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  1.  # 1

    Colocado por: somdigitalAproveito para perguntar qual é a lei ou o decreto-lei que regulamenta o afastamento da moradia para o seu limite nos casos das moradias isoladas de modo geral nível nacional (referido anteriormente 3m).


    A legislação que determina o afastamento em construções resulta de um art. do Código Civil, que não tenho o nº de cabeça, que refere que os vãos de habitação deverão distar 1,5m do limite dos lotes, e do Regulamento de Edificações Urbanas (RGEU) que determina um ângulo de 45º entre edificações onde existam vãos. O mais comum é os 3 m para cada edificação, porque 3m de uma casa mas 3 m de outra casa fazem 6m, ou seja, o necessário para afastar duas moradias com 2 pisos e com 3 m de piso a piso.

    No concelho onde resido o Plano de Urbanização regulamenta 5m de afastamento. (Será que este Plano aplica-se unicamente às zonas existentes no mapa anexo ao Aviso, publicado em Diário da República, ou aplica-se a todo o concelho?)


    Apenas às zonas abrangidas pelo Plano, ou seja, nas zonas do mapa anexo.
  2.  # 2

    Em primeiro lugar os meus agradecimentos pelas respostas do Marco1 e do f_ribeiro.

    Depois de saber o 'nome' do que procurar (regulamento geral das edificações urbanas), pergunto ao f_ribeiro se se estará a referir ao Decreto-Lei n.º 38 382 de 7 de Agosto de 1951. E será que existe um outro Decreto-Lei que tenha vindo substituir este?

    Cumprimentos
    Somdigital
  3.  # 3

    ... O RGEU sofreu várias actualizações e revogações parciais... O REGEU não é o único documento legislativo a consultar para o Projecto de Arquitectura de uma Habitação. Existe um miriade de Decretos-Lei, Leis e Portarias.

    PS: Agradeço aos intervenientes q se mantenham no tópico "QUANTO CUSTA UM PROJECTO DE ARQUITECTURA"
  4.  # 4

    Afinal chegou-se a alguma conclusão de "quanto custa um projecto de arquitectura?"
  5.  # 5

    Um Projecto de Arquitectura custa o trabalho de o fazer.

    Como algumas pessoas têm pouco trabalho para fazer certas aberrações a que chamam Projectos de Arquitectura, cobram-se de forma a pagar o pouco trabalho que tiveram, para não pensar nem desenvolver o projecto da habitação onde os clientes esperam morar e viver nos próximos 20, 30 ou 40 anos.
    Mas o mercado tem absorvido bem este tipo de produto. É muito bem sucedido, porque depois de um projecto baratinho, sobra dinheiro para comprar um sofá dos bons. Assim como uma série de aparelhos e electrodomesticos que existem para minimizar as patologias decorrentes da falta de critério da solução tipológica apresentada, ou da construção deficiente, decorrente de um projecto feito em cima do joelho.
  6.  # 6

    tsukahara, não podia concordar mais consigo. E as contas são fáceis de fazer: se eu demorar 15 dias (e vêem-se muitos projectos por aí que demoram duas tardes) a estudar e elaborar um projecto, 6.000 euros é caríssimo; se demorar 1 mês, também (agora digam-me que se pode fazer um bom projecto, devidamente estudado, em 1 mês), mas se demorar 5 meses então é barato... Ou, por outro lado, 6.000 euros por um bom projecto de arquitectura é justo, mas por um mau, é caríssimo... O que os clientes ignoram, é que existem 2 tipos de arquitectos (porque dos engenheiros "projectistas" nem falo): os que se interessam e estudam a casa do cliente como se fosse a sua, com paixão pela arquitectura, buscando o bem-viver, os correctos sistemas de construção, a boa utilização dos recursos naturais existentes e um bom enquadramento na paisagem; e depois existem os mercenários, aqueles para quem um cliente apenas significa dinheiro na conta bancária... e isto independentemente do valor que uns e outros cobram. Claro que da opção do cliente vai resultar um maior ou menor valor comercial do imóvel (e mais ou menos problemas para resolver, ao longo do tempo), um maior ou menor custo final da construção, e uma melhor ou pior forma de viver, mas poucos clientes têm consciência disto (ou preferem poupar no mais valioso). Outra questão é o "mito" que ainda existe sobre uns conseguirem aprovar, nas câmaras, o que outros não conseguem. Nunca deixei de aprovar um projecto, que cumprisse com a legislação, por não conhecer os técnicos da câmara. E muito mau seria, pois somos nós todos que pagamos a quem trabalha nas câmaras... É preciso acabar com esta ideia, que dá trabalho a maus profissionais e tira aos bons.
    Cumprimentos
  7.  # 7

    Pergunta:
    Supondo que quero fazer uma casa (ou casinha como muitos portugueses querem porque a vida está difícil) que custe no máximo €100.000 (excluindo terreno porque um antepassado mo deixou), é justo pagar-se €6000 (há quem fale de mais) e esperar-se três meses (digamos) por um projecto?

