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  1.  # 201

    Ó Luís, é um bocado dificil reduzir uma explicação a um exemplo simplista em que ele seja idiota... A verdade é que é fácil de entender queé possível, e é o caso normal, que ajudando os outros a ficar numa posição melhor no futuro nós próprios sejamos beneficiados por isso.


    Claro. Ao contrário do que é voz corrente, o homem é essencialmente um ser cooperativo. Mas daqui não se retira que a cooperação forçada seja "melhor" no sentido de mais produtiva, porque para tal era necessário que quem força a cooperação fosse omnisciente (ou pelo menos mais sábio que os agentes individuais).

    E repara que eu nem tenho de explicar para que servem os caramelos. Bastou-me admitir que o objectivo a melhorar no sistema era a produção de caramelos. Dentro destas regras o sistema com redistribuição produz melhores resultados que o outro, ponto final.

    Mas é exactamente o facto de a determinação do objectivo ser feita de fora, esquecendo as unintended consequences, que mina o argumento. Produzir 30 caramelos em vez de 21 só é "melhor" se os 30 caramelos tiverem procura, se o seu valor não se deteriorar, se os recursos aplicados não fossem melhor aplicados a produzir outros bens, etc.

    Na verdade, chegar ao fim do processo e concluir que estamos melhor só porque afinal temos mais 9 caramelos é vazio de significado.


    Nem sequer é preciso pensar que estamos a ajudar os outros de foram puramente altruísta. Essa ajuda tem agarrada uma esperança de um futuro melhor também para nós.

    Neste caso, não é necessária qualquer intervenção redistributiva. O nº1, com essa tal esperança ou outro sentimento qualquer, pegaria voluntariamente nos rebuçados que não processava, e entregava-os ao nº3.
  2.  # 202

    Colocado por: luisvvCaso em que não seria necessário forçar a redistribuição.


    Essa agora. Posso argumentar que não consigo ajudar sozinho. A "ajuda" só funciona se for de forma colectiva. Desta maneira não é possível tolerar que alguns não queiram participar no sistema.

    Colocado por: luisvvClaro que pode sempre dar-se o caso de o tipo ser um liberal empedernido que acha que o sistema mais próspero é aquele em que a redistribuição é feita por via de trocas voluntárias, aquilo a que se chama "comércio" ;-)


    Sim, claro que pode. E essa também é um sistema passível de produzir melhores resultados no futuro. No entanto diria que depende do ponto de partida. Há situações em que um sistema funciona melhor que o outro. E dentro de cada situação pode haver sectores concretos em que ou o sistema social é a melhor solução, ou o sistema de mercado é a melhor solução. Se isso for a verdade então o melhor sistema é um sistema misto.

    Colocado por: luisvvCaso em que teríamos que considerar que, nada sendo de ninguém, nem o 1º nem o 2º nem o 3º terão rebuçados ou caramelos, pelo que nada se tira nem se redistribui, admitindo a remota possibilidade de algo ser sequer produzido.


    É uma possibilidade. A outra é: 5 rebuçados são teus. 3 são nossos. Não gostas, temos pena.

    Colocado por: PeSilvaClaro que há e manifesta-se: todos queremos descontar mais e receber menos, somos todos muito solidários e empáticos ...


    Dada a hipótese de podermos usufruir do que o sistema dá sem contribuirmos quando temos capacidade para isso, certo. É por isso que, precisamente, não se possa tolerar excepções.

    Colocado por: PeSilvaSe verdadeiramente o quisesse fazer não optaria por abdicar de 3 rebuçados, mas sim encontrar uma forma de apanhar mais 2.


    Não entendi.

    Colocado por: PeSilvaPercebo, os comunistas também possuem várias explicações desse tipo, curiosamente deram "barraca", às tantas o problema dos comunistas foi não darem muita importância à empatia ,..


    Se queres ir para exemplos concretos arranja-me um exemplo de um sistema sem impostos que funcione melhor. Há tantos exemplos maus, não precisas de ir para os que queres meter como exemplo de "socialistas".

