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  1.  # 41

    é tão extra-órdinária, tão extra-terréstre, que é assim em todos os países onde existem leis de solo. Seja directamente pública (só entidades publicas podem urbanizar), seja por taxas de imposto de 99% sobre tais mais valias.

    Não, não é. Em França, exemplo que deu, essa possibilidade é relativamente recente, pelo que é estranho atribuir-lhe esses efeitos milagrosos no ordenamento do território.

    é tão absurda, como a ideia que só o estado pode imprimir dinheiro. o conceito é exactamente igual. Se reparar, o estado (nós) costuma ficar muito chateado se imprimir dinheiro. são ambos actos sem produção mas que geram valor (astronómico): alterar um papel. A mais valia desse acto, por ser um acto simbólico que gera valor, tem que ser pública.

    Primeiro: o Estado não somos nós. Depois: é tão absurdo imprimir mais dinheiro (e logo desvalorizar o existente) como achar que o Estado é ou deve ser proprietário do que é nosso (meu, seu, dele..). Mais absurdo ainda por pressupor que o Estado, tão bom a planear e a dirigir, deve planear ainda mais.
    E mais absurdo ainda se torna quando o móbil é evitar "corrupção".

    Consegue explicar porque nenhum outro país além de Portugal e Espanha, tem cidades-cancro? Cidades que crescem continuamente com os centros abandonados?

    Afirmação sem grande sustentação, mas dou de barato...
    O que se verifica em Portugal decorre da nossa história: congelamentos de rendas desde a 1ª república, alargados no tempo da ditadura, e prolongados após o 25 de Abril, supostamente para proteger os inquilinos (vistos tradicionalmente como parte fraca do arrendamento). Isto conduziu à degradação dos imóveis, ao mesmo tempo que fazia disparar as rendas dos imóveis "não congelados".
    Paralelamente, isto acumulou com a disseminação do regime de propriedade horizontal, que permitiu a compra de casa própria, e a tornou uma alternativa ao arrendamento.

    Não foi a II guerra, Espanha também teve cidades limpas do mapa.


    A selva do licenciamento existia antes do congelamento de rendas. Um é consequencia do outro, e eu argumento que foram os milhões que "justificaram" o congelamento.

    O congelamento tem, nas suas diversas encarnações, e com algumas interrupções, 100 anos. E nos tempos da outra senhora, era necessário manter as massas sossegadas..

    a lei de despejo é praticamente igual em todo o lado, mais mês para aqui, menos papelada para ali. O que torna o processo um calvário é a reconhecida lesma-tribunal. Essa nada tem a ver com lei de arrendamento. Ou argumenta que na Suécia o despejam sem ordem do tribunal?


    Argumento estranho: não é a lei, é o tribunal. Ora, o tribunal e a lei são indissociáveis, na medida em que este aplica aquela, e aquela condiciona o funcionamento deste.
  2.  # 42

    Declarações do representante da Associação de Inquilinos Lisbonenses. Sem comentários:

    "O presidente da AIL, Romão Lavadinho, discorda. Segundo ele, existem 55 mil casas devolutas que podiam ser colocadas no mercado de arrendamento. Quanto ao aumento das rendas, considera que “dadas as condições actuais das famílias portuguesas, em que está tudo a aumentar, em que há ordenados congelados e a redução do 13.o mês, não deveria haver mais aumentos, porque não resolve o problema do défice nem da dívida pública. Esta medida só vai beneficiar os proprietários” "
    Concordam com este comentário: de jesus mendes
  3.  # 43

    extraordinário complicar algo tão simples: o arrendamento "foi-se" abaixo porque construindo desenfreadamente os € acabavam por ir para os cofres bancarios e afins, já o contrario , se fosse o arrendamento predominante, os tais €s andavam espalhados por ai, na economia real.
    O que me chateia vivamente é que continua-se numa onda meio alucinada e desesperada, ou seja é como alguem obeso que decidiu mudar de vida e não tem paciência nem vontade para ir impondo um regime gradual e racional á sua dieta, dispara para várias pretensas e imediatas soluções.
  4.  # 44

