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  1.  # 661

    O novo normal socialista: indignem-se com o Trump. Não se metam com o PS.

    António Costa afasta o presidente do Tribunal de Contas? Vamos lá falar do Trump. Um miúdo morre esfaqueado na Amadora? Por acaso a Amadora fica no Texas? Indignem-se com o Trump. O PS agradece.

    Já se sabia que quem se mete com o PS leva. O que agora descobrimos é que esse exercício socialista pode acontecer sem que alguém lhe faça frente. Aqui em Portugal e naquilo que ao governo português interessa, claro. Porque a indignação pátria ferve com os atropelos praticados pelo inimigo público nº 1, no caso o actual presidente dos EUA. (Escusado será dizer que outra criatura ou assunto já estão na fila para o substituir porque é de desgaste rápido este estatuto de responsável por todos os males do mundo).

    Mas voltemos a Portugal neste semana em que o país público e publicado andava tão entretido com o “faz de conta que pode haver crise caso o Orçamento não seja aprovado” mais o Covid do Trump, quando inopinadamente caiu a notícia de que António Costa vai substituir o presidente do Tribunal de Contas (TdC). Isso mesmo do TdC. Aqui em Portugal. Não, não é a substituição de uma juíza morta nos EUA. É sim o afastamento de um juiz vivo e no activo em Portugal. Quem diria que outro tribunal que não o Supremo dos EUA havia de prender a nossa atenção!? Ou até que outros tribunais além dos americanos têm matéria para ser questionada?!

    O afastamento do presidente do TdC é aliás um bom exemplo de como, mergulhados no estardalhaço da indignação com o alheio, nos fomos tornando indiferentes ao que nos é próximo. Nosso. A contagem decrescente para o afastamento de Vítor Caldeira começou em Janeiro deste ano quando o TdC confirmou que a cedência, pela Segurança Social de 11 imóveis à autarquia de Lisboa, não só não acautelara os interesses da Segurança Social como colocara esta última a subsidiar o programa de rendas acessíveis do dr Medina. A reacção de Fernando Medina aos avisos do TdC foi proporcional ao seu perfil de candidato a candidato de substituto de António Costa: classificou o relatório do TdC de “lamentável” e “tecnicamente incompetente”.

    O que se seguiu a esta intervenção patética de Fernando Medina foi o novo normal socialista: ficou marcado o ajuste de contas com quem ousou não assinar de cruz as decisões da nomenclatura.

    Quando meses depois o TdC lembrou “Há uma emergência, mas não vale tudo” a propósito dos ajustes directos no âmbito do combate à covid-19, os socialistas já não disfarçavam o mal estar que lhes provocava a actividade do TdC. Agora que no PS (e não só) se saliva face à expectativa da chegada dos fundos europeus, o TdC tem de ser despojado de veleidades e portanto Vítor Caldeira deve dar lugar a alguém mais conforme aos desejos da máquina socialista. (Proponho a substituição de Vítor Caldeira por um clone da senhora ministra da Justiça pois o conceito de “contradição íntima” que Francisca Van Dunem invocou a propósito da presença de António Costa na comissão de honra de Luís Filipe Vieira tem potencialidades extraordinárias na hora de avaliar a diferença entre o anunciado e o concretizado com todos esses milhões que em muito acrescentarão o nepotismo e a corrupção em Portugal).

    O afastamento do presidente do TdC, Vítor Caldeira, veio lembrar-nos que António Costa tem tratado de se desembaraçar de todos aqueles que nas diversas instituições possam ter a veleidade de cumprir o seu papel institucional de vigiar o executivo e não aceitam reduzir-se ao papel de prolongamento servil do governo. Joana Marques Vidal foi o nome mais destacado de uma série de titulares afastados com mais ou menos boçalidade mas sempre com a mesma eficácia. Agora chegou a vez do presidente do TdC, Vítor Caldeira. A seguir será provavelmente a Ordem dos Médicos a tornar-se objecto da intervenção do Governo pois para o Governo é prioritário evitar que um novo inquérito desmonte a versão da propaganda sobre os milagres acontecidos e a acontecer no SNS.

    Portugal tornou-se um país desligado de si mesmo: rádios, televisões e jornais encheram-se de palavras indignadas sobre a nomeação de Amy Coney Barret para o Supremo do EUA, mas quantos se vão indignar por o Governo, o nosso não o norte-americano, não reconduzir o presidente do TdC?!

