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  1.  # 21

    Colocado por: CMartinE, por outro lado, o que acontece relativamente ás certificações energéticas (ou nestes casos não se coloca a questão?)

    Isso não é problema deles e usa-se a técnica americana: Don't ask, don't tell
  2.  # 22

    Paulo.
    Repito,
    E o que fazem quando o projecto não está na câmara?
  3.  # 23

    Boas

    E, por outro lado, o que acontece relativamente ás certificações energéticas (ou nestes casos não se coloca a questão?)

    Decreto-Lei n.o 80/2006de 4 de Abril

    Artigo 2.o
    Âmbito de aplicação
    9 - Excluem-se do âmbito de aplicação do presente Regulamento:
    ...
    c) As intervenções de remodelação, recuperação e ampliação de edifícios em zonas históricas ou em edifícios classificados, sempre que se verifiquem incompatibilidades com as exigências deste Regulamento;

    cumps
    José Cardoso
  4.  # 24

    Casa totalmente para recuperar na zona histórica de sintra
      SINTRA-CASA-TOTALMENTE-PARA-RECUPERAR-NA-ZONA-HISTORICA-DE-SINTRA-250-000-00.jpg
  5.  # 25

    JCardoso,
    9 - Excluem-se do âmbito de aplicação do presente Regulamento:
    ...
    c) As intervenções de remodelação, recuperação e ampliação de edifícios em zonas históricas ou em edifícios classificados, sempre que se verifiquem incompatibilidades com as exigências deste Regulamento;


    Que interessante.
    E imaginemos que eu como dona de uma casa em zona histórica quisesse recorrer ao Recria, ou outro qualquer apoio financeiro para recuperação do imóvel, e quisesse ter certificação energética da casa (vamos imaginar que quero precisamente certificar-me do seu conforto térmico e simultaneamente controlo de custos energéticos) muito provavelmente iria ser pioneira nacional na questão? (Aliar a recuperação histórica e certifcação energética?).
    O que por outro lado, possibilitaria, a recuperação de acordo com as specificidades do Recria, porque, como diz o Paulo Correia:
    "Não é conservar, é apenas repor o que existia no projecto que está na câmara (bom ou mau) e reabilitar com os mesmo materiais e soluções construtivos originais. Ora naquela altura, preocupações com o conforto térmico e acústico eram inexistentes.
    Portanto, se quando chove, as coberturas de zinco fazem imenso barulho, que continuem a fazer mas colocar lá isolamento acústico é que não, não existia nessa altura. "

    Conclusão, são incompatíveis; para se respeitar a regulamentação da recuperação de construções antigas em zona histórica dispensa-se outros regulamentos tão actuais como certificação energética e que se diz: "Esta é uma iniciativa particularmente relevante no combate às alterações climáticas, contribuindo para uma maior racionalização dos consumos energéticos nos edifícios e para a prossecução de uma das medidas do Programa Nacional para as Alterações Climáticas"

    A questão que eu coloco aqui é a recuperação em zonas históricas pelo fundamentalismo (dito por Paulo Correia) entra em colisão directa, no mínimo, com o bem estar e qualidade de vida de quem habita estas construções?
    Não se alia um ao outro? Sobrepõe-se um ao outro? Entram em confronto directo?
  6.  # 26

    Boas

    Compreendo o seu ponto de vista mas note que o facto de não ser obrigada a cumprir não quer dizer que não possa introduzir melhorias a esse nível. O que, penso eu, não permitirão é a instalação de painéis solares por motivos estéticos. Quanto ao mais pode sempre melhorar, tendo em consideração as regras arquitectónicas para o local.
    Quanto à certificação energética poderá sempre obtê-la, aliás fazem-se certificações energéticas de qualquer edifício existente. As classificações obtidas não têm é de respeitar a classificação mínima exigida às construções actuais.

    cumps
    José Cardoso
  7.  # 27

    Tenho uma série de imagens parecidas, de cortar o coração na minha galeria no Flickr.
    Se eu tivesse algum dinheiro, certamente as compraria e recuperava. No entanto também exitem uma série de bons exemplos no que concerne á recuperação de edificios históricos. Até á bem pouco tempo era esta a minha vista diária. Digam lá se não é um assombro de vista. Datado de 1861, em 1919, transformado em casino, como ainda hoje é conhecido. Lugar de chás dançantes, de teatro de matiné, olho-o soberbo na sua imensidão. Era orgulhosa de ser sua vizinha.
      2866957195_7eb2347188_o.jpg
  8.  # 28

    Compreendo, J.Cardoso, Acho bem, que querendo se possa fazê-lo.
    Usei-o como exemplo.