    Cumprimentos,
    Somdigital
  8.  # 8

    somdigital, não percebo o que quer dizer, assim pegando no espirito das palavras do jorgemc, pode ter um projecto ao preço que quizer e no tempo que quizer, quanto aos resultados eles serão certamente inerentes ás suas escolhas, e isto face á quantidade de informação já disponibilizada neste forum é fácil de perceber.
  9.  # 9

    Somdigital, com esse valor tem que ter cuidado, pois eu diria que consegue fazer uma casa decente, mas a obra pode facilmente descambar e você ficar com a casa a meio, o que lhe dá mais razões para apostar num projecto bem estudado e o melhor definido possível, para você (e, sobretudo, o empreiteiro) saber exactamente onde gasta e porquê. Não se devia preocupar tanto com o tempo de projecto porque, acredite, esses projectos das "casitas" são mais difíceis de estudar do que prédios enormes, devido ao orçamento apertado, pouco espaço e especificidade...
    Cumprimentos
    • d
    • 15 julho 2008

     # 10

    A meu ver, quando se tem pouco dinheiro para construir, a melhor opção a tomar é organizar o projecto de maneira que este possa crescer e ser melhorado posteriormente. O projecto de arquitectura pode ser um projecto para o futuro, sem comprometer o futuro próximo que começa no momento em que alguém começa a usar o edifício. Isto é... criar um espaço amplo e flexível, que permita que a construção vá refinando com o tempo e crescendo conforme as necessidades. Não sei se me faço entender...
  10.  # 11

    Agradeço os comentários. :-)
    Entendi lançar este pequeno aspecto para a discussão, porque, pelo que leio neste fórum, há muitos forenses que têm um orçamento limitado e nem todos podem ou querem (é o meu caso) ter uma moradia de dois ou três pisos com 4 ou 5 quartos. Para mim uma casinha pequenina e bonita chega-me. Para outros não, e respeito isso. :-)
    Acho que os Arquitectos tem direito em defender a sua arte. E concordo com eles! Sendo eu professor de Matemática, entendo que os Engenheiros têm as suas áreas de acção. ;-)
    Mas continuo a achar que €6000, €7000, €10000 por um projecto de uma simples moradia... Um familiar meu entregou a feitura do projecto nas mãos de um engenheiro e tenho de confessar que, na minha opinião, está uma moradia bonita, funcional, bem feito e adaptada ao local onde vai ser construída. E tratou-lhe de todos os projectos, excepto o de acústica, por €2000.

    Dentro deste tópico, gostaria de saber a vossa opinião de algo que se passou com um amigo meu:...
    Este meu amigo pretende construir casa, tendo já o terreno. Para realizar o projecto, contactou um Arquitecto amigo dele. Quando lhe mostrou o local do terreno, entregou-lhe um esboço do que gostaria que fosse a casa. O Arquitecto não só lhe recusou o esboço, como lhe disse que iria fazer um conjunto de perguntas ao meu amigo e sua esposa e, a partir das respostas dadas, é que iria elaborar o projecto como bem entendesse. O Arquitecto referiu ao meu amigo que o projecto ficaria entre €4000 e €5000.
    Depois disto o meu amigo disse-me que desistiu do Arquitecto, pois ficou com a ideia que a casa projectada por aquele Arquitecto seria algo diferente do que o meu amigo sempre idealizou e gostaria de ter, e também porque não lhe agradava a ideia de ter uma casa que se tratasse de um "template" que o Arquitecto já teria.
    Gostaria que comentassem este caso.

