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  1.  # 1

    Bem, eu não posso chegar a um hospital e por exemplo fazer uma cirurgia certo? Não sou médica nem tão pouco cirurgiã. Para isso existem profissionais devidamente credenciados para ocupar esse cargo e assumir a sua responsabilidade.
    Assinar um projecto, não é uma formalidade burocratica. Toda a obra (dependendo do seu grau claro) tem que ter uma paternidade, e a lei assim obriga. É uma forma de proteger os direitos de autor, de proteger o dono de obra e o próprio empreiteiro. Ninguém está a sub-valorizar ninguém, apenas existem competências específicas para cada área. :)
  2.  # 2

    Colocado por: danielaportelaBem, eu não posso chegar a um hospital e por exemplo fazer uma cirurgia certo? Não sou médica nem tão pouco cirurgiã. Para isso existem profissionais devidamente credenciados para ocupar esse cargo e assumir a sua responsabilidade.
    Assinar um projecto, não é uma formalidade burocratica. Toda a obra (dependendo do seu grau claro) tem que ter uma paternidade, e a lei assim obriga. É uma forma de proteger os direitos de autor, de proteger o dono de obra e o próprio empreiteiro. Ninguém está a sub-valorizar ninguém, apenas existem competências específicas para cada área. :)


    O exemplo do médico é válido, mas não estamos a falar de medicina, mas de construção

    A pergunta não era essa, nem tão pouco estou a defender ou a atacar alguma profissão. Estou apenas a testar principios. A pergunta era e continua a ser:

    O principio de que apenas quem estiver devidamente qualificado para tal, podo executar um determinado trabalhos é válido para todos os intervenientes na construção ou apenas se aplica aos arquitectos?

    Cumps
  3.  # 3

    É claro que é valido para todos, por isso mesmo existem diferentes classes de alvarás por exemplo e entidades que regulam e fiscalizam os mesmos.Imagina, um construtor "caseiro", é muito bom no que faz e toda a gente o conhece pelas suas obras impecáveis...o que tem que fazer, é em vez de continuar na cladestinidade, sem seguro civil nem contra terceiros, e em risco de mandar com a grua na cabeça de alguém ou de lhe cairem uns andaimes em cima de uns carros estacionados na rua, e com isso ir à falência e dar cabo do seu futuro profissional... é criar um quadro de pessoal, certificar a empresa em termos de higiene, segurança e formação, ter um técnico que o acompanhe e ir aumentando o seu alvará à medida que a sua experiencia e qualificação se afina.
  4.  # 4

    Você arranja sempre uns exemplos extremos :)

    Se concorda que aquilo que é válido para os arquitectos, é válido para todos os outros, então espero não ver os arquitectos a fazer orçamentos (e não me venha dizer que tiveram formação para isso), nem medições, nem andarem a fazer trabalhos para os quais existam profissionais com formação especifica e que tiraram um curso como o próprio nome indica (estas palavras são suas), ou que aceite que os seus clientes façam obras com empreiteiros sem alvará, ou que trabalhem em administração directa, isto é que andem armados em empreiteiros sem qualificação para o ser.

    Defender princípios ás veze leva a conclusões interessantes, não leva?

    PS: Mas por mim pode fazer orçamentos à vontade que eu não me ralo, essas protecções corporativistas são apenas o reflexo do excesso de arquitectos no mercado.

    PS1: Não leve isto muito a sério

    OFFTOPIC

    Se eu fosse esse construtor, teria como é óbvio, seguro até por quem nem é caro e poupa muitas chatices, desde claro que não precise dele.

    Agora "criar um quadro de pessoal, certificar a empresa em termos de higiene, segurança e formação, ter um técnico que o acompanhe e ir aumentando o seu alvará à medida que a sua experiencia e qualificação se afina."

    E a seguir fecha a porta, porque neste momento, apenas se contrata que nos pode trazer mais valias e para isso, é necessário ser gente com experiência (os miúdos recém formados não servem para nada) e este custam muito dinheiro e esse tipo de construtor não tem disponibilidades financeiras para o fazer.

