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  1.  # 41

    Colocado por: luisvviii. Terrenos para construção, independentemente da data da aquisição - tributadas apenas em 50 por cento, i.e., com taxas finais variando entre 0 e 20 por cento (excepto se adquiridos antes da vigência do Código do Imposto de Mais-Valias, isto é, 9 de Junho de 1965, em que não estarão sujeitos a tributação).


    Não entendo muito bem este ponto. Pode ser entre 0 e 20? OK, então pode haver caso que se aplica 0, se assim é está errado :). Mesmo 20% sobre 50% do ganho (isto é o mesmo que dizer aplicar uma taxa de 10% sobre as mais valias) oferecido pela câmara municipal, quando as taxas aplicadas ao trabalho e consumo são muitíssimo superiores, não me parece justo, mas enfim... não passa de uma opinião e é o pais que temos/queremos ter.
  2.  # 42

    Não entendo muito bem este ponto. Pode ser entre0e 20? OK, então pode haver caso que se aplica 0, se assim é está errado :). Mesmo 20% sobre 50% do ganho (isto é o mesmo que dizer aplicar uma taxa de 10% sobre as mais valias) oferecido pela câmara municipal, quando as taxas aplicadas ao trabalho e consumo são muitíssimo superiores, não me parece justo, mas enfim... não passa de uma opinião e é o pais que temos/queremos ter.


    No caso de pessoas singulares, nesta altura podia ser entre 0 e 20 (metade da taxa máxima) porque a mais-valia era englobada no restante rendimento e tributada à taxa aplicável ao total do rendimento do sujeito. Imaginando que não tinha outros rendimentos e a mais-valia era inferior ao limiar da cobrança de IRS, estaria isento.

    20% é sobre a totalidade da mais-valia (ou 40% de metade - na altura o escalão máximo do IRS estava em 40%, agora já passou os 50..).
  3.  # 43

    Mesmo considerando todas estas regras, penso que sendo um lucro "oferecido" ainda mais por uma entidade publica, a taxa deveria ser bem superior e muito bem controlada para evitar situações/negociatas bem conhecidas por esse pais fora. Então aqui em Braga foi/é muito interessante ver quem são os donos dos terrenos muitas vezes adquiridos por grupos econômicos ainda antes de alterações dos PDMs que acontecem pouco tempo depois, enfim, como disse, temos o país que queremos.

    Já agora obrigado pelos detalhes fornecidos.
  4.  # 44

    Caro lvv,
    Sabe perfeitamente que sendo dono de um terreno, ao converter para urbanistico não paga imposto algum! A taxação em Portugal é feita sobre as transações. Mas não são estas que geram lucros imorais.

    Eu não sugiro que as mais valias de transações sejam taxadas (mais ou menos do que já são). Essas - a diferença entre quando compro e vendo uma casa/terreno - são mais valias honestas que advém da valorização social de um objecto que alguém teve a "visão" ou o emprenho de promover.

    As que tem que ser taxadas a 100% - como em todos os países europeus, excepto Espanha - são as outras... Aquelas que advém de uma assinatura de um politico. Aquelas que fazem milionários sem produzirem nada, sem correrem riscos, quase sempre apenas resultado de corrupção.
    Aquelas que não dependem de comprar e vender.

    Um terreno agricola/floresta para ser urbanizado tem que ser:
    a) vendido previamente a uma entidade pública que urbaniza e o coloca no mercado de seguida com direito de perferencia ao antigo dono, ficando com o lucro OU
    b) avaliado antes e depois da operação burocrática e a diferença prontamente taxada acima de 90% OU
    c) leiloada, ao proprietário que pague mais, a localização do proximo bloco urbano

    A alteração de PDM é um acto público, o poder de definir onde urbaniza tem que ser utilizado para gerir a urbe, não para enriquecer uns poucos. Quando muito, para enriquecer a entidade pública.

    Lvv, pesquise a legislação Alemã, Francesa. Vai ficar surpreendido que a Alemanha, que tendencialmente vota direita, tem na lei o que o BE agora propoe (se é que interessa, décadas antes de existir BE já havia quem em Portugal clamasse pelo fim desta aberração legislativa). Se é que interessa, nunca votei nenhum partido de esquerda e obviamente não tenho qualquer afinidade com o BE.