    Cumprimentos,
    Somdigital
  11.  # 12

    Comentários... isto é complicado porque parece que um arquitecto quer vender a banha da cobra, quando apenas gostaria de elucidar as pessoas, independentemente de procurar trabalho. Durante anos, os arquitectos criaram um endeusamento, porque eram poucos e tinham clientes suficientes para viver, mas actualmente existem muitos arquitectos no desemprego e engenheiros e desenhadores a fazer projectos (e maus arquitectos também). Não digo que estes não tenham qualidade (alguns) e vou referir o caso do Frank Lloyd Wright, provavelmente o melhor arquitecto de sempre, que nunca tirou o curso de arquitectura, exercendo, no início, a profissão de desenhador. Mas não é isso que se passa em Portugal (apresentem-me um caso semelhante), mas sim uma mediocridade por parte destes projectistas, mas também dos clientes, que se preocupam mais com o preço de um projecto do que com a sua qualidade, quando até existem bons arquitectos, por necessidade, a levar preços de desenhadores. Exemplos existem muitos, para os dois lados, o que existe de sobra (e o nosso parque habitacional demonstra-o) é má arquitectura, feia, desadaptada, sem referências culturais e históricas, projectos que lesam os clientes e a paisagem... para não falar no ambiente, numa época em que se pretende menos consumo de CO2, até pelos preços crescentes da energia (e parece que a moda agora é discutir equipamentos que poupam 25/30% de energia eléctrica, em vez de zero - discussão favorável, claro, aos vendedores dos referidos produtos e engenheiros projectistas e certificadores). Portanto não se admire se um (bom) arquitecto sugerir ao seu amigo uma forma melhor de viver, questionando a ideia inicial do cliente, pois estará a fazer o seu trabalho, aquele pelo qual o cliente vai pagar...
    Estas pessoas agradeceram este comentário: josé
  12.  # 13

    ... somdigital... independentemente do esboço elaborado pelo cliente, existe sempre a necessidade do Arquitecto questionar, porque habitualmente existe sempre uma panoplia de questões que se levantam sobre o programa proposto pelo cliente. muitas vezes ideias pré-concebidadas, do qual não parece haver motivo aparente para levar adiante, senão um habito instalado ou uma copia de uma organização funcional de outra casa, que não se adequa ao terreno, à paisagem... e muitas vezes... ao modo de viver do próprio utilizador. Uma visão mais abragente e esclarecedora é importante para se discutirem pontos de vista, alternativas, tudo isso sem colocar em causa as ideias bases do cliente.

    O Arquitecto é um interluctor, um técnico, que deve interpretar e levar em conta os desejos e espectativas do seu cliente, devendo torná-las em realidade o melhor possível dentro dos constragimentos apresentados...
    •  
      marco1
    • 16 julho 2008 editado

     # 14

    somdigital, pode dizer de que consta esse orçamento de 4000 ou 5000 que o arquitecto lhe deu? ou seja o que engloba.
    á outra coisa, 6000 ou 10000 pode até nem ser caro, tudo depende do que for acordado. por exemplo tipo chave na mão, ou seja mesmo o acompanhamento total até ao fim em tudo.
  13.  # 15

    verdade jorgemc, a pseudo-ecologia é + um bom negocio para os nossos engenhocas mas a culpa é dos arquitectos (já vi que vc se preocupa) que fazem casas que são verdadeiros cancros energéticos...
  14.  # 16

    Os arquitectos não fazem cancros energéticos... alguns arquitectos fazem-no, outros não.... assim como há engenheiros a fazê-los e outros não... e desenhadores a mesma coisa...

    Os maus exemplos não definem uma classe... assim como as excepções (para o bom e para o mau) tb não o fazem.

    Um bom arquitecto, terá a obrigação de fazer um projecto bem conseguido, sustentável, que responda às necessidades do seu cliente, coordene as diferentes especialidades, garantindo a sua compatibilização, garanta a qualidade técnica geral das soluções e materiais escolhidos, acompanhe o cliente durante todo o processo. Não sou apologista do arquitecto "todopoderosoqueeleéquesabetudoeoclientecomeoquelheder" - mas também sou contra o arquitecto ao qual o cliente o manda saltar, e ele pergunta "quão alto?"... O grande segredo prende-se no arquitecto saber propor a solução adequada às necessidades do cliente, mas sem nunca esquecer o que é preciso para fazer "um bom projecto" - de modo a que no fim, ambas as partes estejam satisfeitas.

    Um bom engenheiro, não tem a obrigação de fazer um projecto de arquitectura bem conseguido, não tem a obrigação de saber responder às necessidades arquitectónicas do seu cliente... tem de saber resolver as questões técnicas que se prendem à sua área de especialidade. Mas isso não impede que alguns engenheiros possam ser bons projectistas de arquitectura... Quando citam exemplos de arquitectos que não tiraram cursos de arquitectura, como Frank Loyd Wright, ou Le Corbusier, atenção que eles apesar de não terem concluído os cursos, ambos tiveram uma enorme formação base de artes e arquitectura, e antes de começarem a ser reconhecidos como arquitectos, trabalharam em muitos lugares que eram autênticas escolas de arquitectura - outros tempos que lá vão... hoje as coisas são muito diferentes.

