Iniciar sessão ou registar-se
  1.  # 161

    Em relação às imperfeições da madeira, por exemplo, posso estar enganada mas penso que hoje em dia é também mais difícil encontrar material de boa qualidade (quer dizer, com um número aceitável de imperfeições mas não mais do que isso. Ou então custa mesmo, mesmo os olhos da cara, porque escasseia. É a impressão que eu tenho ao olhar, por exemplo, para soalhos antigos; mas também pode ser que as décadas de cera que têm em cima esbatam as ditas imperfeições.

    O marceneiro que eu citei noutro comentário, que me falou no homem que durante 30 anos lhe vendeu madeira ainda na árvore, avisando-o quando ela estava pronta para ser cortada, referiu a dificuldade de encontrar madeira decente, que não empene, etc, etc.
    • CMartin
    • 23 fevereiro 2010 editado

     # 162

    Colocado por: lobitoEm relação às imperfeições da madeira, por exemplo, posso estar enganada mas penso que hoje em dia é também mais difícil encontrar material de boa qualidade (quer dizer, com um número aceitável de imperfeições mas não mais do que isso. Ou então custa mesmo, mesmo os olhos da cara, porque escasseia. É a impressão que eu tenho ao olhar, por exemplo, para soalhos antigos; mas também pode ser que as décadas de cera que têm em cima esbatam as ditas imperfeições.

    O marceneiro que eu citei noutro comentário, que me falou no homem que durante 30 anos lhe vendeu madeira ainda na árvore, avisando-o quando ela estava pronta para ser cortada, referiu a dificuldade de encontrar madeira decente, que não empene, etc, etc.


    Não sei se não há, ou como diz, se escasseia, a madeira. Custa os olhos da cara?
    Tudo isto me parece muito subjectivo. Acho que vai na linha da tal conjuntura que falei antes.
    Para mim o recuperar casa começa cada vez mais a ser, para usar uma comparação perceptível, um produto "gourmet".
    Poucos apreciam (ou sabem apreciar), poucos estarão dispostos a pagar e os que pagam nem sabem bem o que estão a pagar. Criou-se um nicho de mercado à volta disto. Uma aura de magia à volta de algo que antes se fazia com a maior das facilidades. Muito poucos sabem fazer, e os que sabem levam caro. E fazem bem.
    Porquê?
    Lá está..Porque quase ninguém sabe fazer, as técnicas não se ensinam - os materiais escasseiam (o caso da sua madeira), sabe-se lá as razões, serão diversas, ..ou seja, é tudo muito limitado e quase exclusivo.
    As poucas(parece-me) empresas que se dedicam/especializam neste ramo estão elas próprias mistificadas, envoltas numa aura de sabedoria e exclusividade. Tudo isto se paga. Ou tudo isto, pelos vistos, paga-se.
    E se calhar o que se queria apenas era o Sr. António com as suas madeiras e o martelo que construiu estas casas desde o início, desde sempre.
    Veja bem o caso da minha - construida, diz a história que me contaram, por vizinhos e familiares a troco de um almoço e uns garrafões..

    O que me diz disto?
    O que me dizem disto?
    • CMartin
    • 23 fevereiro 2010 editado

     # 163

    Apresentação
    Fundada, como associação de defesa do património, por escritura pública de 29 de Março de 1988, publicada no «Diário da República» de 7 de Maio de 1988, com o objectivo de fomentar o estudo e a valorização do património cultural do concelho, a Associação Cultural de Cascais tem desenvolvido nesse âmbito alguma actividade, designadamente no que ao património arqueológico diz respeito.
    Assim, por força do protocolo assinado em 1988 com a Câmara Municipal de Cascais (cujo texto foi aprovado por unanimidade na sessão camarária de 6 de Setembro desse ano), têm os seus membros integrado as equipas que vêm efectuando sondagens de emergência no centro histórico da vila de Cascais e nos sítios para onde se prevêem empreendimentos urbanísticos e há fortes indícios de existirem vestígios arqueológicos.
    Na villa romana de Freiria (S. Domingos de Rana) se desenvolve, porém, um dos seus projectos científicos de maior alcance – quer a nível nacional como internacional – que a Câmara e a Secretaria de Estado da Cultura têm amplamente apoiado, convictos do interesse que este património detém na valorização da região e como pólo de atracção de forasteiros. Aliás, é nesse âmbito que se inscreve a elaboração do Plano de Pormenor de Freiria, que o Executivo camarário deliberou, por unanimidade, aceitar e dar o respectivo seguimento processual na reunião de 20 de Dezembro de 2000.

