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  1. O maior promotor das preços atuais do imobiliário foram as consequências de algumas políticas conjugadas com algumas evoluções no contexto económico que tiverem como reflexo um aumento enorme do custo da habitação.
    Na minha opinião, estes foram os fatores com maior impacto nos preços:
    - Regime Fiscal dos não residentes habituais
    - Regime Fiscal para a Reabilitação das Áreas Urbanas
    - Vistos Gold
    - Aparecimento do Airbnb e crescimento exponencial do turismo mundial
    - Políticas monetárias expansionistas como nunca houve e que colocaram o custo do dinheiro com juros negativos (mais recentemente)

    Todos estes fatores conjugados, durantes anos, com preços que começaram bem abaixo da média europeia, criou uma explosão do lado da procura, em que Portugal virou moda, que começou pelos grandes centros populacionais e que se foi expandido a cidades mais pequenas e que arrastou todo o mercado.

    Tudo isto se desenrola ao longo de vários anos, sem os políticos executarem quaisquer medidas pelo lado da oferta, bem pelo contrário, só quem anda por dentro disto sabe as restrições, dificuldades e custos cada vez maiores.

    Como dizia e bem o HAL 9000, o problema é que em Portugal não se fazem planos de médio ou longo prazo e como tal não existe qualquer plano integrado, sério, para minimizar o problema. É assim na habitação mas é assim também na justiça, na saúde, na produtividade ...

    Diria que o estranho é que continuamos todos admirados pelos fracos resultados que temos coletivamente, comparativamente a outros com os quais nos devemos/gostavamos de comparar.

    Se persistirmos neste caminho, como vários dizem em posts anteriores, então os rendimentos vão continuar estagnados(ou mesmo decrescentes em termos reais), sem crescer porque não se produz riqueza adicional e como tal seremos um ótimo país para pessoas de países com rendimentos elevados virem viver ou visitar e aproveitar o nosso sol e fantástica comida e onde os residentes vão continuar a lamentar-se do preço das habitações, do preço da comida, do preço da eletricidade, dos combustíveis ... Acho que dá uma queixa por cada dia do ano.

    O problema não está no custo, está na receita poucachinha :)
    Concordam com este comentário: HAL_9000
  2. Colocado por: nortenho66Mas é um dado adquirido que caminhamos para cada vez mais estarmos reféns do consumismo, não vão assim tantos ano que uma casa tinha um telefone fixo, hoje em dia é um telemóvel por pessoa, Internet, TV cabo, etc, etc.
    Para o ano em questão ele já tinha isso tudo e numa altura em que esses bens era efetivamente mais caros. Este comentário apenas vem reforçar o poder de compra que ele detinha, e já não detém.



    Colocado por: nortenho66Acha que é só em Portugal esta realidade?
    Nós últimos 10 já vivo em 3 países europeus e em todos é igual...
    Também eu vivi em outros países nos últimos 10 anos e sei que também eles tiveram perda de poder de compra, porém a realidade que contactei é que apesar de tudo o meu poder de compra lá, nada tinha a ver com o que tenho aqui. Porém voltei, pois a família está cá.
  3. Colocado por: RCFDevemos considerar que essas habitações não são condignas? Se sim, então uma grande parte dos portugueses não tem habitação condigna... e o que é passar frio...?
    Eu tb passo frio no meu apartamento porque a eletricidade é cara e não posso mudar a falta de isolamento de um prédio com 30 anos. Porém eu sou do frio Viseu, e o frio de Inverno de Lisboa, parece-me frio de primavera :). Porém a minha esposa sofre mais e lá tem de se recorrer à manta ou ao aquecedor. Isto acontece sendo que ambos temos salários acima da média nacional, e não somos muito consumistas. Diz muito sobre o poder de compra atual.
    Não considero que sejam condições não condignas, mas não são as ideias. Quando falo nesse requisito, refiro-o como algo que deveria ser essencial, e que deve obrigatoriamente de ser tido em conta nas políticas de habitação pública presentes e futuras. O passar frio/calor numa parte significativa das habitações em Portugal, é infelizmente é ainda uma realidade que está para durar.
    Concordam com este comentário: RCF
  4. Correcto, mas também se deve olhar para o timing da localização: por ex. a zona do Alto dos Moinhos junto ao hospital Lusiadas agora é uma localização de excelência, mas há 40 anos era uma localização péssima pois era um bairro de barracas.

    O Barreiro ou a Amadora, por ex. agora são localizações fraquinhas, mas basta que um grande fundo imobiliário americano ou chin~es aposte na zona e comece a fazer campanhas promocional consecutivas nos mass media, para ao fim de uma década ou duas as percepções psicológicas dessas localizaçoes mudarem, tal como aconteceu com a zona do Alto dos Moinhos.

    Agora parece que querem dar os vistos gold só a residentes de cidades do interior, pode ser que assim a localização de cidades como Beja ou Abrantes sofram um upgrade.

