Colocado por: MercedesPara mim e para qualquer investigador ou docente universitário,Diria que para a maioria e para a quase totalidade dos docentes/investigadores mais jovens o que diz é verdade. Mas discordo que seja "para qualquer investigador ou docente universitário". Se a Mercedes trabalha no meio universitário, sabe perfeitamente que há uma % de docentes (não digo investigadores porque esses não têm seuqer estabilidade para isso) que nem os mínimos cumpre. Contudo, apesar de não cumprirem os mínimos (0 investigação, 0 orientações, 0 captação de financiamento, 0 inovação letiva) lá bloqueiam umas posições e até vão tendo boas avaliações porque se não o tivessem, seriam uma vergonha para instituição.
Colocado por: MercedesInforme-se sobre a PT e os CTT, assim como a maioria das privatizações de empresas públicas, e perceberá que o que escreveu é puro delírio.
Colocado por: MercedesPara mim e para qualquer investigador ou docente universitário, ouvir que não existe prestação de contas neste meio é uma ofensa bem afiada. Todo o nosso trabalho é, constantemente, sujeito a revisão por pares, a avaliações cegas - de artigos, de projetos, de relatórios, de capítulos de livros e de livros, de intervenções comunitárias (quando as há) e dos seus impactos , todos os concursos são públicos, os CV s são públicos, é tudo escrutinado ao mílimetro e a todo instante. Gostava de saber em que outro meio laboral, os trabalhadores são assim tão escrutinados no continuum da sua vida e da sua produção
Colocado por: HAL_9000Se a Mercedes trabalha no meio universitário, sabe perfeitamente que há uma % de docentes (não digo investigadores porque esses não têm seuqer estabilidade para isso) que nem os mínimos cumpre.
Colocado por: Carvai2 (duas) funcionárias que têm as chaves dos cadeados da escola básica onde andam os meus netos fizeram greveNão havia ninguém que tivesse a porcaria de uma rebarbadora/tesoura de ferro?
Colocado por: HAL_9000Não havia ninguém que tivesse a porcaria de uma rebarbadora/tesoura de ferro?
Colocado por: carlosj39dava logo direito a chamar a políciaEu pagava o cadeado cortado de bom grado. O que não faz sentido é aparecer 98% dos funcionários para trabalhar e não entrarem porque a pessoa que abre a porta teve uma dor de barriga. Como fariam se ambas estivessem de baixa?
Colocado por: TelhadoÉ claro que há excepções mas muito poucas.Não são nada poucas. Há muita gente que dá o litro na FP, muita gente que realmente quer inovar, fazer diferente, fazer melhor, mais rápido. O grande problema é que não existe uma distinção efectiva entre quem produz e quem "faz que faz".
Colocado por: HAL_9000Eu pagava o cadeado cortado de bom grado. O que não faz sentido é aparecer 98% dos funcionários para trabalhar e não entrarem porque a pessoa que abre a porta teve uma dor de barriga. Como fariam se ambas estivessem de baixa?
Colocado por: rjmsilvaOs serviços podem substituir trabalhadores doentes, grevistas nãoNão se tratava de substituir ninguém. Simplesmente abrir uma porta fechada. Se as pessoas querem fazer greve, fazem greve. Estão no seu direito, e eu também acho que o estado paga muito mal.
Colocado por: HAL_9000O que não pode acontecer são estas habilidades
Colocado por: rjmsilvaE você deixava os seus filhos numa escola com o portão aberto e não estivesse lá nenhum funcionário?Pelo que o Carvai disse faltaram os 2 funcionários com a chave do portão. Não será um trabalho com uma especificidade técnica tal que não possa ser feito por um outro funcionário que não estivesse de greve. As funções de um assistente operacional, não são um quadrado.
Colocado por: HAL_9000Não será um trabalho com uma especificidade técnica tal que não possa ser feito por um outro funcionário que não estivesse de greve.
Colocado por: MercedesJá sabia que se cá viesse ler os comentários seria, direta ou indiretamente, insultada, mas deixando isso de parte (que não merece valorização), permitam-me alguns comentários a propósito de alguns argumentos que se desenrolaram.
A ideia de que todos os serviços públicos têm de ser rentáveis é – e sem querer, sinceramente, ofender ninguém – completamente ingénua do pacto democrático de inspiração social-democrata que rege o Estado português, a sua lei fundamental e o seu regime de proteção civil (estado de direito, liberdade e garantias) e social (regimes de bem-estar social e de provisão do bem público). Visar reduzir toda a arquitetura do Estado à de um estado mínimo que nada provê ao cidadão que não seja a proteção da propriedade privada e o monopólio do exercício de violência física para a reprodução desse regime é defender um estado em que todas as formas de mediação e regulação dos mecanismos primários de distribuição de riqueza (o mercado, só), bem como os de redistribuição, estão ausentes, deixando à sua sorte a larga massa da população que vive somente do seu trabalho. Nós aceitamos, por isso mesmo, que há setores que, por serem fundamentais ao bem público, devem ser mantidos na esfera da provisão pública. Essa provisão é uma forma indireta de redistribuição de riqueza “em género”, que o Estado assegura independentemente de – numa economia mista ou até de tendência mais liberal como a que temos hoje –essa atividade económica gerar ou não rendimento marginal. O objetivo não é, de facto, esse: é prover ao cidadão comum, numa lógica de reciprocidade e de cumprimento do pacto social-democrata.
