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  1.  # 1

    Colocado por: Carvai
    Pois não faço ideia, nessa altura não existia o Excel e os papeis foram á vida. Sobraram as escrituras das casas que digitalizei.
    E também não havia estes Forum's para o pessoal se lamentar que não conseguia comprar casa em Lisboa. Íamos para a Reboleira, Queluz ou Amadora que eram mais em conta. E a quantidade de bairros de barracas que existiam por toda a grande Lisboa incluindo aqui na Amadora não mostravam facilidades na compra de casa.


    Por vezes é também uma questão de escolhas e prioridades. E há quem as tenha no sítio errado, sobretudo se entramos em conta com os salários e nível de vida.

    Quando voltamos do estrangeiro podíamos ter comprado um apartamento de €300k na cidade com crédito mas optamos por um de metade do preço (e dobro da área) "logo ali
    ao lado"; está pago. Também podia -e posso- comprar um carro de €40-50k, mas escolho não o fazer. Prefiro, por exemplo, pagar 800€/mês no colégio dos miúdos e dar-lhes a melhor oportunidade de educação possível.

    Escolhas. Prioridades.
    Concordam com este comentário: Carvai
  2.  # 2

    Colocado por: pcspinheiroPor vezes é também uma questão de escolhas e prioridades.
    É verdade Pcspinheiro. Não coloco minimamente em causa o que diz.ha imensa gente com as prioridades trocadas.

    Mas faça lá um exercício e veja o preço das casas pós 2016 e sobretudo de 2020 para cá.comoare com os rendimentos médios e depois diga que teem muitas escolhas ou prioridades.

    Eu prefiro pensar não que fazem tudo certo e estão enrascados e é destes que falo. E não daqueles que optaram por viver a grande. Esses em princípio iriam estar sempre mal, porque sobrando dinheiro, geralmente é mal aplicado.
  3.  # 3

    Colocado por: NTORIONCarvai, eu percebo que queira demonstrar que nos anos 70 ou 80 era mais dificil comprar casa do que agora, mas confesso que tenho muitas dúvidas nessa teoria... Quantos ordenados médios era precisos para comprar uma casa média (agora uma casa média seria na altura de luxo, tb é um fator a ter em conta) na altura?

    Lamento mas não faço a mínima ideia que quanto ganhava na altura até porque mudava devido á inflação e eu mudei muitas vezes de empresa e até de ramo de atividade. Comecei na aviação e acabei na gestão de empresas em África e em Portugal depois de sair da tropa. Sei quanto paguei pelas casas porque digitalizei as escrituras.
    Mas não devemos comparar só a casas. Quando comprei a casa de Queluz no prédio de 10 condóminos só 2 tinha carro.
    Eu na altura já conhecia 3 continentes por razões profissionais, mas a grande maioria das pessoas do meu circulo de amigos/colegas nunca tinham passado de Badajoz.
    Restaurantes para quase todos era sexta á noite ou domingo. Concertos, festivais não havia. Havia alguns que iam á bola. TV's era uma por casa com 2 canais. Saude era o médico da caixa só havia um hospital privado em Lisboa e pouca mais fazia
    que partos para madames finas.
    E quando estamos chateados bebíamos umas minis. Não havia teclados.
  4.  # 4

    Colocado por: Sasapo

    eu aposto em mais uma subida, desemprego em minimos historicos e inflação alta... em breve vamos saber.


    hä que dar a mäo a palmatoria, FED acabou de que não sobe os juros (desta vez), apoiado nos dados da inflação que sairam estes dias onde mesma baixou para 4% em maio.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: eu
  5.  # 5

    Colocado por: crisssxPor mim a inflação de 20/30% pode voltar... se os rendimentos acompanharem...


    basta ir para a turquia, argentina ou zimbabue, é tipo isso, agora a moeda não vale é o papel em que está impressa. (turquia ainda não, mas para lá vai)
  6.  # 6

    Colocado por: Sasapobasta ir para a turquia, argentina ou zimbabue
    vem logo com a Turquia, alguém falou da Turquia Argentina ou Zimbábue? O que se estava a falar foi da inflação em Portugal no final da década de 80 e início da década de 90, quer perguntar a algum português que passou por essas inflacoes se ganhou ou perdeu poder de compra no processo?
    • RCF
    • 14 junho 2023

     # 7

    Colocado por: CarvaiRestaurantes para quase todos era sexta á noite ou domingo. Concertos, festivais não havia. Havia alguns que iam á bola. TV's era uma por casa com 2 canais. Saude era o médico da caixa só havia um hospital privado em Lisboa e pouca mais fazia
    que partos para madames finas.
    E quando estamos chateados bebíamos umas minis. Não havia teclados.

