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  1. Colocado por: AMG1congratulo-me que também concorde que o SNS sempre serve para alguma coisa.

    E você insiste. Eu não disse em lado nenhum que o SNS serve para alguma coisa, mas também não disse que não serve.
    A evolução dos cuidados de saúde haveria sempre se acontecer com ou sem SNS.
    • AMG1
    • 7 janeiro 2024
    Colocado por: J.Fernandes
    O que você devia achar estranho, em si próprio, é não saber relacionar estes conceitos. A produtividade aumenta por pressão das dinâmicas de mercado - uma empresa num mercado muito competitivo, com muita concorrência, e se ainda por cima a mão-de-obra escassear, tem de melhorar constantemente a produtividade da sua força laboral.

    Eu bem me parecia que iriaamos acabar às voltas com a mãozinha do outro.
    Claro que sim que as condicoes de mercado influenciam a produtividade, mas não é desta maneira. Nem sequer e isto que está em causa, mas apenas o que é a PRODUTIVIDADE em economia.
    Vamos lá ver. Se você tiver uma fabrica de sapatos com os melhores e mais eficientes operarios e maquinaria que exista ate pode ter a fabrica de sapatos mais produtiva do mundo, que nunca a hora de trabalho dos seus trabalhadores vai valer o mesmo que a hora de trabalho de um operario mediano numa fábrica de aviões que nem precisa ser muito eficiente.
    Quando se diz que as enpresas nacionais sao pouco produtivas e que por isso não podem pagar salarios europeus é por isto mesno, porque fazem sapatos e os outros fazem carros e aviões?
    Nao é porque trabalhemos pouco ou muito é porque o que fazemos vale pouco.
    Concordam com este comentário: Dias12
  2. Acho que pode ser útil a leitura deste pdf, onde o INE faz uma análise da despesa pública a 31 Dezembro 2022.


    Em 2022, o total da despesa pública atingiu 107,1 mil milhões de euros, o que correspondeu a 44,8% do PIB, menos 2,9 pontos percentuais (p.p.) que em 2021. O peso da despesa pública no PIB em Portugal foi inferior em 6 p.p. à média do conjunto de países da área do Euro. Note-se que, desde que Portugal concluiu o Programa de Assistência Económica e Financeira, em maio de 2014, o peso da despesa pública no PIB tem sido sempre inferior ao conjunto de países da área do Euro.

    As prestações sociais foram a rúbrica da classificação com maior peso relativo, representando 41,7% do total da despesa.
    As prestações sociais cresceram 7,4% em 2022 (3,5%, em 2021). A sua principal componente (cerca de 70% do total) corresponde às pensões pagas, que aumentaram 6,2%, devido sobretudo ao impacto do complemento excecional a pensionistas (montante adicional de 50% do valor total auferido de pensão em outubro de 2022) e ao aumento em 0,9% no número de pensionistas do regime geral. As outras prestações sociais em dinheiro aumentaram 10,4%, em resultado do comportamento da despesa com o apoio extraordinário às famílias mais vulneráveis e com o apoio extraordinário a titulares de rendimentos e prestações sociais que, no total, implicaram uma subida da despesa em mais de mil milhões de euros.

    As remunerações corresponderam a 24,1% da despesa pública.
    As remunerações pagas cresceram 3,5%, refletindo as atualizações salariais, as valorizações remuneratórias e o crescimento do emprego (+1,2%, relativamente a 2021, segundo dados da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público - DGAEP). Detalhando a comparação com os Estados Membros que integram a área do Euro, começando pelas
    remunerações, em 2022 Portugal era o oitavo país, entre os 19 países da área do Euro, com maior peso deste indicador no PIB, com um valor (10,8%) superior ao da média do conjunto dos países da área do Euro (9,9%).

    O investimento representou 5,7% da despesa total em 2022, registando uma variação positiva de 7,7%, face ao ano anterior, totalizando 6,1 mil milhões de euros. Este acréscimo deveu-se, principalmente, à despesa realizada pela Infraestruturas de Portugal, I.P., no âmbito do Plano de Investimentos em Infraestruturas “Ferrovia 2020”, à despesa realizada pela empresa de metropolitano do Porto associada à expansão da respetiva rede e aquisição de material circulante, aos investimentos na área da Defesa e à continuação do investimento no âmbito do projeto de Universalização da Escola Digital, pelo Ministério da Educação.

    Em 2022, Portugal pagou cerca de 4,7 mil milhões de euros em juros relativos à sua dívida pública, o que representou uma redução de 9,4% face ao ano anterior e de 44,5% relativamente ao valor registado em 2014, ano da conclusão do Programa de Assistência Económica e Financeira.
    • AMG1
    • 7 janeiro 2024
    Colocado por: J.Fernandes
    E você insiste. Eu não disse em lado nenhum que o SNS serve para alguma coisa, mas também não disse que não serve.
    A evolução dos cuidados de saúde haveria sempre se acontecer com ou sem SNS.


