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  1.  # 221

    Boas,

    Colocado por: gf2011ainda há comentários inteligentes


    Deixa-me adivinhar: os que coincidem com a tua forma de pensar.

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  2.  # 222

    Boas,

    Colocado por: gf2011pois você e o seu gato psicanalista também têm para aí algumas ideias kafkianas no meio disto tudo.


    Então e quais são elas (ideias kafkianas )?


    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  3.  # 223

    Boas,

    Colocado por: gf2011Já que dizem tantos disparates, quero ver o que dizem sobre o assunto


    Sobre a eutanásia?
    Nesta não tenho dúvidas (penso eu):
    - se alguém livre e conscientemente decide por termo à vida, por mim têm todo o direito a isso.
    - se alguém livre e conscientemente decide por termo à vida, mas não possui "meios" para tal, devem ser-lhe fornecidos os meios (ou pelo menos, não se deve condenar quem lhos fornece), por mim têm todo o direito a isso.

    Colocado por: gf2011mas prometo ficar calado porque para dizer disparates já basta o que li aqui ;)


    Não te acanhes, a gente curte disparates.

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
    Concordam com este comentário: two-rok
  4.  # 224

    São temas polémicos estes :)

    Sabem, a eutanásia não é permitida em Portugal. Mas (e isto já não sei se sabem), os médicos podem decidir não reanimar um doente se for claro que ele não viverá com qualidade de vida...

    E esta outra vez... been there. Done that...

    Eu implorei a um médico, no momento H. Que me respondeu com a maior frieza do Mundo: - Escusa de insistir. Temos ordens para não reanimar neste caso. E acredite que e o melhor para todos...

    :( Se foi o melhor? Não sei se foi. acredito que foi para não me sentir tão mal... Mas nunca mais vou esquecer aquele dia e nunca mais me esqueço de como aquilo tudo me deitou ao chão e da frieza daquele médico que não percebeu que eu não poderia acreditar que aquilo poderia acontecer e estava disposta a esperar o resto dos meus dias por um dia melhor...

    Acho que no fundo é disto que o Systems fala (ou prefiro acreditar que é), na possibilidade de um outro ser qualquer escolher pelo pai ou mãe, que não conseguem pensar com a cabeça, se um feto (sim, não quero acreditar que defende que se devam matar bebés), deve ou não viver.

    Só no sentido de, decidir por eles, porque eles não decidem bem, pois decidem com o coração (como se fosse possível decidir por um pai ou por uma mãe)...

    Dou um exemplo: É uma doença terrível e ataca um pai nosso, uma mãe... Eles deixam de poder decidir. Mas nós podemos decidir a vida deles (ou morte). Teríamos a coragem de os "deixar partir" pelo facto de estarem a sofrer muito (embora isto não seja nunca constante e existam momentos melhores e outros piores na maior parte dos casos)? Quantos de nós teriam a frieza e o discernimento de os deixar ir? :/ Não ficaríamos encobertos pela esperança do tal dia melhor que os médicos confirmam que não vai chegar?

    Nota: Não compreendo a posição que defende, como disse acima... Mas julgo que, de toda a sua argumentação, se poderia retirar (mas de forma elevada ao extremo) uma coisa deste género...
    • LuB
    • 13 março 2012 editado

     # 225

    São temas polémicos estes :)


    Concordo plenamente!

    Os tema da "eutanásia" tal como e do "aborto" são polvora. Têm implicações éticas/filosóficas que
    acendem discussões porque são muito complexos.

    1) - Quanto ao aborto, muitas questões se me levantam:
    Concordo que o aborto deve ser permitido/legal. Mas em que circunstâncias?

    - Incondicionalmente, até às doze semanas, mesmo que o feto seja perfeito?
    (Hoje é esta a opinião de quase toda a gente!)

    - E, quando o feto é mal-formado, e a situação é detectada: - Até quando é legítimo interromper a gestação?

    (Claro que em ambos os casos a última palavra caberá aos pais... A meu ver as comissões de ética, não
    têm nada para decidir, nestas situações)

    - Quanto aos recém nascidos (ou fetos já viaveis) a estória a meu ver é outra: acabar com eles é matar, e deve dar direito a cadeia...

