Preço por m2 vai ser de cerca de 2200 euros, diz Ferreira dos Anjos
O preço das casa em Portugal vai aumentar e muito, fixando-se dentro de cinco anos a valores próximos dos praticados na vizinha Espanha. A opinião é de Manuel Ferreira dos Anjos, director da Escola Superior das Actividades Imobiliárias (ESAI), cujo centro de investigação está a promover, em colaboração com a Eurosondagem, um estudo sobre a casa ideal dos portugueses. Um trabalho pioneiro, por ser o primeiro realizado de um ponto de vista científico, e que estará concluído até final do primeiro semestre de 2008.
Atendendo ao investimento "muito significativo" que a elaboração do estudo representa para uma entidade privada, a ESAI optou por dividir o trabalho em dez inquéritos mensais de modo a que cada um valha por si. Os resultados do primeiro estão já disponíveis (ver caixa) e o segundo já está no terreno. As conclusões serão conhecidas no último dia de Outubro.
O objectivo, diz Manuel Ferreira dos Anjos, "é prospectivar o que os portugueses querem que seja o mercado imobiliário em Portugal no futuro". Um mercado onde actualmente se constrói "com muita qualidade, mas a preços muito baratos". Isto porque mantemos o preço médio do metro quadrado de habitação mais baixo da Zona Euro - 1350 euros contra os 2400 euros da média europeia.
"Todos os indicadores apontam para que se assista ainda a um acréscimo de qualidade das habitações, com as pessoas a preocuparem-se muito com as áreas, os materiais, os gastos com a energia e com a ecologia em geral", diz o director da escola. Quanto ao preço, garante que, num prazo muito curto, de cinco anos, deverá aproximar-se da média espanhola de 2200 euros o metro quadrado, por efeito da presença cada vez maior de investidores espanhóis no mercado nacional. "E ainda não chegamos à segunda fase: as empresas espanholas virem construir e trazerem consigo os compradores", alerta.
Aliás, na opinião de Manuel Ferreira dos Anjos, o preço do imobiliário "só não aumenta já porque o País está em crise". E por isso a subida dar-se-á "de uma forma sustentada". A prova de que o imobiliário "está muito barato" em Portugal faz-se "olhando para os números dos outros países". E dá exemplos. "Ainda há um mês visitei Copenhaga e o preço de um T2, normalíssimo, numa zona equivalente a Telheiras, varia entre os 900 mil e 1,1 milhão de euros enquanto cá custa entre 300 a 400 mil euros. E esses são valores que encontramos em Londres", diz.
Para o director da ESAI, a questão é que "um tijolo ou uma torneira custa sensivelmente o mesmo cá e lá" e, portanto, "o País tem é de aumentar a qualidade de vida, e depressa, porque estamos a perder o comboio". A solução, não sabe indicar, a não ser dizer que "se os outros países conseguem, pelos menos havemos de saber copiar o exemplo".
As casas não estão a valorizar com o passar do tempo, ao contrário do que costumava acontecer.
De acordo com o Índice Confidencial Imobiliário relativo a Agosto, a valorização do mercado habitacional em Portugal Continental tem dado sinais de alguma estabilidade nos últimos cinco meses, registando taxas de variação mensais inferiores a 0,3 por cento.
Esta estabilidade «deverá ter um impacto futuro na taxa de variação média anual (que compara o valor médio do Índice nos últimos 12 meses com os 12 meses imediatamente anteriores), a menos que ocorra um período de maior dinâmica, semelhante ao verificado no primeiro trimestre do ano».
No momento, contudo, a taxa de variação média anual continua a ser positivamente influenciada pela boa performance do Índice entre Setembro de 2006 e Março de 2007, tendo mesmo invertido a tendência de desaceleração anterior e crescendo pelo segundo mês consecutivo. A taxa de variação média anual do ICI foi, em Agosto, de 1,1%, revela.
Casas novas mais valiosas
O mercado de alojamentos novos registou um comportamento diferente, «bastante positivo», com o índice a registar uma taxa de variação mensal de 0,7%, depois de dois meses de correcção em baixa.