Esta ideia de que todas as atividades humanas têm de ser mercantilizadas e que tudo na vida deve ser tratado e gerido como uma mercadoria – incluindo os humanos, trabalhadores – e os serviços e bens públicos (saúde, educação, agua, energia, infraestruturas de transportes e de comunicações, and so on), é um revivalismo de um anarco-liberalismo que ecoa a ética utilitarista da Ayn Rand, cujas obras se popularizaram nos USA ali pelos anos 60 e que levaram os republicanos a um novo extremo do liberalismo que aniquilou completamente o centro político (e, pior, a esquerda, pelo efeito centrípeto que o extremar de posições tende a produzir, lá e em qualquer lado).
Ler aqui, pela pena de muitos prováveis trabalhadores, ainda por cima muitos dos quais prováveis trabalhadores independentes ou micro e pequenos empresários completamente sujeitos às agruras do mercado e à subordinação a grandes empresas, que a CP é para entregar aos privados e os seus trabalhadores que se f**** é uma coisa que a mim me rouba completamente o sono, me chateia até ao sangue. Sei bem que é o maior dos paradoxos da história dos movimentos e ciclos políticos, que os extremos da direita foram tantas vezes eleitos e apoiados pela massa dos trabalhadores e pelos mais desamparados da sociedade, que pese embora o neoliberalismo tenha deteriorado tanto as condições de vida dos trabalhadores após os anos 80 – do RU aos EUA, europa pelo meio – essas direitas são ainda as mais consistentes no espectro político-ideológico por cá. E, pior, que da violência dos seus efeitos crescem as outras, as do protecionismo nacionalista (que bela inspiração hitleriana para Trump) e do fomento industrial belicista, tal qual na história da primeira vaga de reconstrução alemã… Mas, a sério, é até este ponto que nos vamos encostar à direita? Está tudo doido?
A CP – por mais que as suas greves nos incomodem (também eu não pude ir ao meu local de trabalho por causa da greve) – fornece um serviço público, não é admissível que seja entregue a privados onde o serviço público deixará de ser o objetivo e passará a ser o EBITDA e o EBE, tal como aconteceu com a REN, ou com os CTT, ou com qualquer outra empresa pública que tenha sido privada. Aliás, o exemplo da PT é ótimo, assim como o dos CTT. Acham que essas privatizações fizeram algum sentido?
Enfim, e quanto aos regimes de relações industriais, mas que sentido faz comparar os regimes do sul e meridionais, com os dos países do Norte da Europa ou da Europa Central? Toda a arquitetura institucional de uns e de outros é muito diferente, os primeiros baseados num modelo de sindicalismo de empresa que leva a níveis de sindicalização de quase 90% na Islândia (dados de 2022) e na ordem dos 70 a 80% dos restantes países da “região”, que supõem modelos de gestão participados pelos trabalhadores e sindicatos, onde a democracia laboral se realiza no dia a dia, com a participação na organização e gestão do processo de trabalho, do planeamento e à execução, até aos fundos de garantia salarial, que são formas de participação na estrutura de lucros das empresas. Ainda que existam, claro, estruturas sectoriais e centrais homologas ao do regime meridional, os modelos de negociação coletiva e de concertação social são muito diferentes, e atuantes numa correlação de forças também muito diferente. PT tem, atualmente, 7% da população empregada sindicalizada (2023).
(Nostradamus, a internet dá jeito, sim. há de encontrar A Política nos piratas russos 😊eu tenho em papel)
Quanto à misoginia, alguém perguntou… caramba, a Mortágua – em cujo partido nem sequer milito, faço já a minha declaração de interesses – não vê sequer o mérito da sua coerência político-ideológica reconhecida face a um Ventura que escreve uma tese de PhD de inspiração ética e moral de esquerda para se tornar o idealista e rosto de um partido social-fascista? Há muita misoginia no modo como se discute com mulheres e sobre mulheres. Mas isso não é um efeito incoerente com os tempos políticos que correm. O ódio também goza de efeitos de escala.
Colocado por: rjmsilvaEstaria a colocar outro trabalhador no posto de trabalho de um grevista, o que é ilegal.Então siga o esquema.
Colocado por: HAL_9000Então siga o esquema.
A pessoa que controla o acesso pelo portão está inserido na carreira de porteiro ou assistente operacional/técnico? É que se for assistente operacional, pode controlar os acessos pelo portão, como pode fazer a limpeza das zonas comuns, ou a fazer a gestão de equipamentos e materiais. Não está a substituir ninguém, está simplemente a fazer funções que se enquadram na categoria para a qual foi contratado. Ainda que tal possa ser possível, penso que o contrato de trabalho em funções públicas não diz lá que a função da pessoa é abrir e fechar om portão.
Se algum dia se lembram de atribuir a alguém a função de ligar as luzes da sala de aula, estamos bem lixados não pode haver aulas porque falta o gajo que carrega no interruptor (que não pode ser substituido por outra pessoa que tenha mãos) e as salas estão às escuras.
Colocado por: AMG1Por vezes tenho a sensação de que o mercado até faz bem à dor de dentes.