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  1.  # 981

    Se você acha que esta inflação caiu agora do céu, o melhor será ler alguns textos de há uns anos atrás, muitos avisados, de gente que sabe do que fala, que previa exatamente isto como consequência das quantidades insanas de euros e dolares que foram imprimidos para alegadamente recuperar as economias e salvar algumas economias anémicas da Europa do Sul.
  2.  # 982

    Colocado por: J.FernandesSe você acha que esta inflação caiu agora do céu, o melhor será ler alguns textos de há uns anos atrás, muitos avisados, de gente que sabe do que fala, que previa exatamente isto como consequência das quantidades insanas de euros e dolares que foram imprimidos para alegadamente recuperar as economias e salvar algumas economias anémicas da Europa do Sul.


    E o BCE não tinha lá nenhum desses especialistas que previram a coisa? Ou estavam só a atirar para o ar a ver se acertavam em algum pardal?


    Mas era o que estava a dizer, o BCE agora aumenta os juros, depois de ter andado anos a imprimir dinheiro. Os preços aumentaram a reboque disso. Os rendimentos nem por isso.

    As crises inflacionistas, se podem ser previstas, não podem ser evitadas? Se podem porque não são? O que diz o seu livro? Espere aí, deixe-me adivinhar: A economia é ciclica.
    Os economistas dos bancos centrais, que tanto quanto julgo saber não são nada mal pagos, o que andam a fazer se não se conseguem antecipar aos ciclos económicos?

    Uma vez a porcaria feita, não há outra solução que não carregar no rendimento do trabalho, e gerar pobreza?

    Também lhe pergunto a si, se na Bélgica a inflação não disparar em comparação com a Portuguesa, qual é a justificativa para a nossa estratégia, no que à politica de rendimentos diz reseito, ser a correcta e a deles a errada?
  3.  # 983

    Colocado por: HAL_9000E o BCE não tinha lá nenhum desses especialistas que previram a coisa? Ou estavam só a atirar para o ar a ver se acertavam em algum pardal?

    O BCE e toda a gente sabe isso, até os políticos que pressionam os bancos centrais para comprar dívida sabem isso, mas a necessidade de ganhar as eleições dos próximos meses é a sua prioridade.
  4.  # 984

    Colocado por: HAL_9000Uma vez a porcaria feita, não há outra solução que não carregar no rendimento do trabalho, e gerar pobreza?

    Pior que tudo é ter uma inflação muito alta durante muito tempo, isso sim é que cria pobreza. Subir os juros numa altura destas é o único caminho.
    • eu
    • 29 dezembro 2022

     # 985

    A redução da procura é essencial para controlar a inflação; mas também devia ser estimulado o aumento da oferta.
  5.  # 986

    Colocado por: eumas também devia ser estimulado o aumento da oferta.

    Como?
  6.  # 987

    Colocado por: J.FernandesComo?
    Aumentando os juros pois então.
  7.  # 988

    Colocado por: AMVP
    Tem razao, ha so um aspeto que nao considerou. Nesse ciclo, se o rendimento do Manel nao o acompanhar, o Manel vira Ze ao final de algum tempo.
    Mais, se o Ze ainda receber apoios, ate que o Manel chegue ao nivel do ze pode existirem zonas de rendimento em que o Manel tenha menos liquidez do que o Ze. Mais, como parece mal nunca aumentar o Manel, mantemo-lo ali 1% acima do Ze mas, vamos tributar mais o Manel e mantemos o apoio social ao Ze. Assim, pegando no seu exemplo, o Ze vai ao mercado e compra a sua banana, o Manel como nao lhe vendem metade, so compra de 15 em 15 dias e ainda e gozado pelo Ze, que neste cenario ja se sente com mais dinheiro (important) do que o Manel.


    O exemplo é dado com o pressuposto que o Manel também é aumentado, mas não aumenta o seu consumo porque, como ganha o triplo, nunca fez restrição, logo qualquer aumento não é para comprar mais bananas ou pêras.

