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  1.  # 821

    Colocado por: m.arq

    Quem lhe vai responder? Se para si, ... tá mt bem. Essa é afelicidade.

    Cmps!


    É muito facilitista dizer isto assim, eu acho.
  2.  # 822

    .
      Frantisek_Kupka_1928.jpg
  3.  # 823

    .
      front-cover-of-the-l-argent-issue-from-l-assiette-au-beurre-1902.jpg
    • m.arq
    • 13 maio 2016 editado

     # 824

    . Blue
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  4.  # 825

    O azul, mesmo sendo das cores mais frias, é sempre fascinante pela tranquilidade que inspira. Não sei do que seja essa imagem mas a cor fala por si.

    Colocado por: m.arq. Blue
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  5.  # 826

    MODERNISMO E ARTES PLÁSTICAS

    Enquadramento Histórico: a Europa e o Mundo do final do séc. XIX à I Guerra Mundial.

    Hegemonia Europeia:
    em plena «Segunda Revolução Industrial», os países europeus industrializados, dominavam do ponto de vista económico uma grande parte do mundo, monopolizando mercados, rotas comerciais intercontinentais, a produção de matérias primas. À Grã-Bretanha, a 1ª grande potência, juntaram-se a França, a Alemanha, unificada em 1872, a Bélgica e, mais tardiamente, outros países. Os E.U.A. apoiavam a sua indústria no seu próprio e imenso mercado. Na Ásia, o Japão passou a ter uma atitude cada vez mais agressiva.

    Estas Potências procuraram. através do desenvolvimento da ciência e da tecnologia, adquirir vantagem tecnológica e energética. À hegemonia económica associou-se o domínio político, diplomático, militar.

    Contudo, vastos impérios continentais (Rússia, Império Austro-Húngaro) , assim como outros países e regiões, tais como Portugal e Espanha, Sul da Itália, Países Balcânicos, desafiavam toda a modernidade, mantendo sociedades antiquadas, com uma industrialização incipiente, uma estrutura ancilosada, permanecendo numa posição periférica relativamente aos grandes fluxos económicos e culturais.

    Colonialismo:
    as colónias eram sujeitas a esse domínio, sendo exploradas tendo exclusivamente em conta o interesse da potência colonizadora (a Metrópole). Outros territórios formalmente independentes eram também economicamente controlados (neo-colonialismo).

    Interessava aos países industrializados procurar conhecer muitas das regiões ainda não exploradas. As expedições desencadeadas nos diversos continentes, para lá do interesse económico, trouxe uma influência a outros níveis, nomeadamente artística, atraindo as atenções para as «artes primitivas» (ex.: as máscaras africanas).

    Intensa rivalidade entre os países europeus industrializados: deriva da concepção capitalista da economia (concorrência, procura do lucro através da maximização dos recursos, controlo monopolista de mercados e matérias-primas, etc), procurando cada um a primazia, defendendo-se o interesse nacional acima de outros valores. Leva a conflitos entre as diversas potências e, por vezes, a conflitos armados. Mesmo quando não se chega a tanto, existe um esforço armamentista intenso («corrida aos armamentos») de todas as partes, num clima de Paz Armada, podendo a qualquer altura degenerar num conflito de proporções até então nunca conhecidas, como veio a acontecer em 1914-18. O exacerbamento nacionalista, sobrevalorizando o que poderia constituir como elemento agregador, provocou uma onda de chauvinismo entre as Nações, incluindo nos aspectos culturais. A arte surge como instrumento de afirmação de identidades, com todas as consequências daí decorrentes.

    Desenvolvimento técnico, científico e cultural:
    assistiu-se a um aumento do conhecimento em múltiplas áreas, mercê, não só de investimentos até então nunca realizados, mas também numa nova maneira de pensar: o “Cientismo”- a ciência como solução para os males da humanidade, o “Positivismo”, a «domesticação» da Natureza pelo Homem, o higienismo, etc. As novas formas de comunicação (caminho-de-ferro, telégrafo, telefone, barcos a vapor, automóvel, cinema, etc) tornam o mundo cada vez mais «pequeno». Novas ideias levam ao desabar de «verdades» milenarmente consagradas: Darwinismo, Marxismo, Psicanálise, serão alguns dos pilares do pensamento do novo século. Os movimentos socialistas, nas suas várias expressões, afrontam a sociedade capitalista e burguesa dominante, influenciando profundamente as Artes. Novos materiais permitem novas expressões.

