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  1.  # 301

    O que é que é treta? que a entrevista exista? Ou que o seu conteúdo é falso?


    Essa história do PC e dos 5 minutos é uma fanfarronice. Reflecte apenas o ponto de vista de alguém que considerava que a Grécia estava a ir por mau caminho. No fundo, uma ideia que um liberal certamente partilhari e que um social-democrata tenderia a minimizar.

    E onde é que eu disse o contrário? Presume que sabe qual é minha "solução", mas garanto~lhe que está muito longe! Que o mercado posso "viciar" as regras do jogo não fui eu que disse, que o mercado pudesse levar um país à bancarrota não fui eu que disse.Certamente se esta atento (como evidencia) as estes assuntos sabe muito bem a que entrevista me refiro (infelizmente continuo a não a conseguir encontrar).

    Eu não presumo nada. Limitei-me a explicitar o óbvio: as consequências do acumular da dívida pública são conhecidas historicamente, e as excepções são quase inexistentes.

    Sem dúvida nenhuma. Eu próprio que não sou propriamente conhecedor da área o sabia desde a década de 90. Mas, por incrível que pareça quem mais tarde se apercebeu do que estava para acontecer foram precisamente aqueles que o luis diz que se baseiam em informação. Ou será que sabiam e pura e simplesmente foram aproveitando enquanto podiam?

    Como lhe disse cada qual tem as suas expectativas. A dívida soberana europeia sempre foi vista por muita gente como tendo risco perto de zero. Cabe a cada um assumir os riscos que entende..

    Mas andamos a brincar ou quê? O luis não sabe o significado de especulação e manipulação?
    Não me diga que acredita que este é um mundo impoluto e e ninguém faz disto.

    Especulação é o que todos fazemos em todo os negócios. Comprar a X para vender a X+Y. Vender a X para recomprar a X-Y. Quando somos nós é um bom negócio, quando são os outros é especulação.

    mais uma vez presume demais acerca do que sabe sobre o que eu penso? Onde é que eu culpei os bancos? onde é que eu culpei os mercados? onde é que eu culpei as agência? onde é que eu culpei os especuladores?


    E não é (também)?

    E não é (também)?

    Nem por isso. Por que não pensar que é mera demonstração de que há quem ainda confie na capacidade de pagamento.

    Se o próprio luis diz que mais cedo ou mais tarde não vamos conseguir pagar o que devemos (presumo que não seja um iluminado), o que acha que leva os "mercados" a continuar a emprestar dinheiro?

    A perspectiva de que essa altura seja mais tarde do que cedo.

    Eu também não tenho dúvidas disso. Agora falta saber é se as convicções e a correcção o são em relação ao "bem-comum" ou se em relação ao somente relativamente a um reduzido núcleo de indivíduos.E aqui eu não tenho a mínima dúvida, e que os exemplos diários me vão dando razão, o objectivo primário não é nunca o "bem-comum".

    Ora, eu começo por duvidar do conceito de bem-comum como ele é geralmente entendido - o bem da maioria. Mas aceitando que outros o concebam, não duvido de que tentam obtê-lo (de novo, sem ignorar que há evidentemente corrupção e abuso de poder).

    Não vou aqui discutir o conceito de esquerda/direita, que nem sequer é um conceito político, mas sim social. Mas há coisas que se confundem (quanto a mim), portugal não é um pais de politicas de esquerda ou de direita.
    Portugal é um pais de politicas irresponsáveis, e essa característica não é de esquerda nem de direita.
    Qualquer que seja a medida/politica implementada de uma forma irresponsável não pode ser julgada pela sua génese, mas sim pela irresponsabilidade com a qual foi implementada.


    Para si, porque para mim pode não ser.Para mim é mais relevante saber se um determinado produto pode permitir a sobrevivência de pessoas que saber se foi conseguido através de um monopólio.

    Imaginando tal produto, desde que não se trate de um monopolista, o vendedor terá todo o interesse em vender, a preço justo.

    Para deixar de presumir tanto acerca do que eu penso: eu não quero saber de economias, politicas ou tantas outras coisas. A mim a única coisa que me importa são as pessoas. Para mim a única coisa que me importa é a desigualdade social. Para mim a única coisa que me importa é ver alguns a brincar com a vida dos outros. tudo o resto para mim são "peanuts".


    Embora seja bonito de dizer, bem vistas as coisas é uma frase vazia de conteúdo. Não se preocupar com economias ou políticas não significa nada.