    O que achariamos se a EDF pudesse chegar a Portugal e construir uma barragem num qualquer rio sem pagar um tostão de "renda", só porque a câmara lhe passou o "papel"?
    Mas hoje além de ter de ganhar e pagar o leilão de concessão do direito de construir barragem, a EDF também pagará derrama, IRC e todos os impostos como qualquer outra empresa.

    Porque é que nos anos 90 todas as rádios-pirata foram forçadas ao silêncio e as frequências leiloadas em seguida?
    Em analogia, se a rádio gerar lucro: paga IRC. Se comprar uma rádio sem audiência a preço da uva mijona e a tornar na lider, vendendo de seguida, tenho de justamente pagar as mais valias como numa casa!
    Mas a diferença da rádio está que além desses impostos, também teve que pagar o direito da frequência, teve que a comprar a terceiro ou ganhar o leilão do estado.

    Se a TMN gerar lucros paga IRC. Se eu comprar acções hoje e as vender com lucro amanhã, pago IRS. Ainda assim, a TMN pagou milhões pela atribuição de espectro para poder construir a sua rede. Centenas de milhões no caso do espectro para a 3G.

    Quanto se paga pelas concessões de recursos minerais?

    Simplesmente nestes casos aplica-se o principio de acto de gestão pública só pode gerar lucros públicos.
    Porque é diferente com o solo? Porque não é pago o direito de urbanizar em Portugal?
    Porque é que essa lotaria sai a uns poucos, que nem compram a cautela? Porque é que os mais sortudos na lotaria são clubes de futebol?
    Não será esta lotaria que afia as garras de milhares?
    Não será esta lotaria que destroi cidades (e não a lei de arrendamento)?

    Portugal e Espanha, tem uma mistura de dois mundos que gera corrupção: Por um lado os PDM são mecanismos burocráticos de planeamento que atribuem valor e poder a poucos proprietários, um mecanismo tipico da europa do norte. Por outro assume-se que o dono do terreno é senhor total (que pode fazer o que lhe apetece) e o lucro é totalmente dele.
    A alteração do direito de urbanização é um acto público de gestão de um bem essencial: o solo.

    Ou acabamos com os PDM e quejandos e cada um é dono e senhor da sua terra, construindo, cortando sobreiras, fazendo barragens como lhe aprouver. Tirando lucros ou não, destruindo a cidade ou não.
    Ou mantemos os PDM como ferramentas de planeamento e ninguém pode lucrar com eles.
    Ter parte de cada mundo é uma aberração que nos vai destruir a sociedade e a qualidade de vida.
    Concordam com este comentário: jcbarbosa
  5.  # 45

    Mesmo considerando todas estas regras, penso que sendo um lucro "oferecido" ainda mais por uma entidade publica, a taxa deveria ser bem superior e muito bem controlada para evitar situações/negociatas bem conhecidas por esse pais fora.


    Está a misturar azeite e água. "Controlar" o valor é missão do Fisco, sejam valores baixos ou elevados. Outra coisa é considerar que tem direito a mais...

    Então aqui em Braga foi/é muito interessante ver quem são os donos dos terrenos muitas vezes adquiridos por grupos econômicos ainda antes de alterações dos PDMs que acontecem pouco tempo depois, enfim, como disse, temos o país que queremos.


    Muito bem. Mas isso não impede que as mais-valias sejam tributadas.
  6.  # 46

    Colocado por: luisvvMas isso não impede que as mais-valias sejam tributadas.


    Não impede, mas deveria incidir uma maior % :)
  7.  # 47

    luisvv

    sempre do contra, não defenda o indefensável, toda a gente já ouviu falar de negócios á conta dos PDM/posterior venda a retalho ( urbanizações e loteamentos) e portanto acho que não deve estar muito por dentro destes assuntos ou acredita piamente que tudo foi feito dentro das normas honestas do funcionamento do mercado??
    não seja sempre do contra e admita que enquanto não houver uma justiça forte e um efectivo controle da sociedade civil sobre os mecanismos de poder e decisão, as suas teorias mercantis fazem pasmar pela inocência face á realidade.
  8.  # 48

    sempre do contra, não defenda o indefensável, toda a gente já ouviu falar de negócios á conta dos PDM/posterior venda a retalho ( urbanizações e loteamentos) e portanto acho que não deve estar muito por dentro destes assuntos ou acredita piamente que tudo foi feito dentro das normas honestas do funcionamento do mercado??

    Vamos lá a ver: quando há uma entidade que tem o poder discricionário de determinar o que se pode fazer na propriedade dos outros, é muito estranho que surja corrupção, não é?