    Colocado por: PeSilvaDe acordo, mas nada disso invalida que eu passe a apanhar menos rebuçados por obter exactamente o mesmo resultado.


    Pode invalidar, mas para isso tenho de complicar o exemplo. Acontece que ao ajudares os outros podes, no futuro, colher os benefícios dessa ajuda. Basta pensares que o sistema é um sistema de "self reinforcing loop". Não entendo como é que o exemplo da educação não é suficiente para provar que é possível que "ajudar" seja a melhor opção.

    Colocado por: PeSilvaAs pessoas é que são todas burras, às tantas por falta de formação: isso é tão bom que é preciso ser feito de forma coerciva.


    Sim é preciso ser feito de forma coerciva. Não está na natureza humana tolerar que os outros não estejam na mesma situação, e não sejam obrigados a ajudar. O sistema não pode tolerar excepções. Se as tolerasse os que são prejudicados, do ponto de vista individual e imediato, seriam os primeiros a saltar fora. Ora, eu não tolero os outros o façam e apanho por tabela. Não gosto, mas entendo a razão.

    Colocado por: PeSilvaDe novo:
    Quero lá saber do PIB para alguma coisa, o PIB a mim não me diz nada, a mim o que me interessa é o que entra na minha conta no fim do mês.
    Qual prefere?
    1) Aumento do PIB de 42,8%
    2) Diminuição de 37,5% do seu rendimento.


    O que preferes? Fazer 500.000€ durante a tua vida ou 1.000.000€ durante a tua vida? E se para fazeres os 1.000.000€ tiveres de prescindir de 50% do teu rendimento hoje?

    Colocado por: PeSilvaEu não digo que não seja possível, digo que é improvável.


    É tão provável que se não tivesses educado a população de Portugal à força, tanto do ponto de vista de redistribuição da riqueza como até da frequência à escola, viverias hoje num país onde isso sim seria improvável teres a possibilidade de ter a qualidade de vida que tens.
  3.  # 203

    Colocado por: luisvvMas daqui não se retira que a cooperação forçada seja "melhor" no sentido de mais produtiva, porque para tal era necessário que quem força a cooperação fosse omnisciente (ou pelo menos mais sábio que os agentes individuais).


    Não precisa de ser omnisciente. O exemplo da educação é directo.

    Estudar é aborrecido, e eu quero é ir jogar à bola. O meu pai quer é que eu vá apanhar as couves com ele, e cavar a terra. O "ser quase omnisciente" que é a sociedade prefere que eu vá estudar para no futuro ter mais capacidade de participar na mesma sociedade.

    Este é um exemplo real, não são caramelos nem rebuçados, e é um exemplo directo em que é necessária a coerção para melhorar o resultado no futuro.
  4.  # 204

    Colocado por: danobregaNão entendi.


    De 8, 3 são excedentes, no entanto se conseguir mais dois fico com 10 que dá para fazer 2 "pacotes" de 5.
    Esta sim é a ordem natural das coisas, mas viria já dizer que é abominável um conseguir gerar 20 caramelos e os outros apenas 10, mesmo sendo que isso é conseguido através do esforço.

    ...

    (o resto fica para depois)
  5.  # 205

    Colocado por: danobregaEste é um exemplo real, não são caramelos nem rebuçados, e é um exemplo directo em que é necessária a coerção para melhorar o resultado no futuro.


    LOL
    Se assim fosse, não haveria uma única escola em portugal, apenas escolinhas de futebol na tentativa de "gerar" mais Cristianos ...
    LOL
  6.  # 206

    Colocado por: PeSilvaDe 8, 3 são excedentes, no entanto se conseguir mais dois fico com 10 que dá para fazer 2 "pacotes" de 5.


    A regra não é essa. Mesmo que tenhas 1000 nunca consegues produzir mais que 10. ;-)

    Colocado por: PeSilvaSe assim fosse, não haveria uma única escola em portugal, apenas escolinhas de futebol na tentativa de "gerar" mais Cristianos ...


