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  1.  # 61

    :o)
    Concordam com este comentário: Caravelle
    •  
      CMartin
    • 2 setembro 2017 editado

     # 62

    Colocado por: CMartin
    Sou grande entusiasta da arquitectura portuguesa, e mais da antiga. Adoro a arquitectura popular, apesar da sua simplicidade e pobreza, acho que tem uma riqueza imensa, por representar ou ter representado uma nação maioritariamente agrária, e um passado construtivo que apesar de muito duro, e um passado também de tempos duros, acredito que, mais genuíno, mais ao nosso verdadeiro estilo.

    Penso ter que completar este raciocínio.
    O passado julgo não nos envergonhar. Se de um povo maioritariamente agrário originámos, e talvez até em muito assim continuamos, é motivo de orgulho.
    Em nada diferem as nossas origens das origens dos restantes países europeus, também eles nascidos da agricultura.
    Também eles com estigmas do passado ( o holocausto na Alemanha, por exemplo, e que os persegue moralmente).
    Assim, também a nossa cultura e costumes e tradições é motivo de orgulho, pois identificam-nos como Nação única e distinta.
    Daí, a nossa arquitectura popular não deverá ser vista negativamente, como herança de um passado sofrido e difícil, se assim o foi, mais razão de nos orgulharmos das gerações antigas e do que sofreram por nós, pelo País que, entretanto, em tanto evoluíu.
    A arquitectura antiga portuguesa é também a nossa bandeira. Orgulhemo-nos dela e do passado, o de um dos mais antigos, se não o mais antigo país da Europa.
    Foi esta parte da razão deste meu tópico. A nossa cultura e a nossa arquitectura, únicas. Para mim, lindas, um orgulho para todos nós que somos Portugal. Repudiar é repudiar-mo-nos a nós próprios.
  2.  # 63

    (..continuação)

    VII
    PORTUGAL DE PERTO

    A BUSCA DA PSICOLOGIA ÉTNICA

    (PASCOAES E) A «INVENÇÃO» DA SAUDADE

    O quadro que acabámos de descrever conhecerá uma significativa alteraçãova partir dos anos 1910 e 1920. Mas, tal como no caso das teses lusitanistas - formuladas basicamente no âmbito da arqueologia e só depois trabalhadas pelos antropólogos -, também neste caso o impulso transformador provém de um campo exterior à antropologia no sentido mais estrito da palavra.
    De facto, foi a partir da literatura - ou, se se quiser, do ensaísmo de natureza literária - que o tema da psicologia étnica foi decisivamente reestruturado nas primeiras décadas do século XX.

    Nesse processo um personagem desempenha um papel central: Teixeira de Pascoaes. Poeta, escritor, ensaísta, Pascoaes é também o chefe de fila de um movimento literário conhecido por «saudosismo» que se desenvolveu a partir de 1912, como um movimento artístico e literário de reacção contra o cosmopolitismo.
    (...), o movimento liderado por Pascoaes insere-se no quadro mais geral das tendências nacionalistas que se desenvolviam na vida portuguesa desde os anos 90 do século XIX e que se acentuaram com a implantação da República (cf. Ramos 1994), encarada como uma ocasião única para a regeneração do país. Os principais objectivos do movimento eram devolver à cultura nacional e à vida portuguesa em geral a sua grandeza perdida, substituindo as influências estrangeiras - tidas como responsáveis pelo declínio do país desde os descobrimentos - pelo culto das coisas portuguesas, que reflectissem a alma nacional.

    E neste quadro genérico que Pascoaes irá propor a saudade como tema estruturador central do carácter nacional português.
    •  
      CMartin
    • 7 setembro 2017 editado

     # 64

    Saudade

    Saudade é uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa (e também galega[carece de fontes]) e também na música popular.[carece de fontes] "Saudade" descreve a mistura dos sentimentos de perda, falta, distância e amor. A palavra vem do latim "solitatem" (solidão), passando pelo galego-português "soidade", que deu origem às formas arcaicas "soidade" e "soudade", que sob influência de "saúde" e "saudar" deram origem à palavra atual.
    (...)

