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  1.  # 421

    Pós Modernismo e Arquitectura

    Na arquitetura, por exemplo, Charles Jencks data o final simbólico do modernismo e a passagem para o pós-modernismo de 15h32m de 15 de julho de 1972, quando o projeto de desenvolvimento da habitação Pruitt-Igoe, de St Louis (uma versão premiada da "maquina para a vida moderna" de Le Corbusier), foi dinamitado como um ambiente inabitável para as pessoas de baixa renda que abrigava. Doravante, as idéias do CIAM, de Le Corbusier e de outros apóstolos do "alto modernismo" cederam cada vez mais espaço à irrupção de diversas possibilidades, dentre as quais as apresentadas pelo influente Learning from Las Vegas, de Venturi, Scott Brown e Izenour (também publicado em 1972) mostraram ser apenas uma das fortes lâminas cortantes. O centro dessa obra, como diz o seu título, era insistir que os arquitetos tinham mais a aprender com o estudo de paisagens populares e comerciais (como as dos subúrbios e locais de concentração de comércio) do que com a busca de ideais abstratos, teóricos e doutrinários. Era hora, diziam os autores, de construir para as pessoas, e não para o Homem. As torres de vidro, os blocos de concreto e as lajes de aço que pareciam destinadas a dominar todas as paisagens urbanas de Paris a Tóquio e do Rio a Montreal, denunciando todo ornamento ao crime, todo individualismo como sentimentalismo e todo romantismo como kitsch, foram progressivamente sendo substituídos por blocos-torre ornamentados, praças medievais e vilas de pesca de imitação, habitações projetadas para as necessidades dos habitantes, fábricas e armazéns renovados e paisagens de toda espécie reabilitadas, tudo em nome da defesa de um ambiente urbano mais "satisfatório". Essa busca se tornou tão popular que o próprio Príncipe Charles dela participou com vigorosas denúncias sobre os erros do redesenvolvimento urbano de pós-guerra e da destruição promovida pelos desenvolvimentistas, que, segundo ele, tinham feito mais para destruir Londres do que os ataques da Luftwaffe na Segunda Guerra Mundial.
    Nos círculos de planejamento, podemos identificar uma evolução semelhante. O influente artigo de Douglas Lee, "Requiem for large-scale planning models", apareceu num número de 1973 da Journal of the American Institute of Planners e previu corretamente a queda do que considerava os fúteis esforços dos anos 60 para desenvolver modelos de planejamento de larga escala, abrangentes e integrados (muitos deles especificados com todo o rigor que a criação de modelos matemáticos computadorizados podia então permitir) para regiões metropolitanas. Pouco depois, o New York Times (13 de junho de 1976) descreveu como "dominantes" os planejadores radicais (inspirados por Jane Jacobs) que tinham feito um ataque tão violento aos pecados sem alma do planejamento urbano modernista nos anos 60. Hoje em dia, é norma procurar estratégias "pluralistas" e "orgânicas" para a abordagem do desenvolvimento urbano como uma "colagem" de espaços e misturas altamente diferenciados, em vez de perseguir planos grandiosos baseados no zoneamento funcional de atividades diferentes. A "cidade-colagem" é agora o tema, e a "revitalização urbana" substituiu a vilificada "renovação urbana" como a palavra-chave do léxico dos planejadores. "Não faça pequenos planos", escreveu Daniel Burnham na primeira onda da euforia planejadora modernista no final do século XIX, ao que um pós-modernista como Algo Rossi pode agora responder, mais modestamente: "A que, então, poderia eu ter aspirado em minha arte? Por certo a pequenas coisas, tendo visto que a possibilidade das grandes estava historicamente superada".

    Fonte : http://www.angelfire.com/sk/holgonsi/harvey1.html
  2.  # 422

    Colocado por: CMartinPara Gianni Vattino (2001)

    “a chamada "pós-modernidade" aparece como uma espécie de Renascimento dos ideais banidos e cassados por nossa modernidade racionalizadora. Esta modernidade teria terminado a partir do momento em que não podemos mais falar da história como algo de unitário e quando morre o mito do Progresso. É a emergência desses ideais que seria responsável por toda uma onda de comportamentos e de atitudes irracionais e desencantados em relação à política e pelo crescimento do ceticismo face aos valores fundamentais da modernidade. Estaríamos dando Adeus à modernidade, à Razão (Feyerabend) Quem acredita ainda que "todo real é racional e que todo real é racional"(Hegel)? Que esperança podemos depositar no projeto da Razão emancipada, quando sabemos que se financeiro submetido ao jogo cego do mercado? Como pode o homem ser feliz no interior da lógica do sistema, onde só tem valor o que funciona segundo previsões, onde seus desejos, suas paixões, necessidades e aspirações passam a ser racionalmente administrados e manipulados pela lógica da eficácia econômica que o reduz ao papel de simples consumidor”.
    Fonte : mesma

    Cmps!
    Concordam com este comentário: CMartin
  3.  # 423

    I

    Arquitetura Pós-Moderna,
    nada mais é do que um termo usado para definir as novas propostas arquitetônicas à partir dos anos 60, assim como fazer uma crítica ao movimento anterior, conhecido como arquitetura moderna. Uma crítica ao excesso de funcionalidade, onde a forma seguia a função... No pós-modernismo prevalece o impacto visual.