    O que infelizmente para todos nós não melhora e não há meio de melhorar é (a reputação) da localização de uma certa microzona lisboeta situada ali junto á Estrela..


    Colocado por: RCF
    Os 3 fatores mais importantes na valorização de um imóvel:
    1.º Localização,
    2,º localização,
    3.º localização
    Concordam com este comentário:carlosj39
  5. Recentrando no título do tópico, partilho um indicador que penso ser uma ajuda à discussão.
    Bloomberg global bubble ranking:
      BRI_06_2021.png
  6. Colocado por: Bruno@FConde os residentes vão continuar a lamentar-se do preço das habitações, do preço da comida, do preço da eletricidade, dos combustíveis ... Acho que dá uma queixa por cada dia do ano.

    Concordam com este comentário:HAL_9000


    Acrescente aí o regime dos Residentes Não Habituais, é muito triste um gajo de vem de fora ficar mais barato (bastante)
  7. Colocado por: RCFOs 3 fatores mais importantes na valorização de um imóvel:
    1.º Localização,
    2,º localização,
    3.º localização


    Desculpe, mas não concordo. Então o estado, antiguidade, características do imóvel não contam?
    Por esta ordem de ideias, então um T1 vale o mesmo que um T5? Uma casa com 30 anos vale o mesmo que uma casa nova? Se calhar é por isso que aqui na minha terra estão a pedir 165000 (e já esteve a 200.000) por um casa com 40 anos, 126 m2, sem garagem (e parece-me que nem existe possibilidade de adicioná-la), que só se aproveita paredes (se calhar nem isso) e está há mais de 1 ano à venda... deve ser pela localização, que de facto é central, mas o resto... boa sorte para os donos...
  8. Colocado por: nrferreira

    Desculpe, mas não concordo. Então o estado, antiguidade, características do imóvel não contam?
    Por esta ordem de ideias, então um T1 vale o mesmo que um T5? Uma casa com 30 anos vale o mesmo que uma casa nova? Se calhar é por isso que aqui na minha terra estão a pedir 165000 (e já esteve a 200.000) por um casa com 40 anos, 126 m2, sem garagem (e parece-me que nem existe possibilidade de adicioná-la), que só se aproveita paredes (se calhar nem isso) e está há mais de 1 ano à venda... deve ser pela localização, que de facto é central, mas o resto... boa sorte para os donos...

    Mas não duvide que a localização é sem duvida o que mais influencia o preço. É certo que o T1 nunca vai valer o mesmo que o T5 mas na mesma localização. Mas em determinadas localizações o T1 vai valer (ou pelo menos custar) mais que um T5 numa outra localização menos pretendida.
    E relativamente à casa com 40 anos e 126m2 por 165.000€ posso dizer-lhe que em determinadas localizações (mesmo em ruinas) era imovel para não estar à venda nem um mês.
    • RCF
    • 17 junho 2021
    Colocado por: nrferreiraDesculpe, mas não concordo. Então o estado, antiguidade, características do imóvel não contam?

    Contam, pois.
    Vêm em 4.º, 5.º e 6.º lugar

    Colocado por: nrferreiraPor esta ordem de ideias, então um T1 vale o mesmo que um T5?

    Um T1, bem localizado, não vale o mesmo, mas vale mais do que um T5 mal localizado.
    Um exemplo, um T1 no Parque das Nações vale muito mais que um T5 no Vale da Amoreira.

    Colocado por: nrferreiraUma casa com 30 anos vale o mesmo que uma casa nova?

    Não vale o mesmo, mas pode valer bastante mais.
    Um exemplo, uma casa com 60 anos, mesmo devoluta e inabitável, no bairro de Alvalade ou no bairro da Encarnação, em Lisboa, valem mais que uma moradia nova e com mais área num concelho do interior do país
    Concordam com este comentário: IronManSousa, LMDuarte, carlosj39
  9. Tenho que concordar com @RCF.

    Localização é o fator essencial na compra ou venda de uma casa.

    Digo sempre a clientes, no inicio não interessa a zona em que quer comprar se não sabe até que valores pode ir porque o Banco pode emprestrar um valor que não chegue aos calcalhanres de um estúdio na zona que pretende.
    • RCF
    • 17 junho 2021
    Isso não quer dizer que eu não compreenda quem prefira viver numa moradia na Lourinhã, que compra por 250K do que num T1 na Lapa ou no Parque das Nações, que custa 350K. Compreendo. Mas, cada um tem o valor € que tem...
    Concordam com este comentário: lpetinga
  10. Eu sei que a localização é um factor, importante, mas não o único factor. Mas há casos em fazem disso o único factor. Daí o exemplo que dei da casa com 40 anos... a localização é boa, é uma localização mesmo no centro de uma vila... mas é uma vila... o resto não vale o dinheiro... o tempo que está à venda e as descidas de preço que tem tido, demonstram bem isso...
  11. O impacto da localização na formação do preço do imóvel não é discutível, é um facto e é o que claramente tem mais peso. Obviamente não é o único.
    Podemos concordar ou não com essa valorização feita pelo mercado mas isso não altera a realidade dos preços. Se dúvidas houvessem, basta ver o volume e valor de transações por localização em características e envolventes comparáveis.