    Exemplo da treta pá. :P Seria uma aposta com grande risco, há meia dúzia de Ronaldos no mundo pelo que se todos andassem a aprender para ser Ronaldos o resultado seria catastrófico.
  7.  # 207

    Essa agora. Posso argumentar que não consigo ajudar sozinho. A "ajuda" só funciona se for de forma colectiva. Desta maneira não é possível tolerar que alguns não queiram participar no sistema.


    Claro que é possível. O danobrega pode é não querer dar-se ao trabalho de ajudar A e B em concreto, porque C não ajuda. Mas aí não está a ser altruísta, e mesmo a história do ser racional querer um futuro melhor também tem que se lhe diga: só quer um futuro melhor se outros pagarem por ele.

    Sim, claro que pode. E essa também é um sistema passível de produzir melhores resultados no futuro. No entanto diria que depende do ponto de partida. Há situações em que um sistema funciona melhor que o outro. E dentro de cada situação pode haver sectores concretos em que ou o sistema social é a melhor solução, ou o sistema de mercado é a melhor solução. Se isso for a verdade então o melhor sistema é um sistema misto.

    Ou pode até não ser preciso "sistema" nenhum.

    É uma possibilidade. A outra é: 5 rebuçados são teus. 3 são nossos. Não gostas, temos pena.

    De novo: ou não. Se todos decidem o que é de cada um, na verdade tudo é de todos. Alguém que produz os 8, porque na verdade tanto se me dá como se meu, visto que sei que na melhor das hipóteses vou ter 5. E mesmo que produza 3, os 5 já cá cantam, alguém há-de produzir mais. E se ninguém produzir o suficiente para redistribuir, basta baixar a fasquia, e todos continuarão a receber o mesmo. O esforço para produzir deixa de ser racional - o acréscimo de esforço é traduzido de forma muito diluída no acréscimo de rendimento.

    Dada a hipótese de podermos usufruir do que o sistema dá sem contribuirmos quando temos capacidade para isso, certo. É por isso que, precisamente, não se possa tolerar excepções.

    E é por isso que o sistema é inerentemente instável. É um equilíbrio difícil, satisfazer os "direitos" de uma enorme massa de gente para a manter satisfeita, enquanto se lhe vai dando mais e mais rebuçados. O problema é quando essa massa de gente acha que esses rebuçados não chegam, mas não há mais gente disposta a abdicar de rebuçados.

    Não entendo como é que o exemplo da educação não é suficiente para provar que é possível que "ajudar" seja a melhor opção.

    Porque assume premissas torcidas para ser válido.

    Sim é preciso ser feito de forma coerciva. Não está na natureza humana tolerar que os outros não estejam na mesma situação, e não sejam obrigados a ajudar. O sistema não pode tolerar excepções. Se as tolerasse os que são prejudicados, do ponto de vista individual e imediato, seriam os primeiros a saltar fora. Ora, eu não tolero os outros o façam e apanho por tabela. Não gosto, mas entendo a razão.

    Daqui não decorre que o "sistema" seja melhor. Já são uma série de saltos lógicos..

    O que preferes? Fazer 500.000€ durante a tua vida ou 1.000.000€ durante a tua vida? E se para fazeres os 1.000.000€ tiveres de prescindir de 50% do teu rendimento hoje?

    A pergunta não leva em conta a avaliação que cada um faz em cada momento das perspectivas futuras. A maioria de nós trocaria de bom grado o milhão durante a vida por, digamos, 150.000 amanhã. Por um lado, a perspectiva da gratificação imediata, por outro a perspectiva de gerar mais rendimento com o capital obtido.

    Por outro lado, a falácia de "abdicas do teu rendimento porque nós sabemos melhor do que tu como aplicá-lo" é mais ou menos óbvia.
    • luisvv
    • 4 novembro 2013 editado

     # 208


    Exemplo da treta pá. :P Seria uma aposta com grande risco, há meia dúzia de Ronaldos no mundo pelo que se todos andassem a aprender para ser Ronaldos o resultado seria catastrófico.