    Sim, e? Recorrendo ao que disse acima: a mim a única coisa que me interessa são as pessoas, logo o que penso é que há bens que não deveriam entrar no âmbito do negócio. Isto nem sequer é uma invenção minha, não é invenção da "esquerda". Há alguns exemplos desta abordagem em países que nos habituamos a ver como os mais "avançados".


    Nessa visão está implícita uma noção de imoralidade ou ilegitimidade do negócio, que é profundamente devedora das noções de esquerda.
    Em parte, resulta da (e simultaneamente alimenta) ilusão de que os bens providos pelo Estado são gratuitos, e ignora as consequências dessa perspectiva.
    Acontece que fornecer bens a custo zero é diferente de produzir bens a custo zero - e como o custo está lá, mas não é percebido, o incentivo para a produção eficiente tende a inexistir, com a inerente sobrealocação de recursos. Dirá que isso não importa, porque o que importa são as pessoas (um bocado na onda Mário Soares) e eu digo-lhe que as pessoas com que se preocupa são as mais prejudicadas pelo desperdício de recursos.
  2.  # 302

    A analogia que está a tentar estabelecer cai por terra porque não se está a tirar 20% do dinheiro da mulher, mas 20% do dinheiro de uma largo grupo da população. Mas nem vale a pena continuar por aqui, é absurdo.


    Não é absurdo.Diga-me qual a diferença, do ponto de vista democrático, entre:
    a) 6 pessoas que estão reunidas, e a certa altura 5 decidem democraticamente que a 6ª vai pagar-lhes o jantar.
    b) 6 pessoas que estão reunidas, e a certa altura 3 decidem democraticamente que as restantes 3 vão pagar-lhes o jantar.


    Entre os "agentes" que participam nos negócios acredito que o mecanismo seja democrático. O que sei é que os efeitos, ou seja, as consequências dessa liberdade de acção destes agentes que diz ser democrático, podem ser muito negativos para uma parte significativa da população que não participou nas decisões desses agentes, e que, ao contrário dos deputados, governo, etc. nem puderam eleger esses agentes.

    O problema do seu raciocínio é que se o utilizamos para legitimar o seu suposto direito de interferir num negócio que eu celebro com um terceiro, já temos que ter um conceito de interferência tão lato que até o simples facto de existirmos interfere com alguém...

    Dou-lhe o exemplo do neoliberalismo na Inglaterra durante a legislatura de Margaret Thatcher, período em que a Inglaterra, com políticas neoliberais, ficou com uma taxa de pobreza infantil ao nível do terceiro mundo. Mas há muitos exemplos na América do Sul, e temos o flagrante exemplo dos Estados Unidos da América, onde quem não pode pagar saúde ou educação não a tem. Mas parece-me que isto não é algo negativo para si.

    Esta fica para comentar com mais tempo.

    Não caio nesse erro, nem disse que "o lucro é mau e indesejável". Não penso dessa forma, e sugiro que me indique onde disse isso. O que disse, e reafirmo, é que o lucro não pode sobrepor-se ao bem estar social, e como as empresas querem acima de tudo saber de lucros, cabe ao Estado regular os mercados de forma a garantir o bem estar social, e não o lucro das empresas. Se houver os dois, melhor.


    A ideia de que o "bem-estar social" pode ser assegurado pelo Estado (directamente ou via regulação) por efeito de uma moderação da busca do lucro seria cómica, se não fosse trágica, e reside na ideia de que o lucro é algo que se opõe ao bem-estar.
    Ora, o lucro é a forma de os agentes saberem que os serviços ou bens que vendem são apreciados e em que medida a sociedade lhes encontra utilidade.
    Produzir um bem que ninguém quer comprar não é ser útil à sociedade.
    Utilizar os recursos do Estado (ou seja, dos cidadãos) para produzir um bem em regime de monopólio e vendê-lo a um custo administrativo (ou seja, sem relação com o real custo desse bem) promove o desperdício, e por pouco intuitivo que seja, não beneficia a sociedade como um todo. O Estado, não sendo confrontado com a escassez de recursos (não tem que competir no mercado por eles, basta legislar), não tem forma de calcular o justo valor do serviço que presta, nem de o ajustar à procura. Por outro lado, um monopólio é sempre ineficiente, porque não tem motivos para ser eficiente - logo, na produção desse bem consome desnecessariamente recursos que deixam de ser utilizados na produção de outros bens, empobrecendo efectivamente a sociedade como um todo.
    Admitindo que acordássemos que o Estado deve garantir o acesso a determinados, daí não decorre que deva ser o Estado a produzi-los, que devam ser fornecidos de forma universal e gratuita, e muito menos que devam ser produzidos em regime monopolista.