    As pessoas reclamam aqui no fórum dos preços mas os mesmos refletem o volume e a capacidade de pagar os preços pedidos pelos compradores. O problema é que progressivamente são acessíveis a cada vez menos pessoas, daí as queixas continuarem a aumentar em proporção ao aumento de preços.

    Apesar de haverem alternativas isto só acontece porque quase todos queremos o mesmo, queremos viver em centros urbanos, o mais central possível, com todos os serviços, confortos e oportunidades que a vida moderna pode proporcionar. Se os preços continuassem baixos nos grandes centros urbanos, tenho a sensação que em poucos anos teríamos toda a população "arrumada" ao longo de pouco mais de 40kms de faixa de litoral e o resto do país ficaria ainda mais ao abandono.

    Para alterar ou abrandar esta tendência mundial de há anos só caso haja alguma alteração significativa como uma crise mundial, falência do país, aparecimento da condução autónoma nível 5, automatização da construção com impressoras 3D, o trabalho remoto consolidar-se como a norma em muitas atividades económicas, mudarmos todos de gosto e preferir-mos viver em aldeias, ou todas juntas :)

    Até lá provavelmente as subidas vão acompanhar a inflação ou podem até haver ajustes nos preços, o que até seria normal depois das subidas acentuadas dos últimos 6 anos. O mais curioso é que nas descidas ainda se torna mais proponderante a localização, como decerto se recorda quem acompanhou os preços na AML nos tempos da troika
  12. Colocado por: Bruno@FCApesar de haverem alternativas isto só acontece porque quase todos queremos o mesmo, queremos viver em centros urbanos, o mais central possível, com todos os serviços, confortos e oportunidades que a vida moderna pode proporcionar.


    Nem todos, eu saí do centro de Aveiro, para uma aldeia e nem penso em voltar.
    Se alguém quiser comprar um T2 no centro de Aveiro, com terraço de 50m2, varanda e garagem para 2 carros, que mande MP. :D
  13. Colocado por: rjmsilva

    Nem todos, eu saí do centro de Aveiro, para uma aldeia e nem penso em voltar.
    Se alguém quiser comprar um T2 no centro de Aveiro, com terraço de 50m2, varanda e garagem para 2 carros, que mande MP. :D


    É tudo uma questão de preço ;) ehehhe
  14. Colocado por: Supporter

    É tudo uma questão de preço ;) ehehhe


    O meu apartamento é forrado a ouro, tudo vende a valores estratosféricos, eu nao fico atrás.

    Na verdade não tenho grande interesse em vender, está arrendado, só se aparecesse um negócio mesmo irrecusável.
  15. Boa! Em Aveiro, no centro da cidade, aponto sempre para 2K m2 mais valorização de terraços e garagens. Já agora, qual a "aldeia" que optou?
  16. Colocado por: rjmsilva

    Nem todos, eu saí do centro de Aveiro, para uma aldeia e nem penso em voltar.
    Se alguém quiser comprar um T2 no centro de Aveiro, com terraço de 50m2, varanda e garagem para 2 carros, que mande MP. :D


    Parabéns! O importante é que esteja feliz com a escolha e é a prova que existem opções. Essa é uma delas mas tenho a noção que não é possível para muitos.



    Colocado por: rjmsilvaO meu apartamento é forrado a ouro, tudo vende a valores estratosféricos, eu nao fico atrás.

    Na verdade não tenho grande interesse em vender, está arrendado, só se aparecesse um negócio mesmo irrecusável.

    :) Esta frase reflete o sentimento atual do mercado
  17. Colocado por: nrferreiraEu sei que a localização é um factor, importante, mas não o único factor. Mas há casos em fazem disso o único factor. Daí o exemplo que dei da casa com 40 anos... a localização é boa, é uma localização mesmo no centro de uma vila... mas é uma vila... o resto não vale o dinheiro... o tempo que está à venda e as descidas de preço que tem tido, demonstram bem isso...


    Está a confundir as coisas. A casa está à venda por esse preço, não quer dizer que alguém lhe reconheça esse valor. O dono pode achar que essa casa é a melhor do mundo, é preciso encontrar alguém com dinheiro e que tenha a mesma opinião (ou em alternativa, alguém com a mesma opinião + um banco disposto a financiar, o que passa por ter a mesma opinião).
  18. Colocado por: SupporterBoa! Em Aveiro, no centro da cidade, aponto sempre para 2K m2 mais valorização de terraços e garagens. Já agora, qual a "aldeia" que optou?


    Vendido! Comprei na freguesia de Oiã.
 
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