    Certificar a empresa seja no que for, é bonito para se por nas cartas, mas quem anda no meio, sabe perfeitamente que é a maior estupidez que se pode fazer, porque é apenas bom para se criar empregos que em nada ajudam a melhorar a produtividade ou competitividade da empresa. Trabalhei numa e aquilo apenas criou uma burocracia asfixiante e talvez saiba ou não, mas a empresa certificada, sub-empreita os trabalhos a empresas não certificadas e acaba tudo no mesmo. È show off puro para enganar clientes.

    Agora mandar com uma grua na cabeça de alguém já me parece excessivo, até porque as gruas que vi cair, foram sempre em grandes construtoras, porque os outros não têm dinheiro nem necessidade delas. Não alugo ou compro uma para fazer uma vivenda. O andaime é ainda mais complicado porque neste momento quem se atrever a montar um andaime sem uma licença, nem chega ao primeiro piso. A policia municipal aparece logo, porque a multa é pesadissima e eles adoram facturar.


    Cumps
  5.  # 5

    Então qual é a solução para tudo isso?
  6.  # 6

    Em jeito de desabafo... costumamos sempre admirar muito o desenvolvimento dos paises nórdicos que possuem uma sociedade bem regulamentada e cumprem-na, mas depois aqui pomos sempre obstáculos ás coisas funcionarem rigorosamente dentro das normas ( estão sempre imperfeitas). Em relação ao assunto do tópico apenas digo o que já tenho referido várias vezes: a licenciatura em arquitectura é um curso oficial e pago com os nossos impostos, para bom entendedor meia palavra basta.
  7.  # 7

    Sobre fazer ou não orçamentos, eu pessoalmente não faço orçamentos descriminativos de obra é para isso que existem os medidores-orçamentistas.
    A pratica do arquitecto está regulamentada no Art. 42º nº 3 e 4º do DL nº176/98 de 3 Julho.

    Artigo 42.º
    Exercício da profissão
    1- Só os arquitectos inscritos na Ordem podem, no território nacional, usar o título profissional de arquitecto e praticar os actos próprios da profissão.
    2- Para efeitos de inscrição na Ordem devem os arquitectos demonstrar possuir as capacidades e os conhecimentos descritos no artigo 3.º da Directiva n.º 85/384/CEE, do Conselho, e respectivo diploma de transposição.
    3- Os actos próprios da profissão de arquitecto consubstanciam-se em estudos, projectos, planos e actividades de consultadoria, gestão e direcção de obras, planificação, coordenação e avaliação, reportadas ao domínio da arquitectura, o qual abrange a edificação, o urbanismo, a concepção e desenho do quadro espacial da vida da população, visando a integração harmoniosa das actividades humanas no território, a valorização do património construído e do ambiente.
    4- A intervenção do arquitecto é obrigatória na elaboração ou avaliação dos projectos e planos no domínio da arquitectura.

    Existem bons e maus profissionais, mas pelo fruto se reconhece a árvore. Mas nada como projectar, e a obra nascer para se avaliar a caso a caso pois as incompetencias acarretam responsabilidades e existem uma Ordem para fiscalizar isso.

    A cada profissional a sua área de intervenção. Nada como zelar pela qualidade e acabar com a clandestinidade.
  8.  # 8

    "Se eu fosse esse construtor, teria como é óbvio, seguro até por quem nem é caro e poupa muitas chatices, desde claro que não precise dele."

    O seguro é obrigatório. tambem existe uma entidade para regular isso, o antigo IMOPPI.


    "Agora mandar com uma grua na cabeça de alguém já me parece excessivo, até porque as gruas que vi cair, foram sempre em grandes construtoras, porque os outros não têm dinheiro nem necessidade delas. Não alugo ou compro uma para fazer uma vivenda. O andaime é ainda mais complicado porque neste momento quem se atrever a montar um andaime sem uma licença, nem chega ao primeiro piso. A policia municipal aparece logo, porque a multa é pesadissima e eles adoram facturar."