    Tão de risco como as outras que o nosso Estado faz. Provavelmente, 10 CR's satisfariam mais necessidades que, sei lá, 100 licenciados em "Engenharia de Praias Artificiais", por exemplo, embora a Faculdade de Engenharia de Praias Artificiais reclame a necessidade de o Estado apostar nesse sector "estratégico".
    Na verdade, o que acontece é que o Estado determina quais os conhecimentos que "temos" que adquirir, e marginaliza quem não os quer ou consegue adquirir, no ritmo imposto. Depois, determina quais as "necessidades" dos "sectores". Estranhamente, a sociedade não parece compreender as "necessidades" que tem, porque apesar de tudo há uma massa de gente que se "formou" e "qualificou", e para a qual a sociedade não parece capaz de encontrar utilidade. Claro que o problema é da sociedade e não de quem determina "necessidades".
    Estranhamente , a "sociedade" convive bem com a ideia de que o estado é que sabe o que fazer e como. Em troca a sociedade reclama quando o estado reconhece ser incapaz de ocupar toda a massa de gente que formou..
  8.  # 209

    Colocado por: PeSilva(o resto fica para depois)


    Ou não, o luisvv já disse tudo ..

    Colocado por: danobregaA regra não é essa. Mesmo que tenhas 1000 nunca consegues produzir mais que 10. ;-)


    Então a pergunta continua: Porque carga de água haveria o 1º de apanhar 8?

    Uma anedota de que não sei a origem:
    Um professor de economia a exercer numa Universidade, num dado dia, disse:- “Nunca chumbei um só aluno antes, mas, uma vez, chumbei uma turma inteira”.

    Esta turma em particular tinha insistido que o comunismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e “justo”.

    O professor então disse: – “Ok, vamos fazer uma experiencia comunista nesta turma. Ao invés de dinheiro, usaremos as vossas notas em provas.”

    Todas as notas seriam concedidas com base na média da turma, e, portanto seriam justas. Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém chumbaria. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia 20 valores…

    Logo que a média das primeiras provas foi tirada, todos receberam 14 valores. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram, ficaram muito felizes com o resultado.

    Quando o segundo teste foi realizado, os preguiçosos estudaram ainda menos – eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam da média das notas, portanto, agindo contra as suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos.

    Em resultado, a segunda média dos testes foi 10 Valores. Ninguém gostou.

    Depois do terceiro teste, a média geral foi um 5 Valores.

    As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela turma. A busca por ‘justiça’ dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No fim de contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da turma. Portanto, todos os alunos chumbaram… Para sua total surpresa.

    O professor explicou que a experiencia comunista tinha falhado porque ela fora baseada no menor esforço possível da parte de seus participantes.

    Preguiça e mágoas foi o seu resultado.

    “Quando a recompensa é grande”, disse, o professor, “o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós, mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem o seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável.”
  9.  # 210

    Colocado por: PeSilvaEntão a pergunta continua: Porque carga de água haveria o 1º de apanhar 8?


    Obrigas-me a complicar as regras do sistema, em vez de entenderes o exemplo. Se aplicares uma taxa progressiva aos rebuçados, a única maneira do 1º ficar com 5 é apanhar 8. Se apanhar menos, fica com menos. Quanto mais apanhar, menor será o incentivo para apanhar mais, mas não há um salto binário entre o vale a pena, já não vale a pena.

    A vosso medo é contrariado, em parte é claro, pela realidade. As pessoas tentam produzir mais, mesmo descontando mais em percentagem. É claro que dada a hipótese de não o fazerem, preferiam. Mas essa hipótese é geralmente interpretada como sendo uma excepção e não a regra. Se a pergunta for não se pagam impostos e não há qualquer tipo de cooperação imposta a generalidade da população é manifestamente contra.

    Adicionalmente a maior parte das que descontam mais do que o que usufruem não descartam por completo um sistema com impostos progressivos, nem um regime social obrigatório e solidário. Ou então a não ser que as pessoas à minha volta, que tem a sorte de estar nesta situação, são um aberração estatística. E note-se que nem seria preciso ser um sistema progressivo para se pagar mais tendo mais.

