplo. É a mesma coisa que se passa com os pais e os filhos. Entendamos os pais como as anteriores gerações e os filhos como as novas gerações. Se o filho vê o pai a fazer algo errado, mesmo que inconscientemente, também estará pré-disposto a cometer esse mesmo erro. Serão precisas algumas gerações para que Portugal possa ultrapassar ou corrigir os seus defeitos. E nunca será por decreto, tem que ser porque as pessoas querem. Se as pessoas não quiserem, não é a boa vontade ou desejo de alguns que vai mudar seja o que for - isso é utópico. A não ser, mais uma vez, por exemplo. Os exemplos são bons ou maus. Vemos bons exemplos, inconscientemente acredito que comecemos a fazer melhor. Vemos maus exemplos, o mesmo. No entanto, também acredito que o peso dos maus exemplos é maior do que o peso dos bons exemplos. Depois, entra em funcionamento a evolução: aquele instinto do ser humano, que nos é intrínseco e que nos permite ser melhores a cada dia que passa.
Ou seja, para mim, é uma questão de mudança de mentalidades, de gerações e de evolução. E nisso, cada um de nós contribui com o devido peso para o total. Eu conto 1/10000000 e faço o meu papel. O governo/estado somos nós, é um reflexo nosso. Não acho que se deva responsabilizar uma terceira identidade, desconhecida de todos, sacudindo o capote.
O problema é que, independentemente de tudo o que se faça, não vejo os portugueses a quererem ser melhores. Vejo-os a falar mal, porque sim. E a deixarem-se estar. E assim, é difícil conseguir seja o que for.
Como disse, eu faço o meu papel e espero que os outros também o façam. Mas não vou, nem quero, responsabilizar-me pelos outros ou pela melhoria das condições de vida de todos. Eu preocupo-me comigo e com os meus e espero que, pelo exemplo dado, outros me sigam assim como sigo aqueles que me dão os bons exemplos. Tudo o resto, para mim, é teoria e utopia só para tentar chegar a algo que julgo impossível de concretizar - forçar quem não quer a fazer o que é correcto.
Como povo, somos o que somos porque o merecemos. E só mereceremos melhor quando formos melhores.
Baixos salários?!! Não sei bem a que se refere, mas porque havemos de aumentar salários a trabalhadores que chegam constantemente e diáriamente atrasados, não se comprometem verdadeiramente com aquilo que estão a fazer, desrespeitam o trabalho dos outros e se lhes dizemos alguma coisa, respondem mal?? Há aqui um efeito de bola-de-neve. O que eu sei é que aquelas pessoas que trabalharam connosco referiram estarem a passarem por períodos de dificuldades. Mas não são só elas. Se há dificuldades, há que trabalhar mais e melhor, sobretudo se continua a haver encomendas e pedidos e neste caso, pequenas hipóteses de exportação e reconhecimento num mercado dificil. É por isso que eu não compreendo! Sinceramente, pensava que essas pessoas precisavam de trabalhar. O nosso lucro é baixo, logo o lucro dos nossos colaboradores não poderá ser muito alto. Mas sempre é melhor pouco que nada, e passo a passo vai-se chegando a algum lugar, certo??? Enquanto não compreendermos que estamos todos no mesmo saco, não iremos a lugar algum.
Permitam-me, Um dos maiores problemas que vejo em nós é o facto de sermos demasiado permeáveis a outras culturas. Outro problema é esperarmos sempre que outros resolvam, (e muitas vezes de facto assim é) os nossos problemas. Somos solidários com outros povos, em parte porque desde muito cedo, Portugal e principalmente a cidade de Lisboa foi um polo de exportação, de passagem, de parte de uma rota comercial. Nós somos porreiros e é esse nacional porreirismo que nos vai levar á falência.
Com baixos salários não pode exigir dos trabalhadores, é muito fácil culpabilizar os trabalhadores dado serem o elo mais fraco de uma engrenagem que muitas vezes tem problemas que começam logo em quem carrega no botão. Irá sempre existir maus e bons empregadores, assim como bons e maus empresários. Um dos problemas deste Pais é que quando se fala em empresários fala-se na sua grande maioria de cafés e cabeleireiros, não menosprezando obviamento os mesmos, mas começo a pensar que neste pais, o empresário não quer é trabalhar. Porque realmente o "compra e vende" é fantástico em questão de rentabilização, mas cafés e cabeleireiros não desenvolvem o Pais, a não ser que queiramos estar no pico do Mundo no que toca a bicas e cortes "à Paulo Bento". Precisamos de empresas que sejam competitivas,sérias, inovadoras lá fora, porque se trabalham numa área competitiva lá fora, de certeza que vão desenvolver estruturas cá dentro. O Estado serve para regularizar, deve empregar gente deve, agora não pode ser o bote de salvação para o mau trabalhador, infelizmente é o caso. Temos de acabar com a conversa do "ahhh abrir uma empresa??isso dá muito trabalho, aqui é certinho das 9 as 17" este pensamento é o pior que há, ainda por cima quando esse trabalho das 9 as 17 não é desafiador e bem pago. Cumps
Mas se esses seus trabalhadores forem para França, de repente, dá-lhes uma coisa na moca e começam a trabalhar melhor...deve ser dos croissants!!
Talvez tenham visto um programa onde um homem de 45 anos era entrvistado. O homem tinha ficado desempregado em Portugal e resolveu emigrar para Inglaterra onde arranjou trabalho numa fábrica de qualquer coisa. O homen ganhava cerca de 2000 Euros/mês, e disse, com algumas lágrimas nos olhos, que pela primeira vez na vida ía comprar um carro...
Meus caros gestores, patrões etc...pensem nisto.
Mas é tudo uma questão de mentalidade já enraizada, e não há governo que possa mudar um problema de educação que começa por afectar os patrões e gestores... Quem pode trabalhar feliz a ganhar 400 e tal euros...e ser rentável...
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