    Aqui cai completamente no ridículo, você não é proibido de fumar, é proibido de prejudicar os outros com o seu hábito/vício. Eu ainda como o que quero, não há nada que queira comer que o estado me proíba, se conseguir dar-me exemplos...


    Está redondamente enganado. Neste momento estão 3 pessoas no meu escritório, 2 delas fumadoras (eu não fumo). Corro o risco de ser punido (roubado..) por, voluntaria e conscientemente ter permitido que fumassem no meu escritório. E curiosamente, o produto desse roubo não reverte para o eventual prejudicado (eu..), reverte para o Estado, que está muito preocupado com a minha saúde.

    Você come o que lhe deixam chegar à mesa, e é punido pelas suas escolhas. O Estado pune-o pelas suas escolhas alimentares, roubando-lhe, através de taxas, sobretaxas, e outros custos escondidos, parte do fruto do seu trabalho. Os exemplos são tantos, que sugiro que se delicie com as dezenas de páginas de legislação que explicam como determinar o grau de maturação dos pêssegos e nectarinas. Felizmente, de vz em quando surgem uns impulsos neoliberais que nos permitem prescindir das regras de calibragem de 26 espécies hortícolas (embora, para a maluqueira não ser total, ainda se mantenham para outras 10 .... http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1284508)
    O delírio é tal, que já parece ridículo estranhar que o Estado venha meter o bedelho nestas coisas...

    É uma constituição e um conjunto de leis, se é contra isto sugiro, mais uma vez, que me indique uma alternativa, porque ainda não deu nenhuma.

    Por enquanto só lhe perguntei se considera democrático estar vinculado a um contrato que não pode rescindir e que não assinou.

    Mais uma vez, em vez de desconversar. Chame-lhe anarquia ou anomia, indique-me uma alternativa, já que é contra o Estado, e contra as leis definidas por agentes eleitos por nós.


    A alternativa? Na verdade, a alternativa realista (no sentido de realizável num horizonte de tempo relativamente razoável) é a redução consistente do Estado e a sua contenção em determinados limites (contra essa hipótese há a questão da natureza expansionista do Estado).
    Por outro lado, a natureza parasitária do Estado inviabiliza a sua expansão contínua, sendo relativamente imprevisível o que acontecerá - embora eu tenda a acreditar que em determinado ponto os Estados SD serão substituídos por regimes autoritários e populistas, resultado de promessas do paraíso na terra.

    Portanto, se quer uma solução e um final feliz sou capaz de lhe dizer que duvido que tais coisas existam.
    • Giba
    • 11 novembro 2011

     # 303

    Colocado por: luisvvPortanto, se quer uma solução e um final feliz sou capaz de lhe dizer que duvido que tais coisas existam.


    Caro Luisvv, sinto-me na obrigação de revelar que nutro um secreto e antagónico sentimento de interesse pelas suas opiniões. A suas ir relutantes (muitas vezes sarcásticas) opiniões revelam, para minha compreensão, uma proximidade das referências nietzschianas, que confesso-lhe; muitas vezes sou simpatizante.

    Mesmo que venha ignorar, este hiato discursivo “euroniano” acidentalmente proposto pela minha pessoa, no meio deste tecnocrático desenvolvimento, diria que a expressão acima citada e editada por si, somente em fase terminal um ser humano poderia proferir.

    Respeitosos e cordiais cumprimentos;

    Giba
    • eu
    • 11 novembro 2011

     # 304

    Colocado por: Gibasomente em fase terminal

    O problema é que as finanças do País e também o estado da economia, podem ser caracterizadas da forma que proferiu...

    E muita gente ainda não percebeu isso...
  3.  # 305


    Mesmo que venha ignorar, este hiato discursivo “euroniano” acidentalmente proposto pela minha pessoa, no meio deste tecnocrático desenvolvimento, diria que a expressão acima citada e editada por si, somente em fase terminal um ser humano poderia proferir.

    Respeitosos e cordiais cumprimentos;

    Giba


    Caro giba, do seu texto transpira um optimismo, porventura fundado numa crença na bondade intrínseca do homem.
    Lamentavelmente nao partilho desse optimismo.
  4.  # 306

    Boas,

    Colocado por: luisvvEssa história do PC e dos 5 minutos é uma fanfarronice. Reflecte apenas o ponto de vista de alguém que considerava que a Grécia estava a ir por mau caminho. No fundo, uma ideia que um liberal certamente partilhari e que um social-democrata tenderia a minimizar.