    Afinal, em sua opinião, o SNS teve ou não alguma relevancia na evolução dos cuidados de saúde em Portugal.
    Que esses cuidados haveriam sempre de evoluir, só um tonto pensaria o contrário, nem que fosse pela mera evolução do conhecimento médico.
    Seja claro, diga de uma vez o que pensa, esteja a vontade, desde 1974 que não existe delito de opinião em Portugal.
    O 25 de abril sempre trouxe outras coisas boas para alem de carros melhores, isto para citar o Carvai, que tem sempre (e bem) uma nota humorada seja qual for o tema.
  3. Colocado por: AMG1Quando se diz que as enpresas nacionais sao pouco produtivas e que por isso não podem pagar salarios europeus é por isto mesno, porque fazem sapatos e os outros fazem carros e aviões?
    Nao é porque trabalhemos pouco ou muito é porque o que fazemos vale pouco.

    É pelas duas coisas, pela organização e gestão do trabalho de muitas empresas do setor tradicional e pelo perfil pouco tecnológico e de baixo valor acrescentado, ainda, da nossa economia.
  4. Colocado por: AMG1Afinal, em sua opinião, o SNS teve ou não alguma relevancia na evolução dos cuidados de saúde em Portugal.

    Não sei se o SNS tal como existe foi uma mais valia ou se foi uma oportunidade perdida de dar um sistema de saúde muito melhor aos portugueses.

    Vendo como estão as coisas em Portugal e noutro país com um um sistema semelhante - o RU - inclino-me a pensar que um sistema de seguros privados de saúde como na Alemanha, Suiça ou Holanda teria sido uma opção muito mais vantajosa para todos.
  5. Colocado por: AMG1O 25 de abril sempre trouxe outras coisas boas para alem de carros melhores

    Com ou sem 25 de Abril, mesmo que hoje continuássemos a ter uma ditadura da União Nacional, teríamos um sistema de saúde pública mais ou menos como o que existe agora, um bocado melhor ou um bocado pior, com mais privados ou com menos privados.
  6. inclino-me a pensar que um sistema de seguros privados de saúde como na Alemanha, Suiça ou Holanda teria sido uma opção muito mais vantajosa para todos


    Olhe que, pelo menos no caso da Alemanha, os seguros de saúde privados são uma solução apenas para algumas poucas pessoas com rendimentos mais elevados e que em muitos casos são uma posterior causa de pobreza em idades mais avançadas.

    Numa comunidade de solidariedade, as instituições funcionais e vitais de saúde, educação, transporte, etc. não deveriam estar ao alcance de todos e não apenas de uma pequena minoria?
    • AMG1
    • 7 janeiro 2024
    Colocado por: J.Fernandes
    É pelas duas coisas, pela organização e gestão do trabalho de muitas empresas do setor tradicional e pelo perfil pouco tecnológico e de baixo valor acrescentado, ainda, da nossa economia.


    Mas se é pelas duas coisas, como diz e bem, pela "organização e gestão do trabalho de muitas empresas do sector tradicional..., pelo perfil pouco tecnologico e pelo baixo valor acrescentado ainda, da nossa economia"
    Quem é que lhe parece que tem de tomar a iniciativa para alterar esta situação?
    • AMG1
    • 7 janeiro 2024
    Colocado por: J.Fernandes
    Com ou sem 25 de Abril, mesmo que hoje continuássemos a ter uma ditadura da União Nacional, teríamos um sistema de saúde pública mais ou menos como o que existe agora, um bocado melhor ou um bocado pior, com mais privados ou com menos privados.


    Excelente resposta!
  7. Colocado por: J.Fernandesteríamos um sistema de saúde pública mais ou menos como o que existe agora

    A enorme diferença é que antes tínhamos o Médico da Caixa e agora temos (ás vezes) o Médico de Família.
    Em 1973 fui operado a um menisco num Hospital Universitário (embora eu fosse de economia).
    Há poucos anos fui operado a uma perna partida num Hospital público para onde a ambulância me levou.
    Em ambos os casos fui bem tratado e a grande diferença era o equipamento (tal como o meu carro) e uma enfermeira ucraniana...
    • AMG1
    • 8 janeiro 2024
    Colocado por: J.Fernandes
    Não sei se o SNS tal como existe foi uma mais valia ou se foi uma oportunidade perdida de dar um sistema de saúde muito melhor aos portugueses.

    Vendo como estão as coisas em Portugal e noutro país com um um sistema semelhante - o RU - inclino-me a pensar que um sistema de seguros privados de saúde como na Alemanha, Suiça ou Holanda teria sido uma opção muito mais vantajosa para todos.