    Nem telemóveis (e mesmo telefones eram raros), etc, etc...
    Não vejo isso, hoje, como luxos, mas mais como necessidades... e, por conseguinte, mais despesas.

    Colocado por: CarvaiE a quantidade de bairros de barracas que existiam por toda a grande Lisboa incluindo aqui na Amadora não mostravam facilidades na compra de casa.

    Essa dificuldade não deixou de existir, mas simplesmente foi camuflada pelo apoio público à habitação, através dos bairros sociais. Se não fossem os bairros sociais, criados no final do séc. XX e já no séc. XXI, teríamos muito mais barracas do que as que existiam nos anos oitenta... já para não falar ns pessoas sem abrigo, cujo número não para de crescer...
  7.  # 8

    Colocado por: CarvaiE quando estamos chateados bebíamos umas minis. Não havia teclados.
    Até o Carvai se rendeu aos teclados, já viu?

    Os teclados quando usados corretamente é uma boa maneira de promover a discussão na sociedade civil não lhes vejo mal.



    Colocado por: CarvaiEu na altura já conhecia 3 continentes por razões profissionais, mas a grande maioria das pessoas do meu circulo de amigos/colegas nunca tinham passado de Badajoz.
    Restaurantes para quase todos era sexta á noite ou domingo. Concertos, festivais não havia. Havia alguns que iam á bola. TV's era uma por casa com 2 canais. Saude era o médico da caixa só havia um hospital privado em Lisboa e pouca mais fazia
    Não tinham muita coisa é verdade, mas sabe o que tinham? Perspectivas e confiança no futuro. Pergunte aí a qualquer pessoa que está a iniciar a sua vida profissional, ou mesmo aqueles que por aqui vao resistindo feito burros se as teem.

    Sabe outra coisa que não tinham na altura? A carga fiscal actual.

    Os tempos são diferentes é inegável, e a sociedade tornou-se mais consumista. Na prática os bens de consumo democraticatizaram-se, ao passo que os bens essenciais como a habitação se estão a tornar cada vez mais um bem apenas acessível a uma minoria. Parece que está tudo ao contrario.
  8.  # 9

    Colocado por: HAL_9000Não tinham muita coisa é verdade, mas sabe o que tinham? Perspectivas e confiança no futuro. Pergunte aí a qualquer pessoa que está a iniciar a sua vida profissional, ou mesmo aqueles que por aqui vao resistindo feito burros se as teem.

    È difícil fazer comparações deste tipo. Reconheço que no meu circulo de amigos/colegas de escola ou trabalho a grande maioria teve uma boa vida tanto em Portugal como no estrangeiro. Alguns também fracassaram tanto por razões pessoais ou familiares.
    Mas se comparo com a geração do meu filho (finais de 80) aconteceu exatamente o mesmo. Os amigos/colegas de escola quase todos estão bem profissionalmente mesmo aqueles como o meu filho que não acabaram as licenciaturas. Generalizar o sucesso ou o fracasso é muito completo. Voltamos ao teclado, antigamente a amostra era no café ou no clube, agora são ás centenas nos forun's ou redes sociais.


    Colocado por: HAL_9000Sabe outra coisa que não tinham na altura? A carga fiscal actual.

    Aqui estamos 99% de acordo, o saque fiscal é muito maior e no pós Paulo Macedo a fuga fiscal tornou-se muito mais complicada
  9.  # 10

    Colocado por: HAL_9000Quer contar o segredo? Achava eu que meter-me a fazer casa aos 30 era cedo :).

    Acho que comecei a pensar nela aos 25, andei 1 ano a desenhar/afinar a coisa, em 2007 o arquiteto passou a limpo e foram uns 3 anos a construir com calma.