    O guru era do seu "mundo não do meu.

    Colocado por: luisvvLimitei-me a explicitar o óbvio: as consequências do acumular da dívida pública são conhecidas historicamente, e as excepções são quase inexistentes.


    Então perdeu o seu tempo, pois não me considero assim tão burro que não saiba uma coisa tão óbvia assim.

    Colocado por: luisvvEspeculação é o que todos fazemos em todo os negócios. Comprar a X para vender a X+Y. Vender a X para recomprar a X-Y. Quando somos nós é um bom negócio, quando são os outros é especulação.


    Claro que sim, mas quanto a mim há limites, e esse limite é o começar a por em causa a sobrevivência das pessoas.

    Colocado por: luisvvNem por isso. Por que não pensar que é mera demonstração de que há quem ainda confie na capacidade de pagamento.


    Crentes ou inocentes?
    Ou como diria o luis, não economistas?

    Colocado por: luisvvA perspectiva de que essa altura seja mais tarde do que cedo.


    Para ser maior a fatia que vão perder?
    ah ... que bons que eles são, ou como se as coisas fossem assim tão simples.

    Colocado por: luisvvOra, eu começo por duvidar do conceito de bem-comum como ele é geralmente entendido - o bem da maioria. Mas aceitando que outros o concebam, não duvido de que tentam obtê-lo (de novo, sem ignorar que há evidentemente corrupção e abuso de poder).


    Acho que já chegamos (cheguei) à conclusão que a corrupção e o abuso de poder é a norma e não a excepção, mesmo que essa corrupção e abuso de poder seja legal (muita está legalizada).

    Colocado por: luisvvImaginando tal produto, desde que não se trate de um monopolista, o vendedor terá todo o interesse em vender, a preço justo.


    Voltámos à Bolívia?
    Isso são balelas e cada vez mais o serão.
    Eu até acredito que creia no que diz, mas só me leva a concluir que vive noutro mundo.
    Isso funciona no mercado ou na feira, quando o produto é vendido (fora do monopólio) por dois ou três "gigantes" o que se têm vindo a provar é que não é verdade (e o caminho que se está a traçar é para a existência só de "gigantes").

    Colocado por: luisvvEmbora seja bonito de dizer, bem vistas as coisas é uma frase vazia de conteúdo. Não se preocupar com economias ou políticas não significa nada.


    Como queira.

    Colocado por: luisvvNessa visão está implícita uma noção de imoralidade ou ilegitimidade do negócio, que é profundamente devedora das noções de esquerda.


    Não, não.
    É assumir que há recursos ou bens que devem ser acessíveis a todos e com os quais não se deva obter lucro.

    Colocado por: luisvvEm parte, resulta da (e simultaneamente alimenta) ilusão de que os bens providos pelo Estado são gratuitos, e ignora as consequências dessa perspectiva.


    Eu não falei em gratuitidade.
    A ideia é vender ao preço de custo (sem objectivo de ter lucro).

    Colocado por: luisvvAcontece que fornecer bens a custo zero é diferente de produzir bens a custo zero - e como o custo está lá, mas não é percebido, o incentivo para a produção eficiente tende a inexistir, com a inerente sobrealocação de recursos.Dirá que isso não importa, porque o que importa são as pessoas (um bocado na onda Mário Soares) e eu digo-lhe que as pessoas com que se preocupa são as mais prejudicadas pelo desperdício de recursos.


    Repito: A ideia é vender ao preço de custo (sem objectivo de ter lucro).

    Existem vários casos, e por curiosidade nenhum (dos que conheço) é num país de tradição de esquerda.

    Colocado por: luisvvUtilizar os recursos do Estado (ou seja, dos cidadãos) para produzir um bem em regime de monopólio e vendê-lo a um custo administrativo (ou seja, sem relação com o real custo desse bem) promove o desperdício, e por pouco intuitivo que seja, não beneficia a sociedade como um todo.


    Concordo, e aqui é a minha única dúvida em relação ao ponto anterior (A ideia é vender ao preço de custo), tenho muitas dúvidas que a "coisa" funcionasse em portugal pois parece-me que não teríamos "cultura" para isso.