    Afinal parece que estamos a comecar a entender-nos.
    Se reparar eu já la disse atrás que este podia ser o momento para fazer uma verdadeira avaliação do sistema, do seu financiamento e ate do formato da prestação dos serviços, mas vê alguem interessado em colocar estas questões de debate-las de forma descomplexada?
    Eu esperava aos menos que os Liberais que tem uma posição de principio muito clara sobre isto pudessem colocar o tema na agenda, mas muito curiosamente (para mim claro) nao vejo nada disto. Todos tem soluções para resolver os problemas, mas sem mudar nada.
    Mas se quiser dou-lhe dois exemplos de sistemas semelhantes ao nosso e que não apresentam as mesmas patologias: Suécia e Dinamarca. O nosso sistema foi decalcado do sistema Sueco, as forma de organização são muito idênticas, so que aos suecos nunca faltou nem racionalidade nem investimento e por isso a situação é diferente da nossa, o que não significa ausência de alguns problemas que nós conhecemos bem.
    A situação dos três paises que aponta não são iguais. Na Holanda não conheço, agora na Suíça julgo que o seguro é privado e obrigatorio, enquanto na Alemanha o seguro publico é obrigatório para todos os que ganhem até um certo valor (penso que em torno dos 60k), só para rendimentos acima desse valor é que podem optar por seguros privados, que são na mesma obrigatórios.
    Do lado dos prestadores, creio que coexistem públicos e privados, talvez com alguma especialização, mas confesso que não conheço o suficiente.
    • AMG1
    • 8 janeiro 2024
    Colocado por: OliveiroS/N

    Numa comunidade de solidariedade, as instituições funcionais e vitais de saúde, educação, transporte, etc. não deveriam estar ao alcance de todos e não apenas de uma pequena minoria?


    Não falta por aí gente a achar que a sociedade perfeita é aquela em que a solidariedade (institucionalizada) não é necessaria para nada e até atrapalha o livre desenvolvimento da iniciativa individual.
    Depois, se o estado não tiver de se responsabilizar por essa solidariedade entre os cidadãos, o nivel de impostos não precisa de ser tão elevado e isso é um argumento muito sedutor, sobretudo para quem acha que não precisa, nem nunca vai precisar dessa solidariedade.
  8. Colocado por: AMG1Nao é porque trabalhemos pouco ou muito é porque o que fazemos vale pouco.
    Por isso é que andamos há mais de 10 anos a exportar em barda mão de obra qualificada, e na qual se investiu muito, e a importar trabalhadores para os hotéis, ubers, teleperformance desta vida.

    Aliás está tem sido de forma recorrente a minha maior crítica aos governos do Costa: o total desinteresse e a total falta de estratégia para essa mão de obra mais qualificada, e para os mais jovens em geral.
    Concordam com este comentário: Dias12
  9. Colocado por: AMG1Não falta por aí gente a achar que a sociedade perfeita é aquela em que a solidariedade (institucionalizada) não é necessaria para nada e até atrapalha o livre desenvolvimento da iniciativa individual.
    penso que a crítica principal nunca foi essa, mas sim o racio entre contribuintes efectivos/ beneficiários efectivos dessa solidariedade está cada vez menor, o que sobrecarrega os primeiros ao mesmo tempo que falha em dar resposta aos segundos.

    A solidariedade institucionalizada funciona muito bem em países onde a maioria dos seus cidadãos têm bons rendimentos. Quando se liga a máquina de fazer pobres, como se tem feito nos últimos 12 anos, o que se está a fazer é lançar as bases para acabar com essa solidariedade institucionalizada.


    Por exemplo a extrema direita, ou partidos de protesto como o chega têm ganho expressão em Portugal porquê? Porque as pessoas estão mais intolerantes e têm piores valores humanos, ou porque os sucessivos governos democraticamente eleitos têm falhado na sua missão?
    • AMG1
    • 8 janeiro 2024
    Colocado por: HAL_9000Por isso é que andamos há mais de 10 anos a exportar e, barda mão de obra qualificada, e na qual se investiu muito, e a importar trabalhadores para os hotéis, ubers, teleperformance desta vida.

    Aliás está tem sido de forma recorrente a minha maior crítica aos governos do Costa: o total desinteresse e a total falta de estratégia para essa mão de obra mais qualificada, e para os mais jovens em geral.