    Contudo cada caso é um caso.
    Uma mãe pode ficar perturbada. Pode acontecer que o filho seja uma "desilusão" tão grande, que está para além das suas capacidades emocionais. Eu compreendo que uma mãe, nestas situações, não aguente. Pode não suportar a carga, (antes, ou depois do nascimento... ou durante o desenrolar da vida)
    Um filho deficiente geralmente é amado e torna-se algo de precioso para os pais. (Felizmente costuma ser assim). Mas o fado tb pode ser outro! Eu que trabalhei com deficientes, sei o que pode ficar disfuncional numa família onde existem deficientes... Tantas coisas, podem acontecer, a tantos níveis!
    É natural que as pessoas estejam divididas quando abordam este tema...

    2) A Eutanásia é outra coisa:
    Para mim é obvio, que sendo a vida um bem, toda a gente tem direito de prescindir dele, quando se fartar da vidinha. Parece que há "otários" que o fazem sem terem motivos que aparentemente o justifiquem. Más decisões, acontecem!!!
    Mas que dizer daqueles casos em que a vida é um arrastar na dor sem fim, e sem esperança. Eu compreendo, e acho que pode ser uma decisão acertada. Eu própria acredito que o faria em determinadas circunstâncias (apesar de me considerar a pessoa mais agarrada à vida que conheço ;)))).
    Tb aceito que se ajude a por termo à vida a alguem que esteja numa situação insuportável, cansados de sofrer, e sem esperança e não tenha capacidade para o fazer.

    Também aqui cada caso é um caso!
    • LuB
    • 13 março 2012 editado

     # 226

    Dois casos que me foram próximos...

    1) Nascer, sim ou não?

    Uma mãe que já tinha quase 40 anos. Queria engravidar mas nunca conseguiu. Faz tratamento e finalmente consegue... Tudo eram rosas...
    Em dada altura a gravidez começa a correr mal. A criança não se desenvolve porque um mioma (uma mola), de repente, com a alteração hormonal, desata a crescer mais rápido que a criança e ocupa quase todo o espaço dentro do útero.
    Lá para os quatro meses, os pais vêem na ecografia, com horror, o que está a acontecer. O médico que é anti aborto, não pinta a situação com tintas demasiado negras, aparentemente deseja que o aborto seja evitado A situação é de grande risco mas decidem ir em frente. .
    Quando o feto atinge os seis (ou sete?) meses provoca-se o parto para que a criança se desenvolva numa incubadora... A criança sobrevive. É deficiente mental, não tem autonomia, e ficará sempre dependente dos pais.
    Valeu a pena?
    Não sei... (A criança não é minha, não posso saber o que teria sido melhor, ou pior, para os pais e para a criança)

    Sei que não gostaria de ser "aquela garota" nem "a mãe da garota"!

    2) Morrer, sim ou não? Quando?
    A mãe duma pessoa da minha família teve um cancro do fígado. Foi operada, e embora a situação fosse muito preocupante, havia a esperança de que ainda recuperasse uma boa qualidade de vida, pelo menos por algum tempo.

    Quando a minha familiar foi falar com o médico que a operou, perguntou-lhe, muito ansiosa, se a operação tinha corrido bem.
    Para espanto dela, o médico que lhe operou a mãe (um indivíduo novo e conhecido, tinham sido colegas de liceu) disse-lhe:

    - Correu sim.
    - Obrigada, estou tão contente.
    - Não sei se é caso para isso...
    - Porquê?
    - Queres que eu seja sincero?
    - Diz lá
    - Antes tivesse corrido mal.
    - Porque dizes isso?
    - E A tua mãe tinha ficado na operação. Tu sofrias um desgosto, mas ela obtinha paz. Agora sabes o que vai acontecer?
    A tua mãe, vai andar 6 meses a piorar, a ficar cada vez mais amarela e a sofrer. Acaba a deitar o fígado pela boca. Ninguém ganha nada com isto...

    E, assim foi...
  5.  # 227

    Para mim:
    1- Aborto sim , mas apenas para acidentes e nunca incondicionalmente
    - Feto mal formado: sempre
    - Recém nascidos: (= feto mal formado)
    Que seja complicado uns pais tomares essas decisões: acredito!! Mas não significa que não devam ser tomadas. A vida de pais com criança deficiente acaba ali!! Passam a viver em função do mesmo!

    2-Eutanasia - Sim, embora deva ser acompanhada.

    Colocado por: LuB

    Concordo plenamente!

    Os tema da "eutanásia" tal como e do "aborto" são polvora. Têm implicações éticas/filosóficas que
    acendem discussões porque são muito complexos.