    A não ser que a sua critica seja ao facto de eu defender o não aumento salarial em proporção da inflação. Mas, neste caso a restrição salarial do Manel é temporária. Não é sequer a longo prazo, a não ser que pensemos que a inflação se manterá alta durante 5 anos.
    Portanto, o Manel não vira Zé em 2 anos. Poderia virar Zé em 20 anos se a restrição salarial durasse esse tempo. Mas não é isso que eu defendo. A discussão do empobrecimento da classe média é uma discussão interessante, mas que só tem cabimento se o subsidio que eu refiro fosse permanente. Não é o caso.

    Se a solução não é a restrição salarial da classe média digam-me então quais as soluções para diminuir significativamente a procura, porque pelo lado da oferta não estou a ver grandes soluções. Se têm alguma, força, sou todo de ouvidos.
    • Squire
    • 29 dezembro 2022 editado

     # 989

    Colocado por: HAL_9000Óbvio que quem sustenta o aumento é quem mantém rendimentos que permitam manter a procura e não têm de a ajustar. Tendencialmente ajustam a poupança, ainda que possam ajustar a procura para manter a poupança (é o que, apesar de ao longo deste ano me sentir cada vez menos Manel e cada vez mais zé).

    Mas volto a dizer, esta inflação está a ser sustentada muito mais em especulação de preços do que em procura. Não adianta nada tentar controlar a procura, se não se conseguir limitar a especulação.



    Quem sustenta o aumento é quem aumenta o consumo com mais um euro ganho, não é quem mantém. O facto de haver mais rendimento disponível num determinado momento afeta o consumo de quem faz restrição por ganhar pouco. São essas pessoas que vão fazer aumentar o preço.

    Estou um pouco confuso. Na sua primeira resposta disse que o principal contributo para a inflação era o aumento do lucro e agora está a dizer que é a especulação? Especulação e margens de lucro são coisas diferentes.


    Colocado por: HAL_9000Exacto foi o que eu disse. Quando o preço começa a subir, se o rendimento não crescer na mesma proporção, o zé ajusta de imediato a procura porque o rendimento disponível não permite manter a procura que tinham. Já o Manel pode ir mantendo a procura sacrificando taxa de poupança, daí eu dizer que é o Manel que sustenta a procura e não o zé.


    O Manel não sacrifica nada porque é belga e tem aumentos indexados à inflação. Tal como o Zé também tem. No entanto, foi o Zé que provocou o aumento do preço da banana porque quis aumentar o consumo, porque sempre fez restrição, ao contrário do Manel que ganha o triplo e nunca fez restrição, logo não precisa de aumentar o consumo.
    Foi o aumento do consumo que fez o vendedor agir e aumentar o preço da banana. E o aumento do consumo é provocado pelo Zé não pelo Manel. Logo a inflação é sustentada pelo Zé.


    Colocado por: HAL_9000O ciclo vicioso que fala, no caso de Portugal não é verdadeiro, porque a partir do aumento de preços, O zé entra logo em dificuldades, e o Manel vai logo a seguir, no fim, se não houver acompanhamento dos rendimentos, vamos ter é o zé e o Manel a comer somente uma banana porque é o que conseguem comprar. E o Luís que vende as bananas, feliz da vida, porque sabe que pelo menos banas vai sempre vender, e ao preço a que as vende atualmente, dá-lhe mais lucro vender duas banas este ano, que bananas no ano passado, e ainda poupa na logística.


    Como é que o Zé entra em dificuldades se no exemplo que dei tem aumentos indexados à inflação? Tendencialmente consome o mesmo.
    Acho que não compreendeu o exemplo. O que eu disse foi que o Manel e o Zé têm ambos aumentos indexados à inflação, logo nunca há perda de rendimento disponível. O Manel e o Zé nunca vêm o seu rendimento disponível diminuir. A questão é que o Zé provoca o aumento de inflação porque tenta sempre aumentar o seu consumo, coisa que o Manel não faz.