    Etimologia
    O termo "saudade" provém da palavra latina "solitas", pela sua forma declinada "solitate(m)". Passou ao galego-português como "soedade" > "soïdade"que deu origem a "soidade" em língua galega, "suidade" em língua mirandesa e "soidade" / "soudade" em língua portuguesa.

    Pensa-se que por influência de "saúde" e "saudar", surgiu a variante "saudade" que atualmente predomina em português. O étimo latino foi produtivo em outras línguas românicas, por exemplo no castelhano "soledad", mas em nenhuma delas adquiriu o mesmo significado que na língua lusa.
    A origem etimológica das formas atuais "solidão", mais corrente e "solitude", forma poética, é o latim "solitudine" declinação de "solitudo, solitudinis", qualidade de "solus". Já os vocábulos "saúde, saudar, saudação, salutar, saludar" proveem da família "salute", "salutatione", "salutate", por vezes, dependendo do contexto, sinônimos de "salvar, salva, salvação" oriundos de "salvare, salvatione".[carece de fontes]

    Na formação do termo "saudade", o vocábulo sofreu uma interfluência entre o estado de estar só, sentir-se solitário - oriundo de "solitarius" que por sua vez advém de "solitas, solitatis", possuidora da forma declinada "solitate(m)", e a associação com o ato de receber e acalentar este sentimento traduzido com os termos oriundos de "salute e salutate", que na transição do latim para o português sofrem uma síncope e perde a letra interna l, simplesmente abandonada, enquanto o t não desaparece, mas passa a ser sonorizado como um d.[carece de fontes]

    No caso das formas verbais, existe a apócope do e final. O termo saudade acabou por gerar derivados como a qualidade do "saudosismo" e seu adjetivo "saudosista" - apegado a ideias, usos, costumes passados, ou até mesmo aos princípios de um regime político decaído, e o termo adjetivo de forte carga semântica emocional, "saudoso" - que é aquele que produz o sentimento de saudade, podendo ser utilizado para entes falecidos, ou para substantivos abstratos como em "os saudosos tempos da mocidade", ou, ainda, não referente ao produtor, mas aquele que sente e que dá mostras de saudades.[carece de fontes]

    Intraduzível
    Existe um mito multissecular segundo o qual a palavra 'saudade' só existe na língua portuguesa e como tal não tem vocábulos equivalentes em outras línguas, impossibilitando uma correta tradução. Contudo, isso não é verdade.
    A teoria ganhou renovada popularidade quando a empresa britânica Today Translations promoveu uma listagem das palavras mais difíceis de traduzir adequadamente, com as opiniões de mil tradutores profissionais, onde "saudade" granjeou o sétimo lugar. Isto acontece, segundo Carolina Michaëlis por ser uma palavra corrente, indissociável da cultura portuguesa e com um significado complexo
    :

    “ “[Saudade é a] lembrança de se haver gozado em tempos passados, que não voltam mais; a pena de não gozar no presente, ou de só gozar na lembrança; e o desejo e a esperança de no futuro tornar ao estado antigo de felicidade.”

    — Carolina Michaëlis, "A Saudade Portuguesa".

    (...)
    Fonte: Wiki
    Texto Completo Aqui : https://pt.wikipedia.org/wiki/Saudade
  3.  # 65

    Luís De Camões
      slide_5.jpg
    •  
      CMartin
    • 7 setembro 2017 editado

     # 66

    (..continuação)

    VIII
    PORTUGAL DE PERTO

    A BUSCA DA PSICOLOGIA ÉTNICA

    (PASCOAES E) A «INVENÇÃO» DA SAUDADE

    (...)D. Duarte, Duarte Nunes de Leão, Luís de Camões, Rodrigues Lobo ou Almeida Garrett já tinham encarado a saudade como um motivo especificamente português.