    Está tudo ligado, nada acontece por acaso.... e, na minha opinião, existe uma explicação para o nosso desordenamento territorial:
    Não nos podemos esquecer que fomos donos de 1/2 mundo e tivémos durante séculos colónias em praticamente todos os continentes, pelo que sempre estivémos de costas voltadas para a Europa. Depois da nossa pseudo revolução de 74, depois de perdermos as últimas colónias e depois de perdermos grande parte da nossa população activa que foi reconstruir os países destruidos pela WW2 (principalmente França, Alemanha, Suiça), um "político profissional" lembrou-se de piscar o olho à CEE como única solução para todos os nossos males. Impreparados e pouco depois da nossa entrada na CEE, o sucessor do "político profissional" entretanto eleito para o mais alto cargo da nação, após "sugestão de Bruxelas" viu-se na obrigação de referendar o povo para saber se queríamos retirar poder às nossas 308 mini-repúblicas e introduzir, tal como em qualquer outro dos nossos parceiros europeis, os denominados governos regionais. Marcou-se o dia do referendo, não se explicou à população o que era a regionalização administrativa, preferindo os potenciais eleitores continuar a discutir o desempenho dos actores (agora atores) da TvGlobo ou dos Chalanas e Futres. Chegado o dia decisivo, metade da população preferiu a praia e da restante, uma pequena maioria achou que votar contra seria castigar os governantes.
    Como "Bruxelas" havia avisado que não "daria" $$$ sem que fizéssemos planos de ordenamento e, como não se poderiam fazer PDR (Planos Directores Regionais) resolvêmos o problema da seguinte forma: cada um dos 308 quintais municípios fará o seu próprio plano de ordenamento.
    Assim chegámos aos 308 cancros PDM feitos sobre o joelho a partir de cartas militares dos anos 50 e 60. Os PDM`s (atenção que são melhor que nada) entraram em vigor em meados dos anos 90 e a partir desse momento foram criados 308 Farróbadós, Tachos, Panelões, enfim chamem-lhes o que quiserem....
    Quase 20 anos depois, quando os turistas visitam o nosso país continuam a fazer a seguinte observação: Viémos pela estrada nacional para conhecer um pouco melhor as vossas vilas e aldeias e não compreendemos o motivo porque continuam a construir sem regras de ordenamento! Sabe, é que porque exemplo, só da Malveira até Torres Vedras (cerca de 20 km pela EN8) reparámos que existe uma fábrica ou armazém a cada 2 ou 3 km e quase sempre dentro de vilas e aldeias descaracterizadas, fazendo quase sempre paredes meias com habitações, escolas ou até igrejas! (..para quem não conhece: 3 km a seguir à Malveira encontra-se a Sicasal (a maior industria de carnes dentro da localidade de Vila Franca do Rosário no concelho de Mafra), 2,5 km depois temos as Frutas Sobrinho (o maior importador de frutas do país na localidade das Barras), 2 km depois a Adega Cooperativa da Azueira e a Frutoeste na localidade do Carrascal, 3 km depois as Frutas Luis Simões na localidade da Freixofeira que pertence ao concelho de Torres Vedras, 2 km depois a Ribeiralves (pelo tamanho das instalações suponho que seja das maiores empresas a importar bacalhau e fica na aldeia do Carvalhal, 3 km depois aparecem finalmente os importadores de carros como a Toitorres, Banix etc. e só depois entra-se no zona denominada de Barro na 1ª das duas zonas industriais de Torres Vedras. Só um pequeno àparte: Sabiam que um porco adulto "produz" as fezes equivalentes a 15/20 pessoas ? Sabiam que na Sicasal se abatem quase 2 mil por dia ? Sabiam que Vila Franca do Rosário tem uma população de cerca de mil habitantes que, adicionados aos cerca de 600 funcionários da Sicasal "produzem" cerca de 10 % das fezes totais da vila? Sabiam que "Vila Franca do Rosário produz quase 2 vezes mais fezes" do que por exemplo os cerca de 20 mil habitantes de Torres Vedras? Sabiam que o meu pai nos anos 60 apanhava enguias na ribeira de Pedrulhos que passa pela quinta onde vivia vinda de Vila Franca do Rosário ? Sabiam que nos anos 80 quando a Sicasal nasceu eu apenas apanhava alguns girínos na ribeira e que a minha filha na última década foi por mim proibída de ir à ribeira pois a uníca coisa que poderia apanhar era uma doença ou no cúmulo um osso de porco como os que os meus cães de vez em quando traziam orgulhosamente para casa ? Sabiam que o dono da Sicasal era colega de carteira do presidente da câmara de Mafra (está no poder desde 1985) até à 4ª classe e recebeu avultados "apoios/subsídios" para, por exemplo, a construção da estação de tratamento de resíduos ? O que mais me revolta é que, ainda hoje, em dias de bastante pluviosidade a Sicasal continue a fazer descargas para a ribeira de Pedrulhos. Pois é, isto não acontece só nas industrias de carnes na zona de Leiria como de tempos em tempos mostram nos notíciários televisivos. Isto acontece mesmo às portas da capital, mas o polvopresidente da câmara de Mafra encontra-se no poder há muito mais tempo......
    Concordam com este comentário: de jesus mendes
    • adias
    • 10 dezembro 2011 editado