    Eu estou nesta situação, e apesar de haver dias em que me aborrece sentir que ando com uns milhões às costas, entendo que assim seja. Mas aborrece-me mais a falta de sentimento de dever por alguns que só se fazem aos direitos, e não tentam nem fazem por cumprir os deveres. Aborrece-me também que não entendam que se não colocam o sistema num caminho sustentável, ele vai colapsar. Enfim... Um sistema destes só poderá funcionar em pleno se as pessoas tiverem uma cultura forte de participação na sociedade e de se esforçarem por poder contribuir mais que a média, mesmo que não consigam. Talvez seja utópico, a percepção é que algumas sociedades nórdicas (por diversas razões) estão mais perto desta cultura que nós.

    Mas a ideia que as pessoas só agem por puro egoísmo e principalmente por interesses meramente económicos é uma ideia sem qualquer reflexo na realidade. As observações mostram de forma empírica o contrário.
  10.  # 211

    Colocado por: danobregaQuanto mais apanhar, menor será o incentivo para apanhar mais, mas não há um salto binário entre o vale a pena, já não vale a pena.


    hum ...

    Colocado por: danobregaA regra não é essa. Mesmo que tenhas 1000 nunca consegues produzir mais que 10. ;-)
  11.  # 212

    Colocado por: PeSilvaUm professor de economia a exercer numa Universidade, num dado dia, disse:- “Nunca chumbei um só aluno antes, mas, uma vez, chumbei uma turma inteira”.

    Esta turma em particular tinha insistido que o comunismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e “justo”.

    O professor então disse: – “Ok, vamos fazer uma experiencia comunista nesta turma. Ao invés de dinheiro, usaremos as vossas notas em provas.”

    Todas as notas seriam concedidas com base na média da turma, e, portanto seriam justas. Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém chumbaria. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia 20 valores…

    Logo que a média das primeiras provas foi tirada, todos receberam 14 valores. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram, ficaram muito felizes com o resultado.

    Quando o segundo teste foi realizado, os preguiçosos estudaram ainda menos – eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam da média das notas, portanto, agindo contra as suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos.

    Em resultado, a segunda média dos testes foi 10 Valores. Ninguém gostou.

    Depois do terceiro teste, a média geral foi um 5 Valores.

    As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela turma. A busca por ‘justiça’ dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No fim de contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da turma. Portanto, todos os alunos chumbaram… Para sua total surpresa.

    O professor explicou que a experiencia comunista tinha falhado porque ela fora baseada no menor esforço possível da parte de seus participantes.

    Preguiça e mágoas foi o seu resultado.

    “Quando a recompensa é grande”, disse, o professor, “o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós, mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem o seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável.”


    Esse exemplo é estúpido e é uma distorção absoluta de um sistema socialista. É um falso dilema e está cheio de assumpções falsas como assumir que quem não se esforça ou é preguiçoso é que não consegue ganhar.

    De facto, voltando ao tema da coerção, era fácil provar que se se obrigasse os alunos a estudar, e se se obrigasse os melhores alunos a ajudar outros não tão bons neste processo, a média das notas subiria em flecha. Este exemplo é muito mais próximo de um sistema com algumas regras sociais impostas de forma coerciva, em que se obriga as pessoas a dar parte dos seus recursos (tempo) para ajudarem outros.

    Múltiplos exemplos se podem criar com redistribuição de recursos e com os mais diversos resultados, desde o seu completo desperdício até a resultados manifestamente positivos.
  12.  # 213

    Colocado por: danobregaAdicionalmente a maior parte das que descontam mais do que o que usufruem não descartam por completo um sistema com impostos progressivos, nem um regime social obrigatório e solidário.


    Porreiro para eles...

    Colocado por: danobregaOu então a não ser que as pessoas à minha volta, que tem a sorte de estar nesta situação, são um aberração estatística. E note-se que nem seria preciso ser um sistema progressivo para se pagar mais tendo mais.