    O que o marco1 parece não querer distinguir é: legítimos ou ilegítimos, os ganhos com valorizações de terrenos por mudança de uso já são tributados. Portanto, argumentar com a ausência de tributação é falacioso.
    Se uma alteração no PDM vale ouro, e sabemos que sim, é apenas porque esse PDM e outros instrumentos de "política" já criaram as condições para isso.
    Para mais esclarecimentos, www.freeport.pt


    não seja sempre do contra e admita que enquanto não houver uma justiça forte e um efectivo controle da sociedade civil sobre os mecanismos de poder e decisão, as suas teorias mercantis fazem pasmar pela inocência face á realidade.

    Os "mecanismos de poder e decisão" são precisamente o exemplo acabado da inocência: vamos agora dar ao Sr.Silva o poder de determinar o que construir, e onde. Certamente que o Sr.Silva, dotado das capacidades divinas da omnisciência, omnipotência e equanimidade "ordenará" o nosso território transformando-o em celestório.

    E o ingénuo sou eu.
  9.  # 49

    epa tou farto de argumentar alguma coisa consigo, pega em frases a meio e interpreta como quer???

    qual sr. silva qual carapuça, refiro -me, se quiser, a ser bem publicitado e bem convocada toda a sociedade civil a participar por exemplo nas medidas a adoptar para a comunidade onde se inserem e o que vemos muitas vezes é a forma manipulada de como essa informação e debate é publicitado.
    o luisvv é um poço de contradições, por um lado quando alguem se indigna com os mecanismos vigentes do estado que proporcionam certas arbitrariedades privadas, vem logo defender a coisa ( esquecendo logo que é o seu odiado estado que está o está a permitir), por outro lado acha que o estado está a mais e que afinal eram os individuos particulares/ privados quem deviam orientar a coisa, enfim...
    e no capitulo do urbanismo nem tudo tem a ver com uma equação perfeita de mais valias, o urbanismo pode ser o condicionador de toda uma orientação economica e social de uma zona ou região.
    mas falando mais objectivamente explique isso das mais valias: eu compro um terreno em REN por tuta e meia, depois segundo uma revisão posterior de PDM esse terreno é desafectado e posso urbanizar e fazer por exemplo 10 lotes que futuramente irei vender, digam-me quem acha que irá pagar as mais valias no acto de cada escritura??
  10.  # 50

    qual sr. silva qual carapuça, refiro -me, se quiser, a ser bem publicitado e bem convocada toda a sociedade civil a participar por exemplo nas medidas a adoptar para a comunidade onde se inserem e o que vemos muitas vezes é a forma manipulada de como essa informação e debate é publicitado.

    Acontece que o "Sr.Silva", para quem não percebe a analogia, é o Estado. São pessoas, que lá estão, e que num dado momento o representam, e utilizam os pequenos e grandes poderes de que dispõem.

    o luisvv é um poço de contradições, por um lado quando alguem se indigna com os mecanismos vigentes do estado que proporcionam certas arbitrariedades privadas, vem logo defender a coisa ( esquecendo logo que é o seu odiado estado que está o está a permitir), por outro lado acha que o estado está a mais e que afinal eram os individuos particulares/ privados quem deviam orientar a coisa, enfim...

    Poço de contradições? O marco1 ainda não percebeu, mas eu explico: os "mecanismos" do Estado são-lhe inerentes. O Estado é uma entidade cuja existência depende da detenção e exercício do poder - a sobreposição da sua vontade à dos indivíduos. A "legitimidade" (entre aspas, repare..) é-lhe reconhecida por meio da ficção de que há um interesse "comum", que deve e pode ser "defendido" por uma entidade teoricamente acima dos interesses individuais. Ora, o interesse comum não existe. Existem interesses particulares que podem ou não ser conflituantes. Mais: admitindo que existisse um interesse comum, a probabilidade de o Estado (os seus representantes e agentes) o identificarem e serem capazes de o prosseguir é, diria, semelhante à da existência do Pai Natal.

    A este propósito, sugiro uma leitura rápida (um aperitivo que pode despertar-lhe curiosidade) de alguma coisinha sobre "Teoria da Escolha Publica" . http://pt.wikipedia.org/wiki/Escolha_p%C3%BAblica

    De seguida, algo sobre "Problemas de Agência" http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_contratos#Principais_modelos_de_problemas_de_ag.C3.AAncia


    e no capitulo do urbanismo nem tudo tem a ver com uma equação perfeita de mais valias, o urbanismo pode ser o condicionador de toda uma orientação economica e social de uma zona ou região.