    Quando se diz que existe fundamentalismo na regulamentação da recuperação/restauro de casas antigas em zonas históricas, percebo que mesmo comprovando-se/justificando o uso, por exemplo, de outro tipo de materiais diferentes dos originais, não seja aceite (?).
    Exemplo: Substituição das caixilharias antigas de madeira.
  9.  # 29

    Fantástica, Karura.
    Eu antes de comprar a minha actual casa, todos os fins de semana vinha abraçá-la. Literalmente, abraçava-a.
    Chocava-me a facilidade com que, por exemplo, me sugeriam aumentar-lhe um piso!
  10.  # 30

    Boas

    Acho - não estou muito por dentro do assunto - que as regras são algo rígidas no que diz respeito aos materiais a usar.

    cumps
    José Cardoso
  11.  # 31

    Beautiful Old houses, by the river in Tavira.
      1.1262903124.beautiful-old-houses-by-the-river-in-tavira.jpg
  12.  # 32

    Colocado por: CMartinQuando se diz que existe fundamentalismo na regulamentação da recuperação/restauro de casas antigas em zonas históricas, percebo que mesmo comprovando-se/justificando o uso, por exemplo, de outro tipo de materiais diferentes dos originais, não seja aceite (?).

    O fundamentalismo não é mais do que mera ignorância e/ou preguiça mental. è muito mais simples responder "Conforme está no projecto" que arriscar um milímetro que seja ao aceitar outras soluções

    Colocado por: CMartinA questão que eu coloco aqui é a recuperação em zonas históricas pelo fundamentalismo (dito por Paulo Correia) entra em colisão directa, no mínimo, com o bem estar e qualidade de vida de quem habita estas construções?
    Não se alia um ao outro? Sobrepõe-se um ao outro? Entram em confronto directo?

    A recuperação em zonas históricas regem-se na maioria dos exemplos, por um principio simples: Pôr bonito para inglês ver.

    Lembro-me de um concurso no tempo do Santana Lopes na câmara de Lisboa, onde reabilitaram 200 prédios em 3 freguesias de Lisboa. Concorri aquilo e sabe do que se tratava? Pintar as fachadas e limpar coberturas e escolherem os que estavam melhor estado. No fim anunciaram com pompa e circunstância o haviam recuperado

    Se é funcional ou não, isso não interessa. Depois querem atrair quadros médios/superiores que é quem pode pagar, para habitações com o conforto de um T2 na Musgueira.

    Colocado por: CMartinE o que fazem quando o projecto não está na câmara?

    Faz-se um projecto (levantamento) do existente e entrega-se na câmara. Depois, só os deuses sabem o que permitem ou não

    Colocado por: CMartinEu antes de comprar a minha actual casa, todos os fins de semana vinha abraçá-la. Literalmente, abraçava-a.

    Recuperar um edifício antigo é quase um acto de amor, têm de se gostar muito do edifico e aceitá-lo com as suas virtudes e defeitos.
  13.  # 33

    Paulo Correia, é mesmo um acto de amor!
    A mim doi-me de ver património assim abandonado. E também me doi ver algumas recuperações... nas quais literalmente se assassina parte da história e de exemplares únicos de arquitectura exemplar, de caracter tipicamente português. Claro que (eu compreendo) há que conciliar com o aspecto prático que algumas inovações trazem. POr exemplo, esta pérola... A culpa não é só do mar nem dos tempos dificeis... O título desta minha imagem é "Salvem-na!"
      4149056986_b58bff6b3c_b.jpg
  14.  # 34

    Colocado por: KaruraO título desta minha imagem é "Salvem-na!"


    Eu já nem ilusões tenho. No outro dia, estive num dos principais monumentos portugueses e aqueles malditos tinham substituído estruturas de pavimentos em madeira por lages aligeiradas de vigotas de betão pré esforçado!!!!!!! Dá vómitos ver coisas daquelas. Rebocos de cimento em cima de paredes de alvenaria de pedra. E o resto era tudo assim.

    Só faltava substituírem a estatuária de pedra por réplicas em betão. Felizmente perdi a obra.

    Ontem dia 3 de Fevereiro, fez 501 anos que se travou a mais importantes batalha que os Portugueses travaram, a batalha que alterou toda a geo politica de um subcontinente e considerada uma das batalhas mais importantes pelas implicações que teve. E no entanto, poucos portugueses sabem da sua existência mas a maioria sabe o nome da boazona que dá na novela da noite. Com um povo destes espera o quê? respeito pela sua história?
    Concordam com este comentário: two-rok
    • Karura
    • 4 fevereiro 2010 editado

     # 35

    Sim, a recuperação dos nossos edificios com uns anitos em cima demonstra amor por nós mesmos, mas não deveria passar apenas pela fachada, mas sim no seu todo, pois a beleza de uma habitação como aquela (a de cima) perde-se se não tiver uma família lá dentro.. Bom, para não mostrar só casos tristes, vou deixar-vos com outra imagem da minha colecção.
    (foto da minha autoria)
      4038698722_9a5134b4f0_b.jpg
    • lobito
    • 4 fevereiro 2010 editado

     # 36

    Colocado por: PauloCorreia
    Ontem dia 3 de Fevereiro, fez 501 anos que se travou a mais importantes batalha que os Portugueses travaram, a batalha que alterou toda a geo politica de um subcontinente e considerada uma das batalhas mais importantes pelas implicações que teve. E no entanto, poucos portugueses sabem da sua existência mas a maioria sabe o nome da boazona que dá na novela da noite. Com um povo destes espera o quê? respeito pela sua história?


