Colocado por: CMartinHouve uma altura que comprava sempre a revista Casas de Portugal.
Tinha uma pequena parte de revista propriamente dita de casas antigas, e alguma publicidade.
Na maioria eram muitos anúncios da casas destas à venda.
Sabia-me sempre a pouco. Gostava de poder ver e saber tanto mais sobre cada casa do que aquilo que era dito.
Colocado por: CMartinMas consegui conhecer o Real Itália (a casa do último rei de Itália, em Portugal) assim antes que o transformassem em hotel. Foi soberbo.
Ainda hoje me lembro do soalho e da lareira. Magia. Enfim.
Colocado por: AnaTE o Euromilhões que não me sai...
http://www.portugalrur.pt/pt/imoveis/detalhe-imovel.aspx?id=107216
Colocado por: Anonimo06082021."assombrada"
Colocado por: AnaTInterior
Colocado por: CMartinEsta é na linha. Talvez conheçam.
O nome da Quinta do Moledo, palavra relacionada com a abundância de pedra, é curiosamente adequado ao local de implantação da Casa das Pedras. Os terrenos desta antiga quinta, hoje urbanizada, estendem-se a sul diante do mar, sobre a Praia das Avencas, na Parede. Do lado oposto, na extremidade norte da quinta, passa ainda hoje a linha do comboio, a partir da qual se desenvolveu no início do século XX uma povoação estendida entre os carris ferroviários e a avenida marginal.
A Casa das Pedras foi construída por Manuel de Azevedo Gomes, capitão da marinha e amigo do Almirante Nunes da Mata, a cuja visão e investimentos a freguesia da Parede muito deve. Partilhando o amor de Nunes da Mata pelo mar e o seu entusiasmo com as potencialidades dos terrenos então semi-desérticos da Parede, Manuel de Azevedo Gomes adquiriu a Quinta do Moledo e entregou o projecto da habitação ao arquitecto italiano Nicola Bigaglia, que desenhara o recém-construído chalet da Condessa d'Edla na Quinta da Condessa, no outro extremo da Parede. Tanto a localização como o arquitecto foram portanto uma escolha partilhada em família, já que Manuel de Azevedo Gomes era casado com Alice Hensler, filha da segunda mulher de D. Fernando II, que uma vez viúva trocou a residência no Parque da Pena de Sintra pela proximidade da filha e genro.
A casa foi construída nos primeiros anos do século XX, ultrapassando em volumetria o projecto então aprovado. O edifício principal chega a ter quatro pisos no corpo mais elevado. As paredes são rasgadas por numerosos vãos, que aligeiram o seu aspecto pesado e maciço. A nascente da habitação principal ergue-se uma pequena moradia destinada aos caseiros. O jardim, também um pouco agreste, está enquadrado por uma pequena mata. O cenário romântico, ao mesmo tempo agreste e grandioso, dos terrenos que se espraiam sobre as arribas da Parede conjuga-se com as opções estéticas do projecto, nem todas certamente atribuíveis à iniciativa livre do arquitecto. Terá sido o proprietário a imaginar uma casa acastelada e inteiramente revestida com calhaus marítimos, que só a habilidade e experiência de Nicola Bigaglia - autor, entre outros, da Casa dos Cedros do Buçaco, dos Palácios Lambertini, Val Flor, Leitão e Lima Mayer, em Lisboa, este último Prémio Valmor de 1902, e do Teatro D. Amélia, em Setúbal - impediu que resultasse num colosso demasiado pesado e sombrio. Para o conseguir, Bigaglia desmultiplicou o projecto numa sucessão de corpos articulados com distintas volumetrias, varandas e alpendres, e jogou com a variedade de desenhos dos vãos e de tamanhos e colorações das pedras de revestimento, que vão desde os pequenos seixos rolados até a pedras de grandes dimensões, muitas das quais exibem claramente os sinais de desgaste causado pela água salgada. Esta arquitectura "bruta", mas plena da fantasia tardo-romântica típica da época, é evocadora de cenários medievais e sugestões de mistério e nostalgia. O resultado final é uma arquitectura orgânica, onde a casa, semi-oculta, se parece revelar apenas onde se abrem vãos no monte de pedras - ou moledo.
Fonte :http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/14955323
Entretanto classificida como imóvel de interesse público.