     # 45

    extraordinário complicar algo tão simples: o arrendamento "foi-se" abaixo porque construindo desenfreadamente os € acabavam por ir para os cofres bancarios e afins, já o contrario , se fosse o arrendamento predominante, os tais €s andavam espalhados por ai, na economia real.


    Ora nem mais. O mercado de arrendamento foi sendo mandado para o lado: pela lei e pelo estigma social. Porque a lei foi manipulada para tornar menos atrativo ao senhorio e porque foi sendo bombardeada a ideia que "uma casa é sempre um valor seguro" e "só arrendam os pobres"

    Consegue explicar porque nenhum outro país além de Portugal e Espanha, tem cidades-cancro? Cidades que crescem continuamente com os centros abandonados?

    Afirmação sem grande sustentação, mas dou de barato...


    Luís, não é uma afirmação, é uma questão. É uma das questões que tenho vindo a colocar a mim desde que decidi estudar noutro país e me apercebi desta realidade.
    É uma questão honesta. Eu não sou especialista de urbanismo ou de leis. Sou informático.
    A explicação das mais valias urbanisticas é até hoje a única que resistiu a todas as minhas contra-argumentações e reticências.
    De forma humilde, ficarei agradecido se me for apresentada um raciocinio que justifique esta diferença abismal.

    Não, não é. Em França, exemplo que deu, essa possibilidade é relativamente recente,

    O que é recente em França? Não entendi. A possibilidade das mais valias serem taxadas?

    Primeiro: o Estado não somos nós. Depois: é tão absurdo imprimir mais dinheiro (e logo desvalorizar o existente) como achar que o Estado é ou deve ser proprietário do que é nosso


    O Estado somos nós e mais ninguém. O Governo é que são uns quantos eleitos de vez em quando que tendem a responder mais aos telefonemas do dinheiro que de 9 milhões de pessoas.
    O Estado não deve ser proprietário de nada, muito menos ter iniciativa de urbanizar o quer que seja. Nunca propus isso, nem é esse o modelo adoptado em mais paises.

    O estado deve limitar-se a fazer planos diretores municipais, de acordo com regras de urbanismo mais ou menos racionais. A iniciativa de urbanizar, onde e quando, aprouver, tem de ser privada. Os terrenos são e serão privados.
    Nada disto tem uma visão comunista de propriedade.
    O que não pode ser privado são os 3 milhões feitos pela Sonae, caídos do nada, no dia em que o Isaltino assina o novo PDM. Esses 3 milhões são da camara de Oeiras. A Sonae não fez rigorosamente nada de útil para ser retribuida. O Isaltino assinou um papel enquanto titular de um cargo público.

    Todos nos recordamos que as notas de escudo tinham uma assinatura do governador do banco de Portugal, certo?
    Era essa a assinatura que lhe garantia o valor (ok, com a evolução tecnológica passou a ser a marca de água, o fio, os relevos....). O direito de gerar esse valor sempre esteve no Estado, nunca foi de forma diferente. E o Estado persegue violentamente o crime de imprimir dinheiro. Porque o acto de assinar um papel nunca pode CRIAR valor a ninguém.

    é tão absurdo imprimir mais dinheiro (e logo desvalorizar o existente)

    é igualmente absurdo construir em zonas de elevado potencial agricola e com isso empurrar o país para importar alimentos. Mas foi feito a tripa farra.

