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  1. Lá estamos nós outra vez: por estranho que pareça, o j cardoso não morreria à fome por falta de milho. As suas necessidades seriam supridas por outros bens.

    Lá está, porque os produtores é que definiram a produção, não os consumidores.

    E eles só são produzidos porque o capitalismo permitiu que fossem produzidos - e nenhuma outra forma de organização.

    Essa não. Isso é o mesmo que eu dizer que o capitalismo é o responsável pelos erros do comunismo, afinal de contas foi o caitalismo o pai do comunismo.

    PS: não me consta que os homens das cavernas tivessem morrido à fome por falta de capitalismo.
  2. ó sr Luisvv voçe deve ser advogado do governo caramba, penso eu que toda a gente aqui concorda que os impostos serão sempre necessarios, é estupido pensar o contrario, agora vamos la ver uma coisa, eu sou contra é com a carga, quantidade, supostos beneficios, equidade de muitos impostos, se recuar uns dias ouve o proprio 1º ministro a dizer que chegamos a um estado que a carga fiscal é incomportavel....... Quer dizer o proprio que aplica todos os impostos todos os aumentos etc etc dizer uma coisa destas valha-me deus tamos mal!!!!


    Começa mal. Os impostos são a única forma de o Estado se financiar. Durante muito tempo, mascarou-se esse facto com o recurso à dívida pública, com base na ideia de que isso faria a economia "crescer".
    Agora, o Estado tem acesso limitado ao crédito, e parece que só agora se descobriu que o Estado gasta muito mais do que o recebe de impostos. As opções são 2 : gastar menos ou cobrar mais (ou uma mistura das 2). É portanto escusado chorar porque o Estado corta ou porque o Estado cobra - tinha dado um resultadão chorar há uns anos, quando se andava a gastar por conta de hoje, mas agora é tarde.
    Há uma frase de um liberal conhecido, que diz que as despesas de hoje são os impostos do futuro. Seguindo esse raciocíonio, hoje, é o amanhã das despesas de há uns tempos.

    Chego á conclusão que pelos impostos que saimos disto!!

    Eu tenho outra conclusão, mas é um bocadinho mais chata, e aqui no forum ninguém concorda.

    e quanto ao combustivel atenção que isso não é tão linear como voçe e os donos das petroliferas querem fazer ver, a economia deve ser uma economia livre sem influencia do estado dando condições ao privados de criarem riqueza, MAS COM REGRAS,

    Isso é bonito, mas não significa nada. As "regras" de que fala seriam o quê?

    senão temos o exemplo dos bancos que a unica coisa que sabem fazer é dinheiro e as consequencias das desse liberalismo descontrolado é o que se vê o no fim somos nos "povo" que pagamos!



    Depois admiram-se que paises como a argentina nacionalizem as pretoliferas pq no fundo, sentem que estão a ser roubados não tendo proveito nenhum dos proprios recursos!!!

    Daqui a um ano, os argentinos estarão seguramente melhor, não acha? Com a YPF nacionalizada, aí é que vai ser...
  3. Se não tiver dinheiro para comprar comida, morre de fome? Morre. Morrem muitos idosos em Portugal, se não de fome, de subnutrição. Ai, mas não entremos em choraminguices ou pieguices,

    Talvez seja deformação profissional, mas cheira-me que andou a ler muito Dickens. Ou quem sabe, talvez Redol.


    a miséria em que vivem é fruto de uma sequência de escolhas, opções, causas, consequências, algumas aparentemente aleatórias.

    Sim, é. Qual é a dúvida?

    Azar o dos muito pobres, dos desempregados de longa duração, dos doentes, não conseguirem satisfazer as suas "necessidades" ilusórias

    Nesse aspecto tem que falar com o j cardoso: ele é que acha que as necessidades são criadas pelo marketing. Eu até tendo a concordar, mas sei lá ...

    Não seria mais coerente o genocídio?

    Já cá faltava: de página a página lá vem o espantalho do Hitler, a atribuição de uma vontade eugenista, ou a defesa de uma qualquer forma de genocídio. Isso diz muito sobre a qualidade da argumentação.
  4. Lá está, porque os produtores é que definiram a produção, não os consumidores.

    Ui, que medo...
    O produtor produz para ser consumido. Se determinado bem tiver mais que um uso, tenderá a ser mais utilizado naquele que for mais proveitoso para o produtor, é certo. Mas por outro lado, se para o mesmo uso tiver vários produtos, o consumidor beneficia da diversidade e da concorrência entre eles.

