Não sei se é anedota, mas na minha terra contava-se que uma pessoa foi pedir dinheiro emprestado a uma tabacaria da esquina. O lojista respondeu: - Olha, desculpa mas não posso porque fiz um acordo com o banco (que ficava à frente). Nem eu posso emprestar dinheiro, nem o banco pode vender jornais e tabaco...
Outras curiosas:
Se queres perder um cliente, empresta-lhe dinheiro (ficas sem os dois)! Fiado, só amanhã! Fiado só a maiores de 90 anos acompanhados pelo pai! O fiado é como a barba, se não se corta, cresce! Queres fiado? Toma! (Imagem do zé povinho a fazer aquele gesto...)
Diz-se quando queremos fazer um bom negócio, por meio da melhor oferta: ainda que o(s) interessado(s), na compra, seja o nosso compadre ou o familiar mais chegado, tem de igualar o lance, se quer fechar o negócio, ou fica de fora..
Enxoval que não vai com a noiva, tarde ou nunca chegará.
É certo e sabido que ou o enxoval acompanha a noiva até ao casamento ou, depois, será mais difícil consegui-lo. É simplista esta «tradução», mas toda a gente percebe. Agora faça-se um pequeno ensaio de uma interpretação livre, libérrima. Pode não se concordar, qualquer outra interpretação é bem-vinda e, quantos mais saberes, tanto melhor. Vamos à procura do famoso criado Grilo e do rico e abastado Jacinto, personagens do romance «A Cidade e as Serras»* de Eça de Queirós. É sabido que Jacinto veio de Paris e regressou a Tormes. Encarregou o criado Grilo de transportar e cuidar das bagagens - onde estava o enxoval - até estas chegarem ao seu destino. Acontece que aquelas se extraviaram e foram parar a Alba de Tormes, em Espanha. O pobre do Jacinto acabou por chegar à serra apenas com a roupa no corpo porque não trouxe, com ele, o enxoval. É por isso que enxoval que não vai com a noiva/o noivo, tarde ou nunca chegará.
*Li este romance na minha juventude, quer dizer que já não sei muitos pormenores, embora me lembre, vagamente, do «exagero» do autor a descrever as maravilhas da civilização.
Se queres ver o teu camarada a andar, põe-te a mxjar .
Um pouco rude , mas é assim que conhecemos o provérbio. Vejamos se a explicação é entendível: há um grupo de amigos que decide, na desportiva, fazer uma caminhada. E lá vão eles, no seu ritmo, a par, ou em fila. Eis senão quando se cruzam com outra pessoa, conhecida ou amiga de um dos caminheiros, o qual decide parar, por breves instantes, para umas palavrinhas de cortesia; enquanto isso os restantes membros do grupo vão-se distanciando, na caminhada. A dada altura, quando o caminheiro se dá conta, já os colegas caminhadores estão bem longe. Assim é!