    Colocado por: HAL_9000A falha no seu argumento está no facto de não considerar que nos últimos anos Portugal tem sido uma fábrica de transformar Maneis em zés. Não aumentando os rendimentos em linha com a inflação, ao mesmo tempo que se sobrecarregam os Maneis que restam com excesso de impostos para poder dar subsídios aos zés, o que você está a fazer é colocar a dita fábrica em máximos de produção. Ou seja, cada vez vão haver mais zés a precisar de subsídios do paizinho, e cada vez vão haver menos Maneis com capacidade para pagar impostos. Diga-me de que maneira é que isto é sustentável?


    Está a fazer uma extrapolação que não tem cabimento na discussão. Repare:
    1. Começámos por discutir uma opinião do Louçã. Ele diz, por outras palavras, que devíamos indexar os salários à inflação, porque é o que a Bélgica tem feito;
    2. Eu argumentei que, são contextos diferentes porque as pessoas têm de uma forma geral mais poder de compra, logo é menos provável que um incremento no rendimento se traduza em mais consumo em comparação com quem tem rendimento disponível muito mais baixo, porque é provável que faça restrições ao consumo;
    3. Argumentei ainda que a forma mais sustentada de combater a atual inflação é reduzir a procura, não indexando o salário à inflação;
    4. Para proteger os mais pobres, argumentei que deveria o Estado dar um subsidio aos mais pobres;

    Resumindo, a discussão é no contexto atual de alta inflação. Como não é expectável que ela se mantenha alta a médio e longo prazo, porque o BCE nunca o permitirá, o meu argumento e solução aplica-se a este período.
    Nunca eu alguma vez disse ou defendi que não se deve por defeito aumentar salários na proporção da inflação. Nem é isso que defendo num ambiente económico de inflação estável e baixa.
    Portanto não percebo porque faz essa extrapolação para um contexto de longo prazo, porque não é sequer esse contexto que estávamos a discutir. O país padece de vários problemas sim. Mas a discussão é sobre o que fazer, no contexto atual, nos próximos 2 anos para combater a inflação.



    Colocado por: HAL_9000Você acabou de me provar que não existe ao dizer "O custo de vida na Alemanha é cerca de 20% superior a Portugal. O salário mínimo na Alemanha é 1.500 Euros. Logo o poder de compra nesse caso será bastante próximo." Ou seja quem recebe o salário mínimo na Alemanha (os pobres portanto), tem o mesmo poder de compra que a nossa classe média. Nos temos classe média? Nós temos é um consjunto de pessoas que sendo pouco mais que pobres, estão sobrecarregadas em impostos para ajudar a manter outros concidadãos ainda mais pobres, ficando no fim todos pobres



    A classe média é um termo relativo. Aliás não poderia ser de outra forma, porque o próprio nome o sugere. É uma classe que se situa no meio. Logo, a sua definição nunca é absoluta, mas sim relativa. Isto é, é relativa para com a classe acima e para com a classe abaixo.
    Portanto é logo à partida um erro de lógica dizer que a classe média não existe.
    A Alemanha também tem classe média. Acontece que a classe média na Alemanha tem muito mais poder de compra que a classe média portuguesa. Logo, a nossa classe média está ao nível da classe baixa alemã.
    O facto de a classe média portuguesa ter um diferente nível de poder de compra da classe média alemã não quer dizer que não haja classe média em Portugal. Se assim não for, então tem que admitir que não existem classes em Portugal. Porque não pode dizer que existe classe baixa e classe alta, sem dizer que também existe classe média.


    Colocado por: HAL_9000Nem todos, como já lhe disse. Quem deveria pagar a inflação deveria ser que com ela lucra. Se a europa não consegue ou não quer transferir esse custo já é outra coisa. Por exemplo, demoramos quase 9 meses a colocar um teto ao preço do petróleo porquê? Acham que se a Europa e EUA colocasse um teto ao petróleo da Rússia, eles não o iam vender na mesma? Financiavam a guerra onde? a vender petróleo em promção à China e à India?