    No final do século XIX, António Nobre (1867-1900) tinha de novo colocado o tema da saudade na agenda poética e cultural portuguesa, estabelecendo um nexo entre a nostalgia da grandeza perdida da pátria e nostalgia da felicidade da sua infância. Mas, independentemente destes desenvolvimentos anteriores, com Pascoaes era a primeira vez que alguém considerava a saudade não apenas como um tema especificamente português, mas como o tema português por excelência, no quadro de um empreendimento de cariz declarada e resolutamente nacionalista com repercussões importantes na vida cultural portuguesa.

    Propondo a saudade com núcleo estruturador da alma portuguesa, Pascoaes irá reestruturar profundamente o modo como a temática da psicologia étnica portuguesa era até então vista. Assim, e em contraste com a dispersão até então prevalecente, parece gerar-se um consenso sobre a melhor maneira de caracterizar a psicologia étnica portuguesa.
    •  
      CMartin
    • 7 setembro 2017 editado

     # 67

    De facto, e em primeiro lugar, Pascoaes encarava a saudade como algo que definiria a especificidade da psicologia étnica portuguesa ao nível dos sentimentos
    e das emoções. No seguimento de Duarte Nunes de Leão e de Almeida Garrett, Pascoaes definiu a saudade como «o desejo do ser ou da coisa amada, em conjunto com a dor pela sua ausência. Desejo e dor confundem- se num só sentimento» (Pascoaes 1986 [1912]: 25) que combina um elemento carnal ou material - o desejo - com um elemento espiritual - a dor -, uma orientação em relação ao passado - a dor como recordação - com uma orientação em direcção ao futuro - o desejo como esperança. A saudade seria nessa medida, de acordo com Pascoaes, um sentimento contraditório que ligaria universos tidos usualmente como separados, como o material e o espiritual,o passado e o presente.

    Definida desta forma, a saudade deveria ser considerada, em segundo lugar, não apenas como a essência mesma da alma portuguesa, mas como um
    factor de hierarquização positiva da cultura nacional. De facto, a saudade seria o grande sentimento que se encontraria por detrás da grandeza de Portugal e dos principais acontecimentos que sucessivamente lhe deram expressão, como a fundação de Portugal por D. Afonso Henriques, a vitória de 1385 em Aljubarrota, os descobrimentos, o sebastianismo, a Restauração de 1640 ou a revolução republicana de 1910. Nessa exacta medida, restituir à saudade o seu lugar central na vida portuguesa seria equivalente a recuperar para Portugal a sua grandeza perdida.


    Simultaneamente, na argumentação do carácter português da saudade, Pascoaes recorreu abundantemente a factos extraídos do universo da cultura popular portuguesa.
    A semelhança de Teófilo Braga, concedeu grande importância à poesia popular portuguesa e, em particular, ao cancioneiro popular, encarando-o como «a obra mais representativa da raça» e como aquela onde melhor «transparece a fusão dos contrastes» (Pascoaes 1978 [1915]:
    Rituais religiosos como a Encomendação das Almas assim como outras expressões da religiosidade popular foram também utilizadas por Pascoaes como instâncias fundamentais de demonstração do carácter português da saudade.

    Imagem: A história da bandeira portuguesa
    Fonte da imagem : https://www.timetoast.com/timelines/a-historia-da-bandeira-portuguesa
      Historia Bandeira Portuguesa.jpg
  4.  # 68

    Colocado por: CMartinRituais religiosos como a Encomendação das Almas assim como outras expressões da religiosidade popular foram também utilizadas por Pascoaes como instâncias fundamentais de demonstração do carácter português da saudade.


    O canto das almas ou encomendação das almas é uma tradição popular católica secular, frequente em Portugal desde, pelo menos, o século XVII (...) É característico da Quaresma, embora também fosse cantado no dia de finados (vide pão-por-Deus) e no ano-novo (em combinações diversas com janeiras e reisadas).