    Problema resolvido!
    Se viermos a ter o PNS como PM, o homem ainda hoje disse com toda a pompa e circunstância digno do conclave cor de rosa, que com ele não contem com os apoios do estado para tudo e para todos. O estado vai direcionar os seus esforços exclusivamente para os sectores e investimentos que sejam transformadores da economia nacional. Foi mais ou menos isto e é bonito de ler, mas acreditar...
    • AMG1
    • 8 janeiro 2024
    Colocado por: HAL_9000penso que a crítica principal nunca foi essa, mas sim o racio entre contribuintes efectivos/ beneficiários efectivos dessa solidariedade está cada vez menor, o que sobrecarrega os primeiros ao mesmo tempo que falha em dar resposta aos segundos.

    A solidariedade institucionalizada funciona muito bem em países onde a maioria dos seus cidadãos têm bons rendimentos. Quando se liga a máquina de fazer pobres, como se tem feito nos últimos 12 anos, o que se está a fazer é lançar as bases para acabar com essa solidariedade institucionalizada.


    Por exemplo a extrema direita, ou partidos de protesto como o chega têm ganho expressão em Portugal porquê? Porque as pessoas estão mais intolerantes e têm piores valores humanos, ou porque os sucessivos governos democraticamente eleitos têm falhado na sua missão?


    Pelo contrário eu acho que a critica foi muitas vezes essa mesmo, mas muito poucas vezes expressa com clareza. Mas claro que provavelmente temos perspectivas diferentes de ver o que por aí vai sendo escrito e dito sobre estes temas.

    O HAL_9000 já noutras vezes tem lancado essa ideia da "maquina de fazer pobres" e eu ate acho a expressao muito sugestiva, mas não faço a minima ideia do que isso significa. De qualquer modo, em meu entender, se há momentos em que essa solidariedade é absolutamente necessária é exactamente nesses momentos de maiores dificuldades.
    Claro que para haver solidariedade é preciso haver meios, ou seja ninguém pode distribuir o que não tem, a não ser que peça emprestado, o que em certas circunstâncias extremas, até pode justificar-se, mas não pode ser um modo de vida.
    Portanto, como ja escrevi la atrás, não podemos pagar os serviços dos alemães ou dos dinamarqueses, não os vamos ter, não vale a pena estar carpir em cima disso. O que temos de fazer é criar condições para podermos lá chegar, mas se para isso o essencial das propostas é baixar impostos, isso não significa reduzir ainda mais o nivel dessa tal solidariedade?
    Claro que aqui entram os tais visionários, que nos prometem o mundo inteiro amanhã, em troca de um sacrifício maior hoje, mas nisso acredita quem quer. A maioria das pessoas não é burra e quase sempre percebe quando lhe estão a contar uma historia.
  10. Colocado por: AMG1

    Problema resolvido!
    Se viermos a ter o PNS como PM, o homem ainda hoje disse com toda a pompa e circunstância digno do conclave cor de rosa, que com ele não contem com os apoios do estado para tudo e para todos. O estado vai direcionar os seus esforços exclusivamente para os sectores e investimentos que sejam transformadores da economia nacional. Foi mais ou menos isto e é bonito de ler, mas acreditar...


    Também ao ouvir , até arregalei os olhos… mas já não tenho idade para histórias de encantar
  11. Colocado por: AMG1

    Não falta por aí gente a achar que a sociedade perfeita é aquela em que a solidariedade (institucionalizada) não é necessaria para nada e até atrapalha o livre desenvolvimento da iniciativa individual.
    Depois, se o estado não tiver de se responsabilizar por essa solidariedade entre os cidadãos, o nivel de impostos não precisa de ser tão elevado e isso é um argumento muito sedutor, sobretudo para quem acha que não precisa, nem nunca vai precisar dessa solidariedade.


    Solidariedade institucionalizada chama-se impostos.
  12. Colocado por: AMG1O HAL_9000 já noutras vezes tem lancado essa ideia da "maquina de fazer pobres" e eu ate acho a expressao muito sugestiva, mas não faço a minima ideia do que isso significa
    Significa que a distância do salário médio para o salário mínimo está cada vez menor.

    Tendo em conta que os preços tendem a corrigir em consonância, sempre que o SMN aumenta, então quer dizer que a dita classe média está cada vez mais pobre, com menor poder de compra. Ao mesmo tempo o número de pessoas a pagar impostos (IRS, entendam-se, que aos indiretos ninguém escapa) diminui também.

    Ao mesmo tempo até quem ganha o SMN, que em teoria deveria manter o poder de compra, acaba por ficar mais pobre também. É para isso contam factores como o preço da alimentação, gasolina e habitação que disparou nos últimos anos.

    O que eu apelo não é propriamente a baixa de impostos, é antes ao aumento do poder de compra. Se forem tomadas medidas de estímulo à economia que resultem em ganhos salariais efectivos, eu pelo menos ficarei contente em pagar mais impostos. O que nao posso concordar é pagar cada vez mais mais impostos (como tem acontecido desde 2016) ao mesmo tempo que perco poder de compra.
 
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