    Por fim, projectos "no bolso", tanto podem arquitectos como engenheiros ter prontos para "entregar"... alguns até podem ser bons projectos... Eu como profissional, nunca seria capaz de "espetar" com um projecto já feito num cliente, a não ser que o mesmo assim mo pedisse, e se verificasse que se adequava às necessidades dele, e se enquadrava bem nas restantes condicionantes - mesmo assim, duvido que fosse capaz de manter tudo igual... por exemplo, tenho feito vários projectos para uma mesma entidade do estado... poderia em muitos casos repetir soluções projectuais, não só globais, como de pormenoriazação... mas não, sempre que faço um projecto novo, tento inovar e melhorar o que fiz anteriormente... e não me pagam mais por isso. É uma questão de postura.

    Sinceramente não sei como alguém pode pedir apenas 2000€ por TUDO... no fim, juntando os custos de deslocações, de equipamentos, instalações, impressões, com o nº de horas dispendido num projecto, no final, cada hora saíria a muito menos do que qualquer pessoa a receber o salário mínimo... a não ser claro, a quem "saque o projecto da gaveta", e já está... meia dúzia de horas para adapatar, junta-se tudo, e despeja-se nas mãos do cliente... depois ele que se desenrasque.
  15.  # 17

    Cara Xana, tem toda a razão nas questões que tem levantado, e penso que é do interesse de todos os arquitectos explicar aos clientes como se fazem as contas para os honorários de um projecto. Por existir falta de regulação, é de boa prática recorrer à tabela para obras públicas, que pode consultar aqui: http://www.oasrn.org/pdf_upload/ichop.pdf
    Como vai constatar, todos os cálculos são baseados numa estimativa do custo da obra, que passo a exemplificar:
    consideremos uma moradia com 3 quartos - 150 m2 + garagem 30 m2 (arranjos exteriores excluídos, para simplificar)
    consideremos 600 euros /m2 de construção, que corresponde a acabamentos aceitáveis:
    600 (euros) x 150 (m2) = 90.000 (euros)
    consideremos 350 euros/m2 de construção para a garagem
    350 (euros) x 30 (m2) = 10.500 (euros)
    portanto, a estimativa do custo da obra será de 90.000+10.500= 100.500 euros
    agora, vamos supor que quer o projecto completo:
    PROGRAMA BASE - 20%
    ESTUDO PRÉVIO (licenciamento) - 15%
    PROJECTO DE EXECUÇÃO - 30%
    ASSISTÊNCIA TÉCNICA - 10%
    agora, aplica-se a percentagem que corresponde a obras da categoria II: 7,259
    portanto, o custo do projecto será: 100.500 (euros) x 7,259 (%) = 729529,5
    divide-se por 100 e dá: 7.295,29 euros
    é este o custo do projecto completo, já com as especialidades, como pode constatar no artigo 20º
    pode, igualmente, verificar no documento as fases de pagamento.
    Se não pretender projecto de execução, retira a este valor 30%, ou seja: 2.188,58 euros
    Espero que depois deste esclarecimento não lhe restem dúvidas para negociar com o arquitecto que escolher
    cumprimentos
  16.  # 18

    Caro Jorgemc, tenho de corrigi-lo. as contas que apresenta reportam-se apenas para o Projecto de Arquitectura.
    O mesmo cálculo deverá depois ser efectuado para cada especialidade, sobre o valor de incidência para a mesma.

    Por exemplo:
    Projecto de Estabilidade Estrutural, estima-se que o valor obra para fundações e super-estrutura = 30% do valor global da obra (100.500€x.3= 30.150€)
    Assim, pegando no documento de clculo de honorários referente a obras públicas fica:

    30.150€x8,75% (CATII)=2.638,12 x1.2 (20% majoração para calculo ao sismo)=3.165,75€
    e assim sucessivamente para cada especialidade...

    Efectuar o desconto ou não que se julgar conveniente.

    excepto:
    SCIE
    RCCTE
    ACÚSTICA
    que deverão ser alvo de orçamento por valor global, visto não poderem ser indexadas a um custo de construção, mas sim à complexidade, utilização, nº de fracções, etc...

    VALORES SEM IVA

    PS: O ficheiro de transcrição da OA SRN, não contempla na tabela de coeficientes, os valores para as categorias I e IV...
  17.  # 19

    É verdade, caro Barradas, mas sendo o coordenador de projecto simplifico assim, pois faço um desconto de 50 % à tabela, a não ser que o cliente seja o Estado. Creio que você (e os engenheiros com quem trabalha) também deve fazer um desconto semelhante neste tipo de obras, e no final dará um valor parecido com o que apresentei (arquitectura e especialidades), ou estou enganado? Mas de qualquer forma tem razão, pois há quem leve a tabela à risca.
  18.  # 20

    Sim, na prática não anda longe da verdade, Jorge... mas tenho colegas e gabinetes conhecidos que fazem, no maximo 20% desconto... e mesmo assim, é para os "amigos"...
    PS: Não lhes falta trabalho...
 
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