    (...)
    Em Portugal as tradições são bastante distintas de região para região. Em alguns locais, pode ser classificado como um peditório ritualizado no qual um grupo de populares, vestidos de negro, percorre as casas da localidade, geralmente durante a noite, cantando orações numa melodia fúnebre de forma a condoer os habitantes a efetuar donativos (e orações) pelas almas do purgatório(para que as almas no limbo possam ascender ao Céu). Este ato era promovido através de indulgências especiais. Noutras localidades, não se visitavam casas, mas efetuava-se o canto em locais centrais, elevados ou em procissão pelas ruas, para que os paroquianos o escutassem e orassem pelas almas.
    Este fenómeno definhou em meados do século XX, sobrevivendo hoje em dia em poucas localidades lusas. Contudo, tem sido alvo de tentativas de revivalismo


    Fonte e texto completo : https://pt.wikipedia.org/wiki/Canto_das_almas
  5.  # 69

    Sim, antes da arquitectura, há a terra.

    Mas desde sempre existiu uma inata obsessão pelo espaço e pelo seu domínio e em que um povoado não é mais que uma colagem de “lugar”, construção e tempo, num vazio envolvente em que na sua potencial aparência escultórica confronta esse espaço com o que acontece, cresce e floresce.

    Para estas questões do tópico, não conheço melhor que este livro: https://www.fnac.pt/Portugal-O-Sabor-da-Terra-Jose-Mattoso/a961 , pelo historiador José Mattoso, a geógrafa Suzanne Daveau e o fotógrafo Duarte Belo.

    E como diz José Mattoso no prefácio: "O território é o elemento permanente da identidade"
    •  
      CMartin
    • 8 setembro 2017 editado

     # 70

    Colocado por: CastelaSim, antes da arquitectura, há a terra.

    O que faz com que a arquitectura seja, ou melhor se calhar, fosse, ditada pela terra (é quase pergunta, embora sendo também afirmação).

    Colocado por: CastelaMas desde sempre existiu uma inata obsessão pelo espaço e pelo seu domínio e em que um povoado não é mais que uma colagem de “lugar”, construção e tempo, num vazio envolvente em que na sua potencial aparência escultórica confronta esse espaço com o que acontece, cresce e floresce.

    Porquê o "mas" no início da sua frase ?
  6.  # 71

    Colocado por: CMartin
    O que faz com que a arquitectura seja, ou melhor se calhar, fosse, ditada pela terra (é quase pergunta, embora sendo também afirmação).


    Porquê o "mas" no início da sua frase ?


    A terra no sentido de sítio.

    O "mas" tem a ver com a apropriação do sítio pelos homens.
    Concordam com este comentário: CMartin
  7.  # 72

    Já que gostam destes assuntos deixo mais uns:

    Dias, Jaime Lopes, 1890-1977 - Etnografia da Beira. Idanha-A-Nova : Câmara Municipal de Idanha-A-Nova, [D.L. 1990]-D.L. 1991. 11 vol.

    Sousa, Francisco - O saloio. Loures : Câmara Municipal de Loures, 1995. 28 p.
    Concordam com este comentário: CMartin
  8.  # 73

    Pornografia em Portugal
    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

    A pornografia em Portugal é discreta e funciona mais na base de importação do que exportação. Após a Revolução dos Cravos e com a redacção da Constituição de 1976 abordou-se essa matéria. É proibida a venda e difusão de material pornográfico a menores de 18 anos. Os tempos mudaram os costumes e as atitudes. A Internet facilitou o acesso à pornografia, dificultando no entanto a quantificação e a determinação do estatuto de quem consome pornografia. Em 2005 realizou-se o primeiro Salão Erótico Internacional de Lisboa. Existem também salas de cinema temáticas e sex-shops no país. Produção nacional existe, mas não com o desígnio de indústria. Uma das grandes preocupações é a pornografia infantil, havendo descontentamento em relação à actual lei que, argumenta-se, não é suficiente na prevenção desse crime.
  9.  # 74

    Esta contribuição é sobre o quê Pedro ?
  10.  # 75

    Colocado por: CMartinEsta contribuição é sobre o quê Pedro ?