    Na realidade não há grande segredo, comecei a trabalhar cedo, 16 anos, ao fds em serviços de casamentos/eventos, facilmente se trabalhava 15 a 20 horas dia, 1,2 ou 3 dias por semana (dependendo da altura do ano), podia amealhar esse dinheiro todo, lá está nesta altura o fisco pouco levava, os recibos verdes já apareceram depois dos 2005 prai... Ah sim, com 16 anos, já comprava o jornal de negócios, e aos 18 já transacionava algumas ações, altura onde não era preciso saber grande coisa PQ tudo subia. As ordens eram dadas ao balcão onde preenchiam um papelito, e seguia as cotações no teletexto, isto já nos 2000 penso. Por azar tb recebi uma herança que ajudou em parte.
    Tb não tinha QQ despesa, estudava e tinha os estudos pagos, bem como uma semanada para me orientar.
    Fazer a casa foi uma opção, certa ou errada não sei, PQ tb lá gastei quase tudo o que tinha, quando podia ter investido noutra coisa e multiplicar o dinheiro ou dividir e não ter nada...
    Estas pessoas agradeceram este comentário: HAL_9000
    • smart
    • 15 junho 2023 editado

     # 11

    Hum.
    Seria importante, uma reflexão do que se passa em Portugal e do que se passa na maioria dos países da Europa.
    Quero dizer, o aumento do preço do imobiliário em Portugal foi semelhante ao de outros países da Europa, o que se esperava, ou, em Portugal o preço disparou de tal forma, quer seja nos centros urbanos ou mesmo no interior e nesse caso, o que motivou tal especulação e o que foi ou está a serviço feito para a mitigar?
    Em circunstâncias normais, a medida que as TX juro sobem, e o rendimento disponível das famílias desce, os bancos exigem mais garantias e menos são aquelas que as conseguem satisfazer, originando uma menor procura, e assim, a correção dos preços.
    No entanto, não é o que se verifica.
    Portugal está na moda.
    Começou com os vistos gold e explodiu com o programa reformados europeus que ficam sem pagar impostos dos rendimentos por mais de uma década (ficam com a casa e borla), alastrou ao investimento das classes alta e média que compram casas para turismo, fixação de nómadas digitais, além do interesse mundial de turistas, que por cá passam férias, recorrendo ao AL.
    Elevada procura preços sempre a subir.
    Além do mais, muitos são os tugas que procuram outras paragens face a incapacidade dos seus rendimentos proporcionarem circunstâncias de vida razoáveis, que origina falta de mão de obra, cuja imigração contribuí para alavancar ainda mais os preços.
    Sem prejuízo da inflação e turbulência dos mercados, ora com a impressão de dinheiro a rodos, investimentos estatais para impulsionar o emprego, pandlemia, e preços da energia/guerra, associados às circunstâncias de interesse por Portugal, acaba no resultado á vista.
    Cada vez mais famílias vão á procura de uma vida melhor.
    Cada vez mais imigração em resposta.
    Então agora com a livre circulação entre países PALOP, é só apanhar o avião.
    E isto vãi levar nos no geral a melhores condições de vida?
    O resultado está á vista.
    E o estado o que faz? Impulsiona ainda mais a procura...
    No Canadá, legislaram de forma a impedir que imigrantes comprem casa, para controlar a procura e assim a inflação.
    Muitos vendem casa e acabam por dizer que ganharam o dobro, mas na compra de outra, vão entregar o lucro a outro e assim sucessivamente.
    Em meses de ordenado para aferir a taxa de esforço na compra, cada vez mais, a dificuldade é maior.
    Amanhã, na minha opinião temos mais um aumento das taxas de juro (0.25).
    Já o estado, é só facturar impostos
  10.  # 12

    Hum
    Na minha opinião, se não fosse a procura, já há muito que o mercado imobiliário tinha sofrido um Crash.
    Em Itália os preços corrigiam na década passada, enquanto que cá, o céu é o limite.
    Concordam com este comentário: HAL_9000
  11.  # 13

    Colocado por: CarvaiGeneralizar o sucesso ou o fracasso é muito completo.
    Não é preciso generalizar, eu trago-lhe dados concretos, que espelham dentro do possível a realidade..

    "Portugal: o país onde uma licenciatura vale cada vez menos, falta talento qualificado e a classe que o forma é a mais envelhecida da Europa.
    Em menos de uma década, o prémio salarial associado à licenciatura caiu para metade, o emprego tecnológico cresceu a um ritmo cinco vezes superior ao de outras áreas e a escassez de talento qualificado agravou-se, aponta o novo relatório da Fundação José Neves sobre qualificação, emprego e salários"

    https://expresso.pt/economia/trabalho/2023-06-14-Portugal-o-pais-onde-uma-licenciatura-vale-cada-vez-menos-falta-talento-qualificado-e-a-classe-que-o-forma-e-a-mais-envelhecida-da-Europa-f486e9de


    A entrada no mercado de trabalho com ensino superior demora para muitos e faz-se por salários reais 12% mais baixos face a 2011. Estudo da Fundação José Neves defende aposta na digitalização das empresas, que tem aumentado, mas não inverteu a tendência.
    https://www.jornaldenegocios.pt/economia/emprego/mercado-de-trabalho/detalhe/premio-salarial-de-licenciados-cai-para-minimos-do-pos-troika

    Agora some a isto a evolução do preço da habitação que se verificou após 2015 e percebe um pouco a minha argumentação.
  12.  # 14

    Colocado por: HAL_9000Pode haver outras maneiras, eu é que não estou a ver quais.