    1) -Quanto ao aborto, muitas questões se me levantam:
    Concordo que o aborto deve ser permitido/legal. Mas em que circunstâncias?

    - Incondicionalmente, até às doze semanas, mesmo que o feto seja perfeito?
    (Hoje é esta a opinião de quase toda a gente!)

    - E, quando o feto é mal-formado, e a situação é detectada: - Até quando é legítimo interromper a gestação?

    (Claro que em ambos os casos a última palavra caberá aos pais... A meu ver as comissões de ética, não
    têm nada para decidir, nestas situações)

    - Quanto aos recém nascidos (ou fetos já viaveis) a estória a meu ver é outra: acabar com eles é matar, e deve dar direito a cadeia...

    Contudocada caso é um caso.
    Uma mãe pode ficar perturbada. Pode acontecer que o filho seja uma "desilusão" tão grande, que está para além das suas capacidades emocionais. Eu compreendo que uma mãe, nestas situações, não aguente. Pode não suportar a carga, (antes, ou depois do nascimento... ou durante o desenrolar da vida)
    Um filho deficiente geralmente é amado e torna-se algo de precioso para os pais. (Felizmente costuma ser assim). Mas o fado tb pode ser outro! Eu que trabalhei com deficientes, sei o que pode ficar disfuncional numa família onde existem deficientes... Tantas coisas, podem acontecer, a tantos níveis!
    É natural que as pessoas estejam divididas quando abordam este tema...

    2)A Eutanásia é outra coisa:
    Para mim é obvio, que sendo a vida um bem, toda a gente tem direito de prescindir dele, quando se fartar da vidinha. Parece que há "otários" que o fazem sem terem motivos que aparentemente o justifiquem. Más decisões, acontecem!!!
    Mas que dizer daqueles casos em que a vida é um arrastar na dor sem fim, e sem esperança. Eu compreendo, e acho que pode ser uma decisão acertada. Eu própria acredito que o faria em determinadas circunstâncias (apesar de me considerar a pessoa mais agarrada à vida que conheço ;)))).
    Tb aceito que se ajude a por termo à vida a alguem que esteja numa situação insuportável, cansados de sofrer, e sem esperança e não tenha capacidade para o fazer.

    Também aquicada caso é um caso!
  6.  # 228

    1- Nem eu...Mas temos que pensar que isso acontece.

    É um bocado como, para quem conduz, pensarmos que um dia podemos ir a conduzir muito bem, e de repente, sem hipóteses de pararmos, aparece-nos uma criança a atravessar a rua!! O que fazer?? Desviar da criança e (por exemplo) cairmos nós num precipício e morrermos nós mais quem for no nosso carro?? Ou tentar travar, sabendo que vamos matar a criança?? Apesar de esperar que isso nunca vá acontecer, todos os condutores têm de pensar nisso pelo menos uma vez na vida!! Antes de julgar alguém temos que pensar : e se nos acontecesse isso??

    2-Já tive vários familiares a morrerem-me em casa (vários de cancro). Não pensem que isso nunca me tinha passado pela ideia...

    Colocado por: LuBDois casos que me foram próximos...

    1)Nascer, sim ou não?

    Uma mãe que já tinha quase 40 anos. Queria engravidar mas nunca conseguiu. Faz tratamento e finalmente consegue... Tudo eram rosas...
    Em dada altura a gravidez começa a correr mal. A criança não se desenvolve porque um mioma (uma mola), de repente, com a alteração hormonal, desata a crescer mais rápido que a criança e ocupa quase todo o espaço dentro do útero.
    Lá para os quatro meses, os pais vêem na ecografia, com horror, o que está a acontecer. O médico que é anti aborto, não pinta a situação com tintas demasiado negras, aparentemente deseja que o aborto seja evitado A situação é de grande risco mas decidem ir em frente. .
    Quando o feto atinge os seis (ou sete?) meses provoca-se o parto para que a criança se desenvolva numa incubadora... A criança sobrevive. É deficiente mental, não tem autonomia, e ficará sempre dependente dos pais.
    Valeu a pena?
    Não sei... (A criança não é minha, não posso saber o que teria sido melhor, ou pior, para os pais e para a criança)

    Sei que não gostaria de ser "aquela garota" nem "a mãe da garota"!