    Branco e imaculado. (?)

    Cmps!
  11.  # 76

    Capão de Freamunde

    Ainda em tenra idade, pega-se num frango, atenta-se contra a sua dignidade de futuro dominador do poleiro, impedindo-o de vir a … cantar de galo. Descobre-se que a sua carne se torna mais macia e capitosa e quando assado adquire um requintado e inigualável sabor. Eis a justificação da celebridade, popularidade e fama da feira que, na Cidade de Freamunde, se realiza a 13 de Dezembro de cada ano, dia festivo de Santa Luzia.

    A carne de capão sempre foi apontada como iguaria, habitual nos repastos e banquetes reais. Inúmeros historiadores e cronistas referem-na como podendo pedir meças, em qualidade e requinte, à de muitas outras aves que iam à mesa do Rei, como a perdiz, o faisão ou a galinhola.

    Foi, provavelmente, a junção de três factores que levou à criação da receita Capão à Freamunde. Primeiro, as inegáveis qualidades gastronómicas da carne da ave. Segundo, o facto de o capão ser o “ex-libris” de Freamunde. Finalmente, a vontade de receber bem e sempre de braços abertos, aqueles que visitam o Concelho de Paços de Ferreira.
    O Capão de Freamunde, ex-libris da Freguesia de Freamunde, Concelho de Paços de Ferreira, é um frango proveniente de estirpes de crescimento lento, do tipo Atlântico da raça Gallus Domesticus, castrado antes de atingir a maturidade sexual e que se destina exclusivamente à produção de carne.

    O acto de capar remonta ao tempo dos Romanos. Consta-se que o Cônsul Romano Caio Cânio, cansado da perda do sono por causa do cantar dos galos, conseguiu fazer aprovar uma lei impeditiva da existência destas aves na cidade de Roma. Sem contrariar a lei, houve logo quem se lembrasse de uma forma de continuar a usufruir da carne dos galos, capando-os. Terá deste modo surgido uma nova “espécie”, o capão, que ultrapassa em beleza, tamanho e sabor, o galo macho. O “voto” de castidade concede ao animal um ar triste e envergonhado, mas torna-o gordo, opulento, dotado de uma carne tenra e das mais saborosas de todas as aves.


    Com a romanização de todo o território do Noroeste Peninsular e com a criação dos pequenos aglomerados populacionais sobre a jurisdição Romana, a tradição de criação do capão foi passando de geração em geração.

    Os critérios sociológicos, o modo de produção e as condições naturais, conferem ao Capão de Freamunde tipicidade e autenticidade.

    Os machos de estirpe Redbro e das raças tipicamente portuguesas dão origem a Capões de penugem sedosa, brilhante, de penas muito compridas e de coloração diversa (consoante a origem racial), no entanto, destacam-se em formosura os de plumagem cor vermelho a vermelho vivo.

    Etnologicamente, apresenta peito largo com grande abundância de massa muscular, patas e pele de cor amarelada e coxas muito desenvolvidas e musculadas. De tarsos escamosos, largos e de cor amarela. O capão de Freamunde distingue-se, também, pela ausência de crista e barbilhões (removidos aquando da “capadura”) e do seu imponente peso. Possui em carcaça um aspecto macio, pele de cor uniforme e amarelada, fina, lisa, hidratada e com poros pouco marcados. A textura, suculência e flavor, dão à carne do Capão de Freamunde uma qualidade ímpar, cuja fama se prolongou ao longo de gerações.
    ... a feira dos capões

    Se bem que a instituição oficial se tenha verificado em 1719, por uma provisão d'El-Rei D. João V, datada de 3 de Outubro desse ano e “rezestada na chancellaria Mor da Corte e Reino no livro dos officios e Mercês a folhas quarenta e oito; (em) Lisboa occedental (a) dois de Novembro de mil e sete centos e dezanove…”, já alguns séculos antes a prática de capar frangos e de os comercializar era tradição na “freguesia de Salvador de Friamunde de honrra de Sobrosa Concelho de Aguiar de Souza Comarca do Porto…”. Estudiosos indicam-no como costume medieval, de que há mesmo notícia em documentos do Séc. XV, muito anterior, portanto, à provisão atrás citada a qual, no fundo, não mais visava do que a sua legalização e a defesa dos interesses da Confraria de Santo António, em cujo terreiro as feiras se realizavam e das quais pretendia auferir proveitos.