    Seja qual for a versão que se escolha, torna-se óbvio que quem governa deste modo acha que o Estado lhe pertence. E o pior é que tem razões de sobra para isso: António Costa governa sem oposição. A esquerda está calada e calada vai ficar porque há muito para repartir (coitadinhas e coitadinhos dos todos e todas do BE que ainda morrem com tanta indigestão sapos, rãs e girinos!) e a direita ao deixar de ser vista como alternativa tornou-se numa espécie de Cassandra: ninguém lhe liga nenhuma e se por acaso a escutam é para a menorizarem.

    Só aparentemente existe uma contradição entre a anomia mostrada perante o nosso Governo e a hipersensibilidade exibida face a outros executivos e outros líderes. Na verdade esta exaltação constante com governos alheios é o reverso da passividade e da subserviência que mantemos perante o que entre nós devíamos escrutinar, questionar e tentar perceber. A discussão está neste momento completamente balizada e pré-determinada. Ousar sair desta grelha implica uma aventura pelo terreno minado das acusações que transformam qualquer um num saco de pancada. Veja-se o caso da morte de Marcelo Correia. Como é possível que já tenha desaparecido das notícias? Quem era Marcelo Correia? Era aquele miúdo de 16 anos que foi assassinado à facada na estação da Amadora, esta semana. Como os comissários das igualdades, os activistas dos racismos e os vigilantes da inclusão estão todos calados não há guião politicamente correcto para falar dessa morte logo faz-se de conta que não existiu. Mas não só ela aconteceu como é o resultado de uma violência quotidiana que se sente nos comboios, nas ruas, nas escolas… Mas à falta de guião para abordar o assunto vamos ficar calados até que um dia, um polícia, no meio de um desses conflitos a que chamamos rixas, acabe a ter de disparar, ou diga uma expressão não inclusiva… Então sim, os activistas soltarão as suas ondas de indignação e todos seremos coagidos a participar nessa recriação de um auto-de-fé. A outra possibilidade para que a morte de Marcelo Correia chamasse a nossa atenção implicava que a Amadora ficasse no Texas. Caso tal fosse possível fervilhavam as teorias sociológicas e as indignações. Assim, sem enquadramento ideológico, a morte Marcelo Correia na estação da Amadora é um não assunto.

    O novo normal socialista é isto: indignem-se com o Trump. Não se metam com o PS. Não façam perguntas porque perguntar ofende. Se cumprirem estes mandamentos à risca talvez escapem entre os pingos da ideologia.

    Fonte: https://observador.pt/opiniao/o-novo-normal-socialista-indignem-se-com-o-trump-nao-se-metam-com-o-ps/
    Concordam com este comentário: eu, rsvaluminio
    Estas pessoas agradeceram este comentário: 21papaleguas, smart, Nostradamus
  2.  # 662

    https://observador.pt/especiais/novo-presidente-do-tribunal-de-contas-referido-no-inquerito-das-ppp/

    Siga para bingo, já tudo com o saco preparado.
    Concordam com este comentário: eu
    • eu
    • 7 outubro 2020

     # 663

    O aparelho do PS já está a "gerir" bem os milhões que vêm aí...
  3.  # 664

    E depois ainda temos o martelo, que no meio disso tudo e com a sua complacência lá vai continuando e rindo...
    • eu
    • 7 outubro 2020

     # 665

    Colocado por: 21papaleguasE depois ainda temos o martelo

    Esse só se preocupa com uma coisa: a sua popularidade.
    Concordam com este comentário: manelvc, Caravelle
  4.  # 666

    Eu acho que já referi por aqui algumas vezes que este governo vai ser pior para o país que o do Sócrates...
    • eu
    • 7 outubro 2020

     # 667

    Daqui a 10 anos vamos ter uma operação "Visconde" a investigar o destino destes milhões da UE.

    O problema é que entretanto eles aprenderam a fazer melhor as falcatruas.
  5.  # 668

    Colocado por: manelvcEu acho que já referi por aqui algumas vezes que este governo vai ser pior para o país que o do Sócrates...

    O problema é que isto transversal ... esquerda ou direita ...
    Concordam com este comentário: eu
  6.  # 669

    Colocado por: enf.magalhaesO problema é que isto transversal ... esquerda ou direita ...

    É verdade, mas raio, as 3 bancas rotas têm sido sempre das mãos da esquerda...
  7.  # 670

    Colocado por: JoelM

    exacto... porque o esbanjar é só num ou 2 mandatos, certo? isso é mesmo não querer ver o obvio e a razão pela qual não saiumos do buraco, a culpa é sempre dos outros.


