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    • Itsme
    • 27 setembro 2017 editado

     # 1

    A CMartin está protegida contra os feitiços. Ela tem um Santo só para ela...
    Se se meterem com ela estão bem lixados!
    Concordam com este comentário: CMartin
      144710186128 (3).gif
  1.  # 2

    Colocado por: ItsmeEstão todos lixados!

    Especialmente se não vir aqui os arquitectos muito em breve.

    Obrigada it's me ;o)
    • Itsme
    • 27 setembro 2017 editado

     # 3

    Reparem que o Santo é mesmo à medida dela....
    Tem Bilocação, Voa, trata dos maribondos.
    (perdão queria dizer moribundos)
  2.  # 4

    Com a porrada de pessegueiro por ai plantados andam a tratar deles para ver se dão frutos.n


    lololololo
  3.  # 5

    Colocado por: ItsmeZedaSilva, veja lá se quer que lhe reze a makumba.
    Não me parece que haja Santo Protector para os malandros dos fiscais.

    Claro que há!
    É São Filomeno.
    • Itsme
    • 28 setembro 2017 editado

     # 6

    Claro que há!
    É São Filomeno.


    Esse Santo Filomeno ñ existe.
    Andei à procura e nenhum quer apadrinhar os malandros dos fiscais.
    As makumbas, que ensinou à C Martin, ainda lhe acertam em cheio no lombo.
      bruxa148.gif
  4.  # 7

    Colocado por: ItsmeEsse Santo Filomeno ñ existe.

    Claro que existe, você de makumbas até pode perceber alguma coisa mas de santos não pesca nada.
    São Filomeno é o protetor dos músicos e dos palhaços (fiscais)
    • Itsme
    • 28 setembro 2017 editado

     # 8

    laro que existe, você de makumbas até pode perceber alguma coisa mas de santos não pesca nada.
    São Filomeno é o protetor dos músicos e dos palhaços (fiscais)

    Será este? Mas este ñ é uma gaja? ...
    E está a empurrar-vos. Mau...mau!
      161 (1).jpg
  5.  # 9

    Colocado por: Itsme
    Será este?


    Não!
    É este.
    Corria o ano de 287 da era Cristã. O Imperador Diocleciano decretou que todos os cidadãos deveriam prestar homenagem pública aos deuses pagãos. Um cristão rico e pragmático, querendo agradar a Deus, resolveu contratar o mais reputado palhaço, Philemon, para ir até o templo, substituindo-o, e lá cumprir as obrigações com os deuses em seu nome. Philemon ainda se disfarçou de cristão rico mas na hora de dar início ao ritual, surpreendeu a todos dizendo: – Não o farei! A plateia, então, reconhece-o e grita. – É Philemon, o stupidus!
    O templo todo entra em delírio com a peripécia do palhaço. Mas aquilo não era uma piada. Philemon tinha-se convertido. Philemon é martirizado e executado. Hoje é conhecido por São Filomeno, santo e mártir da Igreja Católica, protetor dos músicos, comediantes e palhaços, é festejado no dia 1º de novembro.
    • Itsme
    • 28 setembro 2017 editado

     # 10

    protetor dos músicos, comediantes e palhaços, é festejado no dia 1º de novembro.

    Passou mal, esse tal, Philemon, quem o mandou andar a disfarçar-se?
    Mas ele, afinal, já ñ é o patrono dos fiscais?
    Embirrou primeiro com o imperador e depois com os fiscais.
    - Nada Stupidus
  6.  # 11

    Colocado por: ItsmeMas, ele afinal já ñ é o patrono dos fiscais?

    Claro que é!
    Imagino que o Itsme não esteja muito habituado a andar nas obras, se estivesse, certamente que já teria assistido muitas vezes à entrada do fiscal na obra e ao momento em que o trolha resmunga.
    - Pronto lá vem aquele palhaço outra vez!
    Ou então quando o fiscal tenta convencer o trolha que aquilo não deveria ser feito assim e ele responde:
    _ Ó sr. fiscal. por amor de Deus, não me venha dar musica que eu já ando nisto à mais de 30 anos.
  7.  # 12

    Tou a ver... agora pensa que os fiscais são palhaços de realejo..
    Nã ta mal explicado, nã senhor!
    Mas se o Santo é assim tão Zarolho, cuide-se!
    • Itsme
    • 28 setembro 2017 editado