    Quem tem de pagar a inflação é quem acumula riqueza nas crises e quem com elas lucra, cabe aos governos e aos economistas( os mesmo que nestas alturas são todos "especialistas" a abanar o livrinho dos princípios económicos, mas que no início do ano não acertar uma única previsão) arranjar modo de o fazer.



    Se não concorda que para combater a inflação se deve reduzir a procura, diga-me lá então de que forma é que a diminui sem reduzir a procura ou aumentar a oferta?
    Já que está a direcionar a solução para quem ganha com a inflação, diga-me então de que forma é que reduzindo os lucros de quem ganha com a inflação se consegue efetivamente baixá-la?


    Colocado por: HAL_9000Olhe por exemplo, se o nosso governo quer assim tanto controlar a inflação, porque permite aumentos nos sectores que controla? Como portagens (nem me falem dos contratos, porque também existia um contrato com os reformados e não houve problema em controlá-lo) e Transportes públicos?



    Não discordo. Mas isso não resolve o problema, apenas atenua o impacto na população.


    Colocado por: HAL_9000Nem mais. Eu se no início do ano era Manel, agora estou cada vez mais zé. O meu rendimento no ano passado não aumentou praticamente nada e para o ano vai aumentar 2%, numa inflação acumulada de 16% (sendo bem mais na alimentação até é bem mais). Se a isto juntarmos o disparar dos preços da habitação, quantos novos zé teremos daqui a 3 anos quando a inflação estiver controlada?

    O zé devia conseguir ganhar para ele, para suprir as suas necessidades e os seus vícios, não teria de ser eu a ajudar a manter o zé. Os rendimentos do zé têm de subir, e os meus também. É assim tão complicado perceber?

    Que raio de sociedade dita evoluída temos nós, em que se tenta criar muitos pobres, para que alguns poucos consigam acumular riqueza? Anão ser que o Squire me diga que pertence ao grupo dos poucos que lucra com a inflação, não percebo a lógica do seu raciocínio.


    Está novamente a extrapolar. Remeto a minha resposta para o que disse mais acima.
  8.  # 990

    Colocado por: SquireO facto de haver mais rendimento disponível num determinado momento afeta o consumo de quem faz restrição por ganhar pouco. São essas pessoas que vão fazer aumentar o preço.
    A não ser que seja rico, na verdadeira ascensão da palavra, toda a gente faz restrições, não o faz é ao mesmo tipo de produtos. Uns fazem restrição em proteína de boa qualidade, outros fazem restrição em cultura e bens supérfluos, outros fazem restrição em automóveis, etc...De acordo com o nível de rendimentos, pelo que estar a defender que se der uns trocos ao zé ele vai logo gastar e aumentar ainda mais a inflação isso não faz sentido. Terá o mesmo efeito que aumentar os rendimentos do Manel por esse ponto de vista. O zé vai comprar as bananas, o Manel vai comprar aquela TV 65' que estava mesmo a precisar para ver o mundial.



    Colocado por: SquireEstou um pouco confuso. Na sua primeira resposta disse que o principal contributo para a inflação era o aumento do lucro e agora está a dizer que é a especulação? Especulação e margens de lucro são coisas diferentes.
    Eu sei que são diferentes e admito que posso empregar de forma errónea palavras mais técnicas, mas neste caso, sabia precisamente ao que estava a aludir. A especulação de preços, imagino que origine lucros bem agradáveis, pelo que estão relacionados. Ao especular o preço, desacopla o preço de venda do preço de custo, a margem de lucro será tanto maior quanto conseguir.



