Colocado por: J.FernandesSe você acha que esta inflação caiu agora do céu, o melhor será ler alguns textos de há uns anos atrás, muitos avisados, de gente que sabe do que fala, que previa exatamente isto como consequência das quantidades insanas de euros e dolares que foram imprimidos para alegadamente recuperar as economias e salvar algumas economias anémicas da Europa do Sul.
Colocado por: HAL_9000E o BCE não tinha lá nenhum desses especialistas que previram a coisa? Ou estavam só a atirar para o ar a ver se acertavam em algum pardal?
Colocado por: HAL_9000Uma vez a porcaria feita, não há outra solução que não carregar no rendimento do trabalho, e gerar pobreza?
Colocado por: eumas também devia ser estimulado o aumento da oferta.
Colocado por: J.FernandesComo?Aumentando os juros pois então.
Colocado por: AMVP
Tem razao, ha so um aspeto que nao considerou. Nesse ciclo, se o rendimento do Manel nao o acompanhar, o Manel vira Ze ao final de algum tempo.
Mais, se o Ze ainda receber apoios, ate que o Manel chegue ao nivel do ze pode existirem zonas de rendimento em que o Manel tenha menos liquidez do que o Ze. Mais, como parece mal nunca aumentar o Manel, mantemo-lo ali 1% acima do Ze mas, vamos tributar mais o Manel e mantemos o apoio social ao Ze. Assim, pegando no seu exemplo, o Ze vai ao mercado e compra a sua banana, o Manel como nao lhe vendem metade, so compra de 15 em 15 dias e ainda e gozado pelo Ze, que neste cenario ja se sente com mais dinheiro (important) do que o Manel.
Colocado por: HAL_9000Óbvio que quem sustenta o aumento é quem mantém rendimentos que permitam manter a procura e não têm de a ajustar. Tendencialmente ajustam a poupança, ainda que possam ajustar a procura para manter a poupança (é o que, apesar de ao longo deste ano me sentir cada vez menos Manel e cada vez mais zé).
Mas volto a dizer, esta inflação está a ser sustentada muito mais em especulação de preços do que em procura. Não adianta nada tentar controlar a procura, se não se conseguir limitar a especulação.
Colocado por: HAL_9000Exacto foi o que eu disse. Quando o preço começa a subir, se o rendimento não crescer na mesma proporção, o zé ajusta de imediato a procura porque o rendimento disponível não permite manter a procura que tinham. Já o Manel pode ir mantendo a procura sacrificando taxa de poupança, daí eu dizer que é o Manel que sustenta a procura e não o zé.
Colocado por: HAL_9000O ciclo vicioso que fala, no caso de Portugal não é verdadeiro, porque a partir do aumento de preços, O zé entra logo em dificuldades, e o Manel vai logo a seguir, no fim, se não houver acompanhamento dos rendimentos, vamos ter é o zé e o Manel a comer somente uma banana porque é o que conseguem comprar. E o Luís que vende as bananas, feliz da vida, porque sabe que pelo menos banas vai sempre vender, e ao preço a que as vende atualmente, dá-lhe mais lucro vender duas banas este ano, que bananas no ano passado, e ainda poupa na logística.
Colocado por: HAL_9000A falha no seu argumento está no facto de não considerar que nos últimos anos Portugal tem sido uma fábrica de transformar Maneis em zés. Não aumentando os rendimentos em linha com a inflação, ao mesmo tempo que se sobrecarregam os Maneis que restam com excesso de impostos para poder dar subsídios aos zés, o que você está a fazer é colocar a dita fábrica em máximos de produção. Ou seja, cada vez vão haver mais zés a precisar de subsídios do paizinho, e cada vez vão haver menos Maneis com capacidade para pagar impostos. Diga-me de que maneira é que isto é sustentável?
Colocado por: HAL_9000Você acabou de me provar que não existe ao dizer "O custo de vida na Alemanha é cerca de 20% superior a Portugal. O salário mínimo na Alemanha é 1.500 Euros. Logo o poder de compra nesse caso será bastante próximo." Ou seja quem recebe o salário mínimo na Alemanha (os pobres portanto), tem o mesmo poder de compra que a nossa classe média. Nos temos classe média? Nós temos é um consjunto de pessoas que sendo pouco mais que pobres, estão sobrecarregadas em impostos para ajudar a manter outros concidadãos ainda mais pobres, ficando no fim todos pobres
Colocado por: HAL_9000Nem todos, como já lhe disse. Quem deveria pagar a inflação deveria ser que com ela lucra. Se a europa não consegue ou não quer transferir esse custo já é outra coisa. Por exemplo, demoramos quase 9 meses a colocar um teto ao preço do petróleo porquê? Acham que se a Europa e EUA colocasse um teto ao petróleo da Rússia, eles não o iam vender na mesma? Financiavam a guerra onde? a vender petróleo em promção à China e à India?
Quem tem de pagar a inflação é quem acumula riqueza nas crises e quem com elas lucra, cabe aos governos e aos economistas( os mesmo que nestas alturas são todos "especialistas" a abanar o livrinho dos princípios económicos, mas que no início do ano não acertar uma única previsão) arranjar modo de o fazer.