    Ora, o tribunal e a lei são indissociáveis, na medida em que este aplica aquela

    Um tribunal pode demorar 3 semanas a ordenar um despejo (como na Holanda) ou 3 anos como em Portugal, e lei ser exactamente a mesma.
    A lei é bastante razoável: 3 meses sem pagar e despejo. Não há países com leis muito mais restritivas, ou há?
  5.  # 46

    Peço desculpa pelo desvio ao tópico.
    Colocado por: adias...é tão absurda, como a ideia que só o estado pode imprimir dinheiro. o conceito é exactamente igual. Se reparar, o estado (nós) costuma ficar muito chateado se imprimir dinheiro. são ambos actos sem produção mas que geram valor (astronómico): alterar um papel. A mais valia desse acto, por ser um acto simbólico que gera valor, tem que ser pública
    (...)Todos nos recordamos que as notas de escudo tinham uma assinatura do governador do banco de Portugal, certo?
    Era essa a assinatura que lhe garantia o valor (ok, com a evolução tecnológica passou a ser a marca de água, o fio, os relevos....). O direito de gerar esse valor sempre esteve no Estado, nunca foi de forma diferente. E o Estado persegue violentamente o crime de imprimir dinheiro. Porque o acto de assinar um papel nunca pode CRIAR valor a ninguém.

    Taaaaaanta inocência, «adias»... :-)

    Está visto que você não viu as mensagens no tópico «crise do euro» sobre a produção de moeda feita PELOS BANCOS quando concedem empréstimos (reserva fraccionária, etc.).
    Um conselho: vá lá dar uma vista de olhos (https://forumdacasa.com/discussion/20496/22/crise-do-euro/)

    É assim: os bancos portugueses podem emprestar até 40% acima dos montantes depositados (serão 20% em 2013).
    Mas nada diz que os depósitos devem ser feitos em moeda sonante. Basta serem depósitos de cheques e «transferências», isto é, os depósitos podem ser virtuais.
    Portanto, quando um banco A tem 100euros depositados e empresta 140, esses 140 poderão ser «depositados» noutro banco B e, a partir desse momento, o banco B pode emprestar 196.
    E todos sabemos que os bancos passam (passavam) a vida a emprestar dinheiro UNS AOS OUTROS. Porque seria?!??

    Por isso é que existe MUITO mais moeda (virtual) em circulação do que moeda cunhada/impressa (talvez QUINZE vezes mais só na zona Euro).
    http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d0/Euro_money_supply_Sept_1998_-_Oct_2007.jpg

    E o chato nisto é que a diferença de valor entre a moeda virtual em circulação e a moeda cunhada/impressa corresponde ao valor da DÍVIDA acumulada... aos Bancos!
    Por isso é que É IMPOSSÍVEL acabar com as dívidas: não há dinheiro que chegue!

    Um tribunal pode demorar 3 semanas a ordenar um despejo (como na Holanda) ou 3 anos como em Portugal, e lei ser exactamente a mesma.
    A lei é bastante razoável: 3 meses sem pagar e despejo.
    A lei NÃO É a mesma.
    Em Portugal concedem-se PRAZOS absurdos para notificar, contestar, apreciar as contestações, notificar de novo, etc.
  6.  # 47

    Colocado por: marco1extraordinário complicar algo tão simples: o arrendamento "foi-se" abaixo porque construindo desenfreadamente os € acabavam por ir para os cofres bancarios e afins, já o contrario , se fosse o arrendamento predominante, os tais €s andavam espalhados por ai, na economia real..


    É só teoria da conspiração... o congelamento de rendas começou há 100 anos em Lisboa e Porto, e com algumas interrupções e modificações manteve-se até depois do 25 de Abril. Compreenda uma coisa: em Portugal sempre houve esta teoria de ser preciso o Estado ajudar os teoricamente mais fracos (neste caso os inquilinos), e foi assim que se criou esta **** de situação, em que toda a gente acha inevitável a ideia de comprar casa.
  7.  # 48

    Ora nem mais. O mercado de arrendamento foi sendo mandado para o lado: pela lei e pelo estigma social. Porque a lei foi manipulada para tornar menos atrativo ao senhorio e porque foi sendo bombardeada a ideia que "uma casa é sempre um valor seguro" e "só arrendam os pobres"


    Desculpe, mas está a amanhar a História ao seu jeito. Se pesquisar, verá que o congelamento das rendas foi decretado para "proteger os fracos". Os senhorios eram vistos como a parte mais forte no contrato de arrendamento e portanto foram sendo domados. A situação actual é só um dos mais visívies resultados desastrosos da intervenção do Estado nas relações contratuais dos cidadãos. Não se tratou de favorecer bancos - foi apenas o resultado da conjugação de mentalidade assistencialista com o acumular da inflação que foi criando um problema sem solução.