Também em termos homólogos (face a Agosto de 2006), o Índice apresentou uma valorização de 1,2% no segmento dos novos. Contudo, esta boa performance não foi ainda suficiente para inverter a tendência de desaceleração da taxa de variação média anual, que abrandou 0,1 pontos percentuais para os 1,7%.
No segmento dos usados, o mês de Agosto resultou numa correcção das sucessivas valorizações registadas nos seis meses anteriores. Desta forma, a taxa de variação homóloga em Agosto ascendeu a 0,9%, bastante abaixo dos 1,7% obtidos no mês anterior. Ainda assim, a taxa de variação média anual continuou o seu percurso ascendente, subindo para os 0,8%, mais 0,2 pontos percentuais do que no mês anterior.
40% das casas à venda na Área Metropolitana de Lisboa são novas
Na Área Metropolitana de Lisboa (AML), a principal nota de destaque vai para o mercado de habitação nova que, em Agosto, apresentou uma valorização mensal de 1% e uma variação homóloga de 1,3%, depois de ter registado uma quebra no mês anterior.
No que diz respeito ao mercado de alojamentos usados, continuou a valorizar, embora a um ritmo mais lento do que o registado nos novos. Em Agosto, a taxa de variação média anual foi de 0,8%, apenas meio ponto percentual abaixo das casas novas. Em termos homólogos o mercado tem uma evolução ainda menos vincada, com uma taxa de variação de apenas 0,2%.
O global do mercado habitacional na AML reflectiu o peso dos alojamentos usados na oferta disponível nesta zona (mais de 60%, sendo que os restantes menos de 40% são novos), tendo sido influenciado pela performance deste último segmento, resultando numa taxa de variação média anual de 1%, que se manteve inalterada pelo terceiro mês consecutivo.
O preço dos imóveis em Portugal não deverão baixar, pelo menos, até ao final do ano.
Para o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação (APEMIP), José Eduardo Macedo, «comprar casa hoje é um acto inteligente», revelou à «Agência Financeira».
A explicação, segundo o responsável, é simples: as margens dos operadores estão neste momento reduzidas ao máximo e, por isso, consegue-se comprar um imóvel «a bom preço».
Segundo José Eduardo Macedo, «o terreno em que se vai construir o imóvel aumentou de preço, os materiais, as taxas, as licenças, a água e a electricidade também», acrescentando ainda que «com estas subidas nos preços é óbvio que o produto final fica mais caro, por isso, a margem tem vindo a diminuir. Não posso vender mais barato do que o meu custo, os preços estão contidos ao máximo», salienta.
Preços desajustados
Para o presidente da APEMIP, o preço que o comprador pede pelo imóvel nem sempre é o mais «justo». Isto porque, quando coloca a casa à venda pede normalmente um valor acima do mercado. «Faz uma comparação com uma casa nova com a mesma área, numa localidade próxima e retira um x ao preço. Mas esquece-se que a sua casa tem meia dúzia de anos ou mais, a arquitectura não é actualizada e os materiais já estão desactualizados. A casa sofre uma desvalorização», refere à «Agência Financeira».
Isso significa, segundo José Eduardo Macedo, «que ninguém vai comprar uma casa usada se tiver uma casa nova com um preço muito próximo».
Colocado por: ParamonteIsso foi escrito quando? FD, tem a certeza que esse artigo não é da década de 90?
Colocado por: Paramontevai desvalorizar ou já desvalorizou mais do q isso?
Colocado por: ncarvalho74e as casas que hoje são consideradas antigas e de pouco valor, depois de sofrerem intervenções, terão também tendência a aumentar o seu valor.
Colocado por: danobregaNão sei, porque agregado à possível má construção das habitações há uma EVIDENTE má definição e construção dos espaços envolventes. Construiram-se prédios em cima de prédios e isto não há qualquer reabilitação possível. É deitar a baixo e fazer de novo.