    Claro que sim. No entanto, a ideia de que uma entidade como o Estado deve, e pode, prever e orientar e planear é extraordinária.

    mas falando mais objectivamente explique isso das mais valias: eu compro um terreno em REN por tuta e meia, depois segundo uma revisão posterior de PDM esse terreno é desafectado e posso urbanizar e fazer por exemplo 10 lotes que futuramente irei vender, digam-me quem acha que irá pagar as mais valias no acto de cada escritura??

    Mas qual é a dúvida? Como é evidente, em qualquer produto ou serviço, o consumidor final paga todos os custos (directos e indirectos) da cadeia de produção. No imobiliário não é diferente. Porque seria?
  11.  # 51

    puff que ingenuidade pelo menos neste campo luisvv, para não me alongar muito repare que não se está apenas a falar de um terreno que é comprado por tuta e meia e a seguir é vendido na mesma sem nada em cima, portanto não se trata de mais valias a pagar apenas pela mesma coisa, foi inflacionado pela suposta integração de intervenções proprias ( os edificios e seus custos) dai a mais valia a tributar não ser assim tão linear, pense.
    quanto á sua teoria de identificação de interesses comuns é ridiculo pensar que qualquer associação privada irá fornecer tribunais, segurança, educação, saude etc segundo critérios ... humm quais??? os meus? ah não ali os do vizinho?? epa grande confusão, mais vale é haver ai umas empresas a fazer uma coisa dessas para cada um, pode ser que da oferta e da procura não seja o caos.
  12.  # 52

    Entendo que na realidade o que está mal não são as pessoas/entidades fazerem aproveitamento destas situações uma vez que é a legislação que temos. Veja-se o caso do "Valentão" com os terrenos no Porto/Gondomar. De qualquer forma não deixa de ser imoral e não deixa igualmente de fazer sentido mudar a legislação... porque não muda? Pois, porque são os que tem poder para a mudar que na realidade usufruem destas benesses.
  13.  # 53

    puff que ingenuidade pelo menos neste campo luisvv, para não me alongar muito repare que não se está apenas a falar de um terreno que é comprado por tuta e meia e a seguir é vendido na mesma sem nada em cima, portanto não se trata de mais valias a pagar apenas pela mesma coisa, foi inflacionado pela suposta integração de intervenções proprias ( os edificios e seus custos) dai a mais valia a tributar não ser assim tão linear, pense.


    Por amor da santa... comprou um terreno que vale X. O uso permitido altera-se por magia, e passa a valer Y. Se o vender por Y, a mais-valia é Y-X. O consumidor final que vier a comprar um imóvel que porventura seja construído no terreno pagará um preço que reflecte, obviamente todos os custos e o lucro das partes envolvidas.

    Se, em vez de vender o urbanizar, construir meia-dúzia de imóveis e os vender, o raciocínio é o mesmo: quem compra, paga os seus custos e o seu lucro.


    quanto á sua teoria de identificação de interesses comuns é ridiculo pensar que qualquer associação privada irá fornecer tribunais, segurança, educação, saude etc segundo critérios ... humm quais??? os meus? ah não ali os do vizinho?? epa grande confusão, mais vale é haver ai umas empresas a fazer uma coisa dessas para cada um, pode ser que da oferta e da procura não seja o caos.


    Sim, de facto é menos ridículo supor que uma associação não privada, de adesão obrigatória, pode fornecer tribunais, segurança, educação, saúde, etc segundo critérios...humm quais? Os meus? Os seus? Parece que não.... parece que são uns imaginários critérios "comuns".
    Deus nos livre e guarde do caos que é a procura e a oferta - ai se deixássemos a cargo dos mercados coisas tão importantes como a alimentação, o vestuário ou outras que tais, seria o caos. C-A-O-S !! Ninguém comeria, certamente, e quem comesse gastaria fortunas, tal a ganância dos vendedores...
  14.  # 54

    siga, enviusemos...
    só em relação a esta ultima parte, pois que da 1ª não está a ver bem a coisa, qual é o escrutinio que teria uma associação privada e uma não privada na selecção dos tais critérios?? ah já sei segundo a sua teoria seria o mercado em si que trataria de todos os assuntos, na minha sendo o estado gerido "teoricamente" por alguem previamente eleito por uma maioria e segundo uma proposta de programa que assim é previamente escrutinado ah e supostamente não tendo o lucro como fim em si mesmo mas sim satisfazer essas necessidades essenciais da sociedade, não será melhor ( haver estado) do que deixar tudo entregue á vontade (€€€) de cada um ???
    alias sempre houve estado, no proprio faroeste havia o xerife ( instituição publica).
    • adias
    • 25 maio 2012 editado