    Fonte : http://arquitetofala.blogspot.pt/2011/12/arquitetura-pos-moderna.html?m=1
  4.  # 424

    II

    Inicialmente, na Arquitetura Pós-Moderna, a cenografia muitas vezes sobrepunha o abuso da técnica, e ainda podemos encontrar obras com um total desligamento das relações entre interior e exterior, cheia de misturas de estilos históricos, metáforas, ironias, e valores desconexos com a realidade, excesso de ornamentação, composição e descomposição de elementos construtivos, colagem, e uma quebra total das referências históricas modernistas. É a época do vale-tudo tudo para alguns, e a morte da arquitetura moderna para outros...


    Fonte: mesma
  5.  # 425

    Colocado por: CMartinPós Modernidade e Consumo (?)


    .
  6.  # 426

    ...
  7.  # 427

    ...
      10308135_731218880234460_4512243320134888388_n (1).jpg
  8.  # 428

    Estou a pensar , m.arq, que se o pós-modernismo (pós-modernidade) veio como resposta de desilusão ao modernismo (modernidade)..não sei se ficàmos melhor. Não há regras?
    Em que nos baseamos então?
  9.  # 429

    Colocado por: PandR
    Apenas gosto e concordância com (quase) tudo. E ter-me lembrado dos seus temas quando estava a ler.
    1-ideia interessante de levitação da casa.
    2-Acho interessante o open-space mas os interiores demasiadamente abertos sem qualquer separação (que pode ser feita por móveis ou elementos amovíveis) já não é do meu agrado.
    3-Vidro q.b. ...
    4-Utilização correta da luz sim, sem dúvida.
    5-A utilização da cobertura para mim fazia sentido o armazenamento da água da chuva para utilização futura.


    De facto, também não me parece nada mal. Gosto especialmente de que tudo tenha uma razão de existir, uma utilidade..os pilotis, a planta livre, a fachada, a cobertura..

    Por acaso acho que passei a valorizar mais o modernismo (Le Corbusier, Mies Van Der Rohe..) agora que estou a ver o pós-modernismo, que, pelos vistos trata-se da ornamentação fútil (sem utilidade).

    E fico a pensar na sua pala..?
    Para que serve uma pala afinal ?
    Deve ser pós-modernista!
  10.  # 430

    Colocado por: AXNAconselho a ler o livro arquitectura e filosofia de Maurício plus
    Estas pessoas agradeceram este comentário:monicaa



    Por que alguns edifícios são considerados belos? (...) Analisa os principais argumentos apresentados pelos filósofos ao longo da história para explicar a beleza arquitetônica. Desde a Antigüidade, a arquitetura sempre representou um problema difícil para a estética, já que nela a relação entre o homem e a obra de arte não se resume ao elo entre o sujeito que percebe e o objeto percebido. Enquanto as demais artes criam obras destinadas apenas à contemplação, as construções existem para serem manipuladas - o prédio não é apenas um objeto para a reflexão, mas um objeto para a vida. O problema é que só considerarmos artísticos os objetos que dizem coisa sobre nós, que narram algo que nos diz respeito. Mas se a arte é um espelho do homem, como uma construção pode ser artística? Ora, o edifício nada mais é do que o lugar do homem no mundo - a arquitetura é a forma. Por isso não espelha a aparência do sujeito, mas seu modo de ser, sua essência. Contudo como os homens diferem entre si, os edifícios não são avaliados do mesmo modo por indivíduos diversos, pois cada sujeito percebe a partir de uma dada perspectiva.

    Interessante AXN!

    Fonte : https://books.google.pt/books/about/Arquitetura_E_Filosofia.html?hl=pt-PT&id=HK_iYLYwWOIC
  11.  # 431

    o livro arquitectura e filosofia de Maurício plus

    Página 421 - O mesmo ocorre com a produção espiritual, tal como aparece na linguagem da política, das leis, da moral, da religião, da metafísica, etc., de um povo. Os homens são os produtores de suas representações, de suas ideias, etc...‎
  12.  # 432

    Colocado por monicaa :
    Para si o belo é um estereotipo. De preferência clássico.
    Concordam com este comentário:CMartin


    Confesso que concordo.

