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  1.  # 481

    Colocado por: HAL_9000O que se diz que falta no interior são sobretudo oportunidades de emprego. Pudesse eu desenvolver a minha actividade em qualquer zona do interior, que ninguém me apanhava em Lisboa.
    Mas olhe que também nem todo o interior é igual. Vivi até aos 18 anos numa aldeia do distrito de viseu, e se queria consulta com o médico de familia, tinha de ir para o centro de saúde ás 4h da manhã. Quanto mais serrviço de apoio permanente. Penso que ainda hoje não existe lá tal coisa a menos de 30 km.
    Mas isso também não quer dizer que se esteja isolado. De facto havendo carro, a 30km da minha aldeia de infância havia de tudo.

    Uma aldeia em Viseu... E ia para o centro de saúde as 4h da manhã...

    Ora bem, eu vivia numa freguesia do concelho de Oeiras, a menos de 500 metros da SIC. E fazia 1 km a pé para ir ao centro de saúde (um prédio de 3 andares sem telheiro), pelas 5 da manhã para marcar uma consulta. Não, não foi nos anos 70... Foi no final da década de 90, a menos de 10 km das Amoreiras...
    E nem um telheiro tinha... Nos dias de chuva havia um acordo tácito que ficávamos nas paragens dos autocarros mais próximas e só o último ficava na fila, debaixo da umbreira da porta do prédio. Quando mais alguém chegava, ficava esse e quem lá estava ia refugiar-se da chuva. Apenas sabíamos quem estava imediatamente à nossa frente e por vezes, só 3 horas depois sabíamos que não valia a pena ter esperado porque afinal só havia 5 senhas... Não, não foi no interior na década de 80, foi na periferia fina de Lisboa, no final da década de 90...😏
  2.  # 482

    Colocado por: J.Fernandes
    Eu não disse que eram para a classe média. Mas se não for para a classe média já não é habitação?!


    Claro que são. E claro que toda a gente sabe que o problema da habitação em Portugal está mesmo nas classes altas, que não conseguem ter uma habitação própria...

    Mais uma vez, a sua capacidade de entendimento está ao rubro. Sinapses estão de greve...
  3.  # 483

    Colocado por: J.Fernandes
    Você não vive no interior, você vive na Twilight Zone, que é um sítio no interior do Norte onde não há espera para uma consulta médica, as pessoas têm mais qualificações que no litoral e ganha o mesmo que em Lisboa com menos precariedade.

    Só falta explicar porque é que ano após ano o pessoal que aí nasceu - e que é cada vez menos - emigra para o estrangeiro ou para o litoral, em vez de se deixar ficar nesse paraíso.

    Se calhar a resposta é simples: ao contrário de alguns que podem ganhar a vida com um pc e internet a partir de qualquer parte do mundo, a maior parte desse pessoal só sabe fazer trabalho físico e presencial.

    Moral da história: se queremos repovoar o interior não temos mais que reconverter profissionalmente os agricultores, pastores e operários (se os houver), em web-designers.

    No interior só existem pastores, agricultores e operários... 🤣🤣🤣

    Você devia ter um espectáculo de stand-up...

    Investigue um pouco o prodata (você que não é pastor deve saber o que é) e analise os dados per capita (quer, dizer por cabeça de gado) das licenciaturas em cursos de eng. (não a civil) e profissões para o séc XXI na Covilhã, em Braga, em Castelo Branco e em Viseu face aos concelhos da AMP e AML (residentes) .
    Uma dica: só Matosinhos e Oeiras se safam...
  4.  # 484

    A Outsystems está a contratar mais 14 pastores e dois agricultores para o rebanho de cabras e lavrar a terra para as couves que planta ali pela Sertã e arredores.
    Talvez o Fernandes se queira candidatar a aprender a trabalhar com o cajado... Agora que o AL vai deixar de dar, tem de aprender a mugir outro gado.

    Bem não vale mais a pena dar para esta igreja
  5.  # 485

    Colocado por: QuintaFolhosaQual era o hotel que conhece que era habitação antes? E qual é o AL que conhece que NÃO era habitação antes?


    O que eu conheço é Coimbra. E que havia eram casas devolutas há muitos anos, e completamente degradadas e escalavradas. Infelizmente, mesmo com a recuperação integral de algumas para AL, continuam muitas em estado de ruína.

    E nesse sentido publico aqui um comentário que deixei noutro sitio:

    "Tenho um imóvel no centro histórico de Coimbra.

    Andei mais de um ano atrás de empresas de construções para ter orçamentos para poder rentabilizar esse imóvel. E só com muita pressão e perseguição é que consegui obter dois orçamentos. E os valores foram altíssimos. A única hipótese de viabilidade é utilizar o imóvel na modalidade de AL e esperar conseguir taxas de ocupação acima de 50%, ou então em alternativa deixar o imóvel devoluto como já o está há uns bons anos.
    Mais, uns tios andam há mais de dois anos a pedir orçamentos e ainda não conseguiram um único. E isto para uma obra de reabilitação de um T3 na alta de Coimbra e para o colocarem no arrendamento tradicional. E têm projecto de arquitectura e mapa de quantidades e etc.

