Colocado por: Casa da Horta
Isso não é bem assim. Pode ser mais difícil, mas os centros de saúde têm resposta a utentes sem médico de família. Têm circuitos e até médicos dedicados só a esses utentes. Isto nas cada vez mais raras UCSP, porque está tudo a caminhar para o modelo de USF onde não é suposto haver utentes sem equipa de família (médico, enfermeiro e secretário clínico). E mesmo dentro das USF, este ano (e já o anterior) tem havido imensas unidades a transitar para modelo B. E aí a satisfação dos utentes é total e o acesso é imediato. Até imediato demais, pois existem indicadores que prejudicam o IDG da unidade se esta tiver muitas consultas marcadas no próprio dia.
O panorama dos cuidados de saúde primários está a mudar e para melhor. Não quer dizer que toda a gente o esteja já a sentir, claro.
edit: o meu comentário é totalmente oposto ao do Holly. Foi escrito ao mesmo tempo e dizem exatamente o contrário. Não é que desconheça casos como o user anterior, mas conheço também uma enormidade de casos de sucesso. E sou sempre de ver o copo meio cheio.
Colocado por: Sandra_ccDisse que era a última vez que falava em saúde.
Colocado por: Sandra_ccNão cumpriu com a palavra.
Colocado por: Sandra_ccA sua comparação é que não tem nexo. Esse tipo de retórica é boa para um tribunal, se não é jurista devia ser.
Colocado por: Sandra_ccO único sentido das suas alegações é estar sempre a tentar convencer que o SNS é que serve melhor os utentes.
Colocado por: Sandra_ccComigo isso são alegações que não colhem.
Colocado por: Sandra_ccDe resto só concordo em discordar de si.
Colocado por: Sandra_ccÉ central, em qualquer sistema de saúde, existir um médico que siga e conheça todo o histórico clínico dos utentes. Alguém que junte todas as peças dum puzzle.
Certo. É uma frase que fica bem num livro e até há situações em que isso acontece. Tenho até tendência a acreditar que esses utentes vão ter prioridade na atribuição de MF. Há decisões de equipa nesse sentido, o que é mais que óbvio.
Haver apenas alguém que receite medicação esporádica, ou crônica e que prescreva todo o protocolo de guidelines não é suficiente. Isto em sistemas de países desenvolvidos e que queiram ser eficientes.
Colocado por: Casa da Horta
Isso não é bem assim. Pode ser mais difícil, mas os centros de saúde têm resposta a utentes sem médico de família. Têm circuitos e até médicos dedicados só a esses utentes. Isto nas cada vez mais raras UCSP, porque está tudo a caminhar para o modelo de USF onde não é suposto haver utentes sem equipa de família (médico, enfermeiro e secretário clínico). E mesmo dentro das USF, este ano (e já o anterior) tem havido imensas unidades a transitar para modelo B. E aí a satisfação dos utentes é total e o acesso é imediato. Até imediato demais, pois existem indicadores que prejudicam o IDG da unidade se esta tiver muitas consultas marcadas no próprio dia.
O panorama dos cuidados de saúde primários está a mudar e para melhor. Não quer dizer que toda a gente o esteja já a sentir, claro.
edit: o meu comentário é totalmente oposto ao do Holly. Foi escrito ao mesmo tempo e dizem exatamente o contrário. Não é que desconheça casos como o user anterior, mas conheço também uma enormidade de casos de sucesso. E sou sempre de ver o copo meio cheio.
Colocado por: Holy_Grail
Poderá estar relacionado com os recursos humanos. O "meu centro de saúde" já apareceu por diversas vezes na televisão pelos piores motivos. Acredito que existe falta de pessoal mas também má vontade de quem atende ao público, desculpe que lhe diga. Ou falta de brio como lhe quiser chamar. Fico com a ideia de quanto menos se faz, menos se quer fazer.