    Google... google...

    Uns googles depois: Batalha de Diu!

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Diu

    Ui, nunca lá chegaria sozinha. Mas também não sei o nome da boazona da telenovela.

    Quanto a esta discussão, acho que a Karura tocou um ponto importante, que afecta não os monumentos históricos (que têm os seus próprios problemas como o Paulo indicou), mas as casas particulares: os edifícios são construídos à imagem dos donos da obra (veja-se as vezes que as pessoas se referem às casas que querem construir como "o meus sonho") por isso são imensamente vulneráveis à passagem do tempo. Não tanto nos materiais (que isso se resolve facilmente, haja vontade), mas na sua utilização. As grandes casas agrícolas (de que vi há pouco tempo uma num estado fantástico de conservação, fora um sítio onde tinham começado a fazer umas "melhorias" em Cernache do Bonjardim) só se aguentam com famílias enormes como já quase não há. Nem é uma questão de dinheiro: as casas são como as pérolas, perdem o brilho se não forem usadas.

    Outras, como nos centros históricos, são extremamente difícies de usar nos níveis de conforto que as pessoas consideram mínimos hoje em dia. É verdade que uma pessoa vai a Inglaterra, Holanda e vê casas tão ou mais antigas do que as dos nossos centros urbanos. Mas eu acho que eles não têm lá REGEU nenhum.
  15.  # 37

    Lobito,
    Haverá certamente algo que regule género RGEU.
    Já agora, aqui está o RGEU: http://www.oasrs.org/conteudo/uploads/rgeu.pdf
  16.  # 38

    O do Reino Unido: http://www.planningportal.gov.uk/
    (e já agora o seu interessante histórico: http://www.buildinghistory.org/regulations.shtml)
    Bom e haverá nos outros Países.

    O RGEU certamente foi criado - (pelo que vi em 1903, actualizado em 1951, e etc.; portanto não é algo que possamos reclamar como actual, já não sabemos o que é estar sem ele, sempre existiu no nosso tempo) - com boas intenções, e parece-me fazer sentido que o haja em todo o mundo civilizado, para em princípio e no mínimo não haver (mais?) desastres arquitectónicos e/ou os assassinatos de edificações históricas. Por outro lado, parece não ser suficiente, pois estes continuam a verificar-se, mas sendo mais rígida aí sim traduzir-se-ia numa inflexibilidade difícil de cumprir considerando os actuais padrões de vida/necessidades, e até desejos, habitacionais. Parece-me que o RGEU, é o mínimo que pode haver. Não sei se alguém quer aprofundar o assunto na sua perspectiva, mas esta é a minha, do pouco que conheço do mesmo.
  17.  # 39

    Colocado por: CMartinLobito,
    Haverá certamente algo que regule género RGEU.
    Já agora, aqui está o RGEU:http://www.oasrs.org/conteudo/uploads/rgeu.pdf


    Haverá. O que é certo é que eu vi apartamentos arrendados em Paris e Amsterdão, casas compradas em Inglaterra, que não passariam em parte nenhuma em Portugal (não digo que em Portugal não haja barracas e tugúrios, e de que maneira, mas não no mercado normal de compra e venda e arrendamento, penso eu). Além da infinidade de apartamentos com o WC "sur le palier", um exemplo de Amsterdão: um amigo meu holandês vivia numa casa muito central de Amsterdão (coisa muito difícil e muito apetecível) com 3 andares; o vizinho de cima não tinha duche ou banheira e portanto vinha tomar banho na dele, que era numa parte dividida da cozinha (coisa que também já vi em Paris).
  18.  # 40

    Há casas de banho fantásticas em Paris,em que o cotovelo fica apoiado no suporte do rolo de papel higiénico porque não cabe em mais lado nenhum.
    Há casas de banho em Portugal,Porto, na Ribeirinha, em que para se puxar as calças para cima tem que se baixar para juntar a cabeça aos joelhos e ir subindo assim por nós próprios acima.
    Pensando nisso, digo-lhe, francamente, que nem sei como será a casa de banho do meu vizinho de frente, a casa é tão pequenina, daquelas casas em ilha nos centros das aldeias, sabe?
    (Sim, não são para arrendar. Ou, supostamente, sim, não são para arrendar.)
 
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