    As empresas de construção não querem fazer trabalhos no centro histórico. Algumas confessaram-me isto. Só o fazem se não tiverem alternativas. AS exigências são muito maiores, bem como as fiscalizações e os imprevistos. E depois da primeira má experiência, não querem a segunda.

    E quanto aos proprietários, para além do elevado custo da intervenção, ainda têm os custos da manutenção que são muito mais elevados do que nas habitações recentes. E temos todo o enorme conjunto de obrigações e limitações a cumprir. Caixilharias de vidro simples (????) e em madeira, proibição de instalação de painéis fotovoltaicos ou solares, proibição de instalação de AC se ficarem visíveis no exterior, etc, etc, etc.

    O centro histórico em Coimbra divide-se essencialmente em duas zonas. A alta e a baixa. Em ambas, há pouquíssimos residentes de longa duração. E há muitíssimas casas vazias por se encontrarem em mau estado. Os Als devem representar 0.1% ou menos. Nunca ouvi falar de alguém que tivesse sido despejado para que ali fosse instalado um AL ou algo do género.

    Quem é o doido que quer residir na alta de Coimbra onde não há estacionamento, onde é agonizante caminhar nas ruas calcetadas irregularmente em pedra rolada, onde não há serviços e comércio para além dos restaurantes e bares que existem apenas e só porque há turistas, onde o ruído noturno é absurdo por causa dos famosos estudantes ébrios, etc, etc, etc? Basicamente, o centro de Coimbra é, apenas, uma espécie de “Playground” ou Disneilândia onde à noite TUDO é permitido aos ditos estudantes."
  6.  # 486

    Colocado por: Paulomelo70E nesse sentido publico aqui um comentário


    Precisamente.
    Que medidas anunciou o governo que respondam diretamente às dificuldades de quem tem casas nos centros?

    Volta e meia lá aparece um comentário a dizer que é a ganância do proprietário, que fica à espera que o imóvel rentabilize mesmo estando devoluto. A meu ver, a maioria dos proprietários estão na mesma situação que você.
  7.  # 487

    Colocado por: QuintaFolhosaUma aldeia em Viseu... E ia para o centro de saúde as 4h da manhã...

    Ora bem, eu vivia numa freguesia do concelho de Oeiras,


    Já que estamos numa de tesourinhos deprimentes, partilho a mesma experiência. Freguesia de Braga, 5h-6h da manhã na fila para conseguir uma das 6 senhas para consultas urgentes. Que de urgentes pouco tinham. A maioria era para tratar de papelada ou "sintomas" menores. Só sabíamos quem era o utente à nossa frente. Não raras vezes, só às 8h15m, quando abria a secretaria é que sabíamos que um dos que estava há mais tempo afinal ia ocupar duas senhas (para pedir medicamentos e afins para outra pessoa que nem ali estava), pelo que se fossemos o 5º ou 6º com jeito não iriamos ter senha alguma.
    E não era só nos anos 90, nos 2000 era igual.
  8.  # 488

    Colocado por: QuintaFolhosaNo meu curso, éramos muitos mais os de fora de Lisboa e arredores do que os da AML. Quase todos ficaram por Lisboa.


    A sua história é a de milhares de residentes em Lisboa ou Porto. "Não havia outra opção."
    Mas quem lê alguns dos comentários que por aqui vemos, parece que são os estrangeiros que vieram "invadir" a capital.
  9.  # 489

    Colocado por: J.FernandesMoral da história: se queremos repovoar o interior não temos mais que reconverter profissionalmente os agricultores, pastores e operários (se os houver), em web-designers.


    A brincar a brincar Silicon Valley eram meros pomares e plantações de alho e tulipas. O silício durou muito pouco. Mas ficaram as empresas, as sedes, e as contas bancárias a engordar cada ano, mesmo sem fabricas nem produção. A brincar a brincar, os agricultores de outrora viram os netos tornarem-se web-designers como diz, sem sair do sitio, e não se queixam muito disso que digamos. Havendo população, seja porque se monta uma "Bosh" no meio do nada ou por outra razão qualquer, gera-se uma espiral de crescimento demográfico e económico, pois é preciso um pouco de cada profissão.

    Nesta geração e no contexto actual, o factor da primeira mudança de residência tende a ser a "ida para a universidade".
    E quando não o é, é o "primeiro emprego".