De manhã a funcionária disse-me que não sabia dar vagas por isto e por aquilo. Só indo às urgências do hospital X ou tentar amanhã e guardar vez. Fui lá à tarde já depois de ter ligado à saúde24. A muito custo tenho consulta amanhã, sei o nº de vagas por dia e quantas podem ser reservadas pela saúde24. E digo-lhe que a minha situação é fácil de tratar agora. Se deixar andar terei de ir seguramente às urgências. E depois nessa altura a culpa não é de ninguém, claro. No mais, consegui confirmar que o centro de saúde desabilitou a função de marcar consultas online. Enfim, tudo dito. Agora espero sinceramente que as coisas corram melhor conforme disse em cima. Oxála que tenha razão.
Colocado por: desofiapedroImagine se eu tentasse sequer centros de saúde...
Colocado por: Casa da Horta
Era o que teria feito melhor. Era medicada após a devida observação e se não fosse medricas fazia uma penicilina intrmuscular. Em poucas horas começava a sentir-se melhor, poupava o estomago a 8 dias de antibiótico e era tudo grátis. Não conseguia marcar consulta do dia? Liga para a linha saude 24 e eles fazem o encaminhamento. Os centros de saúde têm sempre vagas para esse utentes. É de lei, é obrigatório. Pelo menos na arslvt.
Colocado por: AMG1Isto correu mal, o post anterior foi publicago sem revisão e incompleto
Aqui vai o resto.
...Agora desengane-se quem ache que nao existem queixas do sistema publico sueco, sao imensas, mas o facto é que embora existam prestadores de serviços privados, a sua dimensão é pequena e muito circunscrita às três principais áreas metropolitanas.
Colocado por: Carvai
Desculpe, em que País é que vive????
Colocado por: AMG1
Ups!
Isto correu ainda pior do que eu pensava.
Vamos lá recomeçar.
Eu posso estar enganado, mas parece-me que existem aqui varias questões misturadas e, eu pelo menos, ja tenho alguma dificuldade em me orientar.
Em meu entender, muito do que aqui ja se disse sobre o sistema americano, acaba por ser pouco relevante, pela simples razão de que se trata de um sistema diferente do nosso, em tudo, desde os propósitos, metodo de financiamento, organização e até nos resultados finais. Terá seguramente as suas vantagens, particularmente quanto a eficiência dos recursos alocados, mas tem um enorme problema relativamente ao acesso e isso é já sobejamente reconhecido, não é fora, é mesmo dentro da sociedade americana.
Eu nao tenho nada contra o lucro de ninguém, seja na saúde ou noutro sector qualquer, desde que dentro a lei. Agora os principios que nortearam a criação SNS e da generalidade dos servicos publicos de saúde, nao foi esse, mas o de encontrar forma de fazer chegar A TODOS os melhores cuidados de saúde possiveis, suportado em impostos pagos POR TODOS. Ha muito quem não veja nisto nada de importante ou até aceitável e considere que os impostos que pagamos não devem servir para pagar a saúde de ninguém e que deve ser cada um a encontar uma solução para si. É uma visão que é minoritaria na europa, mas existe!
Agora, será que os sistemas públicos na Europa funcionam todos de igual forma e com o mesmo resultado. É obvio que não, desde logo porque mesmo entre eles existem muitas diferenças quanto a acessos, financiamento, organização, recursos humanos, ....
Ainda assim acho que podemos encontrar na UE alguns serviços relativamente proximos do nosso, mas com melhores resultados. Para mim, se queremos melhorar o SNS é para aí que devemos olhar e não para algo é completamente diverso em tudo.
Seguindo este propósito, e já que tive oportunidade de conhecer outros dois sistemas públicos europeus, o dinamarquês e o sueco, este segundo melhor, mas que é também o mais proximo do nosso quanto à organização global.
Ora o sistema sueco é mesmo muito parecido com o nosso, mas aparentemente funciona, então o que é diferente, para além do volume de recursos dispendido obviamente. Eu consigo identificar mais 2 questões que podem também estar a ajudar bastante na eficiência do sistema sueco, se comparado com o nosso.
1. Regras de financiamento.
O sistema é financiado essencialmente com os impostos, mas existem copagamentos com algum significado, para praticamente todos os actos. Claro que também existem múltiplas isenções, em função do rendimento, ou para doenças crónicas e até um teto máximo para o custo anual que cada pessoa pode pagar.