    Por isso, monicaa.. sei sempre o que é belo e o que não é.
    Especialmente arte, arquitectura, são temas que nunca me deixam com duvidas se belas ou não.
  13.  # 433

    Colocado por monicaa: AXN desculpe se o ofendi. Contudo julgo que possa haver um mal entendido.
    Bem sei que este tópico visa discutir e reflectir sobre o gosto, sob o ponto de vista da CMartin..."


    Uns comentários, malta da tertúlia do gostos (como o chamou AXN e, gostei!).
    Não sei se precisamos de estar a pedir desculpa uns aos outros assim por estas razões do gostos.
    Afinal na realidade nenhum de nós tem legitimidade para por em causa o gosto do outro. É apenas uma reflexão. Se me disserem, por exemplo, que eu tenho um péssimo gosto, não precisam de o acompanhar por um pedido de desculpa, até porque apenas estamos a trocar impressões com, espero, o objectivo de fazer pensar, e usamo-nos uns aos outros como matéria e objecto afinal para a divagação. Ninguém está a deliberadamente criticar outrém para o ofender ou ferir..

    E eu sei que tenho bom gosto ! :oP (claro que estou a tentar ser filosófica ao dizer isto..nada é por mero acaso ou pelo menos assim obviamente gritante sem qualquer intenção).

    O outro comentàrio é que este tópico não é para discutir o gosto sobre o meu ponto de vista, nada. É uma conversa pública num fórum público com o ponto de vista de todos que contribuem, espero eu.
    Concordam com este comentário: AXN, monicaa
  14.  # 434

    Colocado por: CMartinEspecialmente arte, arquitectura, são temas que nunca me deixam com duvidas se belas ou não.


    Nunca lhe aconteceu não gostar de uma coisa e anos mais tarde ser surpreendida pela sua beleza?

    Porque a nossa sensibilidade vai mudando ao longo da vida, e está condicionada às experiências vividas. Há muitas experiências que não podem ser ensinadas e somente vividas e por isso discordo que hajam condições com valor absoluto passiveis de determinar o que é belo.

    ...Tente ensinar a alguém a que sabe uma pêra.
  15.  # 435

    AXN,
    Ainda, para eu ter ideia de com quem falo, gostaria imenso que me pusesse aqui no tópico uma imagem de uma arquitectura bela para si.

    Faz isso a meu pedido ?
  16.  # 436

    CMartin, onde encontrou o livro que o AXN referiu?
    Concordam com este comentário: CMartin
  17.  # 437

    Colocado por: monicaa

    Nunca lhe aconteceu não gostar de uma coisa e anos mais tarde ser surpreendida pela sua beleza?

    Porque a nossa sensibilidade vai mudando ao longo da vida, e está condicionada às experiências vividas. Há muitas experiências que não podem ser ensinadas e somente vividas e por isso discordo que hajam condições com valor absoluto passiveis de determinar o que é belo.

    ...Tente ensinar a alguém a que sabem uma pêra.


    Em criança talvez mas não me parece que conte, até porque não tinha estes pensamentos..

    Sinceramente em vida adulta mónicaa, nunca senti que passasse a gostar de algo de que não gostasse à partida.

    Acontece sim é reconhecer que há casas bonitas para os outros, mas para serem minhas não. Sei ver no entanto que têm beleza.

    Talvez valorizo mais a beleza agora do que em adolescente ou aos 20, mas sinto que sempre a reconheci, não me é estranha. E sou muito segura dela.
  18.  # 438

    Colocado por: monicaaCMartin, onde encontrou o livro que o AXN referiu?

    Coloquei a fonte de onde copiei e onde cita alguns excertos.. Fonte:
    https://books.google.pt/books/about/Arquitetura_E_Filosofia.html?hl=pt-PT&id=HK_iYLYwWOIC

    É Mauricio Puls.

    Deve certamente ter na wooks (online) , na fnac (se não pode-se encomendar) e Bertrand ?
    Vou procurar também.
    Muito interessante.
  19.  # 439

    O que faz um edifício ser belo? Esta é a pergunta que guia o livro Arquitetura e Filosofia, de Mauricio Puls, recém-lançado pela editora Annablume. É uma pergunta espinhosa, propensa aos subjetivismos simplistas do “gosto não se discute”. Ainda mais se partirmos da afirmação do historiador Giulio Carlo Argan de na cidade “todos os edifícios, sem exclusão de nenhum, são representativos e, com freqüência, representam as más formações, as contradições, as vergonhas da comunidade” .