    Já lhe disse, constrói mais pequeno, mais simples, menos compartimentos, menos pisos, investe no planeamento e no pragmatismo de quem constrói como que se fosse para vender.

    E principalmente, cancela a conta no pinterest e outros que tais.

    Assim de simples.
  13.  # 15

    Colocado por: HAL_9000Achava eu que meter-me a fazer casa aos 30 era cedo :).


    Vai de cada um.
    Acho que antes dos filhos entrarem para a escola está sempre a tempo, de resto quanto mais tarde melhor. No limite, não vejo a necessidade extrema de se ser dono da casa onde se vive. Mas lá está, são ideias. Cada um com as suas.
  14.  # 16

    Colocado por: HAL_9000Não tinham muita coisa é verdade, mas sabe o que tinham? Perspectivas e confiança no futuro. Pergunte aí a qualquer pessoa que está a iniciar a sua vida profissional, ou mesmo aqueles que por aqui vao resistindo feito burros se as teem.


    Não concordo nada com essa visão. A geração dos meus ascendentes tinha a profissão que o pai ou a mãe decidia, em função do que dava mais jeito para a aldeia. Isso se pelo meio não tivessem que ou ir para a guerra em África ou emigrar. Normalmente os homens iam para a Guiné, Angola... as mulheres para a Alemanha ou França. Outros quantos rumavam à Metropole da capital como que se fosse o El Dorado. A perspectiva de futuro era trabalhar como um desgraçado para dar melhor vida aos filhos e possibilidade de que estudassem se assim quisessem.

    A minha geração (dos anos 80) saiu da escola com uma data de ferramentas para fazer-se à vida e deixarem-se de lamúrias. Apanhamos a tecnologia e globalização ainda na escola. As geraçôes dos 90, 2000 já nasceram no meio disto. A bolha deixou de ser um rectangulo à beira mar plantado, e as fronteiras deixaram de ser um problema como o eram antigamente. O mercado passou a ser quase infinito, multidisciplinar, multicultural, multilinguístico, multi-etc...

    Sinceramente, perspectiva de futuro só não a tem quem é demasiado péssimista ou avesso ao mínimo risco, tenha nascido nos 50, 60, 80 ou 2000. Apesar de concordar de que o ponto de partida e contexto têm um peso brutal na equação, cada um é o maior responsável pela vida que tem ou quer ter. Logo a começar pela escolha da profissão. Outrora, a gente "nem sabia" que podia escolher profissão...
  15.  # 17

    Colocado por: N Miguel OliveiraJá lhe disse, constrói mais pequeno, mais simples, menos compartimentos, menos pisos, investe no planeamento e no pragmatismo de quem constrói como que se fosse para vender.

    E principalmente, cancela a conta no pinterest e outros que tais.
    Vamos por partes:
    Eu não discordo numa virgula no que disse acima. Aliás ao construir/comprar hoje em dia e não ter isso em conta é estar a comprometer ainda mais a independência financeira.

    O que eu discordo é que isto resolva alguma coisa, ou seja a solução. Atenua e muito alguns problemas associados ao acesso à habitação, mas não representa "a alternativa" ou "a solução" como o Miguel parece defender.

    Permita-me ilustrar a minha opinião com 2 exemplos:
    1- O Miguel com certeza conhece a Casa dos 100 mil euros do arquiteto NunoGouveia. Diria que essa casa obedece em grande parte aos pressupostos que elenca acima (talvez não a questão da área). Se bem me lembro o NG já em 2018 ou 2019 não conseguiu bem manter o budget nos 100k, ultrapassando ligeiramente. Aos quais ainda se somaram IVA e terreno.
    Quanto custaria construir esta casa hoje em 2023? E o terreno? Acha que o valor previsivel está enquadrado com os rendimentos médios do nosso país?
    Para se ter uma ideia, penso que alguns de nós ainda vimos a casa à venda em 2020 e temos bem noção da evolução do valor da mesma ao fim de apenas 2 anos.