    O resto fica para próxima.
  8.  # 49

    Compreenda uma coisa: em Portugal sempre houve esta teoria de ser preciso o Estado ajudar os teoricamente mais fracos

    Adoro esta pérolas do luísvv.

    Abaixo a exploração dos fortes pelos mais fracos! Queremos uma nova lei do condicionamento industrial! Vamos libertar os banqueiros, grandes industriais e políticos da opressão a que são sujeitos pelo povo! Longa vida ao "Timoneiro dos poderosos oprimidos", "Farol do liberalismo", "Guia supremo da classe operária das classes altas, fidalgos, fidalgotes e restantes oprimidos". Vamos libertar da opressão o eixo Lisboa - Cascais! E se não estiverem de acordo, então mudemos de povo que este não serve.
  9.  # 50

    Luis K,

    O sistema fracional dá aos bancos um poder de "gerar" dinheiro. Mas continua a não ser impressão. Se o sistema que eles assumem (que nunca todos vão levantar o dinheiro) desmoronar quem vai à falência são eles.
    Quando fazem a multiplicação dos depósitos em empréstimos, estão a assumir um risco, o risco que o dinheiro real ou bens tangiveis continuarão a seu cargo.

    Se lhes fosse dado o poder de imprimir dinheiro, seria um pouco diferente, porque esse teria valor legal e mesmo em caso de pânico estariam sempre com as contas seguras. Não importava se havia depósitos ou não, em qualquer cenário, imprimiam notas e "aqui está o seu depósito, tenha um bom dia". Quem se arruinava com a inflação seriam outros.

    Ou seja, a nota "assinada" tem valor legal e não pode ser recusada. O dinheiro do sistema fraccional não tem valor legal e em caso de colapso quem entra em incumprimento são os bancos.

    Agora, o que os bancos conseguem é raptar os estados e forçar-nos a pagar o balanço das contas e não pensam duas vezes em lançar os caes contro o povão se este tentar levantar todo o dinheiro num instante..... mas isso são outros quinhentos. Para exemplificar o dever público sobre mais valias urbanisticas, isto não importa, ainda que seja inaceitável.
  10.  # 51

    Colocado por: adiasO sistema fracional dá aos bancos um poder de "gerar" dinheiro. Mas continua a não ser impressão..
    E o que é mais importante? O que é que se vê mais, por aí, a circular? O dinheiro impresso, ou o virtual (cartões, cheques, transferências)?
    Eu raramente ando com mais de 20 ou 30 euros na carteira. E você?

    Portanto, quem manda no dinheiro não é «o Estado» (/nós, como você disse). É "o sistema"... bancário.

    Se o sistema que eles assumem (que nunca todos vão levantar o dinheiro) desmoronar quem vai à falência são eles..
    Se os bancos forem à falência, o que é que acontece a TODOS os cidadãos e a TODAS as empresas que têm (ou... pensavam ter) o seu dinheirinho lá depositado?
    «Os bancos» estão-se borrifando para esse risco.
    Quem se lixa a sério não é quem tem andado a tirar proveito deste sistema de enriquecimento virtual (e o tem acumulado em várias contas na Suíça, em Cabo Verde, ou em qualquer paraíso fiscal).
    É quem não tem mais nada a que se agarrar. Isto é, a maioria de nós (ou... o Estado). ;-)


    Relativamente aos crimes urbanísticos, para mim é muito simples: cherchez la femme.
    Neste caso, quem MAIS GANHOU com isto?
    Os principais culpados de haver (parece...) 90 mil milhões de euros de casas para venda não foram nem o presidente da Câmara da Cagalhufa de Baixo, nem o de Merdaleja-a-Nova, nem o pato-bravo lá da aldeia.
    Foram OS BANCOS quem mais beneficiou com o boom de construção (crédito à contrução) e aquisição de casa própria (crédito à habitação), não foram?

    (daí, talvez, que a ajuda pedida por Portugal tenha sido de quase o mesmo valor...)
  11.  # 52


    Abaixo a exploração dos fortes pelos mais fracos! Queremos uma nova lei do condicionamento industrial! Vamos libertar os banqueiros, grandes industriais e políticos da opressão a que são sujeitos pelo povo! Longa vida ao "Timoneiro dos poderosos oprimidos", "Farol do liberalismo", "Guia supremoda classe operáriadas classes altas, fidalgos, fidalgotes e restantes oprimidos". Vamos libertar da opressão o eixo Lisboa - Cascais! E se não estiverem de acordo, então mudemos de povo que este não serve.