    O Estado poderia muito bem alavancar certas povoações do interior, em detrimento de sobre-concentrar tudo em Lisboa. Não há pessoas no interior? Então, claro que não, se metade desses "provincianos" estão em Lisboa também...
    Concordam com este comentário: QuintaFolhosa
  10.  # 490

    Colocado por: QuintaFolhosa

    Não, terminamos o curso em 2008...
    Oh então não são "25 anos depois de terminarmos o curso", são 15, espero que o curso não tenha sido matemática :). Assim já é diferente. Apesar de 2008 não ter sido um ano péssimo para iniciar a vida profissional, foi claramente um ano pior que 2008.
  11.  # 491

    Colocado por: QuintaFolhosaOra bem, eu vivia numa freguesia do concelho de Oeiras, a menos de 500 metros da SIC. E fazia 1 km a pé para ir ao centro de saúde (um prédio de 3 andares sem telheiro), pelas 5 da manhã para marcar uma consulta.
    Então pronto era mal geral pelos vistos.

    Em abono da verdade devo dizer que o meu médico de família continua a ser o da aldeia na zona de Viseu, porque na AML é para esquecer.

    Mas como referi atrás o problema do interior é a falta de oportunidades profissionais e não tanto a falta de serviços. Havendo carro, pelo menos o interior que conheço bem, consegue-se ter acesso aos serviços.
  12.  # 492

    Colocado por: QuintaFolhosaInvestigue um pouco o prodata

    Já que você sabe o que é o Pordata (e não prodata), então veja lá indicadores que realmente digam alguma coisa, como o PIB per capita por concelho e a variação da população.
    Se fossem a meia dúzia de avis rara das TI que se mudam para o interior que realmente fizessem diferença, isso notar-se-ia nos indicadores económicos.
    As exceções à regra são 2 ou 3 capitais de distrito do interior com universidade ou institutos politécnicos.
  13.  # 493

    https://streamable.com/hipfn2

    Aos poucos parece que a unica solução (praticável) passa, no minimo, para o incentivo ao desinvestimento imobiliário. Tudo o que seja além da habitação própria permanente, vai ser alvo de pressão social/medidas de controlo pelo estado para sair das mãos do proprietário.

    Eu próprio já o admiti. A partir do momento que deixarem de ser rentáveis, ou que a rentabilidade da venda imediata supere a rentabilidade do arrendamento+valorização do imóvel a longo prazo, vendo as propriedades. Já comecei por uma em Lisboa.

    Agora a pergunta do milhão: Na ausência do incentivo ao investimento imobiliário, para onde vai o dinheiro dos investidores?
    Concordam com este comentário: silvaf
  14.  # 494

    para os bancos, já se nota uma corrida da oferta de juros de deposito.
  15.  # 495

    Colocado por: marco1para os bancos, já se nota uma corrida da oferta de juros de deposito.


    corrida ainda muito coxa, pois ainda não vi nenhuma oferta melhor que os certificados de aforro.
  16.  # 496

    Colocado por: marco1para os bancos, já se nota uma corrida da oferta de juros de deposito.


    Por mais que ofereçam os bancos, nunca vai ser sequer acima do valor da inflação.

    E não estou só a falar dos investidores particulares. Estou a falar dos fundos de investimento, que se ficarem fora do mercado por regulamentação vão ter de "estacionar" o dinheiro algures e certamente não vai ser em depósitos a prazo ou certificados de aforro.
  17.  # 497

    Convido a ler o texto https://umalinhanobolso.com/2023/02/23/imobiliario-e-arrendamento-a-galinha-dos-ovos-de-ouro/ onde resumo o que se passou no mercado do arrendamento nos últimos 40 anos
    Estas pessoas agradeceram este comentário: vmontalvao
  18.  # 498

    É o desinvestimento imobiliário e o turístico.

    O mercado turístico que prefere fazer turismo em AL vai deixar de vir para Portugal e ir para outro país que incentive o AL.

    Quanto irá o país perder de receita com esta incompetente (des) governação?


    Colocado por: PedroNunes24https://streamable.com/hipfn2

    Aos poucos parece que a unica solução (praticável) passa,no minimo, para o incentivo ao desinvestimento imobiliário. Tudo o que seja além da habitação própria permanente, vai ser alvo de pressão social/medidas de controlo pelo estado para sair das mãos do proprietário.

    Eu próprio já o admiti. A partir do momento que deixarem de ser rentáveis, ou que a rentabilidade da venda imediata supere a rentabilidade do arrendamento+valorização do imóvel a longo prazo, vendo as propriedades. Já comecei por uma em Lisboa.

    Agora a pergunta do milhão:Na ausência do incentivo ao investimento imobiliário, para onde vai o dinheiro dos investidores?
  19.  # 499

    Colocado por: PedroNunes24
    Estou a falar dos fundos de investimento, que se ficarem fora do mercado por regulamentação vão ter de "estacionar" o dinheiro algures e certamente não vai ser em depósitos a prazo ou certificados de aforro.


    porquê?
    • AMVP
    • 23 fevereiro 2023

     # 500

 
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