    2- Idealizemos uma família tipica a morar em Portugal: um casal ambos com ordenados médios (rendimento familiar de 3000 eur brutos, cerca de 2000 eur limpos) e 2 filhos.
    Eu diria que tendo em conta os rendimentos e família, este casal nunca deveria gastar mais de 150k na aquisição/construção de uma casa (incluindo IVA e terreno, projetos taxas e taxinas), com financiamento no máximo de 120k. Mais que isto já é estar a comprometer a saude financeira da familia e portanto a qualidade de vida.
    Sendo o Miguel da área, acha que esta família consegue uma casa que lhe sirva por estes valores? Se sim que tipo de casa?
    Eu acho que não, mesmo que pretendam ir viver para cascos de rolha.
  16.  # 18

    Colocado por: N Miguel OliveiraVai de cada um.
    Acho que antes dos filhos entrarem para a escola está sempre a tempo, de resto quanto mais tarde melhor. No limite, não vejo a necessidade extrema de se ser dono da casa onde se vive. Mas lá está, são ideias. Cada um com as suas.
    A minha ideia era e é mais: Quanto tiver filhos, quero já ter a questão da casa resolvida, para que eu lhes possa dar estabilidade. Daí ter optado por comprar e construir antes de avançar com os planos de paternidade. ´

    Eu também não vejo necessidade nenhuma de ser proprietário da casa, até porque trás muitas chatices associadas. O problema é que o mercado de arrendamento em Portugal, está completamente destruturado, não dá segurança a ninguém: Nem aos senhorios que podem ficar sem a renda meses a fio, nem aos inquilinos que de um momento para o outro podem ver a renda aumentada em 20% ou ter de procurar nova casa.
    Perante a instabilidade associada ao nosso mercado de arrendamento, a que se soma os valores astronómicos praticados nos últimos anos, eu pelo menos não conseguir projetar o meu futuro em termos familiares. Daí que ser proprietário se afigurou melhor opção em termos de estabilidade, e até de custo mensal diria eu.
  17.  # 19

    Colocado por: N Miguel OliveiraNão concordo nada com essa visão. A geração dos meus ascendentes tinha a profissão que o pai ou a mãe decidia, em função do que dava mais jeito para a aldeia. Isso se pelo meio não tivessem que ou ir para a guerra em África ou emigrar. Normalmente os homens iam para a Guiné, Angola... as mulheres para a Alemanha ou França. Outros quantos rumavam à Metropole da capital como que se fosse o El Dorado. A perspectiva de futuro era trabalhar como um desgraçado para dar melhor vida aos filhos e possibilidade de que estudassem se assim quisessem.
    Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

    Quem é que nos anos 80 ia para a guerra em África? Eu falava da geração dos nossos pais, no período pós 25 de Abril, finais anos 80, início aos 90. Não estava a aludir à geração dos nossos avós, esses sim com uma vida muito sofrida no tempo da ditadura.
    Por outro lado, também não ignoro que nos meios mais pequenos as oportunidades escasseavam. Por exemplo em momento algum eu acho que tive menos oportunidades ou perspetivas que os meus pais que nem estudar além do 6º ano puderam.
    Porém quando comparamos com o panorama geral do país, o facto é que nesse período havia de facto boas perspetivas de progressão, havia evolução, e havia a certeza que se trabalhasse arduamente conseguiria alcançar os seus objetivos. O meu pai durante muitos anos era a única fonte de rendimento, e apesar de termos uma vida simples em que todos ajudavam, a casa estava paga, tinha 3 filhos e não faltava nada lá em casa. Isso hoje é possível? Nem por sombras. Também não é menos verdade que hoje eu não conseguiria levar a vida da mesma maneira que os meus pais levavam naquela altura.

    Depois quem tinha oportunidade de estudar nessa altura, ou até mesmo quem conseguiu entrar para a FP em funções técnicas tinham padrões de vida mesmo muito bons, que hoje são uma miragem para quem sai da faculdade.