    Essa não. Isso é o mesmo que eu dizer que o capitalismo é o responsável pelos erros do comunismo, afinal de contas foi o caitalismo o pai do comunismo.

    Completamente diferente. O que estou a querer dizer é que só o capitalismo foi capaz de gerar tamanha quantidade, diversidade e disponibilidade de bens.

    PS: não me consta que os homens das cavernas tivessem morrido à fome por falta de capitalismo.


    Por acaso, a esperança média de vida do homem de neanderthal era de menos de 30 anos. E sim, muitos morreram de fome e subnutricão - por mais que choque alguns membros do forum, os centros comerciais da altura não abriam ao fim-de-semana, não faziam descontos de 50%, nem sequer forneciam a carne embalada. Já para não falar de que a conservavam muito pouco tempo - o exacto tempo que ela levava a apodrecer.
  5. Ui, que medo...

    Perdoe-me a linguagem pitoresca mas um de nós hoje está assim para o taralhoco. O que eu pretendi dizer foi que o Luís entrou em contradição. Por várias vezes afirmou que no sistema capitalista o produtor tem que se adaptar à procura sob o risco de falir, a lei da oferta e da procura são os carris por onde segue o maravilhoso comboio do capitalismo. Retorqui eu dizendo que a procura pode ser, e é, manipulada pelo marketing ao serviço da produção que tem como objectivo a maximização dos lucros e não a satisfação da procura. Não foi por acaso que mencionei o milho; o Luís, que sei bem informado, sabe do que estou a falar.
    O que o Luís diz agora contradiz o que sempre disse, admite que a produção manipula a oferta - a não ser que seja eu que esteja a ser taralhoco, não seria a 1ª vez nem a última. Mas não me parece.

    Completamente diferente. O que estou a querer dizer é que só o capitalismo foi capaz de gerar tamanha quantidade, diversidade e disponibilidade de bens.

    Está a ser presumido. Quem lhe diz que isso não é uma consequência inevitável do progresso científico que surgiria independentemente do sistema político? Que eu saiba os russos, mesmo abafados pelo comunismo, não eram burros de todo - ouvi dizer que até chegaram primeiro que os americanos ao espaço!

    Por acaso, a esperança média de vida do homem de neanderthal era de menos de 30 anos. E sim, muitos morreram de fome e subnutricão - por mais que choque alguns membros do forum

    Por acaso a mim não me choca nada, até me admira que tenha sobrevivido algum, faço ideia as pneumonias que apanhavam nas cavernas onde passavam as noites. A mim choca-me muito mais que hoje, com o conhecimento e a capacidade de produção que temos, morram muitos mais de inanição e doenças que para outros, nós incluídos, são apenas uma pequena febre. Mais que chocar, envergonha-me.
  6. Colocado por: luisvvComeça mal. Os impostos são a única forma de o Estado se financiar.

    Porque dilaceraram as empresas públicas lucrativas,e os impostos actuais não são cobrados aos lucros,são na sua maioria cobrados ao bolso...que quer dizer na gíria popular ROUBAR.


    Colocado por: luisvvAgora, o Estado tem acesso limitado ao crédito, e parece que só agora se descobriu que o Estado gasta muito mais do que o recebe de impostos.

    Falências umas atrás das outras,falta de IRC,IRS,receita fiscal,claro que os impostos altíssimos trazem o reverso...considera-se gasto porque não recebe!

    Colocado por: luisvvtinha dado um resultadão chorar há uns anos, quando se andava a gastar por conta de hoje, mas agora é tarde.

    Engraçado...
    O gastar de ontem fazia menos recessão e menos desemprego...menos dívida pública,menos impostos.
    Hoje o positivo de não se gastar nada,e cobrar tudo,é o mais de 1 MILHÃO de desempregados!Dívida pública cada vez maior!E caminho para a banca ROTA acelerado!Digo banca rota dos contribuintes,porque dos bancos não se pode dizer já que foram capitalizados com o dinheiro dos contribuintes!

    Colocado por: luisvvSeguindo esse raciocíonio, hoje, é o amanhã das despesas de há uns tempos.

    E hoje é o amanhã de terceiro mundismo!
  7. Colocado por: luisvvTalvez seja deformação profissional, mas cheira-me que andou a ler muito Dickens. Ou quem sabe, talvez Redol.