     # 13

    Agora a menina Martin precisa é que lhe desempatem a loja!
    Toca a andar, cambada!
    XÔ. Xô...
  8.  # 14

    (..continua daqui: https://forumdacasa.com/discussion/50920/4/portugal-etnografia-e-arquitectura/#Comment_1126141)

    IX
    PORTUGAL DE PERTO
    A BUSCA DA PSICOLOGIA ÉTNICA

    GUERRAS CULTURAIS EM TORNO
    DA ARQUITECTURA POPULAR

    UM LUGAR AMENO NO CAMPO: A CASA PORTUGUESA


    Um dos aspectos mais salientes da produção etnográfica e antropológica
    de Adolfo Coelho é constituída sem dúvida pelos sucessivos programas de tra-
    balho que redigiu (1993b [1880], 1993d [1890] e 1993e [1896]). Esses pro-
    gramas são muito desiguais quanto às suas inspirações e alcances. Mas em
    todos eles Adolfo Coelho procede a uma listagem sistemática - por vezes
    extremamente desenvolvida - dos principais temas e objectos de estudo que
    deverão preocupar os etnógrafos e antropólogos portugueses.

    Este afã classificatório dos Programas de Adolfo Coelho é susceptível de
    vários comentários (cf. Leal 1993a). Por seu intermédio somos confrontados
    com as primeiras tentativas de sistematização de um campo de estudos que dava então em Portugal os seus primeiros passos. A um outro nível, eles são importantes testemunhos do processo de alargamento de interesses de pesquisa
    jjitropológica portuguesa no decurso do século XIX.
    Gostaria porém de os considerar aqui, adoptando um outro ponto de vista,
    como uma ilustração daquilo que Richard Handler definiu como processos
    de objectificação da cultura (Handler 1988). Os planos de aplicação deste
    conceito na obra de Handler são dois. Em primeiro lugar, o conceito tem a ver com o modo como os discursos nacionalistas encaram a cultura nacional no seu conjunto. Esta é objectificada, no sentido em que, «como uma coisa, uma nação ou um grupo étnico são vistos como sendo permanentemente delimitados e como podendo ser distinguidos com precisão (...). Em segundo lugar, o conceito de objectificação tem a ver com o modo como a cultura nacional é vista como «um objecto natural ou uma entidade feita de (outros) objectos e entidades ou traços».

    Isto é segundo Handler, a possibilidade de se falar da cultura nacional como uma entidade estaria estreitamente ligada a um processo de objectificação dos próprios elementos componentes dessa cultura.
    Esta segunda acepção do processo de objectificação da cultura é desenvolvida com mais detalhe no capítulo que, na sua monografia, Handler consagra ao estudo do lugar do folclore na emergência e constituição de um discurso nacionalista no Québec.

    A objectificação da cultura é aí vista como um processo que transforma determinados traços da cultura tradicional em objectos discretos que devem ser estudados, catalogados e mostrados. Esse processo envolve selecção e reinterpretação. O objectificador olha para um meio familiar e descobre que é formado de traços tradicionais, coisas que ele extrai daquilo que era tido até aí como um fundo cultural «encarado com naturalidade» e transforma em especímenes típicos de outra coisa completamente diferente. A objectificação é justamente esse processo que consiste na transformação de determinados traços da vida tradicional em objectos representativos de uma cultura nacional, coisas que só nós temos e os outros não, coisas sobre que repousa a possibilidade mesma de se falar de uma cultura nacional como própria, específica, distinta, original.
    (...).

    (...)a etnografia e a antropologia portuguesa - com a cumplicidade de outras
    áreas disciplinares de uma ou de outra forma interessadas no popular - podem
    ser encaradas como disciplinas onde se efectua esse trabalho de objectificação da cultura popular portuguesa, indispensável à plena assumpção de Portugal como nação distinta e singular.


    Ora bem, entre os objectos de pesquisa recorrentemente indicados por
    Adolfo Coelho nos seus Programas encontra-se a habitação. No Programa de
    1880, a referência é ainda breve, resumindo-se à indicação da importância da realização de estudos etnográficos sobre a «construção das casas» e «cabanas».
    Apesar do seu carácter quase alusivo, é grande a importância dessa referência seminal ao tema da arquitectura popular. "


    Fonte: a mesma
  9.  # 15

    E repete-se, citando..