    O melhor da feira, e que lhe granjeou fama e popularidade, é o imenso mercado de aves. Se o capão é o rei da festa, com justiça se poderá dizer que o peru – que à feira também ocorre em numerosos bandos – é a sua vistosa e majestosa corte. Este enorme arraial de emplumados empresta à feira um generoso e inigualável colorido, o que a torna no mais alegre e garrido cartaz de quantas manifestações populares do género se podem fruir na região de Entre-Douro-e-Minho. Não admira, pois, que milhares de forasteiros ocorram, nesta ocasião, à Cidade de Freamunde vindos de todo o Portugal e até de Espanha, sobretudo da vizinha Galiza.

    R E C E I T A
    Capão à Freamunde

    Embriaga-se o capão, com um cálice de vinho do porto e passado meia hora, mata-se, depena-se, abre-se e lava-se. Depois de estar em água fria com rodelas de limão, cerca de uma hora, põe-se a escorrer e mergulha-se em “vinha de alhos” (molho de vinho branco, algumas colheres de azeite, sal e pimenta, e vários dentes de alhos esmagados). Deve ficar neste molho, de véspera, e proceder-se a diversas viragens, esfregando o capão. No dia de o consumir, põe-se ao lume uma caçarola com azeite, gordura de porco e cebolas às rodelas. Quando a cebola está estalada, deita-se uma boa colher de sopa de manteiga, meio quartilho (2,5 dl) de vinho branco e sal q.b.. Escorre-se o capão, esfrega-se todo com este molho e receheia-se com “farófia” e um picado feito com os “miúdos” do capão e pedacinhos de salpicão e presunto. Coloca-se na assadeira, de preferência uma pingadeira de barro e leva-se ao forno a assar lentamente, picando-o com um garfo de vez em quando, ao mesmo tempo que se rega com o molho da assadeira. A operação de picar com o garfo deve ser cuidadosa para não ferir a pele que deve ficar estaladiça e loura.

    Brochura divulgativa
    do Capão de Freamunde
    para download

    Para informação complementar consulte:
    ASSOCIAÇÃO DE CRIADORES DE CAPÃO DE FREAMUNDE
    Casa da Cultura – Apartado 61 - 4594 – 908 Freamunde
    PAÇOS DE FERREIRA | Telefone e Fax: 255 870 066
    Broa do Vale do Sousa
    Capão de Freamunde
    Melão Casca de Carvalho
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Pedro Barradas, CMartin
  12.  # 77

    Interessante este tema. A casa modular.

    Antes acontecia; Adaptar um tipo de casa ao terreno. (Mestres)
    Agora acontece; Adaptar um tipo de terreno a uma casa. (Arquitectos)

    Cmps!
    Concordam com este comentário: CMartin
    •  
      CMartin
    • 8 setembro 2017 editado

     # 78

    Mas ainda assim, não percebo a ligação da contribuição do Pedro Barradas ao tema ?
    Parece-me que não estando no contexto(?), seria o correcto abrir um tópico à parte e categorizá-lo convenientemente. O Pedro sabe isto.
    A não ser que me esteja a escapar o sentido da sua contribuição.
  13.  # 79

    Parece acontecer. (!?!)

    Cmps!
    • m.arq
    • 8 setembro 2017 editado

     # 80

    Provávelmente, vai "postar" uma receita de Gin. ( Tb pode colocar o decreto-lei sobre acessibilidades )

    Cmps!
    Concordam com este comentário: CMartin
 
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