    Dos resultados desses trabalhos se tem dado conta em reuniões e revistas científicas de âmbito nacional e internacional.
    Detém, ainda, a ACC uma regular política de publicações. Para além de cinco desdobráveis sobre sítios arqueológicos do concelho, publicou uma monografia, da autoria de Jeannette Nolen, sobre a villa romana do Alto do Cidreira; dois álbuns fotográficos, da autoria de Guilherme Cardoso, Cascais Passado a Preto e Branco e Estoril Passado a Preto e Branco; os volumes II e III da exposição Um Olhar sobre Cascais através do Seu Património; tendo dedicado, igualmente, atenção a um património nem sempre bem considerado: o dos poetas ditos «populares», de que já se publicaram mais de três dezenas de livros (três dos quais em 2ª edição), o último dos quais, Chamaste-me Rouxinol, de David Inácio, em Abril deste ano (ISBN: 978-972-9406-42-3).
    O património edificado mereceu-lhe o maior apreço, tendo, em Outubro de 1992, atribuído a duas casas de Manique de Baixo o Prémio de Restauro de Arquitectura Popular, porquanto os seus proprietários quiseram preservar-lhes a traça original.
    Fonte: Associação Cultural de Cascais.
    • CMartin
    • 23 fevereiro 2010 editado

     # 164

    Uma delas, a minha. Uma casa portuguesa, popular, com muito orgulho.
      Premio.JPG
    • CMartin
    • 23 fevereiro 2010 editado

     # 165

    As casas, as gentes, as histórias…
    posted Jul 13, 2009 3:13 PM by Associação Cultural de Cascais
    O texto que se segue constitui o prefácio – e que foi, também, o texto de apresentação, em Alcabideche, a 26 de Junho de 2009 – do livro Registo Fotográfico de Alcabideche e Alguns Apontamentos Histórico-Administrativos, da autoria de Guilherme Cardoso, Carlos Teixeira e Jorge Miranda, edição da Junta de Freguesia de Alcabideche, 2009
    Fonte: http://sites.google.com/site/asscultcascais/notici%C3%A1rio/ascasasasgentesashistorias

    "O desabafo, legítimo, de homens que têm consciência da importância do que
    chamamos de «património» e dos maus-tratos que, pela inconsciência de muitos
    outros, esse património vai sofrendo.
    Fica a azenha em Manique. O que resta de uma actividade... eu ia a escrever
    «do passado»; hesitei, porém, porque, nos tempos que correm, mui provavelmente a
    essa e a muitas outras actividades somos capazes de ter de voltar, pela força das
    circunstâncias. Não se noticiava, há dias, que, em determinada terra do nosso País, já
    cada família recomeçara a cozer o seu pão, a cultivar a sua horta? Não estão as
    encruzilhadas dos arredores da capital pejadas de pequenas hortas agora?
    Percorreu Guilherme Cardoso, de lés a lés, a freguesia de Alcabideche, a
    maior e a mais rústica do concelho, de máquina fotográfica em punho, a captar tudo
    aquilo que (sabia!) pouco haveria de durar. De bloco de apontamentos sempre pronto
    para anotar pormenores, fixar testemunhos, na certeza plena de que «velho que morre
    é biblioteca que arde». Vasculhou, claro, ele e Jorge Miranda e Carlos Teixeira,
    documentação de arquivo, livros antigos… mas, que há aí de mais eloquente que a
    tradição vivida e a ruína miudamente perscrutada?...
    E foram historiadores, etnógrafos, arqueólogos, que, de olhos bem abertos no
    presente, já sabem perscrutar o futuro e, porque leram nos livros e na experiência, não
    resistiram, aqui e além, a deixarem umas linhas argutas, entenda-as quem as quiser
    entender:
    «É mais fácil destruir do que conservar. Colocamos a nossa memória a
    substituir a de antanho, como se isso fosse o princípio de tudo»! – a propósito do
    prémio que a Associação Cultural de Cascais atribuiu à reconstituição fiel de dois
    casais saloios em Manique de Baixo.

    Leiam se interessar, o documento completo, Fonte::
    http://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxhc3NjdWx0Y2FzY2Fpc3xneDo2YTlhNzZlOGE3MWQyYWE1
    • CMartin
    • 23 fevereiro 2010 editado

     # 166

    Agarraria eu nesta casa que veio parar às minhas mãos (pelo destino) e destruir-lhe-ia?
    Arranco-lhe as madeiras, os mosaicos, os tectos, ponho-lhe flutantes e laminados?!
    Ponho-lhe fachadas em vidro, tiro-lhe as telhas velhas ponho novas?!

    Vou pelas sugestões dos fornecedores, das lojas, dos serviços?! Ponho novo?!

    Não sou de extremos, já disse que substituo o que tem de ser por uma questão de habitabilidade actual, mas, no caso desta casa, contratar arquitecto ou outro profissional para a alterar seria um crime. Tenho o dever de a cuidar e conservar, tal como está, desde a sua origem. Foi esse o compromisso inerente que assumi quando a adquiri. Vou cumprir.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Paulo Correia, j cardoso, oskar
  2.  # 167

    "É um nicho. Sendo um nicho não tem volume. Não tendo volume não é negócio. As empresas grandes não o querem"
    Dito por construtor meu conhecido acerca da recuperação de casas antigas, e as técnicas que exigem para o seu restauro.
  3.  # 168