Colocado por: HAL_9000Olhe por exemplo, se o nosso governo quer assim tanto controlar a inflação, porque permite aumentos nos sectores que controla? Como portagens (nem me falem dos contratos, porque também existia um contrato com os reformados e não houve problema em controlá-lo) e Transportes públicos?
Colocado por: HAL_9000Nem mais. Eu se no início do ano era Manel, agora estou cada vez mais zé. O meu rendimento no ano passado não aumentou praticamente nada e para o ano vai aumentar 2%, numa inflação acumulada de 16% (sendo bem mais na alimentação até é bem mais). Se a isto juntarmos o disparar dos preços da habitação, quantos novos zé teremos daqui a 3 anos quando a inflação estiver controlada?
O zé devia conseguir ganhar para ele, para suprir as suas necessidades e os seus vícios, não teria de ser eu a ajudar a manter o zé. Os rendimentos do zé têm de subir, e os meus também. É assim tão complicado perceber?
Que raio de sociedade dita evoluída temos nós, em que se tenta criar muitos pobres, para que alguns poucos consigam acumular riqueza? Anão ser que o Squire me diga que pertence ao grupo dos poucos que lucra com a inflação, não percebo a lógica do seu raciocínio.
Colocado por: SquireO facto de haver mais rendimento disponível num determinado momento afeta o consumo de quem faz restrição por ganhar pouco. São essas pessoas que vão fazer aumentar o preço.A não ser que seja rico, na verdadeira ascensão da palavra, toda a gente faz restrições, não o faz é ao mesmo tipo de produtos. Uns fazem restrição em proteína de boa qualidade, outros fazem restrição em cultura e bens supérfluos, outros fazem restrição em automóveis, etc...De acordo com o nível de rendimentos, pelo que estar a defender que se der uns trocos ao zé ele vai logo gastar e aumentar ainda mais a inflação isso não faz sentido. Terá o mesmo efeito que aumentar os rendimentos do Manel por esse ponto de vista. O zé vai comprar as bananas, o Manel vai comprar aquela TV 65' que estava mesmo a precisar para ver o mundial.
Colocado por: SquireEstou um pouco confuso. Na sua primeira resposta disse que o principal contributo para a inflação era o aumento do lucro e agora está a dizer que é a especulação? Especulação e margens de lucro são coisas diferentes.Eu sei que são diferentes e admito que posso empregar de forma errónea palavras mais técnicas, mas neste caso, sabia precisamente ao que estava a aludir. A especulação de preços, imagino que origine lucros bem agradáveis, pelo que estão relacionados. Ao especular o preço, desacopla o preço de venda do preço de custo, a margem de lucro será tanto maior quanto conseguir.
Colocado por: SquireO Manel não sacrifica nada porque é belga e tem aumentos indexados à inflação. Tal como o Zé também tem. No entanto, foi o Zé que provocou o aumento do preço da banana porque quis aumentar o consumo, porque sempre fez restrição, ao contrário do Manel que ganha o triplo e nunca fez restrição, logo não precisa de aumentar o consumo.Aqui sou eu que fico confuso, e é por isso que não consigo concordar com a sua análise. Vamos por partes:
Foi o aumento do consumo que fez o vendedor agir e aumentar o preço da banana. E o aumento do consumo é provocado pelo Zé não pelo Manel. Logo a inflação é sustentada pelo Zé.
Colocado por: SquireComo é que o Zé entra em dificuldades se no exemplo que dei tem aumentos indexados à inflação?Porque eu contra argumentei que o não aumento dos rendimentos do zé e do manel é uma estratégia errada, uma que teria como resultado final ambos passarem dificuldades. Quanto a sustentar a inflação, como diz, ambos acabam por o fazer, ainda que eu considere que não é a procura do zé e do manel a maior causa da inflação.
Colocado por: SquireA questão é que o Zé provoca o aumento de inflação porque tenta sempre aumentar o seu consumo, coisa que o Manel não faz.Claro que faz. Está explicado acima. Olhe aqui pelo fórum, o que não falta são dedos apontados aos maneis a dizer que andaram oferecer muito dinheiro pelas casas fazendo disparar o valor da habitação.
Colocado por: SquireResumindo, a discussão é no contexto atual de alta inflação. Como não é expectável que ela se mantenha alta a médio e longo prazo, porque o BCE nunca o permitirá, o meu argumento e solução aplica-se a este período.O seu argumento e solução não são as soluções mais indicadas para Portugal para este periodo, porque daqui a 2-3 anos quando a inflação voltar aos 2%, a perda de poder de compra acumulada mantém-se, mesmo que a partir daí os rendimentos acompanhem a inflação. Ou seja esteve 3 anos a gerar pobreza, pobreza essa que será permanente. Mais grave ainda perda de poder de compra que soma a mais 20 anos a perder poder de compra, e como muito bem disse acima "Portanto, o Manel não vira Zé em 2 anos. Poderia virar Zé em 20 anos se a restrição salarial durasse esse tempo." Entende a extrapolação?