    2)Morrer, sim ou não?Quando?
    A mãe duma pessoa da minha família teve um cancro do fígado. Foi operada, e embora a situação fosse muito preocupante, havia a esperança de que ainda recuperasse uma boa qualidade de vida, pelo menos por algum tempo.

    Quando a minha familiar foi falar com o médico que a operou, perguntou-lhe, muito ansiosa, se a operação tinha corrido bem.
    Para espanto dela, o médico que lhe operou a mãe (um indivíduo novo e conhecido, tinham sido colegas de liceu) disse-lhe:

    - Correu sim.
    - Obrigada, estou tão contente.
    - Não sei se é caso para isso...
    - Porquê?
    - Queres que eu seja sincero?
    - Diz lá
    - Antes tivesse corrido mal.
    - Porque dizes isso?
    - E A tua mãe tinha ficado na operação. Tu sofrias um desgosto, mas ela obtinha paz. Agora sabes o que vai acontecer?
    A tua mãe, vai andar 6 meses a piorar, a ficar cada vez mais amarela e a sofrer. Acaba a deitar o fígado pela boca. Ninguém ganha nada com isto...

    E, assim foi...
  7.  # 229

    Para que conste (porque vejo que se confunde feto com recém-nascido: System32):

    "Chama-se de feto o estágio de desenvolvimento intra-uterino que tem início após oito semanas de vida embrionária, quando já se podem ser observados braços, pernas, olhos, nariz e boca, e vai até o fim da gestação. O estágio anterior a este é conhecido como embrião. Após o parto, o feto passa então a ser considerado um recém-nascido." in: Wikipedia

    Assim, existe uma grande diferença entre embrião, feto e recém-nascido! Sendo que confundir um feto com um recem nascido para estes efeitos me parece terrivelmente desumano...

    O aborto para mim, tem limites. (novamente a história do nosso direito terminar quando surge o direito de outrém)...
    Concordam com este comentário: two-rok
  8.  # 230

    Colocado por: Princesa_não quero acreditar que defende que se devam matar bebés


    Colocado por: system32- Aborto sim , mas apenas para acidentes e nunca incondicionalmente
    - Feto mal formado: sempre
    - Recém nascidos: (= feto mal formado)
    Que seja complicado uns pais tomares essas decisões: acredito!! Mas não significa que não devam ser tomadas. A vida de pais com criança deficiente acaba ali!! Passam a viver em função do mesmo!


    Não consigo comentar mais as posições do system, tentei ser subtil, ele não entendeu, o j cardoso já disse o que eu podia dizer - há, realmente, seres da espécie humana que nos fazem pensar se serão pessoas...ou não pessoas.

    http://www.paisefilhos.pt/index.php/opiniao/miguel-palha

    Aconselho a leitura desta crónica do médico Miguel Palha que, para além de pediatra, também é pai de uma criança com síndrome de Down. Pelos vistos a vida dele não acabou com o nascimento da filha.
  9.  # 231

    Colocado por: Princesa_Assim, existe uma grande diferença entre embrião, feto e recém-nascido! Sendo que confundir um feto com um recem nascido para estes efeitos me parece terrivelmente desumano...


    Ele não confunde, Princesa, ele acha mesmo que os recém-nascidos deficientes deveriam ser exterminados. Chama a isso aborto porque já está a adotar a nova terminologia dos autores do estudo que deu origem a este tópico (afinal, não é tudo uma questão de linguagem?)
  10.  # 232

    Boas,

    Colocado por: becashttp://www.paisefilhos.pt/index.php/opiniao/miguel-palha


    "O primeiro pai fazia ao filho a pergunta da utilidade: «Qual o nome do meio de produção em que você deseja ser transformado?» "

    Engraçado, noutra discussão que aqui tivemos, este artigo tinha sido também interessante, e nessa provavelmente a Becas discordaria dele ;)


    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  11.  # 233

    Colocado por: oxelfeRBoas,



    "O primeiro pai fazia ao filho a pergunta da utilidade: «Qual o nome do meio de produção em que você deseja ser transformado?» "

    Engraçado, noutra discussão que aqui tivemos, este artigo tinha sido também interessante, e nessa provavelmente a Becas discordaria dele ;)

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista


    Quando partilhei esta crónica no facebook, comentei o seguinte: "É quase um murro no estômago, mas vale a pena ler para pensarmos um bocadinho nas expectativas que projetamos nos nossos filhos "saudáveis" e "perfeitos"..."
    Portanto, nessa discussão continuaria a concordar com o Miguel Palha...
    Concordam com este comentário: oxelfeR (RIP)
  12.  # 234

    Sim , não confundo, mas porquê ser uma diferença tão grande o facto de ter acabado de nascer, ou ainda não ter nascido??