    Colocado por: luisvvO delírio é tal, que já parece ridículo estranhar que o Estado venha meter o bedelho nestas coisas...


    Completamente de acordo, mas não penso que seja delírio, será talvez outra coisa (outros interesses).

    Colocado por: luisvvPor enquanto só lhe perguntei se considera democrático estar vinculado a um contrato que não pode rescindir e que não assinou.


    Não, não concordo, mas aqui vou ser incoerente comigo mesmo: não consigo ver alternativa.

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  5.  # 307

    (escrevo no telemóvel, por isso não vou citar, porque da muito trabalho)

    Pará começar, nao reclamo qualquer qualidade de economista, nem analiso as coisas numa perspectiva utilitarista.
    Nao obstante considerar que mesmo de uma perspectiva utilitária a abordagem liberal é superior ( na medida m que produz mais prosperidade para mais gente com o mínimo de violação de liberdades), prefiro abordar a questão pelo lado dos princípios.
    Em todo o caso, sucintamente:
    Os agentes de um mercado tem expectativas e objectivos diferentes. Ainda hoje há quem compre divida grega. Com que objectivo? Ter retorno, evidentemente. O que só evidencia que, enquanto muita gente já nao crê na capacidade da Grécia, ainda há quem esteja disposto a arriscar. Nada de estranho - eu nao emprestaria um tostão a Grécia, mas nem todos temos que ter a mesma postura. E depois? Nao são bons nem deixam de ser...
    Quanto aos gigntes, voltamos ao mesmo: acontece em sectores regulados em que são dadas barreiras a entrada, quando nao monopolios. Num mercado sem obstáculos aos novos agentes, nada impede o surgimento de concorrência- tanto mais provável quanto a margem for atractiva.
    O exemplo da Bolívia é enviuzado - o artigo omite o principal: o aumento da agua resultou de o custo de distribuição ser largamente superior ao preço de venda.
    O termo de cOmparacao esta portanto prejudicado.


    Quanto ao lucro e ao preço justo, como pode ser determinado se nao houver concorrência?
    O mero custo e produção , em regime de monopólio, nao diz nada sobre a justza do preço. O monopista nao tem que conter custos, nem racionalizar a oferta - e quando o monopolista é o estado, pior.

    Quanto ao delírio intervencionista, nao me espanta - fomos treinados para isso : nao há cão nem gato que nao se queixe da falta de apoios para uma qualquer actividade, ou que nao reclame benefícios fiscais para a venda de parafusos, ou que o estão invista em qualquer coisa que é o futuro...
    Da mesma forma ninguém se revolta qundo se Reduz o teor de pão no sal ou quando se proíbe isto ou aquilo - ao contrario, ainda acham ridículo recusarmos que o estado seja o nosso paizinho...
    Ridículo ( enfim, trágico seria mais adequado) é aceitar sem questionar a ideia de que cabe ao estado impor comportamentos "saudáveis" ou "morais" - e apesar de nao fumar irrito-me com aqueles tipos que acham normal impostos de 50% ou algo assim sobre o tabaco e o alcool porque "faz mal" ...
    Por fim: alternativa? por enquanto a democracia ocidental tem satisfeito razoavelmente os seus cidadãos - mas as falácias sd criam expectativas que julgo serem insustentáveis e portanto potencialmente disruptoras. a ilusão sd por gerar a ideia de prosperidade garantida pode ser devastadora. Como se vê na Grcia, a evidencia da falência nao chega para as massas perceberem que os direitos só duram enquanto houver dinheiro, e que é preciso manter um mínimo de actividade económica. Quando os direitos surgem por decreto, e nao emergem da normal relação económica....
  6.  # 308

    Boas,

    Colocado por: luisvvO exemplo da Bolívia é enviuzado - o artigo omite o principal: o aumento da agua resultou de o custo de distribuição ser largamente superior ao preço de venda.
    O termo de cOmparacao esta portanto prejudicado.


    Desculpe?

    "foram expropriados do seu sistema de irrigação e abastecimento que eram utilizados há séculos, um bem comum que se transformou em uma mercadoria muito cara, ou inacessível, de uma hora para outra."
    "pois até a água da chuva passou a ser propriedade do Consórcio"

    Quer dizer, as populações foram proibidas inclusivamente de armazenar água da chuva, de utilizar cursos de água que utilizavam há séculos e foram obrigadas a pagar aquilo que o luis chama de custos de distribuição?
    Então explique-me lá qual é a lógica "comercial" de obrigar alguém a pagar balúrdios por algo que sempre teve de graça (sem prejuízo para ninguém).
    Explique-me lá a lógica da concorrência quando se obriga alguém a pagar por um produto que têm de graça.
    Explique-me lá em que é que contribui para a prosperidade de um povo este não poder armazenar água da chuva.
    Explique-me lá como é que apesar de tantas vezes se insurgir contra os monopólios de um momento para o outro "justifica" que um bem essencial possa ser roubado a quem dele necessita e obrigaram-no a comprar a uma determinada empresa que só vê o lucro.

