Colocado por: euAs utopias são todas muito interessantes no papel, mas todas se baseiam num modelo de ser humano que não corresponde à realidade.
Assim, caro luisvv, responda-me a esta pergunta muito simples:qual é o País do mundo que mais se aproxima da perspectiva liberal que defende ?
Concede? Isso não depende da sua … generosidade - ou acha que o direito à vida e o direito à liberdade não fazem parte da carta de direitos?
parece esquecer-se que a liberdade individual tem um limite: a liberdade individual do outro. Este simples facto impõe um limite á “liberdade individual"
por muito que o possa chocar esse documento parece-me muito pouco relevante. Foi subscrito por esclavagistas que tinham uma noção muito restritiva de “all men”
Isso é uma falácia e uma leitura enviesada de molde a justificar a conclusão pretendida: depende da noção de “legitimidade” da propriedade, algo que os liberais têm muita dificuldade em discutir.
È “engraçado “ que estejam prontos a discutir a “legitimidade” de outros interesses mas não o da propriedade - exactamente da mesma forma que os marxistas não aceitam discutir a legitimidade da propriedade colectiva. Há entre os liberais e os marxistas mais pontos em comum do que os liberais gostam de admitir.
Também não há motivos para supor o contrário. A questão não passa por ser ou não um monopólio, a questão passa pela instituição de um sistema judicial aceite por todos - para todos. O
exemplo da sociedade actual prova à saciedade que a tomada do poder político pelo económico passa por fases intermedias de tomada de poderes como o judicial e legislativo que ficam assim à ordem do poder económico.
Acresce que a propriedade é uma declinação da liberdade e que a violação de uma é necessariamente uma agressão a outra.
o monopólio é intrinsecamente mau
Tretas. Isso supõe que política detém o poder de anular leis económicas.
Colocado por: luisvvTretas. Isso supõe que política detém o poder de anular leis económicas. Ora, e embora possa distorcer, conter e constranger,nao conhece nem altera a vontade dos agentes económicos.
nao veja nas técnicas de debate qualquer menosprezo pelos debatentes, nem confunda a convicção da correcção das minhas posições com qualquer sentido de superioridade.
Evidentemente, a intenção é marcar posição - e ser desafiado e testar pontos de vista faz parte.
Colocado por: euluisvv, a pergunta simples que lhe fiz, incomoda-o de alguma forma ?
«A liberdade individual depende de um sistema político que reconheça os direitos cívicos e que reprima de forma objectiva qualquer violação desses mesmos direitos.»
Certo. Mas o facto desse sistema político ser necessário não implica que ele tenha de ser levado a cabo por um monopolista.
«a sociedade confere ao Estado o monopólio da repressão da violência física. Para que essa repressão obedeça à Lei e não dependa de caprichos individuais.»
Só indivíduos podem conceder legitimidade a uma instituição, nunca «a sociedade». Por outro lado, a mera existência e manutênção de um Estado viola os princípios que o Estado deve proteger. E visto que só indivíduos podem conceder legitimidade, como poderia formar-se um monopolista territorial? A mim o Estado nunca me ofereceu qualquer contrato.
«Acabando com o Estado, como pretendem os anarquistas, acaba-se também com o regime de direitos cívicos que constituem a fundação do libertarianismo. Neste sentido, os anarquistas e quaisquer inimigos de um Estado adequadamente concebido são também inimigos do libertarianismo.»
«Um Estado bem concebido» é apenas um julgamento de valor da parte do Joaquim, que em nada avança o debate sobre a necessidade e legitimidade de um monopolista territorial de lei e de ordem. O que para ele é bem concebido para outros será excessivo ou insuficiente. E para que um Estado concebido segundo as luzes do Joaquim cumpra o propósito para que foi concebido (proteger a propriedade e os direitos individuais), esses princípios têm de ser abandonados da sua parte. Ou seja: o Estado pode fazer aquilo que é proibido a todos os outros cidadãos que não fazem parte do Estado. E assim, o Estado não produz «um sistema político que reconheça os direitos cívicos e que reprima de forma objectiva qualquer violação desses mesmos direitos». Produz um sistema de violação sistemática dos direitos cívicos.
coisa diferente é largar aqui e ali umas frases meio feitas como se dogmas se tratassem e não apenas as opiniões que efectivamente são.
Por outro lado essa estratégia de que fala, sendo aceitável se o objectivo é apenas "ganhar" a discussão, não me parece muito útil se o objectivo for o de convencer o "oponente" - objectivo mais exigente, mais difícil mas também mais aliciante (não que eu tenha a esperança de o convencer).
Colocado por: euCaro luisvv, responda-me a esta pergunta muito simples:qual é o País do mundo que mais se aproxima da perspectiva liberal que defende ?
Colocado por: luisvvem Portugal, as posições mais liberais tanto se encontram à direita (nas questões económicas), como à esquerda (questões de costumes)
Mas, não é só em Portugal. Os republicanos nos EUA também são tacanhos em questões de costumes e liberais em questões económicas.
Colocado por: luisvv
Por outro lado, perguntar a alguém que sugere a abolição do Estado, qual é o Estado que mais lhe agrada, é como perguntar a um sportinguista se prefere SLB ou FCP...
Colocado por: luisvvAqui, discordo de novo. Sendo certo que não espero converter ninguém, nem por isso deixo de pensar que a melhor forma de refutar posições é levar o arguente a tomar consciência das fragilidades e inconsistências da sua posição.
Se daí não resultar uma revisão da posição (seja no sentido do seu abandono, seja numa eventual reformulação..) o problema já não se coloca no plano da discussão racional, mas sim no da crença quasi-religiosa.