    Colocado por: SquireO Manel não sacrifica nada porque é belga e tem aumentos indexados à inflação. Tal como o Zé também tem. No entanto, foi o Zé que provocou o aumento do preço da banana porque quis aumentar o consumo, porque sempre fez restrição, ao contrário do Manel que ganha o triplo e nunca fez restrição, logo não precisa de aumentar o consumo.
    Foi o aumento do consumo que fez o vendedor agir e aumentar o preço da banana. E o aumento do consumo é provocado pelo Zé não pelo Manel. Logo a inflação é sustentada pelo Zé.
    Aqui sou eu que fico confuso, e é por isso que não consigo concordar com a sua análise. Vamos por partes:
    1. A bélgica tal como Portugal também teve ao longo do ano uma inflação elevada, por isso imagino que na bélgica também haverão os "Zé que provocou o aumento do preço da banana porque quis aumentar o consumo, porque sempre fez restrição, ao contrário do Manel que ganha o triplo e nunca fez restrição, logo não precisa de aumentar o consumo.",
    2. Na Bélgica também existirão os manel que ganhando "o triplo" adquirem outros bens de consumo, por exemplo aquela viagem ao Egipto, aquele concerto da banda da moda, o mercedes que tanta falta lhe fazia, etc... Logo o manel também levu a um aumento de consumo "que fez o vendedor agir e aumentar o preço" do mercedes.
    3. Neste contexto se o zé sustenta o aumento da inflação (de acordo com a sua análise), o manel também o sustenta uma vez que consome outro tipo de produtos.
    4. Em Portugal o zé em vez de comprar bananas, compra apenas pão porque é mais barato. E o Manel em vez de ir ao egipto e comprar o mercedes, vai a portimão e compra um fiat. Ajustam os seus consumos aos seus rendimentos.
    4. Na bélgica zé e manel têm os salários indexados à inflação e não perderam poder de compra.
    5. Em portugal o zé e o manel perderam imenso poder de compra porque os salários foram actualizados muito abaixo do valor da inflação. E vão continuar a perder poder de compra para o ano.
    6. A taxa de inflação homóloga em Portugal para novembro de 2022 foi de 10.2% e a da Bélgica foi de 10.5% O que diz o seu livrinho acerca destes dados? Se a estratégia da bélgica está errada e a nossa certa porque que a inflação é comparável?
    Se o salário de ambos os zés e maneis aumentasse, eles simplesmente manteriam o mesmo nivel de consumo, e não o aumentariam, como sugere O que o Squire acha é que para combater a inflação, tanto o zé como o manel portugues, têm obrigatoriamente de penar e passar dificuldades.



    Colocado por: SquireComo é que o Zé entra em dificuldades se no exemplo que dei tem aumentos indexados à inflação?
    Porque eu contra argumentei que o não aumento dos rendimentos do zé e do manel é uma estratégia errada, uma que teria como resultado final ambos passarem dificuldades. Quanto a sustentar a inflação, como diz, ambos acabam por o fazer, ainda que eu considere que não é a procura do zé e do manel a maior causa da inflação.

    Colocado por: SquireA questão é que o Zé provoca o aumento de inflação porque tenta sempre aumentar o seu consumo, coisa que o Manel não faz.
    Claro que faz. Está explicado acima. Olhe aqui pelo fórum, o que não falta são dedos apontados aos maneis a dizer que andaram oferecer muito dinheiro pelas casas fazendo disparar o valor da habitação.




    Colocado por: SquireResumindo, a discussão é no contexto atual de alta inflação. Como não é expectável que ela se mantenha alta a médio e longo prazo, porque o BCE nunca o permitirá, o meu argumento e solução aplica-se a este período.
    O seu argumento e solução não são as soluções mais indicadas para Portugal para este periodo, porque daqui a 2-3 anos quando a inflação voltar aos 2%, a perda de poder de compra acumulada mantém-se, mesmo que a partir daí os rendimentos acompanhem a inflação. Ou seja esteve 3 anos a gerar pobreza, pobreza essa que será permanente. Mais grave ainda perda de poder de compra que soma a mais 20 anos a perder poder de compra, e como muito bem disse acima "Portanto, o Manel não vira Zé em 2 anos. Poderia virar Zé em 20 anos se a restrição salarial durasse esse tempo." Entende a extrapolação?