    Colocado por: N Miguel OliveiraA minha geração (dos anos 80) saiu da escola com uma data de ferramentas para fazer-se à vida e deixarem-se de lamúrias. Apanhamos a tecnologia e globalização ainda na escola. As geraçôes dos 90, 2000 já nasceram no meio disto. A bolha deixou de ser um rectangulo à beira mar plantado, e as fronteiras deixaram de ser um problema como o eram antigamente. O mercado passou a ser quase infinito, multidisciplinar, multicultural, multilinguístico, multi-etc...
    Enquanto não estivermos a falar da mesma coisa, nunca vamos concordar.
    Eu falo da qualidade de vida em Portugal, dos rendimentos por cá, o Miguel fala-me em emigrar. A questão é mesmo essa.
    Acho perfeitamente legitimo que eu queira ter a oportunidade de construir a minha vida no nosso país sem ter de abalar para terras distantes ou não? Portugal tem as condições para nos permitir ter uma qualidade de vida excelente, tem boa comida, tem boas paisagens, tem bom clima, é seguro, etc...tem tudo para ser o país que todos nó desejamos, mas não é porque é mal gerido. Porque em vez de ser bom para os seus cidadãos e quem cá trabalha e produz, prefere ser o recreio da europa.

    Obviaente que a nossa geração tem todas os recursos técnicos (e isso foi algo que o país nos deu), para se por ao fresco e ir pocurar a sorte em outras paragens. Aliás é isso mesmo que a nossa geração e as seguintes está a fazer: abandonar a pasmaceira e ir para onde é desejado. Mas o problema é mesmo esse:

    Qual é a lógica de o país investir milhres de euros em jovens desde o seu nascimento até ao final da sua formação com licenciaturas, mestrados, doutoramentos, cursos técnicos ou profissionais e depois não ter nada para lhes oferecer além de instabilidade laboral, estagnação, exploração, salários mínimos, altas cargas fiscais, falta de perspetivas? Se eles podem sair? obviamente que podem, e é isso que fazem.

    Depois para compensar vamos importar brasileiros, indianos, paquistaneses, PALOP, etc, que apesar de serem bem vindos pois vêm trabaljar e produzir, chegam sem formação específica e por isso aceitam a "instabilidade laboral, estagnação, exploração, salários mínimos, altas cargas fiscais, falta de perspetivas".

    Dizemos depois: pagamos mal porque somos pouco produtivos. Somos pouco produtivos porque temos baixos niveis de formação.
    Então a solução é formar, mardar embora e importar mão de obra sem formação? É pá, parece-me uma estratégia de doidos.



    Colocado por: N Miguel OliveiraSinceramente, perspectiva de futuro só não a tem quem é demasiado péssimista ou avesso ao mínimo risco, tenha nascido nos 50, 60, 80 ou 2000. Apesar de concordar de que o ponto de partida e contexto têm um peso brutal na equação, cada um é o maior responsável pela vida que tem ou quer ter. Logo a começar pela escolha da profissão. Outrora, a gente "nem sabia" que podia escolher profissão...
    Já cá faltava a teoria da autoresponsabilização. O Miguel ia-se entender às mil maravilhas com a minha esposa nesse tema. Ela tb defende a autoresponsabilização acima de tudo, e que por isso é tema muito debatido cá por casa.

    Obviamente que em última análise as suas perspectivas de futuro dependem apenas de si. Vamos a um exemplo prático:
    3 corredores têm de chegar à marca dos 100 metros em primeiro. Um começa da marca dos 0m, outro da marca dos 50 metros, e outro da marca dos 80 metros. Cada um é totalmente responsável por conseguir lá chegar em primeiro ou não.....não competem é em condições iguais e apenas o primeiro ganha o prémio.

    Basta fazer uma análise simples. Veja a estratificação social das pessoas que conseguem entram nos cursos mais apeteciveis das nossas universidades (aqueles que garantem melhores salários à saida), e vai ver que apesar do elevador social ainda funcionar de tempos a tempos, aquilo raramente vem cá abaixo buscar alguém para levar lá para cima.

    Eu não defendo que as pessoas não sejam responsáveis pelo seu futuro. Apenas acho que as condicionantes sociais têm um peso muito elevado nas perspectivas de futuro. Falo aqui da média geral, não daqueles 2-3% exepcionais que conseguem sempre ultrapassar todos os obstáculos. Estes últimos são uma inspiração, mas nunca serão uma maioria. As pessoas são exepcionais por isso mesmo, por terem cacaterísticas raras.
  18.  # 20

    Colocado por: smartHum
    Na minha opinião, se não fosse a procura, já há muito que o mercado imobiliário tinha sofrido um Crash.
    Em Itália os preços corrigiam na década passada, enquanto que cá, o céu é o limite.
    Concordam com este comentário:HAL_9000
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    Acho curioso chamarem uma queda acentuada a 15% em 10 anos, quando aqui sobe 15% num ano.
    Concordam com este comentário: desofiapedro
 
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