    Concordo. Mas confesso que conheço uma empresa onde infelizmente já morreu um homem justamente porque um dos colegas lhe mandou com a grua na cabeça. Talvez em Lisboa apareça a polícia municipal, mas existem muitos sitios onde isso não acontece. Principalmente zonas do interior...e aldeias ...já viste como são as obras lá?
    Eu mencionei grua a título de exemplo, mas quem diz grua diz andaimes. Queria com isso referir-me à falta de segurança e como as coisas são feitas à balda quando as obras e empresas são clandestinas.
    Já viste a percentagem de acidentes com quedas de andaimes? E sem seguro quem paga o hospital, os estragos nos vizinhos?

    Não é assim tão complicado ter um alvará pequenino. e acho que até há a possibilidade de ter um alvará abaixo da classe 1, para obras com limite até 10% do valor atribuido à classe 1. Todos os empreiteiros são obrigados a ter Alvará e seguros em dia.
  9.  # 9

    Colocado por: danielaportela
    Concordo. Mas confesso que conheço uma empresa onde infelizmente já morreu um homem justamente porque um dos colegas lhe mandou com a grua na cabeça. talvez em Lsboa apareça a polícia municipal, mas existem muitos sitios onde isso não acontece. Principalmente zonas do interior...e aldeias ...já viu como são as obras lá?


    Mas onde imagina que nós andamos a construir? Em Lisboa? Em Lisboa só para clientes antigos, de resto está tudo bem longe.

    Colocado por: danielaportelaEntão qual é a solução para tudo isso?

    Quem disse que tem solução?, Mas vamos lá deixar de andar brincar com as palavras.

    Eu pessoalmente concordo com o principio de que apenas os arquitectos podem fazer projectos de arquitectura, por uma questão de bom senso, não porque alguém consegui fazer aprovar uma lei que assim o diz.

    Porque na lei, também está escrito que um arquitecto pode fazer coordenação e gestão de obras e isso não concordo minimamente, porque esse é o trabalho do engenheiro (não sou engenheiro). Que o arquitecto faça o acompanhamento de obra, concordo, para que não desvirtuem aquilo tudo, agora direcção de obra, nem pensar.

    Mas, a discussão da direcção de obra é estéril, porque daqui a uns 10 anos, quem a fará não serão nem arquitectos, nem engenheiros, nem técnicos. Serão os advogados, porque há medida que os regulamentos aumentam em complexidade e quantidade, a gestão de obra, vai passar por gestão de contractos. As obras na Alemanha eram simples, fechavam-se todas em tribunal.

    Cumps
  10.  # 10

    Daniela Portela,
    Não se chama Alvará, é o Certificado de Registro, o antigo IMOPPI, designa-se INCI.

    O seguro de nada vale se, o andaime não estiver correctamente montado e estar devidamente certificado para o tipo de trabalhos em causa... se não houver implementação do PSS, etc....etc...etc...

    As obras por cá ( no interior rural) vão-se fazendo... mas a concorrência(desleal) é muita, a fuga às obrigações ficais e burocráticas são muitas... e as empresas do sector, pequenas, familiares não têm capacidade técnica, finaceira e pessoal para apreender e implementar todos os requisitos que a nossa legislação da construção OBRIGA... agora temos mais um.. a Gestão de Residuos em Obra... Enfim....Neste Portugal é habitual passar do 8 ao 80...

    Marco1,
    Nos paises nordicos e outros, ditos" desenvolvidos"... não é preciso muita legislação... as pessoas tem formação, são coerentes reina o bom senso... no nosso (Portugal), é o que sabemos, portanto, para controlar os caos... MUITA LEGISLAÇÃO!!!!
  11.  # 11

    Colocado por: Pedro Barradasagora temos mais um.. a Gestão de Residuos em Obra... Enfim....Neste Portugal é habitual passar do 8 ao 80...