    Colocado por: SquireNunca eu alguma vez disse ou defendi que não se deve por defeito aumentar salários na proporção da inflação. Nem é isso que defendo num ambiente económico de inflação estável e baixa.
    Pois não só defende a perda de poder de compra durante os 2 ou 3 anos que se tornará eterna quando a inflação voltar à normalidade. Boa solução.



    Colocado por: Squire4. Para proteger os mais pobres, argumentei que deveria o Estado dar um subsidio aos mais pobres;
    Não é possível contestar que o estado deve ajudar os mais pobres, mas o Squire ás vezes parece que não conhece o país em que vive. Portugal tem 4.4 milhões de pobres (antes de transferências sociais), para uma população ativa de cerca de 4.8-4.9 milhões de pessoas. Repare que mesmo estes 240 euros, que só vão ser entregues porque o governo teve vergonha do défice que ia apresentar no fim do ano, e que se destina a pessoas cujos rendimentos anuais que não vão além de 5800 euros(483 euros mês), chega a mais de um milhão de pessoas. Acha mesmo que estas crises se resolvem com subsídios?
    Se acha, o melhor é começar já preparar-se para pagar mais impostos, e o governo deve começar a pensar onde é que se vão montar as tendas de distribuição da sopa dos pobres.


    Colocado por: Squireclasse média é um termo relativo. Aliás não poderia ser de outra forma, porque o próprio nome o sugere. É uma classe que se situa no meio. Logo, a sua definição nunca é absoluta, mas sim relativa. Isto é, é relativa para com a classe acima e para com a classe abaixo.
    Se o Squire considera que classe média é a classe que tem um rendimento médio, então sim temos uma classe média. Para mim classe média, é uma classe que após pagar as suas despesas mensais fixas (habitação, alimentação, luz, água, gás, internet, escola/creche, etc) e por de lado a sua poupança mensal, ainda fica com liquidez para consumos mais ou menos fúteis, mas que contribuem para a maior ou menor qualidade de vida (cultura, roupa, diversão, viagens, ginásio, etc). Na minha definição de classe média, e que acredito piamente ser a definição mais ajustada com o conceito de "classe média", então a nossa está cada vez mais pequena. O que tem é pessoas que ganham o rendimento médio, mas que na verdade têm de levar uma vida muito frugal porque não dá para mais. Isso não é classe média, peço desculpa.
    Relembro os 4 milhões de pobres, 4.8 milhões de trabalhadores, em pouco mais de 10 milhões e habitantes.



    Colocado por: SquireSe não concorda que para combater a inflação se deve reduzir a procura, diga-me lá então de que forma é que a diminui sem reduzir a procura ou aumentar a oferta?
    Mas é sua a teoria que a única causa da inflação é o excesso de procura. Já referi antes que existem alguns relaórios que apontam que mais de metade da actual inflação está a ser provocada pelos "lucros excessivos". Logo ainda que se possa reduzir parcialmente a procura (não almeja passar incólume pela crise inflação, mas também não quero ficar pobre a meio do processo), a inflação deve sim ser controlada limitando esses lucos excessivos. Como é que se pode fazer isso? Não sei, para isso é que lá estão os técnicos, sendo bem pagos para pensar em soluções.
    É o mesmo que eu pedir ao Squire para me dizer de que modo é que se aumenta a sensibilidade de um aparelho de RMN que me permita determinar a estrutura com apenas 0.5mg de composto.



    Colocado por: SquireNão discordo. Mas isso não resolve o problema, apenas atenua o impacto na população.
    Como não? O controlo da inflação, não se faz precisamente prevenindo o aumento de preços? Então é dar o exemplo. Não resolve o problema, mas ao menos não contribui para o agravar ainda mais.
  9.  # 991

    Colocado por: HAL_9000Já referi antes que existem alguns relaórios que apontam que mais de metade da actual inflação está a ser provocada pelos "lucros excessivos".