    Colocado por: CastelaSim, antes da arquitectura, há a terra.

    Mas desde sempre existiu uma inata obsessão pelo espaço e pelo seu domínio e em que um povoado não é mais que uma colagem de “lugar”, construção e tempo, num vazio envolvente em que na sua potencial aparência escultórica confronta esse espaço com o que acontece, cresce e floresce.

    Para estas questões do tópico, não conheço melhor que este livro:https://www.fnac.pt/Portugal-O-Sabor-da-Terra-Jose-Mattoso/a961, pelo historiador José Mattoso, a geógrafa Suzanne Daveau e o fotógrafo Duarte Belo.

    E como diz José Mattoso no prefácio: "O território é o elemento permanente da identidade"
  10.  # 16

    Colocado por: CMartinE repete-se, citando..



    Concordo! :)
    •  
      CMartin
    • 10 março 2018 editado

     # 17

    Colocado por: Castela

    Concordo! :)

    Olá Castela :o)
    Concordando, vamos lá à continuação disto então..que bom!
  11.  # 18

    Colocado por: CMartin
    Olá Castela :o)
    Concordando, vamos lá à continuação disto então..que bom!


    Então, aqui vai uma pequena e (muito) resumida história com estórias…

    Portugal, Colonização, Etnografia, Arquitetura, Musseques e Poesia

    Quando no verão de 1415 Portugal conquistou Ceuta, iniciou-se o que viria a designar-se por Descobrimentos Portugueses e foi simultaneamente o prelúdio do que mais tarde se estabeleceu como Império Colonial Português.
    País virado para o mar, depois da sua fronteira consolidada com o tratado de Alcanises, Portugal foi além-mar, iniciando a exploração marítima que teve em África a sua primeira paragem, num impulso expansionista e mercantil, mas sobretudo, inicialmente, uma idealização evangelizadora, assente na difusão da religião cristã.
    Assim, com os descobrimentos, Portugal desbravou “novos” territórios encetando desde logo contactos com os locais, promovendo trocas comerciais, estabelecendo acordos, criando rotas mercantis e dando início à disseminação da fé cristã.
    Deste modo, fruto desta dinâmica expansionista, Portugal constituiu-se durante um significativo período de tempo da sua história, como um importante império colonial, mas sempre com um domínio precário e com uma ocupação portuguesa efetiva ainda algo incipiente, quase resumida a alguns “lugares-tenentes”, missionários, mercadores e comerciantes.
    No entanto, no decurso do século XVIII os ventos começaram a mudar, e com a revolução industrial e um capitalismo decorrente desta, assente também no comércio livre, os monopólios comerciais começaram a ficar debaixo de fogo, donde resulta um cada vez maior interesse da europa por colónias africanas e que culminará no Ultimato Inglês.
    Por outro lado, com a independência confirmada do Brasil em 1825, e perdido um importante “sustento” da economia portuguesa, Portugal vira-se (ainda não “rápido e em força”) para África resultando mais tarde na criação do ministério das colónias pela fresca República, num ardiloso modelo económico descentralizador que retirava dividendos dos territórios colonizados, mas não acarretando financiamento por parte do colonizador, descentralização essa que o “Estado Novo” mais tarde se vai encarregar de derrogar com o “Acto Colonial de 1930” numa tentativa de deitar mão e retirar o máximo proveito das riquezas das colónias africanas.
    É neste quadro, aqui muito abreviado e incompleto, de um processo histórico tantas vezes incerto que se forjou uma relação de poder e violência entre a potência colonizadora e os territórios colonizados e que moldou o intrincado e agitado relacionamento entre ambos, pois essa dominação nunca encontrou total submissão, e a resistência ao colonizador, nas suas várias vertentes, foi permanente neste processo
    Desde logo, houve a tentativa do colonizador (O “cão-tinhoso” nas palavras de Honwana) de impor uma cultura europeia e ao mesmo tempo fragmentar a africana que conduziu à “falsificação da consciência do negro”, à coisificação do negro e ao desmembramento das sociedades indígenas e essa despaganização e esse afastamento das raízes culturais e civilizacionais do negro colonizado tiverem também uma curiosa singularidade no âmbito da arquitetura e no planeamento e desenvolvimento urbano, nomeadamente a cidade e os seus limites.