    Isso já ai chegou? Só serve para meter custos na obra.
    Em Lisboa um contentor de entulho de 6m3 custa 120€, 20€/m3. Onde essa coisa existe, custa 150€ por m3. E para quê, meu Deus? para depois chegarem aos aterros sanitários e bascularem os camiões e remisturarem tudo? Se alguém dúvida, que vá atrás dos contentores do entulho até aos aterros e veja. Até as chapas de fibro-cimento com amianto cuja legislação para o desmonte é terrível de cumprir, eles basculam.

    Anda a gozar com isto, sob uma capa de teorias verdes, que mais não é que uma forma de arranjar mais uns tachinhos
  12.  # 12

    Bem Pedro o que eu quis dizer foi porque somos tão adversos a CUMPRI-LA? por um lado queremos desenvolvimento, por outro lado queremos ser sempre mais espertos que o outro e fazer em cima do joelho para ser mais baratinho ou evitar este e aquele gasto.

    Mas o que eu acho ainda mais interessante é o tom que começa a ser predominante por aqui em relação aos arquitectos, como se á dezenas de anos o que se tem visto não é em grande maioria da responsabilidade de engenheiros ? se calhar foram tudo projectos de gente pouco exigente que comeram e calaram.

    É que sempre que um arquitecto reivindica, surgem logo vozes criticas por isto e aquilo mas esquecendo essas dezenas de anos em que os engenheiros e afins projectavam quase tudo. Enfim se calhar é o Portugal que merecemos.
  13.  # 13

    No âmbito das políticas de redução, reutilização e reciclagem de resíduos, o Decreto-Lei nº 46/2008 de 12 de Março veio introduzir um regime jurídico destinado à gestão de resíduos de Construção e de Demolição (abreviadamente referidos por RCD), cuja entrada em vigor se consumou a 12 de Junho passado.

    A fiscalização cabe à Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território, Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, Municípios e autoridades policiais, podendo ainda por lei ser atribuídos tais poderes a outras entidades.

    PS: Não esquecer de ter na obra,pelo menos os impressos devidamente preenchidos de implementação de RCD....
    Mais info na Agência Portuguesa do Ambiente
    • L2M
    • 12 agosto 2008

     # 14

    ( RCD ) o principio... é nobre... mas a aplicabilidade é muito fraca, quero como isto dizer que não se pode legislar e por em pratica leis de esta natureza, completamente desenquadradas da realidade... esta a ser pior que a higiene e Segurança no trabalho ( contrução civil ) feita por sr. dotores que desconhecem o processo construtivo. e criam regras para fazer cumprir segurança...!

    Em relação ao topico Engenheiros assinarem arquitectura... tem tudo a ver com o que se produz e com o que a sociadade permite!
    e o problema vem de falta de bases, e lobis... de não haver valores fixos de honorarios ( estamos a falar de pequenas obras, moradias... entenda-se )
    um Arquitecto faz um proj. copy paste de uma moradia... e o valor que cobra é identico à soma das outras especialidades todas... isto não é justo para o cliente nem para os engenheiros daí haver Engenheiros a fazer arquitectura.

    Claro que não concordo que engenheiros elaborem projectos de arq....

    tal como não recolheço competencia a Arquitectos... para elaborarem projectos de especialidade... incluindo Termica e Acustica...

    Se um arquitecto pode ter formação para fazer proj de termica.. Acustica... e afins... um Engenheiro tambem pode ter Formação para fazer arquitectura.
    Por mim como varias vezes aqui referido... cada macaco no seu galho...
    Regulamentemem é os honorarios e obrigem os valores a passagem pelas respectivas ordens... de forma a que quem precisar dos serviços de um Arq. ou eng. seja bem servido e que recorra ao que achar melhor e não ao troca tintas ( copy paste ) que faz mais barato!
    • L2M
    • 12 agosto 2008

     # 15

    ( RCD ) o principio... é nobre... mas a aplicabilidade é muito fraca, quero como isto dizer que não se pode legislar e por em pratica leis de esta natureza, completamente desenquadradas da realidade... esta a ser pior que a higiene e Segurança no trabalho ( contrução civil ) feita por sr. dotores que desconhecem o processo construtivo. e criam regras para fazer cumprir segurança...!