    Fantasias.
  10.  # 992

    Colocado por: J.Fernandes
    Fantasias.
    Se a sua eminência o diz, ninguém duvidará. Eu pelo menos não consigo contra-argumentar contra tamanha sapiência.
    • eu
    • 30 dezembro 2022

     # 993

    Colocado por: J.FernandesComo?

    Usando os excedentes de impostos do Estado para promover a criação de novos fornecedores nas áreas e produtos onde a inflação é maior.

    Por exemplo, um dos drivers da inflação é a energia: então, porque não promover (ou até subsidiar) novos parques eólicos em massa (incluindo offshore), novos parques solares, uma nova refinaria (de uma companhia concorrente da GALP (*)), etc

    (*) Eu nunca percebi porque é que em Portugal há empresas monopolistas protegidas pelo Estado
  11.  # 994

    Colocado por: euUsando os excedentes de impostos do Estado para promover a criação de novos fornecedores nas áreas e produtos onde a inflação é maior.

    Por exemplo, um dos drivers da inflação é a energia: então, porque não promover (ou até subsidiar) novos parques eólicos em massa (incluindo offshore), novos parques solares, uma nova refinaria (de uma companhia concorrente da GALP (*)), etc

    (*) Eu nunca percebi porque é que em Portugal há empresas monopolistas protegidas pelo Estado

    Isto é uma espécie de súmula de tudo o que não deve ser feito se se quiser uma economia competitiva e concorrencial.
    • AMVP
    • 30 dezembro 2022

     # 995

    Colocado por: eu
    Usando os excedentes de impostos do Estado para promover a criação de novos fornecedores nas áreas e produtos onde a inflação é maior.

    Por exemplo, um dos drivers da inflação é a energia: então, porque não promover (ou até subsidiar) novos parques eólicos em massa (incluindo offshore), novos parques solares, uma nova refinaria (de uma companhia concorrente da GALP (*)), etc

    (*) Eu nunca percebi porque é que em Portugal há empresas monopolistas protegidas pelo Estado

    Espere, mas nao eramos contra esses planos do socrates?
    • eu
    • 30 dezembro 2022

     # 996

    Colocado por: J.FernandesIsto é uma espécie de súmula de tudo o que não deve ser feito se se quiser uma economia competitiva e concorrencial.


    Essa é apenas a sua opinião.

    Os USA (bem como muitos outros países) têm uma opinião bem diferente, veja-se o Inflation Reduction Act: https://www.energy.gov/lpo/inflation-reduction-act-2022
    • eu
    • 30 dezembro 2022 editado

     # 997

    Uma economia competitiva e concorrencial é ter apenas uma refinaria em Portugal e uma companhia essencialmente monopolista no gás e combustíveis ?

    Uma economia competitiva e concorrencial é ter preços de garrafas de gás 50% mais caros que em Espanha?
  12.  # 998

  13.  # 999

    Colocado por: euUma economia competitiva e concorrencial é ter apenas uma refinaria em Portugal e uma companhia essencialmente monopolista no gás e combustíveis ?

    Uma economia competitiva e concorrencial é ter preços de garrafas de gás 50% mais caros que em Espanha?


    Monopolista porquê? A GALP tem 20% da capacidade de refinação da Península Ibérica, e da mesma maneira que exporta para Espanha nada impede as empresas espanholas de meterem cá refinados mais baratos, se os tiverem..
  14. Colocado por: smartHum
    Impecável...
    https://multinews.sapo.pt/noticias/medina-afasta-para-ja-medida-de-reducao-de-iva-nos-alimentos-como-em-espanha/


    Mais depressa vem um vaucher de 50€ em cartão continente que uma mexida do IVA

    (não tenho opinião formada se é uma boa medida ou não)
 
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