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  1.  # 121

    E se os programas da troika tiverem sido mal desenhados?

    O economista italiano, Tito Boeri, acredita que sim. Pelo menos, na parte do mercado de trabalho. O FMI e a Comissão Europeia discordam. O debate decorreu hoje no Fórum do BCE em Sintra
    João Silvestre

    João Silvestre

    O impacto das medidas dirigidas ao mercado de trabalho depende fortemente do momento em que são feitas. Timing, em termos de ciclo económico, é palavra de ordem quando fazem reformas laborais. E há uma série de medidas que não devem ser tomadas quando a economia está em recessão. Mas isso aconteceu na Grécia e também em Portugal. Quem o diz é Tito Boeri, economista italiano da universidade de Bocconi em Milão que abriu os trabalhos de hoje do Fórum do BCE, e gerou enorme debate entre os participantes.

    Entre outras coisas, Boeri analisou a dinâmica do mercado de trabalho na zona euro e levantou algumas dúvidas sobre a resposta dos programas da austeridade que foram aplicados e também sobre a forma de resolver o elevado desemprego que persiste em alguns países. A ideia base, que serve tanto para a Grécia ou Portugal, como para outros países que não tiveram resgates internacionais, é que o efeito das reformas não é sempre o mesmo e, em tempo de recessão, há medidas que podem ser contraproducentes.

    É o que acontece, por exemplo, com alterações do subsídio de desemprego: “A proteção no desemprego deve ter em conta a elasticidade entre o subsidio e o desemprego e, em recessão, esta é menor bem, assim como o risco moral”. Traduzindo do ‘economês’, tentar incentivar o regresso ao mercado de trabalho de desempregados através da redução do subsídio (seja em montante, seja em duração) pode não funcionar quando a economia está recessão. Simplesmente porque, em muitos casos, não há postos de trabalho suficientes para absorver estes trabalhadores.

    Isto verifica-se, por exemplo, em países com recessões prolongadas como Portugal onde há uma parte significativa dos desempregados sem subsídio – cerca de dois terços -, muitos dos quais ficam longos períodos nesta situação e, nem por isso, conseguem regressar ao mercado. Boeri chamou mesmo a algumas destas medidas como “má condicionalidade”, numa alusão às medidas impostas pela troika nos países resgatados, precisamente por não terem em conta o timing do ciclo económico.

    Desacordo na sala

    Uma das críticas a esta posição, a começar pelo economista francês Giles Saint-Paul que foi o comentador da apresentação, é que a situação destes países não era normal, não havia acesso a financiamento normal no mercado e, por isso, a margem de atuação era mais reduzia. Boeri deu como o exemplo o caso grego onde o desemprego disparou de 9,4% em 2009 para mais de 27% em 2014. Em janeiro, o último mês disponível do Eurostat, estava em 25,7%.

    O caso grego, tinha sublinhado no entanto Boeri, foi o resultado da recessão já que, pelas suas contas, o agravamento da taxa esteve em linha com o efeito esperado de acordo com a chamada lei de Okun que relacionada crescimento e desemprego.

    Olivier Blanchard, economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) que faz parte da troika que desenhou o programa grego, fez uma intervenção da assistência onde lembrou que várias das medidas usadas na Grécia, em termos de mercado de trabalho, tiveram mais a ver com a necessidade de ter resultados de curto prazo do que propriamente por uma estratégia de fundo. Lembrou ainda que, naquela altura, não houve tempo para discutir questões mais estruturais relacionadas com as instituições gregas que, segundo Boeri, têm um papel importante.

    Também Marco Buti, igualmente italiano e diretor-geral de Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia, defendeu a sua ‘dama’ – leia-se os programas de ajustamento aplicados na zona euro e, em particular, na Grécia– com a urgência de atuar num momento em que os países estavam sob forte pressão.

    Uma outra solução defendida por Tito Boeri foi um sistema de “contrato igual, que não é igual a um contrato único”, e que serviria para dar flexibilidade e segurança, em simultâneo, transferindo parte do pagamento de eventuais indemnizações por despedimento para o nível europeu.

    E sublinhou também que a própria idade de reforma deve poder variar consoante o momento do ciclo económico – porque pode funcionar como amortecedor – desde que, em contrapartida, a sustentabilidade do sistema de pensões esteja assegurada e seja transparente. “Todos os países devem avaliar a sustentabilidade dos sistemas de pensões.”

    http://expresso.sapo.pt/economia/2015-05-23-E-se-os-programas-da-troika-tiverem-sido-mal-desenhados-
  2.  # 122

    Os economistas são ótimos a prever as situações depois delas acontecerem. E vão mandando uns palpites que um dia até acertam, só que vez de ganhar o euromilhões ganham o Nobel...