    Em relação ao topico Engenheiros assinarem arquitectura... tem tudo a ver com o que se produz e com o que a sociadade permite!
    e o problema vem de falta de bases, e lobis... de não haver valores fixos de honorarios ( estamos a falar de pequenas obras, modadias... entenda-se )
    um Arquitecto faz um proj. copy paste de uma moradia... e o valor que cobra é identico à soma das outras especialidades todas... ( isto não é justo para o cliente nem para os engenheiros ) daí haver Engenheiros a "fazer" arquitectura.

    de principio base claro que não concordo que engenheiros elaborem projectos de arq....

    tal como não recolheço competencia a Arquitectos... para elaborarem projectos de especialidade... incluindo Termica e Acustica...

    Se um arquitecto pode ter formação para fazer proj de termica.. Acustica... e afins... um Engenheiro tambem pode ter Formação para fazer arquitectura.

    Por mim como varias vezes aqui referido... cada macaco no seu galho... Regulamentemem é os honorarios e obrigem os valores a passagem pelas respectivas ordens... de forma a que quem precisar dos serviços de um Arq. ou eng. seja bem servido e que recorra ao que achar melhor e não ao troca tintas ( copy paste ) que faz mais barato!
  14.  # 16

    L2M, vejo que tenho razão naquilo que sinto, embora diga que acha que devem ser os arquitectos a fazerem arquitectura, mais uma vez lendo o seu post na diagonal, fica-se com a sensação dos arquitectos copypaste, acho lamentável assim como a sua afirmação "um Arquitecto faz um proj. copy paste de uma moradia... e o valor que cobra é identico à soma das outras especialidades todas... isto não é justo para o cliente nem para os engenheiros daí haver Engenheiros a fazer arquitectura."
    pois digo-lhe que ainda não vi isso e que é mais que justo porque sem me alongar muito, eu para chegar a um projecto digamos razoável são horas e horas de trabalho árduo á procura de melhor solução de afinação de cada pormenor. Ainda me tem que explicar o porquê de tanta aversão aos arquitectos e nada para os engenheiros e desenhadores que fazem projectos em dois dias.
    • L2M
    • 13 agosto 2008

     # 17

    Marco1, a minha expressão copypaste é valida para ambos...

    aversão aos arquitectos...??? ... :S.. tava aqui a pensar numa resposta coordeal... mas sinceramente da minha avaliação comportamental e profissional... em 10 há 2 que se aproveitam, nos em engenheiros em 10 há 2 miseraveis... ( secalhar estou a sair fora do hambito do forum... mas é a minha openião sem rodeios... )

    em relação ao caso da moradia; um projecto de arquitecura de uma moradia correctamente executado demora x horas... um projecto de estabilidade bem feito... ao promenor e sem "chouriços"... demora as mesmas x horas... e estou falar só da estabilidade, faltam as outas especialidades todas.... ( à excepções... claro ) mas de uma forma geral é isto!
    Pra mim é obvio que só há duas maneiras de contornar isto... ou se ganha 2 euros à hora e faz-se tudo em condiçoes! ou se aldraba, copypaste, "chouriçada"... ( projectos em dois dias )
    Só há duas maneiras... ou se ganha menos de 2 euros à hora e faz-se tudo em condiçoes! ou se aldraba, copypaste, "chouriçada"...

    voltei a ler o seu comentario e passo a 10 / 3 a minha analise estatistica ...
    Não tenho adversão aos arquitetos nem à arquitectura, tenho adversão a maus profissionais...
  15.  # 18

    Caro L2M

    Não sei com quem costuma trabalhar, mas com os engenheiros com quem trabalho e trabalho basicamente com engenheiros de obra, acho a sua percentagem invertida, se em 10 se encontrar 2 bons engenheiros, já ficaria muito satisfeito.