    Quite funny, indeed. E no entanto, continua a ser factual o que eu escrevi: a mania de que congelando rendas se protegia um lado, identificado como mais fraco. Só por distracção ou má fé se entende que, vistos os resultados se venha depois dizer que foi tudo planeado para beneficiar bancos.
  12.  # 53

    Estranho... Os bancos ganham mais (de longe) com o credito ao consumo, mas por qualquer razão prefeririam o credito habitação...
    Perdoai-lhes, meu deus...
  13.  # 54

    Voltando ao congelamento das rendas...

    Dados do Census 2011:

    Em Portugal 48,5% das rendas tem valor INFERIOR a 60 euros!! (51,1% em Lisboa e 56,5% no Porto)

    Em Portugal apenas 4,2% das rendas tem valor superior a 400 euros (8% em Lisboa, 3% no Porto).

    Estes dados vinham na notícia sobre a futura lei que vai acabar com o congelamento das rendas «antigas» (anteriores a 1990).
    http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=527755&gratis=1&pn=1
  14.  # 55

    Pois, até parece é que mentira q os maiores senhorios deste país( e implacavéis: três prestaçãos da " renda-crédito" em atraso e pimba, hipoteca em marcha...), e a quem interessa e sempre interessou, por razões concorrenciais óbvias, que o mercado de arrendamento "normal", funcione mal, é...a Banca!
    E como a banca controla - como accionistas e como anunciantes- a comunicação social, nunca permitem que este tipo de análises críticas sejam difundidas em massa...

    Colocado por: luisvvEstranho... Os bancos ganham mais (de longe) com o credito ao consumo, mas por qualquer razão prefeririam o credito habitação...
    Perdoai-lhes, meu deus...
  15.  # 56

    Pois, até parece é que mentira q os maiores senhorios deste país( e implacavéis: três prestaçãos da " renda-crédito" em atraso e pimba, hipoteca em marcha...), e a quem interessa e sempre interessou, por razões concorrenciais óbvias, que o mercado de arrendamento "normal", funcione mal, é...a Banca!

    Vejamos: a banca teve interesse em que as rendas fossem congeladas porque ... ?
    (dica: sabia que o crédito-habitação tem as taxas de juro mais baixas de todos os tipos de crédito, e as durações mais longas ? e que os bancos financiam-se a prazos muito mais curtos, estando portanto sujeitos a prejuízos em caso de agravamento das suas condições de financiamento? )

    E como a banca controla - como accionistas e como anunciantes- a comunicação social, nunca permitem que este tipo de análises críticas sejam difundidas em massa...


    Claro. Os bancos são uns malandros que instilaram na mente dos portugueses a ideia de que é preferível comprar casa. E foram também eles que congelaram as rendas e as mantiveram congeladas por décadas a perder de vista...
  16.  # 57

    O interesse da banca no mau funcionamento da lei do arrendamento não é tanto pelo congelamento das rendas, mas pela ineficácia dos despejos, o que provoca hoje em dia que o mercado de a. não funcione, provocando rendas altas, o que vai promover da parte do potencial comprador/arrendatário a opção pela compra (com recurso ao crédito do "senhorio" banca, claro).

    Se o crédito à habitação tem das taxas mais baixas (não obstante os spreads gulosos e imorais hoje em vigor)não obsta a que isso, feitas as contas na globalidade, não seja uma das operações bancarias mais lucrativas, se se considerar os seguros das companhias de seguro do grupo bancario associados ao crédito, os cartões de crédito impingidos para baixar o spread, comissões, etc., etc., e já não falando na execução de hipotecas de casas por vezes já meio ou quase totalmente pagas.


    Colocado por: luisvv
    Vejamos: a banca teve interesse em que as rendas fossem congeladas porque ... ?
    (dica: sabia que o crédito-habitação tem as taxas de juro mais baixas de todos os tipos de crédito, e as durações mais longas ? e que os bancos financiam-se a prazos muito mais curtos, estando portanto sujeitos a prejuízos em caso de agravamento das suas condições de financiamento? )



    Claro. Os bancos são uns malandros que instilaram na mente dos portugueses a ideia de que é preferível comprar casa. E foram também eles que congelaram as rendas e as mantiveram congeladas por décadas a perder de vista...
  17.  # 58

    O interesse da banca no mau funcionamento da lei do arrendamento não é tanto pelo congelamento das rendas, mas pela ineficácia dos despejos, o que provoca hoje em dia que o mercado de a. não funcione, provocando rendas altas, o que vai promover da parte do potencial comprador/arrendatário a opção pela compra (com recurso ao crédito do "senhorio" banca, claro).