    Colocado por: luisvvQuanto ao lucro e ao preço justo, como pode ser determinado se nao houver concorrência?


    Claro que pode, têm é ser determinado fora da sua (luis) lógica de mercado, isto é, não tendo somente o lucro como única variável.
    Mas faço-lhe a pergunta ao contrário: pode o preço justo ser determinado (mesmo num regime não monopolista) quando a sobrevivência das pessoas depende do produto, isto é, as pessoas são obrigadas a comprar se quiserem continuar a viver?

    Colocado por: luisvvQuanto aos gigntes, voltamos ao mesmo: acontece em sectores regulados em que são dadas barreiras a entrada, quando nao monopolios. Num mercado sem obstáculos aos novos agentes, nada impede o surgimento de concorrência- tanto mais provável quanto a margem for atractiva.


    Existem já neste momento várias actividades que teoricamente não são monopólios e não são reguladas, mas que na prática funcionam como monopólios independentemente lá operarem 2, 3, ou 4 empresas (gigantes).
    Concertação e manipulação não devem fazer parte do seu vocabulário, certo?
    Já sei que me vai dizer que nesse caso será um caso de polícia, mas espere lá, se defende um mercado não regulado quer dizer que deixaria de ser caso de polícia, ou não?

    Colocado por: luisvvnao há cão nem gato que nao se queixe da falta de apoios para uma qualquer actividade, ou que nao reclame benefícios fiscais para a venda de parafusos, ou que o estão invista em qualquer coisa que é o futuro...


    De acordo.

    Colocado por: luisvvRidículo ( enfim, trágico seria mais adequado) é aceitar sem questionar a ideia de que cabe ao estado impor comportamentos "saudáveis" ou "morais" - e apesar de nao fumar irrito-me com aqueles tipos que acham normal impostos de 50% ou algo assim sobre o tabaco e o alcool porque "faz mal" ...


    Independentemente de achar correcto ou não que o estado proíba/incentive comportamentos:
    A ideia dos impostos sobre o tabaco ou álcool não e por fazerem mal, mas sim porque por norma estes "produzem" custos para o SNS.

    Colocado por: luisvvPor fim: alternativa? por enquanto a democracia ocidental tem satisfeito razoavelmente os seus cidadãos


    Depende dos cidadãos.
    Numa perspectiva pessoal não me posso considerar insatisfeito, mas também não me considero satisfeito.

    Colocado por: luisvvmas as falácias sd criam expectativas que julgo serem insustentáveis e portanto potencialmente disruptoras. a ilusão sd por gerar a ideia de prosperidade garantida pode ser devastadora.


    De acordo, mas a pergunta que fica é se o fim da ilusão é fruto do sistema, ou dos exageros ou aproveitamentos a que o sistema foi sujeito.

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  7.  # 309

    Boas,

    Colocado por: luisvvQuanto ao lucro e ao preço justo, como pode ser determinado se nao houver concorrência?


    Nem de propósito:
    E num mercado desregulado será que todos os custos são contabilizados?

    "Devido, sobretudo, às suas externalidades negativas ambientais, um mercado não regulamentado não é um mecanismo útil de governação, uma vez que é incapaz de interiorizar os custos ambientais. Calcula-se que as fontes energéticas mais contaminantes deveriam pagar uma taxa de 70% para reflectir as suas externalidades negativas."
    http://www.publico.pt/ProjectSyndicate/Javier%20Solana/mercados-da-energia-ou-governacao-da-energia-1520512

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  8.  # 310

    Releia a noticia (enfim, O artigo...). Se o preco triplicou....releia o que escrevi várias vezes. O monopólio é indesejável por natureza. Mas o aumento de preço nao significa que o preço anterior fosse o justo....