    Se no caso dos arquitectos apenas posso avaliar o seu trabalho pelos projectos de arquitectura que me chegam ás mãos e na vertente da qualidade de informação que têm, para se poder executar a obra (penso eu de que seja o objectivo primordial de um projecto), na parte arquitectónica e no cumprimentos dos imensos regulamentos que diariamente se criam, sou totalmente ateu ou ignorante. Mas no caso da qualidade de informação que os projectos trazem, na generalidade, é muito má, porque não trazem quase nada.

    No caso dos engenheiros de obra, a quem eu atribuo AS competências para a gestão das obras, as coisas vão de mal a pior. Desconhecimento de materiais, incapacidade para criar um plano de trabalhos coerente e justificado, incapacidade de analisar um projecto e detectar os problemas e resolvê-los a tempo e horas, incapacidade de comparar soluções e respectivos custos, vale tudo. Nas grandes construtoras, as coisas ainda se escondem, porque existem equipas de apoio que vão resolvendo, mas quando os deixamos sozinhos... Temos 6 engenheiros nas obras e discute-se se vale a pena lá mantê-los e já se começou a pensar noutra organização para fazer a gestão das obras.

    Perguntar-me-á que se passou para que os engenheiros deixassem de responder: Deixou de haver dinheiro e tempo para erros. Coisas que os grandes lucros e dos grandes prazos escondiam, estão agora a nu e agora é que precisamos de gestores. Quando as margens de lucro reais andam nos 5%, basta um par de erros e a obra já não recupera. Tudo mudou muito e muito rapidamente, excepto a formação das pessoas e os mais novos saem das faculdade, tão bons, mas tão bons, que mesmo saindo quase ou de borla, há 1 e meio, tomámos a decisão de deixar de aceitar estagiários. O trabalho que dão a ensinar, não é justificável

    No caso dos engenheiros de cálculo, os Cype e os SAP estão a dar cabo deles, porque como são uma máquina de fazer chouriços, eles deixaram de precisar de pensar e nos últimos tempos os projectos de estabilidade que aparecem, são uma aberração. Mas deixou-se de pensar? não se olha para o programa calcula e se usa pouco de bom senso? Desde quando se aceita que num projecto cada pilar tenha medidas diferentes e que numa laje cada varão seja diferente dos outros? já não se optimiza as coisas

    Caro marco1
    Talvez nos últimos tempos, aqui no fórum, tenha passado a ideia de que só existe uma certa aversão para com os arquitectos, mas essa ideia só passou porque até agora, apenas se discutiu os arquitectos e dai poder ter passado a ideia de que se considera os arquitectos como os "maus" da fita. Mas se discutirmos os engenheiros (e pode ver que a minha opinião acerca deles é bem pior) as opiniões não serão melhores, se discutirmos os clientes que temos e as suas responsabilidades na qualidade ou na falta dela, se calhar ainda as opiniões seriam piores e se discutirmos os empreiteiros, então então as opiniões seriam o pior possível e se calhar com imensa razão.

    Já o disse aqui, que considero que todos os intervenientes têm culpas na falta de qualidade final da nossa construção, apenas detesto ver um qualquer grupo a alijar responsabilidade, como se fosse um anjinho e isto a começar pelos clientes, os quais, muitas vezes vêem para aqui queixar dos seus arquitectos e dos seus empreiteiros, quando ao longo do processo, apenas esmagaram preços, como se tudo isto fosse uma qualquer loja chinesa.

    Tudo isto (a falta de qualidade) não se vai resolver através da fúria legislativa que mais não faz que destruir a pequena economia, os pequenos gabinetes, os pequenos empreiteiros, porque os custos indirectos sobem todos os dias o os preços do trabalho descem todos os dias. Como é que um pequeno gabinete de arquitectura se vai aguentar, se as pessoas têm de passar o tempo a aprender novos regulamentos?