     # 55



    Por amor da santa... comprou um terreno que vale X. O uso permitido altera-se por magia, e passa a valer Y. Se o vender por Y, a mais-valia é Y-X. O consumidor final que vier a comprar um imóvel que porventura seja construído no terreno pagará um preço que reflecte,obviamentetodos os custos e o lucro das partes envolvidas.

    Se, em vez de vender o urbanizar, construir meia-dúzia de imóveis e os vender, o raciocínio é o mesmo: quem compra, paga os seus custos e o seu lucro.

    Luisvv, a imoralidade da lei está aí. Porque esse "passe de mágica" é um acto público que não produz nada de útil. É uma assinatura pura e simples.
    O lucro que gera não pode ser taxado como se trabalho fosse, em sede de IRC, IRS ou afins.
    Este lucro tem que ser 100% público! O restante lucro, desde a construção, promoção, venda e quejandos, sim, deve ser taxado em sede de impostos sobre o trabalho/lucro. É legitima que uma decisão politica instale uma taxa 0% destes impostos (IRC ou IRS). Chamam-se zonas francas. Nada a opor.

    O que não é legitimo, o que é uma aberração, é que o lucro do "passe de mágica" seja privado. Porque este é um incentivo titânico para a corrupção, como facilmente vemos!!! É a razão pura e dura pela qual nenhum promotor quer comprar prédios degradados nos centros para reconstruir (dá muito mais lucro converter RAN e largar cimento).

    Pesquise a legislação de qualquer país europeu (excepto Espanha). Vai ver que há mecanismos muito variados para que o estado aproprie de >90% destes lucros.
    Claro que todos tem os outros impostos sobre trabalho/lucro com taxas politicamente definidas, tem taxas de licenciamento e loteamento, habitabilidade e mil e um outros mecanismos, como por cá.
  15.  # 56

    Luisvv, a imoralidade da lei está aí. Porque esse "passe de mágica" é um acto público que não produz nada de útil. É uma assinatura pura e simples. O lucro que gera não pode ser taxado como se trabalho fosse, em sede de IRC, IRS ou afins. Este lucro tem que ser 100% público!


    Imoral é o contrário: ter que haver uma assinatura.

    O que não é legitimo, o que é uma aberração, é que o lucro do "passe de mágica" seja privado.


    Porque este é um incentivo titânico para a corrupção, como facilmente vemos!!! É a razão pura e dura pela qual nenhum promotor quer comprar prédios degradados nos centros para reconstruir (dá muito mais lucro converter RAN e largar cimento).

    Lá está: isso é falso.

    O centro das cidades são muito apetecíveis para reconstrução e reconversão. O Chiado, Santa Catarina, Principe Real, Lapa, são as zonas mais caras de Lisboa, de longe. Outras zonas menos nobres, como a Graça ou Alfama, são igualmente atractivas. O problema é que reabilitar implica ter prédios vazios, certeza de conseguir adequar os edifícios aos dias de hoje, e um mínimo de previsibilidade e estabilidade, para ter garantia de retorno do investimento. Ora, isso não existe - um licenciamento de uma operação de reabilitação é uma aventura de desfecho incerto.
    É mais barato construir novo na periferia? É natural. Mas também não se vende ao mesmo preço que o centro de Lisboa.


    Pesquise a legislação de qualquer país europeu (excepto Espanha). Vai ver que há mecanismos muito variados para que o estado aproprie de >90% destes lucros.

    O que não significa que sejam desejáveis, ou sequer "morais".
  16.  # 57

    só em relação a esta ultima parte, pois que da 1ª não está a ver bem a coisa,



    qual é o escrutinio que teria uma associação privada e uma não privada na selecção dos tais critérios??