    Ai sim ? E eu convicto que a banca, na qualidade de promotora de inúmeros fundos de investimento imobiliário (que basicamente compram imóveis para arrendar..) teria interesse em que os processos de despejo (e pelo caminho, todos os outros que lhe permitam fazer valer os contratos que celebra com clientes) fossem céleres.

    E convicto, da mesma forma, que quem defende despejos mais rápidos e eficientes é conotado com "a direita" e "o capital", por oposição à "esquerda", que critica cada nova lei do arrendamento como sendo "uma lei dos despejos" ou "uma catástrofe social".

    Se o crédito à habitação tem das taxas mais baixas (não obstante os spreads gulosos e imorais hoje em vigor)

    Spreads gulosos? Lá vamos nós... (não tenho tempo para desenvolver muito, mas não resisto): supondo que o banco quer ter lucro (não muito, apenas um poucochinho..), taxas de juro para empréstimos a 30 anos com Euribor + 3%, por exemplo, pressupõem que o banco se consiga financiar, durante o período de vida do empréstimo, à taxa Euribor (ou perto disso) o que não acontece com a generalidade dos bancos.

    não obsta a que isso, feitas as contas na globalidade, não seja uma das operações bancarias mais lucrativas se se considerar os seguros das companhias de seguro do grupo bancario associados ao crédito, os cartões de crédito impingidos para baixar o spread, comissões, etc., etc.

    Ai obsta, obsta...

    e já não falando na execução de hipotecas de casas por vezes já meio ou quase totalmente pagas.

    Se o crédito já está parcialmente pago, e o banco executa a hipoteca:
    a) o imóvel é vendido por valor superior à dívida - o banco recebe o valor ainda em dívida e o excedente é entregue à ordem do tribunal.
    b) o imóvel é vendido por valor inferior à dívida - o banco recebe o produto da venda e continua com parte da divida para recuperar.
    c) o imóvel não é vendido - o banco pode adquirir pelo preço-base.
    d) o imóvel não é vendido - o banco não adquire, e fica a arder com o resto da dívida.

    Nenhuma das 4 opções me parece um grande negócio...
  18.  # 59

    È falacioso e arenoso (areia lançada para olhos,lol)falar-se em fundos de investimento imobiliário da banca com problemas de despejos, primeiro porque são uma percentagem residual no universo dos senhorios, segundo porque quem arrenda nestes casos sabe perfeitamente que se incumprir vai ter de imediato à perna uma equipa de bons advogados do fundo imob. senhorio, que aceleram o despejo bem como irão inexoravelmente cobrar, com os devidos juros, todas as dívidas.Portanto nestes casos a actual lei serve perfeitamente os interesses destes fundos; o problema está na maioria dos senhorios (onde me incluo), para quem neste momento um despejo de um inquilino faltoso demora em média 18 meses a resolver.

    Quanto ao crédito habitação feitas as contas todas creio ser de facto um dos melhores produtos na optica da banca, e mesmo quando em muitos casos a casa não é vendida pelo valor em dívida (ou até por nenhum valor, ficando por vender) não obsta a que o banco já tenha por recebido o valor da casa ou de casa e meia (por ex.um crédito de 25 anos em incumprimento,com 18 ou 19 anos já pagos).

    Quanto ao direita/esquerda não formatemos a(s) questão(oes), sendo senhorio não me considero nem de direita nem de esquerda (numas coisas sou de "direita" e noutras sou de "esquerda"), nem considero que só há inquilinos maus e faltosos, também há obviamente maus senhorios, bem como há inquilinos ricos e senhorios (e alguns desses inquilinos!) na miséria.

    De qquer forma creio que se se criasse, por via de uma empresa privada ou instituição,( devidamente chekada por uma comissão que incluísse juristas, arquitectos, etc.,bem como representantes dos senhorios e inquilinos )uma lista negra de inquilinos caloteiros (alguns verdadeiros caloteiros profissionais), bem como de maus senhorios, nem era perciso alterar a actual lei, para o mercado funcionar muito melhor.