    Vivemos em mundos diferentes. É que eu conheço (não ouvi falar, sei quem são, apresento-lhos) idosos que vivem de pão e nestum, uma refeição por dia, que o dinheiro não chega para mais. Acredito que no seu munduzinho isto seja ficção, infelizmente (para eles, não para si) não é.

    http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1732966
    http://visao.sapo.pt/retratos-da-fome-em-portugal=f555211
    http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1402548
    Concordam com este comentário: Jorge Rocha
  8. Perdoe-me a linguagem pitoresca mas um de nós hoje está assim para o taralhoco. O que eu pretendi dizer foi que o Luís entrou em contradição. Por várias vezes afirmou que no sistema capitalista o produtor tem que se adaptar à procura sob o risco de falir, a lei da oferta e da procura são os carris por onde segue o maravilhoso comboio do capitalismo. Retorqui eu dizendo que a procura pode ser, e é, manipulada pelo marketing ao serviço da produção que tem como objectivo a maximização dos lucros e não a satisfação da procura. Não foi por acaso que mencionei o milho; o Luís, que sei bem informado, sabe do que estou a falar. O que o Luís diz agora contradiz o que sempre disse, admite que a produção manipula a oferta - a não ser que seja eu que esteja a ser taralhoco, não seria a 1ª vez nem a última. Mas não me parece.

    O j cardoso vê fantasmas onde eles não existem. Claro que a produção se adapta à procura. Qual é a dúvida? De novo: se um produto tem vários usos, tenderá a ser utilizado no que for mais rentável para o produtor. E depois? Depois, há várias hipóteses:
    1) a rentabilidade desse novo uso tende a descer - mais produtores a vender mais produto, em busca de melhores margens tendem a reduzir a rentabilidade.
    2) novos produtos substituem o anterior;
    3) o uso menos valorizado do produto tende a elevar o preço desse produto, de forma a diminuir diferencial de rentabilidade; a não ser que o produto seja absolutamente indispensável e insubstituível, a subida não pode ser muito pronunciada, sob pena de reduzir o consumo;

    Daqui não se segue que exista qualquer manipulação - é perfeitamente legítimo que quem produz um determinado bem o queira rentabilizar, da mesma forma que quem o compra queira comprar mais barato.

    (PS - o "problema" que o j cardoso refere tem outra causa próxima: as fantasias dos Estados, nos seus delírios de promoção de combustíveis alternativos)

    Está a ser presumido. Quem lhe diz que isso não é uma consequência inevitável do progresso que surgiria independentemente do sistema político? Que eu saiba os russos mesmo abafados pelo comunismo não eram burros de todo - ouvi dizer que até primeiro que os americanos ao espaço!

    O "progresso" surgiu de algo simples: a acumulação e aplicação de capital, que permitiu especialização do trabalho, libertando recursos materiais e humanos para a produção de mais bens e conhecimento.
    A organização das relações humanas não é indiferente a isso - o comunismo falhou porque era incapaz de produzir o que o capitalismo produz. Paradoxalmente, sobreviveu durante algumas décadas porque o capitalismo lhe fornecia referências - preços, indicações de alocação de recursos, etc. Fora da relação com o capitalismo o comunismo não teria durado duas décadas sequer.
  9. Porque dilaceraram as empresas públicas lucrativas,e os impostos


    As empresas públicas só eram lucrativas (as que eram) porque eram monopólios.

    Falências umas atrás das outras,falta de IRC,IRS,receita fiscal,claro que os impostos altíssimos trazem o reverso...considera-se gasto porque não recebe!


    O jorge não faz ideia do que está a dizer. Os impostos em Portugal sobem todos os anos sem excepção, desde o 25 de Abril.

    O gastar de ontem fazia menos recessão e menos desemprego...menos dívida pública,menos impostos.

    Aqui o jorge resumiu todo o problema: ao fim destes anos todos, ainda não percebeu que o problema é exactamente ter-se gasto demais. Ainda não percebeu que a dívida pública é como o VISA: enquanto se está a utilizar, dá uma ilusão de maior riqueza. Quando é preciso pagar, de repente ficamos mais pobres do que estávamos.

    Hoje o positivo de não se gastar nada,e cobrar tudo,é o mais de 1 MILHÃO de desempregados!Dívida pública cada vez maior!E caminho para a banca ROTA acelerado!Digo banca rota dos contribuintes,porque dos bancos não se pode dizer já que foram capitalizados com o dinheiro dos contribuintes!


    Isso é uma consequência inevitável de ter gasto demasiado antes. Recorrer ao crédito significa antecipar consumo - gastar dinheiro que não se tem. Inevitavelmente, em alguma altura tem que se devolver.... .
  10. O j cardoso vê fantasmas onde eles não existem. Claro que a produção se adapta à procura.