    Quando visitamos cidades antigas, a aparente homogeneidade ou coerência de estilos de seus edifícios comumente reflete menos essa presumível unidade e mais a nossa incapacidade de distinguir historicamente a multiplicidade arquitetônica que apresentam. Nas nossas cidades contemporâneas conseguimos mais facilmente distinguir diferentes estilos arquitetônicos, e aí a pergunta sobre quais edifícios podem ser considerados belos – sem gostos individuais, com base em critérios estéticos consolidados – torna-se difícil. O crítico de arte americano Haroldo Rosenberg sinaliza esta angústia estética contemporânea dizendo que “antigamente, um novo estilo de arte ou o trabalho de um artista desconhecido só adquiriam notoriedade depois de passarem pelo crivo da crítica e da apreciação estética. Hoje, o processo muitas vezes funciona às avessas: primeiro se chama a atenção do público, depois vem a discussão e a avaliação crítica”.

    O desafio que Puls se coloca é justamente entender como esse crivo estético se formou ao longo da história. Para isso, seu livro é dividido em 21 capítulos onde discute as bases filosóficas dos critérios estéticos do belo dos pré-socráticos a Umberto Eco, passando por Kant, Marx e Simmel. A maior parte dos capítulos apresenta binômios filosóficos, onde Puls consegue estabelecer diálogos entre Bachelard e Foucault, Schopenhauer e Nietzche, Descartes e Leibniz – por vezes a partir de semelhanças e continuidades, por outras por oposição conceitual ou argumentativa.

    Uma das questões colocadas para discutir o belo em arquitetura é se seriam válidos os mesmos critérios das artes plásticas. Puls inicia a sua argumentação colocando que, arte ou arquitetura, trata-se de uma discussão de linguagem: “inicialmente absorvido pelo ambiente, o homem se afasta das coisas e por isso se torna capaz de designá-la pela linguagem” (p. 10). Em mais um degrau para a definição da arte como linguagem, Puls argumenta que os objetos de arte serviriam para “desvelar nossa subjetividade”, e continua dizendo que a arte “se distancia da vida cotidiana para que, após a experiência estética, possamos desejar um fim diferente daqueles que orientam nossa existência imediata, qual seja – mudar de vida”. Essa colocação já desloca a obra de arte para o centro de nossa relação com o mundo – ela não é apêndice de diletantismo, mas algo construído para (nos) entendermos no mundo.

    Para chegar ao objeto arquitetónico, Puls dá o passo definitivo: é preciso considerar, em primeiro o lugar, que diferentemente de qualquer outra manifestação artística, as edificações são a “única arte que comporta a satisfação das necessidades práticas dos indivíduos”. Não importam as dimensões ou as funções de um edifício – tampouco sua beleza, a utilidade lhe é uma característica inalienável, e aí reside um dos pontos críticos ao se pretender realizar ou julgar o belo na arquitetura. E ainda, distintamente de outras manifestações artísticas que podem se realizar isoladamente, sem a “contaminação” de outras obras, como um ente único, a edificação se faz necessariamente dentro de um contexto ambiental e urbano.

    Portanto, a análise isolada de uma edificação carece de um pressuposto intrínseco da arquitetura que é sua posição entre outras edificações – posição que pressupõe um contágio de como nos apropriamos de uma edificação e de como a enxergamos. Uma obra de arte pode secolocar para um diálogo com outras obras ou em um contexto determinado (como as esculturas de Richard Serra, de Christo, ou a land art), enquanto a arquitetura já nasce desse diálogo com o entorno. Voltando a Puls, “por isso o edifício não expressa apenas o sujeito, mas também o outro com o qual ele se relaciona”.

    Se a leitura dos binômios filosóficos de Mauricio Puls já seria instigante pela busca das alterações ao longo da história do que pode ser considerado belo na arquitetura, ela se torna um desafio gratificante para o leitor, principalmente para o leitor arquiteto, que lida, por sua vez, com dois binômios no cotidiano: buscar realizar um projeto belo mas utilizável, focar-se tanto no seu objeto arquitetônico sabendo que ele apenas se realizará ao se “contaminado” pelos outros, pelo contexto urbano. Puls não se detém nas posições dos próprios arquitetos, tampouco se aprofunda no patamar que está a discussão do belo na arquitetura contemporânea. Não era sua intenção. Acabando também com Argan, “naturalmente, sem uma séria crítica do passado não há perspectiva possível para o futuro e vice-versa. Mas estamos certos de que a crítica do passado, especialmente do passado próximo, foi feita a fundo? Ou não foi com freqüência desviada em revivals tão sugestivos quanto inconsequentes?”

    Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/06.062/3118
  20.  # 440

    Mas hà aqui algo que não condiz, no livro e no AXN.
 
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