    De novo: o preço justo é determinado pelo mercado, em concorrência. Um monopolista, ainda que cobre o custo de produção tende a ter custos mais altos, logo a ser mais caro. Já para nao falar de falta de incentivos a melhoria do produto e adequação as necessidades do cliente.. Um monopolista simplesmente nao precisa de o fazer...
  9.  # 311

    Boas,

    Colocado por: luisvvMas o aumento de preço nao significa que o preço anterior fosse o justo....


    O preço da água da chuva que caia nos terraços não era justo?

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  10.  # 312

    Mais: explique-me por favor como seria determinado esse preço justo...

    No que respeita a sobrevivência, todos os bens são produzidos para serem trocados - logo, desde que nao se trate de sector monopolista, o preço tendera a ser o justo


    Quanto aos gigantes, genericamente existem em sectores regulados - e resultam precisamente de limitações impostas pelos estados....
    O melhor remédio para prevenir isso é abrir mercados á concorrência.
  11.  # 313

    Boas,

    Colocado por: luisvvexplique-me por favor como seria determinado esse preço justo...


    Qual é o preço justo da água que cai no meu terraço?
    Qual é o preço justo da água do ribeiro que passa no meu terreno?
    Não o consegue determinar?


    Colocado por: luisvvQuanto aos gigantes, genericamente existem em sectores regulados - e resultam precisamente de limitações impostas pelos estados....


    Mentira, até parece que não vive neste mundo.

    Colocado por: luisvvO melhor remédio para prevenir isso é abrir mercados á concorrência.


    Teoricamente até poderia ser, mas a concorrência pode sofrer de males parecidos aos do monopólio e exemplos não faltam.

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  12.  # 314

    Mais: os impostos especiais nao tem essa justificação. Por outro lado isso supõe que eu poderia por exemplo abdicar do Sns e usufruir do respectivo desconto no tabaco?


    Fim do sistema? Bom, eu diria que é consequência inevitável.
  13.  # 315

    Se o preço Triplicou e era zero, nao foi grande aumento. Passaram a pagar zero....
  14.  # 316

    Boas,

    Colocado por: luisvvMais: os impostos especiais nao tem essa justificação. Por outro lado isso supõe que eu poderia por exemplo abdicar do Sns e usufruir do respectivo desconto no tabaco?
    Fim do sistema? Bom, eu diria que é consequência inevitável.


    Por mim tudo bem, eu não quereria viver nesse mundo, mas lá sabe.

    Se uma equipa de matulões de wrestling lhe invadir a casa a quem vai recorrer?
    Não me diga que afinal neste caso já precisa do estado.
    Ou o estado só serve para os seus interesses particulares?

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  15.  # 317

    Boas,

    De repente, a América assemelha-se ao resto do mundo furioso, que protesta e que não é totalmente livre. Na verdade, a maioria dos comentadores ainda não se apercebeu que está a ocorrer uma guerra mundial. Mas não é comparável a nenhuma outra guerra passada na história da humanidade: pela primeira vez, os povos de todo o mundo não se identificam ou organizam por motivos nacionais ou religiosos, mas sim por uma consciência global e pela procura de uma vida pacífica, um futuro sustentável, uma justiça económica, e uma democracia de base. O seu inimigo é uma "corporocracia" global que comprou governos e legislaturas, criou os seus próprios agentes armados, está envolvida numa sistémica fraude económica, e espolia tesouros e ecossistemas.
    http://www.publico.pt/ProjectSyndicate/Naomi%20Wolf/o-povo-versus-a-policia-1519883

    Euro acabou com políticas domésticas
    Agora é oficial, deixou de ser oficioso. Os políticos dos 16 países da zona euro podem andar a brincar uns com os outros em assuntos menores. Mas nas questões sérias, as que podem mexer com os mercados e com os outros parceiros do euro, todas as decisões carecem da aprovação da Alemanha
    http://www.ionline.pt/opiniao/euro-acabou-politicas-domesticas

    Tal como a Grécia, Itália vive um golpe de Estado que substituirá o primeiro-ministro eleito por um oficial de interesses. Para a Grécia os mercados escolheram um Constâncio, que já veio deitar água na fervura quanto à possibilidade de haver eleições em Fevereiro, e em Itália fala-se de um Vitorino. Num e noutro caso, a transição será feita sem eleições, sob a lógica da unidade nacional, para aplicar a austeridade que o povo contesta.
    http://www.ionline.pt/opiniao/golpes-estado-na-zona-euro

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
    Concordam com este comentário: Jorge Rocha
    • eu
    • 12 novembro 2011

     # 318

    Colocado por: luisvvQuanto aos gigantes, genericamente existem em sectores regulados - e resultam precisamente de limitações impostas pelos estados....