    Um de nós continua taralhoco. Eu ão disse que a produção se adapta à procura, pelo contrário, a produção MANIPULA a procura, como o Luis acabou por afirmar.

    O "progresso" surgiu de algo simples: a acumulação e aplicação de capital, que permitiu especialização do trabalho, libertando recursos materiais e humanos para a produção de mais bens e conhecimento.

    Mais uma vez o exemplo dos primórdios: não é verdade, pelo menos não sempre, e se considerarmos TODA a históriaeu diria mesmo quase nunca. Muito do progresso foi conseguido na simples procura de conforto e melhoria das condições de vida: não estou a ver que os bisnetos dos homens das cavernas, que em vez de ter de voltar à caverna carregados com o mamute que caçaram já sabiam construir um abrigo para fazer o petisco mesmo ali, tivessem sido financiados pelos Rothschild.
  11. Vivemos em mundos diferentes. É que eu conheço (não ouvi falar, sei quem são, apresento-lhos) idosos que vivem de pão e nestum, uma refeição por dia, que o dinheiro não chega para mais. Acredito que no seu munduzinho isto seja ficção, infelizmente (para eles, não para si) não é.


    Pobreza? Não preciso que me apresente - conheço bem. Mas dispenso os quadros neo-realistas.

    Mas mais trágico ainda é que quem mais se reclama solidário com os verdadeiramente pobres, é exactamente quem simultaneamente defende tudo o que provoca o agravamento e perpetuação da pobreza.
  12. Colocado por: luisvvClaro que a produção se adapta à procura. Qual é a dúvida?

    A dúvida é...a procura não se adapta à produção?

    Colocado por: luisvvse um produto tem vários usos, tenderá a ser utilizado no que for mais rentável para o produtor.

    Se o produtor fôr um real investidor;tenderá a colocar um produto novo por exemplo,mesmo que não seja rentável de início.

    Colocado por: luisvva rentabilidade desse novo uso tende a descer - mais produtores a vender mais produto, em busca de melhores margens tendem a reduzir a rentabilidade.

    Daí a necessidade de inovar contínuamente!

    Colocado por: luisvvo uso menos valorizado do produto tende a elevar o preço desse produto,

    Depende...pode ser o contrário,a falta de procura pode fazer com que baixe o preço!

    Colocado por: luisvvO "progresso" surgiu de algo simples: a acumulação e aplicação de capital, que permitiu especialização do trabalho,

    Eu vejo ao contrário...
    A especialização do trabalho é que permitiu a acumulação e aplicação de capital!

    Colocado por: luisvvo comunismo falhou porque era incapaz de produzir o que o capitalismo produz.

    Não encontro diferença entre um e outro...só o cheiro é que é diferente!
  13. Um de nós continua taralhoco. Eu ão disse que a produção se adapta à procura, pelo contrário, a produção MANIPULA a procura, como o Luis acabou por afirmar.

    Não manipula. Procura novos usos para os mesmos produtos - qual o drama?

    Mais uma vez o exemplo dos primórdios: não é verdade, pelo menos não sempre, e se considerarmos TODA a história eu diria mesmo quase nunca. Muito do progresso foi conseguido na simples procura de conforto e melhoria das condições de vida:

    Correcção: todo o progresso.


    não estou a ver que os bisnetos dos homens das cavernas, que em vez de ter de voltar à caverna carregados com o mamute que caçaram já sabiam construir um abrigo para fazer o petisco mesmo ali, tivessem sido financiados pelos Rothschild.

    De certa maneira, sim. Implicou especialização do trabalho. E o progresso foi ainda maior quando descobriram que podiam abdicar de consumo imediato em troca de consumo futuro.
  14. Não manipula. Procura novos usos para os mesmos produtos - qual o drama?

    Nenhum, a nao ser para os desgracados que dependiam do milho para nao morrer de fome.

    De certa maneira, sim. Implicou especialização do trabalho.

    Mas sem acumulacao de capital, certo

    Peco desculpa pelo portugue mas tenho o teclado f... avariado deve ter sido praga rogada pelo FD
  15. Nenhum, a nao ser para os desgracados que dependiam do milho para nao morrer de fome.

    Nao. O milho nao é um produto insubstituível. Se fosse, o preco subiria, e nao haveria biocombustíveis para ninguém (e ainda havemos de voltar ao assunto da incapacidade do estado prever as consequências das suas acções )



    Mas sem acumulacao de capital, certo

    Nem por isso: o capital nao são só notas e moedas.
  16. Colocado por: luisvvNem por isso: o capital nao são só notas e moedas.