    Colocado por: luisvv
    Ai sim ? E eu convicto que a banca,na qualidade de promotora de inúmeros fundos de investimento imobiliário (que basicamente compram imóveis para arrendar..)teria interesse em que os processos de despejo (e pelo caminho, todos os outros que lhe permitam fazer valer os contratos que celebra com clientes) fossem céleres.

    E convicto, da mesma forma, que quem defende despejos mais rápidos e eficientes é conotado com "a direita" e "o capital", por oposição à "esquerda", que critica cada nova lei do arrendamento como sendo "uma lei dos despejos" ou "uma catástrofe social".


    Spreads gulosos? Lá vamos nós... (não tenho tempo para desenvolver muito, mas não resisto): supondo que o banco quer ter lucro (não muito, apenas um poucochinho..), taxas de juro para empréstimos a 30 anos com Euribor + 3%, por exemplo, pressupõem que o banco se consiga financiar, durante o período de vida do empréstimo, à taxa Euribor (ou perto disso) o que não acontece com a generalidade dos bancos.


    Ai obsta, obsta...


    Se o crédito já está parcialmente pago, e o banco executa a hipoteca:
    a) o imóvel é vendido por valor superior à dívida - o banco recebe o valor ainda em dívida e o excedente é entregue à ordem do tribunal.
    b) o imóvel é vendido por valor inferior à dívida - o banco recebe o produto da venda e continua com parte da divida para recuperar.
    c) o imóvel não é vendido - o banco pode adquirir pelo preço-base.
    d) o imóvel não é vendido - o banco não adquire, e fica a arder com o resto da dívida.

    Nenhuma das 4 opções me parece um grande negócio...
    • luisvv
    • 28 dezembro 2011 editado

     # 60

    È falacioso e arenoso (areia lançada para olhos,lol)falar-se em fundos de investimento imobiliário da banca com problemas de despejos, primeiro porque são uma percentagem residual no universo dos senhorios


    Não interessa se são uma percentagem residual (e duvido que o carlos saiba quantos imóveis estão em fundos de investimento..), interessa antes saber que os bancos também são senhorios e nessa medida necessitam tanto como os outros senhorios de leis que assegurem minimamente o seu investimento.

    segundo porque quem arrenda nestes casos sabe perfeitamente que se incumprir vai ter de imediato à perna uma equipa de bons advogados do fundo imob. senhorio, que aceleram o despejo bem como irão inexoravelmente cobrar, com os devidos juros, todas as dívidas.


    Essa dos advogados que "aceleram" é engraçada e nem merece que se perca tempo a responder. Quanto à inexorável cobrança, é uma perspectiva curiosa - só é possível cobrar se (verdade de La Palisse) a dívida for cobrável.

    Portanto nestes casos a actual lei serve perfeitamente os interesses destes fundos; o problema está na maioria dos senhorios (onde me incluo), para quem neste momento um despejo de um inquilino faltoso demora em média 18 meses a resolver.

    A sua conclusão é muito estranha. Os processos de despejo não servem os interesses de ninguém, à excepção dos interesses mais imediatos (que não os de longo prazo) dos devedores.

    Quanto ao crédito habitação feitas as contas todas creio ser de facto um dos melhores produtos na optica da banca, e mesmo quando em muitos casos a casa não é vendida pelo valor em dívida (ou até por nenhum valor, ficando por vender) não obsta a que o banco já tenha por recebido o valor da casa ou de casa e meia (por ex.um crédito de 25 anos em incumprimento,com 18 ou 19 anos já pagos).


    O carlosj39 esquece um "pequeno" pormenor: o crédito resulta de o banco emprestar dinheiro, que por sua vez pede emprestado. Se no prazo de 25 anos o cliente paga X de juros, o banco também paga Y de juros aos seus credores.

    Quanto ao direita/esquerda não formatemos a(s) questão(oes), sendo senhorio não me considero nem de direita nem de esquerda (numas coisas sou de "direita" e noutras sou de "esquerda"), nem considero que só há inquilinos maus e faltosos, também há obviamente maus senhorios, bem como há inquilinos ricos e senhorios (e alguns desses inquilinos!) na miséria.

    A referência à esquerda não foi despropositada - surgiu exactamente porque se há algo em que podemos confiar é que a esquerda estará, sempre, a defender os interesses contrários aos dos bancos.
 
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