    Isto é completamente falso! Os maiores gigantes (passe a expressão) existem em mercados livres.

    Veja-se o exemplo das telecomunicações, dos combustíveis, dos medicamentos, ...
  16.  # 319

  17.  # 320

    Colocado por: luisvvO problema do seu raciocínio é que se o utilizamos para legitimar o seu suposto direito de interferir num negócio que eu celebro com um terceiro, já temos que ter um conceito de interferência tão lato que até o simples facto de existirmos interfere com alguém...


    Repare, nem 8 nem 80. O que estou a dizer é que a não regulação do mercado tem efeitos negativos, já se trouxeram para aqui exemplos, penso que é claro que é necessário haver regulamentação, senão os mais fracos sobrevivem como puderem. Penso que já ninguém quer um mundo assim.

    Colocado por: luisvvAdmitindo que acordássemos que o Estado deve garantir o acesso a determinados, daí não decorre que deva ser o Estado a produzi-los, que devam ser fornecidos de forma universal e gratuita, e muito menos que devam ser produzidos em regime monopolista.


    Concordo, mas nem preto nem branco. Não deve ser o estado a garantir a saúde? Não deve ser o estado a garantir a educação?
    Se fazemos da saúde um negócio, como é nuns países mais do que noutros, pomos em causa o acesso à Saúde por parte de quem não tem dinheiro para ir ao privado. Para a educação a mesma coisa. E para ambas os casos eu penso que deve ser o estado a garantir estes serviços. Porque são direitos, devem ser iguais para toda a sociedade independentemente do rendimento. Países como os EUA onde o estado deixou de querer ser responsável pela Saúde, são países onde pessoas morrem em frente a um hospital porque não têm dinheiro para pagar o serviço. Concluindo, vivemos numa sociedade capitalista direccionada para o lucro, mas penso que é possível que o lucro possa conviver com o bem-estar social.



    Colocado por: luisvvEstá redondamente enganado.Neste momento estão 3 pessoas no meu escritório, 2 delas fumadoras (eu não fumo). Corro o risco de ser punido (roubado..) por, voluntaria e conscientemente ter permitido que fumassem no meu escritório.E curiosamente, o produto desse roubo não reverte para o eventual prejudicado (eu..), reverte para o Estado, que está muito preocupado com a minha saúde.


    Por favor... Você só pode estar a brincar. Você leu o que eu escrevi, e leu a sua resposta? O que tem uma coisa a ver com a outra? Já percebi que está revoltado com o que o estado nos tira todos os dias com impostos dos mais variados géneros, eu também estou farto, mas esse argumento, toda essa frase, não tem nada a ver com o que eu escrevi e com o facto de que a regra de proibição de fumar está relacionada com a saúde de terceiros.
    Alguém ganha com isso? De certeza! O estado por multas, por impostos, por vistorias, etc. Mas não vamos dizer que a regra está errada porque discordamos com a aplicação da mesma.

    Colocado por: luisvvA alternativa? Na verdade, a alternativa realista (no sentido de realizável num horizonte de tempo relativamente razoável) é a redução consistente do Estado e a sua contenção em determinados limites (contra essa hipótese há a questão da natureza expansionista do Estado).
    Por outro lado, a natureza parasitária do Estado inviabiliza a sua expansão contínua, sendo relativamente imprevisível o que acontecerá - embora eu tenda a acreditar que em determinado ponto os Estados SD serão substituídos por regimes autoritários e populistas, resultado de promessas do paraíso na terra.


    Aqui estou de acordo consigo, quase em absoluto, acho que o Estado deve ser reduzido em várias áreas. Mas tenho a sensação que o luisvv está a ignorar que quem está a mandar nos Estados hoje em dia são os tais "mercados" que tanto defende.


    Colocado por: luisvvPortanto, se quer uma solução e um final feliz sou capaz de lhe dizer que duvido que tais coisas existam.



    Não acredito que pense assim senão não discutia isto da forma que temos discutido.

    Colocado por: luisvvO problema do seu raciocínio é que se o utilizamos para legitimar o seu suposto direito de interferir num negócio que eu celebro com um terceiro, já temos que ter um conceito de interferência tão lato que até o simples facto de existirmos interfere com alguém...


    Outra vez a mesma questão, enquanto não me responder que alternativa temos a uma constituição e às leis, não vale a pena continuar a discutir este ponto.
 
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