    Assim, a cidade, como um canto de sereia, exerce uma poderosa atração para aqueles que a vêm como uma possibilidade de ascensão social e económica atraídos pela hipótese de emprego, fruto de uma dinâmica comercial e industrial, característica destes espaços urbanos e dos seus arredores.
    Este exôdo rural correspondeu e contribuiu para o desenraízamento já referido, pois na busca desse “eldorado” por um lado perdia-se essa identidade, referencial e cultural conhecida, uma certa tradicionalidade, mas em substituição não se concretizavam os seus desejos e anseios, e no limbo dessa utopia, o homem negro sentia-se perdido, marginalizado, causando-lhe natural revolta e frustração, mais uma vez…
    Mas se nessa deslocalização a cidade ficou ainda assim longe, pois o espaço “destinado” era a periferia das cidades, os entretanto criados musseques assumem-se como espaços sociais dos colonizados, em que a sua configuração labiríntica e fechada sobre si própria, auto-construída, mas também as suas condições precárias potenciaram a formação de uma personalidade e de uma identidade nacional no seio dessa população, o desenvolvimento de um forte sentido de resistência ao colonialismo e a construção de um verdadeiro espírito, ambiente e ideário revolucionário, que tanto inspirou poetas, escritores e cantores populares.
    Só como breve nota, não deixa de ser irónico que o colonizador que propiciou a criação destes musseques, seja também o que para, igualmente procurar melhores condições de vida e mesmo para fugir à guerra colonial, foi fundar por exemplo as bidonvilles em França, em que numa igualmente irónica alteridade passou do papel de colonizador a “colonizado” e viveu as vicissitudes daí resultantes.
    Mas retomando, assim o musseque tornou-se numa espécie de imensa agremiação social, cultural e recreativa e por isso, uma incubadora das literaturas africanas de expressão portuguesa, ao aglutinar tensões e insubmissões mas sobretudo a arregimentar um ideário que se consubstanciaria na edificação de uma literatura que se revelaria como importante arma de combate ao colonialismo e um desígnio de libertação, que não se pode dissociar do contexto histórico e dessas circunstâncias culturais próprias.
    Neste âmbito, entre outras, a poesia angolana e moçambicano deu um inegável contributo para a resistência e posterior emancipação quer do seu povo, quer da sua literatura, cujo mote era a “negritude”, como afirmação do homem negro universal e como combate à alienação imposta pelo colonialismo e que num primeiro momento se insurgiu contra a literatura europeizante, recusando-a e rompendo com os seu modelos e assumindo-se como alternativa, nesse processo de busca de identidade, num processo de rescrever e reinventar o africano, mas também de confronto com uma literatura colonial que servia de instrumento ideológico desse colonialismo, não se podendo dizer contudo que ela era completamente dissociável ou inseparável dela, pois é também em si, uma miscigenação de diversas literaturas.
    De notar que os africanos tinham uma especial preferência pela poesia, pois permitia uma melhor e mais rápida transmissão, pela sua tradição oral, mas também porque essa oralidade encerrava em si uma espécie de código social, quase sagrado, de depósito da memória, transmissão de experiência, do saber instituído, por isso, uma instituição.
    Subindo ao início, um dos primordiais e principais propósitos dos descobrimentos foi a evangelização dos povos, por sua vez, a cidade, que potenciou a literatura africana de expressão portuguesa foi também ela o principal veículo de evangelização do povo colonizado e que o conduziu à sua libertação e a uma verdadeira restituição da genuína identidade africana.
    Castela
    Estas pessoas agradeceram este comentário: CMartin, nunogouveia
  12.  # 19

    Castela.
    É um assunto que me é querido, tendo eu própria nascido numa ex colónia.
    A arquitectura colonial encanta-me.
    Sobre a independência, a Africanidade e a Portugalidade andarão, a meu ver, (e no meu sentimento), sempre de mãos dadas, foram muitos anos de irmandade.
    E talvez quem tenha vivido em França terá o mesmo sentimento, um "bidonvillismo" no sangue.
    Há coisas que se tornam intrinsicamente nossas, quando as vivemos e amamos.
  13.  # 20

    Musseque Luanda Norte

    Fonte : www.trekearth.com/gallery/Africa/Angola/North/Luanda/Luanda/photo8899.htm
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Castela
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