Por outro lado, também existe um conjunto de penalizações, p.e. se o utente marcar uma consulta e nao aparecer, sem justificação, paga uma taxa, que varia em função da consulta em causa, p.e. se for num centro de saúde local, com um clinico geral, essa taxa é bastante mais conta do que se for com um especialista num dos hospitais centrais.
Tudo isto num país que tem uma das mais elevadas cargas fiscais da UE, cerca de 10 ponto acima da nossa e que muitos já consideram elevada.
2. Organização do sistema
Genericamente existem três niveis para prestação dos cuidados de saúde, uma estrutura identica aos nossos centros de saúde, que constitui o primeiro patamar de acesso, depois os hospitais regionais, geralmente bem equipados, com urgências a funcionar e com a esmagadora maioria das valências possiveis e claro, embora sirvam uma população sensivelmente igual, são mais do que cá, mas a dispersão territorial e também é muito maior.
Finalmente no topo do sistema estão os hospitais centrais, creio que são agora 7, todos hospitais universitários e onde só se é admitido por indicação dos hospitais regionais ou então em circunstâncias muito especificas, p.e. de acidente grave, em que a equipa de socorro direciona logo para esses hospitais.
Ora a gande diferença connosco é que os dois primeiros niveis são locais/regionais e beneficiam de uma gestão autónoma enorme, p.e. ate quanto à contratação de pessoal. São os politicos locais que são prejudicados ou beneficiados pela forma como os cuidados são prestados. No caso dos centros de saúde a dependencia das estruturas de poder local é praticamente total.
O sistema é gerido centralmente, naquilo que são orientações globais incluindo o orçamento, mas o poder local fica com margem para intervir no que entender com recursos próprios. Por cima disto tudo, temos uma estrutura de controlo, que todos os anos penaliza, por vezes "sem dó nem piedade", alguns gestores e prestadores de cuidados que deixem de cumprir com as orientações e métricas fixadas.
Listas de espera existem para inúmeras situações, desde logo para cirurgias, mas não falamos de anos, na maioria dos casos nem sequer de meses, a não ser alguma coisa mais específica ou alguém que viva num local distante e não se queira deslocar. Os suecos por vezes têm umas "pancadas" difíceis de entender, mas enfim deve ser do frio que apanham na moleirinha.
Agora convém ter em conta que o estado sueco providência um leque de respostas sociais bastante mais abrangente do que a nossa e isso também ajuda a "desentupir" muito as estruturas de saúde. Mas lá está a Suécia tem o dobro dos nossos funcionários públicos (em % de activos), claro que eles devem andar a fazer alguma coisa.
O esquema de distribuição de medicamentos também é muito diferente do nosso e ajuda a baixar muito essa parte da factura. Nas casas de banho suecas nao existem armários repletos de medicamentos pagos pelo estado e que acabam por ir para o lixo, mas isto já vai longo e espero ter ajudado na compreensão de que não é por termos um serviço público que ele é necessariamente mau.
Colocado por: Casa da Horta
Num país maravilhoso, cheio de sol, seguro e onde ganho o suficiente para ser feliz porque posso comprar bacalhau, por exemplo! 😋
Carvai, tenho pena que não seja assim com todos, consigo, mas o que escrevi acontece todos os dias à minha frente. Há muita coisa boa no SNS, não dá é manchetes.
Colocado por: MS_11Em Nárnia, se nem os tempos máximos de espera para consultas de especialidade explanados na lei se cumprem....
Colocado por: Carvai
Desculpe, em que País é que vive????
Colocado por: AMG1Ja agora e para que não tenha dúvidas. Não sou, nem nunca fui funcionário publico, ou tenho qualquer interesse pessoal no SNS
Colocado por: AMG1Cara Sandra_cc,
Vai desculpar-me mas as suas três últimas intervenções são de uma deselegância absolutamente desnecessária.
Todos temos direito à nossa opinião e se a vimos aqui expressar, já sabemos que estamos sujeitos a criticas e a ser confrontados com opiniões e visões diferentes das nossas, mas o que você fez foi mais do que isso, foi grosseiro e rude para com outros apenas porque discordam de si.