    Porque a hipocrisia de: se ainda não o vi é uma coisa, se já o vi, é outra!!! Nem que a diferença tenha sido meia hora!!

    Quando disse "avida acaba ali", refiro-me que a partir dessa data a vida dos pais passa a ser em torno do filho, nunca mais (enquanto o filho viver) os pais tem vida própria.

    Síndroma de down ainda permite que as crianças tenham uma vida razoavel. Não defendo que se aborte tudo e qualquer coisa, apenas defendo que o que não for viável. Tenho uns amigo com uma filha com esse síndroma e a rapariga já tem >20 anos!! Com grandes limitações, e embora com ajuda dos paus, consegue viver a sua vida!!

    Se prefere viver na hipocrisia que o faça, tem esse direito!! Eu também tenho o direito a ser pessoa!

    E você acha que o homem ia escrever , que a vida dele é um inferno (mesmo que fosse)??? Claro que é um filho e tem amor por ele isso é normal e não é por ser deficiente que deixa de ser verdade, mas até ser um mar de rosas... e lembre-se que conheço um caso bem próximo... o pai não aguentou e saiu de casa... não o devia ter feito... mas ... é fácil para os outros falarem...


    À e tenho um pediatra na família próxima ...como isso fizesse diferença para o caso... até podia eu ser pediatra...(eu gosto muito de crianças )...nada mudava!!






    Colocado por: becas



    Não consigo comentar mais as posições do system, tentei ser subtil, ele não entendeu, o j cardoso já disse o que eu podia dizer - há, realmente, seres da espécie humana que nos fazem pensar se serão pessoas...ou não pessoas.

    http://www.paisefilhos.pt/index.php/opiniao/miguel-palha

    Aconselho a leitura desta crónica do médico Miguel Palha que, para além de pediatra, também é pai de uma criança com síndrome de Down. Pelos vistos a vida dele não acabou com o nascimento da filha.
  13.  # 235

    Boas,

    Colocado por: becasPortanto, nessa discussão continuaria a concordar com o Miguel Palha...


    (pode ser erro de interpretação meu)
    Não te consideraria longe, mas não fiquei com essa impressão na outra discussão.
    Há quanto a mim uma critica implícita nesse artigo que vai de encontro ao que eu tentei dizer na outra discussão.

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  14.  # 236

    Está enganado... Não é hipocrisia. E não é por se ter "visto" que faz a diferença matar enquanto feto ou matar enquanto bebé (recem-nascido). E também não é verdade que a vida dos pais "acabe", na maior parte dos relatos, aprendem a dar valor à vida. Está desinformado, está a olhar por fora e está manifestamente focado em si mesmo... No meu entender a vida dos pais pode acabar por outras razões, e a vida de um "pai de verdade" fica sempre condicionada à felicidade e bem estar do seu filho. É isso a que chamo ser pai. A vida de um pai acaba quando um filho se mata, um filho se droga até morrer... Ser pai é isso mesmo. Termos um membro a viver fora de nós... E doer na mesma, doer mais aqui do que ali...

    Está tão enganado no que escreve System32 e, espero, que a simples leitura de algumas coisas o façam "ver a luz" (não estou a criticar a sua posição... só estou a dizer que a entendo não só como errada mas antes como uma atrocidade sem tamanho...).
    Concordam com este comentário: becas, two-rok, branco.valter
    Estas pessoas agradeceram este comentário: branco.valter
  15.  # 237

    Boas,

    Colocado por: Princesa_E também não é verdade que a vida dos pais "acabe", na maior parte dos relatos, aprendem a dar valor à vida.


    Por acaso é uma coisa engraçada.
    Não sei se são a maioria ou não, mas tenho visto e lido para ai umas coisitas que considero muito interessantes e que vão de encontro a isso.
    Provavelmente dependerá dos pais ou da sua "capacidade" de adaptação (e não só), mas já vi muitos exemplo de pais que deram uma volta de 180º na sua vida por terem um filho deficiente, e que mesmo pessoalmente se tornaram pessoas mais felizes e mais apreciadoras da vida.