    PS: eu até sou da área, e de vez em quando também acerto, mas como no euromilhões os prémios que ganho são sempre pequeninos.
    Concordam com este comentário: eu
  3.  # 123

    Estamos a atravessar a fase das ditaduras impostas pelos economistas (economicistas), nem sempre assim foi e o mundo era bem melhor ... Criaram o problema, têm solução para o problema mas proibiram a solução ...
    • eu
    • 24 maio 2015 editado

     # 124

  4.  # 125

    MNE alemão diz que se Grécia sair do euro "não haverá vencedores"Lusa27 de Maio de 2015, às 17:55

    O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, considerou hoje em Lisboa que "não haverá vencedores" caso a Grécia abandone a zona euro, mas exortou Atenas a "manter-se fiel aos compromissos" com os credores.



    http://www.sapo.pt/noticias/mne-alemao-diz-que-se-grecia-sair-do-euro-nao_5565f7ebb36e29634d3552d7
  5.  # 126

    Eles lá vão pagando e desde janeiro que lhe andam a fazer a folha e agora até a alemanha acha que é melhor eles não saírem da ue.
    E se a inglaterra sai, vai ser cá um terramoto ...
    Eu acho que deviam todos os países da ue fazerem um referendo para ver se a eu resistia à vontade popular ...
    • eu
    • 29 maio 2015

     # 127

    Colocado por: pedromdfE se a inglaterra sai, vai ser cá um terramoto ...

    Mas que terramoto vai ser esse? Acho que andam a sobrevalorizar os efeitos da saída de um País do euro ou da UE.
    Concordam com este comentário: FD, treker666
  6.  # 128

    Colocado por: eu
    Mas que terramoto vai ser esse? Acho que andam a sobrevalorizar os efeitos da saída de um País do euro ou da UE.
    Concordam com este comentário:treker666


    Sendo assim porque não saímos nós ...
    •  
      FD
    • 29 maio 2015 editado

     # 129

    Colocado por: eu
    Mas que terramoto vai ser esse? Acho que andam a sobrevalorizar os efeitos da saída de um País do euro ou da UE.

    Concordo. Quando os países entram ninguém fala que vai ser espectacular e que o mundo vai ser 1000 vezes melhor...

    Os media vivem do medo, do drama, do isco.
    E essa questão de sobrevivência empola sobremaneira qualquer assunto.

    Para falar de um caso muito recente: lembram-se do Ébola?

    Colocado por: pedromdfSendo assim porque não saímos nós ...

    Para...?
    • eu
    • 29 maio 2015

     # 130

    Colocado por: pedromdfSendo assim porque não saímos nós ...

    Porque temos mais a perder do que a ganhar com isso...
    •  
      FD
    • 29 maio 2015 editado

     # 131

    Colocado por: euPorque temos mais a perder do que a ganhar com isso...

    Podíamos ganhar... uma inflação galopante como a do início da década de 80.
    • eu
    • 29 maio 2015

     # 132

    Colocado por: FDPodíamos ganhar... uma inflação galopante como a do início da década de 80.

    Mas pelo menos não havia cortes de salários e pensões ;)

    Seria muito mais fácil dar austeridade ao povo sem o povo perceber... ;)
    Concordam com este comentário: sergyio, Bricoleiro
  7.  # 133

    Colocado por: eu
    Mas pelo menos não havia cortes de salários e pensões ;)

    Seria muito mais fácil dar austeridade ao povo sem o povo perceber... ;)
    Concordam com este comentário:sergyio


    o BE iria ficar radiante!!!
    •  
      FD
    • 29 maio 2015

     # 134

    Colocado por: euMas pelo menos não havia cortes de salários e pensões ;)

    Seria muito mais fácil dar austeridade ao povo sem o povo perceber... ;)

    O passo seguinte seria adoptar uma solução "Venezuela".
    Preços fixos, racionamento.
    Não sem antes culpar os "capitalistas" e os opressores do povo porque, é sempre preciso que haja um bode expiatório.

    Seria um bom anticorpo para todos os que acham que a situação actual é má...
    Concordam com este comentário: eu
  8.  # 135

    Coitados dos ingleses ... Espero que tenham juízo e não saiam ...
  9.  # 136

    Os ingleses não estão no euro, portantes não podem sair...
    As opções democráticas de cada País devem ser respeitadas. Os gregos escolheram o Syrisa pois pretendiam seguir um determinado rumo. Isso revelou-se impossível mas também continuam a ter direito a escolher se querem continuar no euro ou não, Eles que decidam. Os ingleses também estão a pôr em duvida a permanência na UE. Eles que decidam. Existem centenas de fatores a favor ou contra essas decisões. Mas cabe aos votantes decidir. Não podem é depois vir chorar que tomaram a decisão errada.
  10.  # 137

    Sendo assim os portugueses também deviam poder decidir ...
  11.  # 138

    Colocado por: eu
    Mas que terramoto vai ser esse? Acho que andam a sobrevalorizar os efeitos da saída de um País do euro ou da UE.
    Concordam com este comentário:FD,treker666


    Pois, ninguém sabe, como ainda não houve nenhum caso ...
  12.  # 139

    Colocado por: pedromdfSendo assim os portugueses também deviam poder decidir ...

    Naturalmente que podem decidir. Basta votar no PCP e no BE que defendem a saída da euro. Se estes 2 partidos tiverem mais de 45% de votos já é legitimo sairmos do euro e até da UE. Isto chama-se democracia...
    Concordam com este comentário: eu
    • eu
    • 29 maio 2015

     # 140

    Ainda por cima estamos a falar do Reino Unido, que nem sequer tem um papel fundamental na UE, aliás, eles têm tido um comportamento mais para desestabilizar a UE do que propriamente para construir...
 
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