Colocado por: SquireNunca eu alguma vez disse ou defendi que não se deve por defeito aumentar salários na proporção da inflação. Nem é isso que defendo num ambiente económico de inflação estável e baixa.Pois não só defende a perda de poder de compra durante os 2 ou 3 anos que se tornará eterna quando a inflação voltar à normalidade. Boa solução.
Colocado por: Squire4. Para proteger os mais pobres, argumentei que deveria o Estado dar um subsidio aos mais pobres;Não é possível contestar que o estado deve ajudar os mais pobres, mas o Squire ás vezes parece que não conhece o país em que vive. Portugal tem 4.4 milhões de pobres (antes de transferências sociais), para uma população ativa de cerca de 4.8-4.9 milhões de pessoas. Repare que mesmo estes 240 euros, que só vão ser entregues porque o governo teve vergonha do défice que ia apresentar no fim do ano, e que se destina a pessoas cujos rendimentos anuais que não vão além de 5800 euros(483 euros mês), chega a mais de um milhão de pessoas. Acha mesmo que estas crises se resolvem com subsídios?
Colocado por: Squireclasse média é um termo relativo. Aliás não poderia ser de outra forma, porque o próprio nome o sugere. É uma classe que se situa no meio. Logo, a sua definição nunca é absoluta, mas sim relativa. Isto é, é relativa para com a classe acima e para com a classe abaixo.Se o Squire considera que classe média é a classe que tem um rendimento médio, então sim temos uma classe média. Para mim classe média, é uma classe que após pagar as suas despesas mensais fixas (habitação, alimentação, luz, água, gás, internet, escola/creche, etc) e por de lado a sua poupança mensal, ainda fica com liquidez para consumos mais ou menos fúteis, mas que contribuem para a maior ou menor qualidade de vida (cultura, roupa, diversão, viagens, ginásio, etc). Na minha definição de classe média, e que acredito piamente ser a definição mais ajustada com o conceito de "classe média", então a nossa está cada vez mais pequena. O que tem é pessoas que ganham o rendimento médio, mas que na verdade têm de levar uma vida muito frugal porque não dá para mais. Isso não é classe média, peço desculpa.
Colocado por: SquireSe não concorda que para combater a inflação se deve reduzir a procura, diga-me lá então de que forma é que a diminui sem reduzir a procura ou aumentar a oferta?Mas é sua a teoria que a única causa da inflação é o excesso de procura. Já referi antes que existem alguns relaórios que apontam que mais de metade da actual inflação está a ser provocada pelos "lucros excessivos". Logo ainda que se possa reduzir parcialmente a procura (não almeja passar incólume pela crise inflação, mas também não quero ficar pobre a meio do processo), a inflação deve sim ser controlada limitando esses lucos excessivos. Como é que se pode fazer isso? Não sei, para isso é que lá estão os técnicos, sendo bem pagos para pensar em soluções.
Colocado por: SquireNão discordo. Mas isso não resolve o problema, apenas atenua o impacto na população.Como não? O controlo da inflação, não se faz precisamente prevenindo o aumento de preços? Então é dar o exemplo. Não resolve o problema, mas ao menos não contribui para o agravar ainda mais.
Colocado por: HAL_9000Já referi antes que existem alguns relaórios que apontam que mais de metade da actual inflação está a ser provocada pelos "lucros excessivos".
Colocado por: J.FernandesSe a sua eminência o diz, ninguém duvidará. Eu pelo menos não consigo contra-argumentar contra tamanha sapiência.
Fantasias.
Colocado por: J.FernandesComo?
Colocado por: euUsando os excedentes de impostos do Estado para promover a criação de novos fornecedores nas áreas e produtos onde a inflação é maior.
Por exemplo, um dos drivers da inflação é a energia: então, porque não promover (ou até subsidiar) novos parques eólicos em massa (incluindo offshore), novos parques solares, uma nova refinaria (de uma companhia concorrente da GALP (*)), etc
(*) Eu nunca percebi porque é que em Portugal há empresas monopolistas protegidas pelo Estado
Colocado por: eu
Usando os excedentes de impostos do Estado para promover a criação de novos fornecedores nas áreas e produtos onde a inflação é maior.
Por exemplo, um dos drivers da inflação é a energia: então, porque não promover (ou até subsidiar) novos parques eólicos em massa (incluindo offshore), novos parques solares, uma nova refinaria (de uma companhia concorrente da GALP (*)), etc
(*) Eu nunca percebi porque é que em Portugal há empresas monopolistas protegidas pelo Estado
Colocado por: J.FernandesIsto é uma espécie de súmula de tudo o que não deve ser feito se se quiser uma economia competitiva e concorrencial.
Colocado por: euUma economia competitiva e concorrencial é ter apenas uma refinaria em Portugal e uma companhia essencialmente monopolista no gás e combustíveis ?
Uma economia competitiva e concorrencial é ter preços de garrafas de gás 50% mais caros que em Espanha?
Colocado por: smartHum
Impecável...
https://multinews.sapo.pt/noticias/medina-afasta-para-ja-medida-de-reducao-de-iva-nos-alimentos-como-em-espanha/