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
    Concordam com este comentário: two-rok
    • adan
    • 13 março 2012

     # 238

    Devia ter pouco mais de doze anos quando numa ctividade de grupo me apresentaram A MÁQUINA DO AMOR.
    Não era mais que uma âmpola de vidro com um prolongamento em forma de expiral que terminava noutra pequena âmpola... Tudo em circuito fechado com um líquido preto/acastanhado dentro... Para medir o nosso amor deveriamos colocar a famosa e única máquina entre as mãos e o líquido subiria na expiral quantificando o nosso amor...
    Durante cerca de dois anos acreditei naquela máquina (como era inocente), só nas aulas de físico química quando se abordou a "instabilidade" do mercúrio é que percebi: afinal a máquina não reagia ao AMOR, reagia ao calor das mãos... Por isso percebi como a minha medida naquele dia de inverno dos meus doze anos era tão "reduzida". Afinal sempre tive as mãos mais para o frio...

    Imaginem agora que em vez da máquina do amor, fosse a máquina da felicidade??? Acreditariam, como eu na minha inocência, que aquilo é científico??? Medir a felicidade, ou afirmar que este ou aquele são infelizes é pura e simplesmente medir os outros pelos nossos olhos. E isso é um risco...
    Concordam com este comentário: becas, two-rok, oxelfeR (RIP)
    • LuB
    • 13 março 2012 editado

     # 239

    Aconselho a leitura desta crónica do médico Miguel Palha que, para além de pediatra, também é pai de uma criança com síndrome de Down. Pelos vistos a vida dele não acabou com o nascimento da filha.


    Conheci de perto varios casos, como o da menina com Sindroma de Down de que a Becas fala. (Talvez até tenha conhecido esse caso concreto...)
    Normalmente as crianças com Sindroma de Down são muito doces e apresentam um deficit intelectual moderado. São alunos que fazem, (com algumas ajudas) a escolaridade obrigatória.

    É o tipo de deficiente que apenas irá enfrentar problemas graves, em certas situações (por exemplo quando se apaixonar na adolescência...)

    Mas há casos muito mais difíceis, com deficiências profundas, ou transtornos graves de personalidade, que não estão de acordo com postal ilustrardo muitas vezes apresentado, em que o amor tudo vai resolver... E quando são os pais que "não aguentam" as coisas complicam-se... Surgem os traumas.
    A Becas (e eu) tivemos a felicidade de nunca termos passado por certas situações, que estão para além do que é razoável pedir a uma mãe... Essas situações pôem problemas que abalam muitas das nossas certezas.
    È por isso que eu, embora deplorando posições como a do Sistem que pelos vistos resolveria tudo sem qq problema, à Hitler, vejo o assunto como muito complexo e sou muito reservada ao abordar estes temas. Penso que existindo (sempre) condições éticas e humanas a respeitar, cada caso é um caso, e como tal terá de ser tratado....
  16.  # 240

    Colocado por: LuBMas há casos muito mais difíceis, com deficiências profundas, ou transtornos graves de personalidade, que não estão de acordo com postal ilustrardo muitas vezes apresentado, em que o amor tudo vai resolver... E quando são os pais que "não aguentam" as coisas complicam-se... Surgem os traumas.
    A Becas (e eu) tivemos a felicidade de nunca termos passado por certas situações, que estão para além do que é razoável pedir a uma mãe... Essas situações pôem problemas que abalam muitas das nossas certezas.
    È por isso que eu, embora deplorando posições como a do Sistem que pelos vistos resolveria tudo sem qq problema, à Hitler, vejo o assunto como muito complexo e sou muito reservada ao abordar estes temas. Penso que existindo (sempre) condições éticas e humanas a respeitar, cada caso é um caso, e como tal terá de ser tratado....


    Mas eu reconheço a complexidade do tema...e dou muitas graças a Deus por me terem nascido duas filhas "perfeitas" e saudáveis. Conheço os meus limites e sei a dificuldade que teria em lidar com uma situação de deficiência grave. Lembro-me, há tempos, de ver uma reportagem sobre uma criança que, aos 8 ou 9 anos, sofreu um ataque (um AVC, penso eu) que a deixou em estado vegetativo, e a mãe expressava o desejo de que a filha morresse...eu compreendo-a e compreendo o amor que existia naquele desabafo...
    Nada disto é simples. Aliás, para algumas pessoas até é...matavam-se os deficientes à nascença e pronto.
 
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