    As iludências aparudem ...
    (já aqui coloquei dois textos hoje sobre isso)

    Colocado por: danobregaMas aborrece-me mais a falta de sentimento de dever por alguns que só se fazem aos direitos, e não tentam nem fazem por cumprir os deveres.


    Depende do que se considera direitos ... e deveres.
    É que eu ainda não descobri nenhum direito que o seja por iminência neste sistema, todos podem ser alterados por "Deus" (estado) ...

    Colocado por: danobregaMas a ideia que as pessoas só agem por puro egoísmo e principalmente por interesses meramente económicos é uma ideia sem qualquer reflexo na realidade.As observaçõesmostram de forma empíricao contrário.


    Só podemos viver em mundos diferentes, só pode,
    Tirando o "só" do "pessoas só agem" a frase não pode estar mais errada, e darmos conta disso basta olhar à nossa história e ao que acontece no mundo nos dias de hoje.
  13.  # 214

    Colocado por: PeSilvahum ...


    Pá... era um exemplo simples de uma situação em que se obrigares a redistribuir a riqueza o resultado seria melhor do que se não obrigares. É um exemplo simples e puramente lógico. Se começam a fazer perguntas do estilo "e se o 1º preferir coçar os tomates em vez de apanhar 8 rebuçados?"

    A resposta é: Não quero saber! Está provado por A mais B, de uma forma lógica e com um exemplo concreto em que é possível tal sistema. Ponto final. Se queres alegar que não é possível tal coisa, está ai a prova que é.
  14.  # 215

    Colocado por: PeSilvaTirando o "só" do "pessoas só agem" a frase não pode estar mais errada, e darmos conta disso basta olhar à nossa história e ao que acontece no mundo nos dias de hoje.


    É só seguires os links. :P

    Colocado por: PeSilvaPorreiro para eles...


    Exactamente. Porreiro para eles, e azar o teu. Por muito que queiras o que queres, não é espectável que a sociedade o vá tolerar. Temos pena.
  15.  # 216

    Colocado por: PeSilvaÉ que eu ainda não descobri nenhum direito que o seja por iminência neste sistema, todos podem ser alterados por "Deus" (estado) ...


    Sim, qual é a dúvida? São direitos garantidos pelo estado, e o estado garante os direitos enquanto der. Quando não der, reformulam-se os direitos, ou a bem ou a mal. Quando der para mais direitos, garantem-se mais.
  16.  # 217

    Colocado por: danobregaEsse exemplo é estúpido e é uma distorção absoluta de um sistema socialista. É umfalso dilemae está cheio de assumpções falsas como assumir que quem não se esforça ou é preguiçoso é que não consegue ganhar.

    Pelo contrário, todos os dias nos deparamos com a validade desta metáfora aparentemente simplista. Nem vale a pena falarmos das reprovações das sociedades ex-comunistas, basta lembrarmo-nos do chumbo de uma certa turma medíocre e cábula que acaba por pedir auxílio ao FMI e à troika, sucessivas vezes.
  17.  # 218

    Pá... era um exemplo simples de uma situação em que se obrigares a redistribuir a riqueza o resultado seria melhor do que se não obrigares. É um exemplo simples e puramente lógico. Se começam a fazer perguntas do estilo "e se o 1º preferir coçar os tomates em vez de apanhar 8 rebuçados?"
    A resposta é: Não quero saber! Está provado por A mais B, de uma formalógicae com um exemplo concreto em que é possível tal sistema. Ponto final. Se queres alegar que não é possível tal coisa, está ai a prova que é.


    A tal forma "lógica" começa por se basear na ideia ilógica de que apanhar 5, 8, 10 ou 20 rebuçados terá o mesmo resultado para A, e que por qualquer razão ele preferirá apanhar mais sabendo que o excedente lhe será retirado e entregue a outrem. Se quiser aceitar essa premissa como lógica, parece-me um abuso referir-se ao exemplo do professor como "um falso dilema e está cheio de assumpções falsas como assumir que quem não se esforça ou é preguiçoso é que não consegue ganhar".