    A culpa é de quem? Minha?
  8.  # 671

    Ora tivemos o socrates depois esteve a direita mas com gestão da troika é entraram estes, mas é fazer as contas dos últimos 20 anos e ver quem mais deitou a mão ao pote.

    Quantas roubalheiras a esquerda conseguiu fazer? E não vale a pena vir com os submarinos que isso são trocos e estavamos a precisar de renovar a frota, mas é que já nem escondem roubam á cara podre com o se fosse normal, e como controlam a comunicação social ninguém repara.

    Ou acham normal dar mais importância á nomeação de juiz feita pelo trump que a substituição que ocorreu no Tibunal de contas.

    Se o Marcelinho tivesse tomates dissolvida o governo no dia a seguir, afinal já o vi ser feito por muito menos, mas como foi um PR de esquerda foi muito bem feito.

    Se os da direita são mais sérios provavelmente não, mas ao menos roubam mais escondido, que roubem o meu dinheiro já é mau mas ao menos que o façam de maneira que eu não repare tanto.
  9.  # 672

    Direita :

    - tecnhoforma
    - submarinos
    - bragaparques
    - ambigold
    - saco azul do Cavaco
    ....


    E por cada escândalo que eu aponte da direita você consegue apontar outros tantos da esquerda ....

    E nalguns negócios até direita e esquerda estão juntinhos ...
  10.  # 673

    Colocado por: JoelM

    leia de novo e vai entender o que me refiro com "os outros".


    Quem?
  11.  # 674

    E isto é o que sabemos .... que deve ser a ponta do iceberg....

    Se até nas junta de freguesia de 1000 habitantes existem esquemas , imaginem na AR ...

    E o pior é que eles ( políticos ) são o reflexo da nossa sociedade . Muito português gosta , se possível, de aldrabar ! Infelizmente ....
    Concordam com este comentário: Anonimo1710
  12.  # 675

    Colocado por: JoelMa culpa é sempre dos outros.

    Minha não é... Se calhar é do Joel q pegou na malinha e se pôs a andar do país para fora...
    Q mania tem sempre a insinuar q somos cegos e não vemos o óbvio, o Joel como vê e viu tudo pôs-se na alheta...
  13.  # 676

    Isto é a vergonha de todas as vergonhas.
    Nunca num Estado de Direito um Governo altera o Presidente de um TdContas. Só em Portugal.
    Mas esta m@rda é uma republica das bananas?

    O mal da esquerda é que nao sabe gerir com vacas magras e depois assiste-se a isto.
    O Cavaco já veio defender no seu livro que a pior medida deste governo foi reduzir o horario dos FP para as 35h.
    Vale o que vale, mas tem razao.
    Quanto mais se agradar aos FP mais votos estao garantidos. Se a economia afunda, o tecido empresarial produtivo deste país que pague e aguente os empregos no privado.
    Depois "todos" vamos pagar.
  14.  # 677

    Colocado por: SirruperIsto é a vergonha de todas as vergonhas.
    Nunca num Estado de Direito um Governo altera o Presidente de um TdContas. Só em Portugal.
    Mas esta m@rda é uma republica das bananas?

    O mal da esquerda é que nao sabe gerir com vacas magras e depois assiste-se a isto.
    O Cavaco já veio defender no seu livro que a pior medida deste governo foi reduzir o horario dos FP para as 35h.
    Vale o que vale, mas tem razao.
    Quanto mais se agradar aos FP mais votos estao garantidos. Se a economia afunda, o tecido empresarial produtivo deste país que pague e aguente os empregos no privado.
    Depois "todos" vamos pagar.

    Acho que a produtividade do país passa por outro caminho do que carga horária ... porque assim for vamos continuar os pobrezinhos da UE
  15.  # 678

    Colocado por: enf.magalhaes
    Acho que a produtividade do país passa por outro caminho do que carga horária ... porque assim for vamos continuar os pobrezinhos da UE


    Que trabalhar menos?
  16.  # 679

    Colocado por: Gambino

    Que trabalhar menos?

    Olhe para o seu caso ! Se você tivesse 35 h e mais condições para laborar e menos burocracias produzia muito mais do que agora com 42 h
  17.  # 680

    Ter funcionários a 40h a produzir sapatos de 10 euros ou ter funcionários a 35h a produzir sapatos de 150 euros ... quem será mais produtivo ?

    É este salto que o país precisa , embora não seja fácil visto ser um país periférico da UE
    Concordam com este comentário: eu
 
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