    Já percebi que o partido do Luís é o que está neste formulário...basta ler de cima para baixo,e de baixo para cima!EXPERIMENTEM a ler!Heheheh
    http://viriatoapedrada.blogspot.pt/2012/03/antes-da-posse.html
  17. Então?Já estão a favor do crescimento económico?
    http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=50201
  18. Holland está a tornar-se uma pedra no sapato de Merd...desculpem de Merkl!
    Afinal a haver euro bonds,a Alemanha terá que começar a pagar juros de dívida lá para 1% contra os 0,05 actuais!
    E portugal por exemplo em vez de pagar 10% poderá a começar a pagar menos 3 ou 4 % e isto é uma chatice para alguns politiqueiros que dizem que entendem de economia mas que nada percebem,e para o estado alemão que só tem tirado dividendos das políticas seguidas dos outros países tais como Portugal a favor da Alemanha!
    http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=50199
  19. http://oinsurgente.org/2012/05/30/o-resultado-do-sobre-investimento-em-educacao/

    Sindicato da Função Pública alerta para empregos a licenciados por 500 euros
    Empresa do Vale do Ave não consegue recrutar costureiras, pagando salários de 750 euros

    Começo por constatar o óbvio: os benefícios da educação vão muito para além da mera preparação profissional. Para a elite que lidera o país, é também uma boa forma de formatação ideológica (eu lembro-me de, a certa altura no ensino secundário de ter três disciplinas cujo manual era escrito por Boaventura Sousa Santos). Mas para os estudantes que desenvolvem espírito crítico em relação ao que aprendem, sabendo filtrar aquilo que recebem, a educação é uma forma de enriquecimento pessoal que oferece benefícios que vão muito para além da preparação para uma profissão. Tudo considerado, a educação é, obviamente, uma necessidade básica, mas tudo indica que nos últimos anos existiu um investimento exagerado em educação.
    Eu compreendo como afirmar que existe um sobreinvestimento em educação pode ferir a sensibilidade de alguns, afinal, sendo a educação algo inequivocamente bom, como podemos ter demasiado disso? A questão é que, ao contrário do que a esquerda insiste em esquecer, os recursos são escassos. O investimento em educação foi realizado à custa de impostos e dívida, que resultaram na perda daquilo que é necessário para fazer render a educação: o capital. Em linguagem para não economistas, andamos a taxar as fábricas para formar engenheiros, e hoje temos engenheiros, mas não temos fábricas. Temos gestores, mas não temos empresas para serem geridas.
    Eu sei que aparecerá sempre alguém que consiga manipular os dados de forma a demonstrar que Portugal investe pouco em educação ou taxa pouco o capital. Mas a realidade está aí: o desemprego entre licenciados está aos valores mais altos de sempre, assim como a emigração. De facto, formamos pessoas em demasia para o capital disponível para as empregar. Portugal está hoje na situação de uma companhia aérea que vendeu todos os aviões para formar pilotos. Pior do que isso: na medida em que muita dos cursos subsidiados nem sequer foram criados de acordo com as necessidades do mercado laboral, Portugal é mais como uma companhia aérea que vendeu aviões para formar astronautas e sapateiros.
    O facto de existirem ofertas de empregos para arquitectos altamente qualificados oferecendo um salário de 500 euros, mas uma empresa não conseguir contratar costureiras a 750 euros é apenas o resultado da lei da procura e da oferta: temos demasiados arquitectos e poucas costureiras.
    Como se corrige isto no actual panorama político? Começar por deixar de subsidiar os cursos com mais baixos níveis de empregabilidade, elevando a propina desses cursos nas universidades públicas para um valor próximo do seu custo, deixando assim de sobrecarregar os contribuintes com a formação de profissionais que o país não necessita. Seria um pequeno passo para reiniciar a acumulação de capital necessária para voltarmos a ter empregos para profissionais qualificados. Até lá precisaremos de costureiras.

    Nota adicional: Na China, um país que anda a aumentar o seu stock de capital há anos, a Foxconn prepara-se para aumentar os salários dos seus trabalhadores para um valor superior ao que é oferecido a arquitectos em Portugal.
  20. Especificamente no que respeita a esta afirmação:
    O facto de existirem ofertas de empregos para arquitectos altamente qualificados oferecendo um salário de 500 euros, mas uma empresa não conseguir contratar costureiras a 750 euros é apenas o resultado da lei da procura e da oferta: temos demasiados arquitectos e poucas costureiras.


    é importante recordar que além da oferta e da procura, há o maravilhoso mundo do trabalho não declarado.
    Concordam com este comentário: adan
 
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