    Cumps
    • L2M
    • 13 agosto 2008

     # 19

    Caro Paulo Correia;

    Infelizmente o cenário que transcreve é mesmo esse... e concordo com tudo o que disse. Acredito que não encontre um engenheiro de obra, que lhe de conta do recado. isto deve-se a problemas de formação, mas nesta área sempre foi um bocado assim, os cursos são direccionados para os Engenheiros projectistas. e um Engenheiro de obra é um Gestor! e a operacionalidade não se aprende na "escola".

    O horizonte é mais aberto agora ( lol ) é a banda larga... , em que toda a gente acha que sabe fazer de tudo... mas na pratica minguem sabe fazer nada. E tenta-se fazer o que não se sabe... é assim! por tentativa erro... , ( depois ainda há aqueles que fazem o mesmo erro varias vezes, mas isso não tem a ver com a formação profissional... )

    Em relação à legislação... ; não percebo... nesta altura de crise, tantas alterações legislativas.
    RCD Esta em vigor... e ninguém está a cumprir... os que ainda tentam cumprir estão a fazer documentos "proforma" ninguém sabe bem o que é... ( copypaste do modelo da Agencia do Ambiente ).

    Novo Regime da Contratação Publica ( incluindo empreitadas ) o 59/99 morreu... ninguem sabe lançar um concurso publico!... contratos electrónicos! em vigor daqui um ano? e as plataformas... 5% T+ nas empreitadas... preço base já não é o preso estimado... passa a ser o preço máximo que ninguém pode ultrapassar... erros e omissões na fase de concurso... ... ( o custo envolvido apenas para apresentar proposta a uma empreitada publica é brutal ) o diplona tem quase 500 artigos.

    bem já tarde, peço desculpa por qqcoisa.

    Cumprimentos
  16.  # 20

    L2M... não precisa pedir desculpa.. cada pessoa cria/ tem a sua realidade do dia-a-dia... no campo profissional e pessoal.

    É por ter...variadas vezes, os Eng.ºs andarem a encher chouriços ( já mudámos tantas vezes de eng.ºs que já perdi a conta), que os Arquitectos, cá do Gabinete fazem o seguinte aos projectos de Licenciamento e de Execução da responsabilidade do Gabinete:
    - Projectos de Especialidades - todos são revistos, aparte de concepção/ projectual e cse está de acordo com o especificado para a arquitectura, porque, como o Paulo Correia... Os Eng.ºa deixaram de pensar em Projecto e no Ensino Superior, aprenderam a fazer cálculos... mas não a projectar (Não verificamos os cálculos, como é obvio!!!, mas há coisas que saltam logo à vista e pedido para corrigir) - Também já tenho experiência com Eng.ºs com CAPACIDADE, clareza de espirito, INTERESSADOS e PREOCUPADOS.

    - RCCTE e a ACÚSTICA e o SCIE, é feito por cá... é indissociável da arquitectura (A estabilidade e outras especialidades, tembém foram tidas em conta durante a concepção do Projecto de Arquitectura - por exemplo é entregue aos eng.ºs uma previsão da localização da estrutura ou localização dos aparelhos para o ITED...), só são estas especialidade adjudicadas a consultores Externos, se o trabalho tiver uma complexidade que seja necessário um especialista ou estiver fora das nossas reais capacidades.

    Também contemplamnos no Projecto de Arquitectura os espaços necessários para condutas técnicas (verticais ou horizontais)...


    Bons e Maus Profissionais... existem em todas as áreas


    PS: estou saturado de corrigir maus projectos... aliás nem posso considerar os ditos, de projectos...
    Como tudo as pessoas/ técnicos tem que ser responsáveis e correctos... lá por poderem assinar, não quer dizer que saibam o que estão a fazer...
 
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