    Deixe cá ver: já sei !!! Os serviços desejados pela população prosperam, os outros não.

    ah já sei segundo a sua teoria seria o mercado em si que trataria de todos os assuntos, na minha sendo o estado gerido "teoricamente" por alguem previamente eleito por uma maioria e segundo uma proposta de programa que assim é previamente escrutinado ah e supostamente não tendo o lucro como fim em si mesmo mas sim satisfazer essas necessidades essenciais da sociedade, não será melhor ( haver estado) do que deixar tudo entregue á vontade (€€€) de cada um ???

    Pois. Ora, acontece que as pessoas previamente eleitas por uma maioria procuram captar o interesse da maioria - o que por definição exclui as minorias. Mais: o facto de o programa ser "aprovado" por uma maioria não o torna a)bom; b) exequível; c) justo. Mais ainda: admitindo que o programa fosse de facto "bom", no sentido de favorável aos interesses da maioria, a sua execução, na melhor das hipóteses seria indiferente às minorias, na pior das hipóteses desfavorável. E repare que não estamos sequer a equacionar se é possível deter a capacidade de definir o que deve ser fornecido, em que condições e a quem.
    A sua aversão ao lucro resume tudo: a oposição entre busca do lucro e satisfação das necessidades essenciais é absurda, e contamina todas as restantes conclusões.
    O Estado não sabe quais são as necessidades da sociedade - a sociedade são individuos, não uma amálgama. O Estado, através dos seus representantes tem opiniões, que podem ou não ser próximas das de uma maioria. O Estado não tem qualquer forma de saber que recursos aplicar numa determinada tarefa - porque os recursos são por definição escassos e não jorram de uma fonte inesgotável.
    Da mesma forma, eu também não sei - mas posso ter uma ideia, e estar disposto a investir nela. Corro risco com o meu dinheiro (e tenho um poderoso incentivo para não correr riscos desnecessários), e serei recompensado com lucro se estiver certo, com prejuízo se estiver errado. O lucro é, à falta de melhor forma, o indicador de que fornecemos produtos e serviços adequados às necessidades de alguém, em condições convenientes a esse alguém. O prejuízo, ao contrário, é um indicador claro de inadequação ao interesse do consumidor.

    No entanto, subjacente ao raciocínio do marco1 está a ideia de que há bens que são tão preciosos e essenciais que se não forem oferecidos pelo Estado não serão adquiridos - o que significaria que, ou os cidadãos não eram capazes de definir correctamente as suas prioridades (no fundo, o povo é burrinho, não é? ) ou que os mesmos cidadãos teriam preferências e prioridades diferentes das do marco1 (lá, está, no fundo o povo é burrinho, e não deve ser deixado à solta..) Ora, não deixa de ser estranho que a alimentação, reconhecidamente essencial, não entre nunca nesses raciocínios: afinal, se fornece tanta coisa, porque raio não há-de o Estado fornecer alimentação gratuita?
    Acontece que o Estado, liberto da ideia do lucro, e das preocupações com escassez, é incapaz de determinar quais as necessidades e de estabelecer prioridades. Ou melhor: até determina, mas é incapaz de as fazer corresponder às efectivas prioridades e necessidades dos seus cidadãos..


    alias sempre houve estado, no proprio faroeste havia o xerife ( instituição publica).


    "Sempre houve estado", além de ser incorrecto, é também um argumento estranho. Além do mais, quando fala do faroeste está a falar do século XIX, que está longe de ser "desde sempre".
    Por outro lado, para não ser muito chato vou repescar um argumento de outro post: "Coisas que sempre existiram: a escravatura"

    (com a vantagem de o meu argumento ser mais correcto que o seu, e de a escravatura ser seguramente anterior à noção de Estado..)
  17.  # 58

    falácia 1 - "Deixe cá ver: já sei !!! Os serviços desejados pela população prosperam, os outros não." - é apenas uma visão dedução muito subjectiva da sua parte

    continua...
    ´
    falácia 2 - " A sua aversão ao lucro resume tudo: a oposição entre busca do lucro e satisfação das necessidades essenciais é absurda, e contamina todas as restantes conclusões." - mais uma enviuzada, ou seja é uma dedução sua, eu adoro o lucro e até acredito que só havendo muito lucro se pode investir e modernizar proporcionando sempre cada vez mais melhores serviços é claro que aqui excluo aqueles que acho que deviam ser apenas sustentáveis ( justiça, educação, saude, segurança).