    Bem, o chão não foi substituído (só mesmo algumas tábuas que estavam muito comidas) mas foi afagado e envernizado. Estava horrível, avermelhado e escuro. Não sei o que fizeram ao chão mas tinha uma tinta esquisita por cima que lhe deu um tom vermelho vinho. Agora está bonitinho :)
    1
    2
    3
  4.  # 169

    Podia-se comer em cima... ou pôr o bâton a olhar para o reflexo ;-)
  5.  # 170

    Colocado por: MartaDAgora está bonitinho :)

    Bonitinho, não, está muito bom. Gosto imenso da esteriotomia do pavimento. Se você muda-se isso, merecia saber com quantas tábuas se faz um soalho

    Colocado por: CMartinPara mim o recuperar casa começa cada vez mais a ser, para usar uma comparação perceptível, um produto "gourmet

    Lindo, não diria melhor
    Concordam com este comentário: two-rok
    •  
      MartaD
    • 25 fevereiro 2010 editado

     # 171

    PauloCorreia, eu disse está bonitinho porque realmente não tem nada a ver com o que estava:
    1

    Agora falta fazer o mesmo nas outras salas.
    Pena que as outras fotos não estejam muito boas, não dá para ver o brilho.
  6.  # 172

    Ah, engraçado, era mesmo pintado!
  7.  # 173

    E mesmo a outra parte que não está pintada, estava escura. Não tem nada a ver com o que está agora. Engraçado como o pavimento ficou com os anos.
    •  
      MartaD
    • 25 fevereiro 2010 editado

     # 174

    A pedido da CMartin, aqui fica uma casa que não fica num centro histórico, mas que também vale a pena recuperar. É um trabalho constante porque há sempre algum arranjo a fazer. Só para quem gosta mesmo.
    1

    Um off-topic, hoje cheguei lá e chamaram-me para me dizer que tinham roubado ovelhas durante a noite. Nunca aconteceu. E o mais estranho foi terem deixado uma ovelha sem cabeça, mesmo para nós vermos. Dá que pensar. Agora estou assustada :(
    Estas pessoas agradeceram este comentário: two-rok
  8.  # 175

    Olá Marta,

    Lamento, que desagradável esse episódio da ovelhinha :((

    Parabéns, a sua casa é fantástica! mas já lhe devem ter dito isso muitas vezes.
  9.  # 176

    Boas

    Muito bom. Pode saber-se a época de construção?

    Cumps
    José Cardoso
    • lobito
    • 25 fevereiro 2010 editado

     # 177

    Séc XVIII?

    Ou mesmo fins do séc. XVII, não?
    •  
      MartaD
    • 26 fevereiro 2010 editado

     # 178

    ritasa: A casa não é minha, é da minha família. Felizmente tenho a minha casa moderna e pretendo construir uma ainda mais moderna. Aprecio o antigo mas não é para viver com ele todos os dias (já me basta passar lá os dias, não as noites :) )
    Mas só com bastante amor é que se consegue manter uma casa assim em bom estado. Apesar de precisar de alguns restauros de pinturas, quanto a isso, acho que vão ficar na mesma.
    ( o episódio da ovelha sem cabeça pode ser alguma ameaça, segundo o que os trabalhadores de lá já me disseram. Nunca se sabe, as pessoas do Norte são maradas)

    j cardoso, a lobito já respondeu :) séc XVII

    Muito bem lobito, eheh
  10.  # 179

    Penso que a maior parte desses "filhos do milho" (e as igrejas do norte!) são principalmente do séc.XVIII, mas, vendo bem, este pareceu-me um bocadinho mais "arcaico" (sobretudo alguns dos tectos, os mais bonitos, para mim).

    De facto, percebo que uma casa dessas possa ser um terrivel peso: uma enorme responsabilidade e, claro, um sorvedouro. Faz-me lembrar uma amiga minha minha que me dizia que uma vez a mãe dela andou a fazer um trabalho no palácio Fronteira quando o actual marquês era rapazote e que vinha muito impressionada porque, com tanta coisa boa à volta dele, só tinha cadeiras de plástico e pufs de napa e coisas bera no quarto dele. Pudera não, coitado! :-)))

    Esta em turismo de habitação? Manter esses paquidermes em propriedade particular não é brinquedo!
  11.  # 180

    lobito, já esteve em turismo de habitação há uns 10 anos atrás. Daí para a frente é só casa particular. imagine, estão aqui 2 homens "das obras" (eles são carpinteiros) em trabalho constante há uns 30 anos. Têm sempre trabalho para fazer, alguma coisa para arranjar, etc.
    Apesar de se gastar dinheiro com isto (digo sempre que é um poço de problemas e dinheiro) quem possui uma casa assim, tem a obrigação de a manter em bom estado e de viver dentro dela. Senão mais vale vender a quem lhe dê valor. Acho que o maior problema aqui são algumas pinturas estragadas e o bicho nas madeiras.

    eheh , está gira essa história do marquês :) Mas quem vive com essas coisas e sempre as viu , prefere outro tipo de coisas. Ainda para mais, os jovens de agora, como eu :)
 
0.0542 seg. NEW