    A vosso medo é contrariado, em parte é claro, pela realidade. As pessoas tentam produzir mais, mesmo descontando mais em percentagem. É claro que dada a hipótese de não o fazerem, preferiam. Mas essa hipótese é geralmente interpretada como sendo uma excepção e não a regra. Se a pergunta for não se pagam impostos e não há qualquer tipo de cooperação imposta a generalidade da população é manifestamente contra.

    A chave aqui é "imposta". Removida a autoridade e a coerção, sobra a necessidade de cooperação voluntária.

    Mas a ideia que as pessoas só agem por puro egoísmo e principalmente por interesses meramente económicos é uma ideia sem qualquer reflexo na realidade. As observações mostram de forma empírica o contrário.


    Agir por egoísmo não é necessariamente sinónimo de "interesses meramente económicos". Se quiser, podemos dizer que o homem age sempre para maximizar o seu bem-estar, e que este não é apenas económico. Se quisermos, podemos até concluir que o altruísmo é apenas uma forma de satisfazermos uma necessidade egoísta. Dito isto, mesmo dois "altruístas" podem retirar um "valor" diferente de um mesmo acto de bondade.
  18.  # 219

    A propósito...

    É bom recordar!

    http://aspirinab.com/valupi/1640-ai-sim/
  19.  # 220

    Colocado por: luisvv
    A tal forma "lógica" começa por se basear na ideia ilógica de que apanhar 5, 8, 10 ou 20 rebuçados terá o mesmo resultado para A, e que por qualquer razão ele preferirá apanhar mais sabendo que o excedente lhe será retirado e entregue a outrem


    As preferências humanas não seguem (apenas) os racionais económicos... E isso não é ilógico, é uma premissa. Dadas as premissas, a conclusão é válida. Não preciso de provar a premissa.

    Colocado por: luisvvSe quiser aceitar essa premissa como lógica, parece-me um abuso referir-se ao exemplo do professor como"um falso dilema e está cheio de assumpções falsas como assumir que quem não se esforça ou é preguiçoso é que não consegue ganhar".


    As premissas não são lógicas, são premissas. O que é lógico (ou não) é o processo dedutivo dadas as premissas. Pode ter uma conclusão lógica dadas premissas falsas (e não ilógicas).

    A diferença entre o meu exemplo e o do professor é o seguinte:

    Eu estou a provar que existem sistemas de regras possíveis em que tirar de uns para dar a outros pode maximizar um resultado esperado do sistema. Para provar tal coisa basta-me dar um exemplo.

    O Sr. Professor está a tentar provar/alegar que TODOS os sistemas com redistribuição de recursos resultam em sistemas não óptimos e sempre piores que sistemas sem redistribuição. Para provar tal coisa só o poderia fazer por contradição da negação, que nem foi isso que fez. Assumia o contrário, e chegava a uma contradição. O professor limitou-se a dar um exemplo parvo e, mesmo que não fosse parvo e fosse verdadeiro, nunca poderia fazer um salto indutivo de um exemplo para todos os exemplos. Trata-se da falácia da composição.

    Colocado por: luisvvA chave aqui é "imposta". Removida a autoridade e a coerção, sobra a necessidade de cooperação voluntária.


    Prova a realidade que não é verdade. Os exemplos que temos é que retirada a autoridade de um lado, ela passa para outro. E não sendo possível um sistema totalmente arbitrário, o melhor sistema autoritário (o menos mau) é o que tenta delegar a autoridade à sociedade como um todo.

    Colocado por: luisvvAgir por egoísmo não é necessariamente sinónimo de "interesses meramente económicos". Se quiser, podemos dizer que o homem age sempre para maximizar o seu bem-estar, e que este não é apenas económico. Se quisermos, podemos até concluir que o altruísmo é apenas uma forma de satisfazermos uma necessidade egoísta. Dito isto, mesmo dois "altruístas" podem retirar um "valor" diferente de um mesmo acto de bondade.


    Sim pode, desde que a gente se entenda a falar não há problema. Pode-se dizer que pelo menos há um interesse emocional próprio. Mas há casos limite em que nem isso é verdade, mesmo que seja o caso normal.
 
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