Os visados, provavelmente tiveram o pudor de não lhe responder, mas eu nao tenho esses pruridos e tive de lho dizer.
Agora e voltando ao tema.
Acho que já todos percebemos que para si
O sistema de saúde americano não tem nada de comparável no mundo. É a sua convicção, que embora nao resulte de nenhuma experiencia enquanto utilizadora, ainda assim é de tal forma vincada, que não a vi reconhecer o que quer que seja de negativo no sistema, nem sequer quando lhe mencionei o facto dos indicadores de saude dos estados unidos serem em regra dos piores dos paises ricos e muitas vezes até de alguns bem mais pobres, p.e. Portugal.
Eu não esqueci a sua resposta sobre a pessima posição dos USA quanto à esperança media de vida, nem sobre a taxa de mortalidade infantil. Na altura ignorei, por mera boa educação, mas agora vai desculpar-me, mas vou ter de lhe dizer que não tem razão nenhuma no que escreveu e ate lhe podia explicar porquê, porque essa ate é a "minha praia", mas não o vou fazer, se quiser dar-se ao trabalho de ir ver os relatorios da OCDE sobre saúde está lá tudo bem explicado e até com recomendações, nalguns casos apontando exemplos a seguir, imagine lá donde: nem mais nem menos do que desses sistema publicos europeus caducos, em que você só vê defeitos e problemas.
Finalmente e apesar de eu suspeitar que deve ser leitora assidua do observador, mas como pode ter-lhe passado este artigo (de opinião) sobre o tema, aqui vai o link.
Talvez assim se convença que não estou rendido as vantagens dos sistemas de saúde da Rússia ou da Coreia do norte, como já fui simpaticamente "brindado" num dos seus posts.
Ja agora e para que não tenha dúvidas. Não sou, nem nunca fui funcionário publico, ou tenho qualquer interesse pessoal no SNS, até porque dividindo a minha vida entre Portugal e a Suécia, lá utilizo o serviço público, como acontece com a maioria dos suecos, já em Portugal sou beneficiario de um subsistema privado (e não, nao é nenh seguro) que me permite escolher o hospital ou médico onde quero ir e, em geral, sem necessidade de qualquer copagamento e quando existe pouco mais é do que simbólico. Nalguns casos lá tenho de adiantar o pagamento e receber depois o reembolso, mas como felizmente não sou nenhum pelintra, nao é isso que me tira qualidade de vida. Portanto nem sequer enquanto utilizador sou parte interessada no SNS, o que não significa que não queira que ele seja o melhor possível e para todos!
https://observador.pt/opiniao/a-endemia-no-sistema-de-saude-americano/
Colocado por: Sandra_ccActualmente a pretensão da minha classe ésair o quanto mais rápido possível do SNS.ganhar dinheiro
Colocado por: Sandra_cc
Caro AMG, repito que não acredito em menosprezar outro sistemas para justificar a subsistência do SNS tal como está.
O sistema americano é, como constatei 'in loco', sobretudo bastante desigual. Sendo profundamente robusto e vanguardista da classe média para cima (isto é uma vasta percentagem dos americanos) e muito convencional para classe média/baixa para baixo, contudo não quer dizer que estas classes não tenham cobertura e soluções, é nesse dizer que começa o mito.
Sobre os dados do SNS português. Já debatemos. Não pode atribuir a longevidade dos habitantes exclusivamente aos sistemas de saúde, sabemos que isso é um viés. E quanto a números de sistemas de saúde, reitero a necessidade de compararmos rácios de camas por habitante, unidades de intensivos e intermédios por habitantes, tempos médios de espera em urgência, consulta de especialidades, e cirurgia, entre outros. Estes são os dados que objectivamente pertencem aos sistemas de saúde e estes números em Portugal são maus e estão ao nível dos países pobres.
O SNS está a cair. E muitos de nós já o abandonamos. Actualmente a pretensão da minha classe é sair o quanto mais rápido possível do SNS. Isto devia ser sinal de alarme e devia preocupar todos que serão cada vez menos servidos e menos bem servidos. Um sistema de saúde que afugenta clínicos deve ser motivo de preocupação. E já agora, o sistema americano não afugenta os clínicos.