    falácia 3- " No entanto, subjacente ao raciocínio do marco1 está a ideia de que há bens que são tão preciosos e essenciais que se não forem oferecidos pelo Estado não serão adquiridos "- o estado não oferece, quanto muito atraves do pagamento ( impostos) pode proporcionar de forma mais equitativa a quem não tem grandes recursos ou esteja em carência por alguma razão. e por isso mesmo se são tão essenciais, os impostos cobrados a quem elegeu o estado servirão para os pagar.

    quanto a faroeste, estado escravatura...
    enfim fico por aqui, pois é extremamente fácil brincar com as palavras sendo o mais dificil é ir ao amago do pensamento ou não compreendeu o que quis dizer?
  18.  # 59

    Em algumas situações as mais valias provocadas pela intervensão pública é tributada e em alguns casos bem tributada.
    Vejamos como exemplo o caso da ponte Vasco da Gama
    https://forumdacasa.com/discussion/4286/apos-licenca-de-construcao-pagar-contribuicao-especial-incm-1350/
    A questão é que tal não costuma acontecer na maior parte das intervenções públicas, são situações pontuais e não gerais. De todo o modo não é correcto dizer que em Portugal a legislação nunca prevê tributações especiais de tais mais valias.
  19.  # 60

    Luisvv, se considera imoral ter que haver uma assinatura, estamos totalmente conversados.
    Entende então que os PDM e outras mecanismos de planeamento são desnecessários e um "peso-morto". Que o dono da terra é rei e senhor. Acha que os mercados são "seres" que tudo sabem e tudo resolvem.

    Como tal, sejam abolidos os PDM's. Sejam abolidas as concessões de barragens e recursos minerais. Que voltem as rádios piratas e televisões para quem quiser.
    O estado deve portanto demitir-se de qualquer papel de regulação e planeamento de recursos finitos.
    Com certeza, não é a minha visão de sociedade mas admito que será pelo menos mais justa que a aberração actual no que toca ao solo. Assim, cada um tem liberdade de iniciativa total e o lucro que conseguir gerar será, tendencialmente, resultado do seu risco e trabalho.
    Nesse caso ninguém poderá lucrar pornograficamente de mecanismos instituidos para manter a paz social e o bem estar na urbe, o que por si só é positivo.

    Se um dia encontrar uma sociedade nesses moldes luisvv, deixo um conselho irónico: tenha o olho bem aberto. Costuma-se matar e perguntar depois, em tais terras.

    Quanto a
    O problema é que reabilitar implica ter prédios vazios, certeza de conseguir adequar os edifícios aos dias de hoje, e um mínimo de previsibilidade e estabilidade, para ter garantia de retorno do investimento. Ora, isso não existe - um licenciamento de uma operação de reabilitação é uma aventura de desfecho incerto.
    É mais barato construir novo na periferia? É natural. Mas também não se vende ao mesmo preço que o centro de Lisboa


    Não passa da ladainha recorrente de quem faz fortuna a converter RAN. É areia para os olhos!. Já agora, esqueceu-se de enumerar a "lei do arrendamento comunista que não deixa ninguém ter lucro".

    Em França também há zonas centrais mais atractivas que outras. Também há risco e prédios com arrendatários velhinhos. Há prédios velhinhos que não se sabe se aguentam. Também lá, quem arrenda/compra quer casas adaptadas aos dias de hoje. Também há operações de reabilitação e licenciamento. Também há camaras que recusam projetos. Também é mais barato construir na periferia com acessos largos e ruas pensadas para carros. Também há taxas e taxinhas. Tudo isso. Na Alemanha é igual. O Reino Unido copiou. A Suécia não foi original na lei. A Suiça, que nem relógio. A Áustria fez fotocópia.
    Curisosamente não há mais de 1% de casas abandonadas (e certamente menos de 0,01% nos centros) como em Portugal. Porquê? porque lá o PDM não enriquece máfias como cá, nos arredores!

    Caro luisvv, admitirei alegremente estar errado, se me apresentar um argumento que seja, que justifique a vergonha dos centros das cidades Portuguesas, quando comparado com a moldura social/legal/financeira de qualquer outro país. Alegremente farei vista grossa aos corruptos no futebol-camaras-promotores, se me justificar porque não se reconstroi em Portugal e se reconstroi no resto da Europa. Se me justificar como é que essas zonas "das mais caras de Lisboa" vergonhosamente tem prédios em ruínas e não encontra um em Munique. Diga então o que é diferente, além da lei das mais valias, entre Portugal e Suiça que justifica tal.
    Em jeito de duelo, lá da terra onde se dispara antes e pergunta depois.
 
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