    Urbanismo e novos estilos de vida:
    as cidades crescem na mesma proporção em que processa o êxodo rural. A cidade passou a organizar-se de acordo com os novos tempos, pré-anunciando a vida que conhecemos nos nossos dias, mas com um aproveitamento contraditório: ao lado de uma multidão de desenraizados, os já integrados usufruem das vantagens das grandes novidades que iam alterando o quotidiano dos mais ou menos privilegiados.

    Fonte : http://modernismo.no.sapo.pt/modernismo.htm
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  6.  # 827

    MODERNISMO E ARTES PLÁSTICAS

    Enquadramento Artístico:
    a afirmação de modernidade contemporânea; o papel das vanguardas; o aparecimento de novos centros artísticos.
    Os anos que precederam a I Guerra Mundial foram de uma experimentação frenética e constante de novas formas de expressão na pintura e na escultura, tendo constituído uma das fases mais surpreendentes da arte europeia. A influência de pintores considerados marginais na época (Van Gogh- «expressionista», Cézanne- «pré-cubista», Munch ou Gauguin- «simbolistas», os «Nabis», ….), assim como de artistas, escritores, críticos, cientistas e filósofos, como Gustav Mahler e os três compositores da Escola de Viena- A. Schonberg (música «atonal»), A. Webern e A. Berg, o russo Stravinsky, o poeta Guilaume Apollinaire, os cientistas Durkheim, Freud ou Max Weber, e muitos outros, foi fundamental para essa procura de expressões que fossem radicalmente novas. Constituiu uma excitante era de novidade, sofisticação e renovação cultural profunda, enfim, de grande modernidade. Ainda hoje, cem anos volvidos, muitas das obras produzidas continuam a incomodar e permanecem incompreendidas, tanto como as concepções científicas ou filosóficas que lhe serviram de apoio «ideológico».

    Os artistas que hoje nos habituamos a considerar consagrados eram na sua época, naturalmente, pouco apreciados pela generalidade do público, numa tensão secular que opunha a arte «oficial» às vanguardas. Os “velhos” impressionistas mais conhecidos e ainda vivos (Monet ou Renoir) só tinham atingido uma semi-consagração. As grandes cenas históricas, dominadas pelo desenho, faziam furor no «Salon», embora fossem admitidas algumas concessões a uma tímida espontaneidade na composição e no uso da cor, mais perto de Delacroix do que de Monet ou Renoir, ou num certo simbolismo, mas tudo ainda tolhido pelo conformismo académico.

    Paris continua o grande centro, onde nascem as novidades. Montmartre, ainda não há muito um mero arrabalde parisiense e integrada na cidade por um urbanismo voraz, faz parte de uma mitologia ligada às artes e à boémia características deste período. Outros centros de criação relevantes, porém, aparecem: Dresden, Munique, Berlim, Milão, Londres e outros. Mas os artistas que aqui desenvolvem a sua actividade têm como referência Paris e os seus ateliers, que se multiplicam, seguindo ou opondo-se às tendências parisienses.

    Fonte : mesma
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  7.  # 828

    AS VANGUARDAS

    O aspecto mais notável da situação artística do início do século XX (ou do período que se designa por «vanguarda história») reside na tendência dos seus protagonistas para se organizarem em movimentos e grupos homogéneos, ou seja, em formações que nascem de convergências ideológicas muito precisas, baseadas em teorias comuns acerca dos significados e dos objectivos da produção artística. É quase inútil recordar que esses projectos nascem sob o signo do maior mito da época, o que insiste na renovação radical, e por vezes subversiva, da existência e da psicologia humanas. As bases teóricas são, na maioria dos casos, fixadas em proclamações apropriadas (… os manifestos) …. com várias funções: em 1º lugar, ratificar os estatutos a que é necessário obedecer para se fazer parte de um determinado movimento; depois, constituírem outros tantos instrumentos de luta a utilizar contra os incrédulos; por fim, garantir a identidade colectiva do grupo permitindo que cada adepto possa reconhecer-se nessa identidade.

    Sproccati, S. (dir.) - Guia da História da Arte, Lisboa: Ed. Presença, 1995
  8.  # 829

    O EXPRESSIONISMO
    foi um movimento artístico e cultural de vanguarda surgido na Alemanha no início do século XX, transversal aos campos artísticos da arquitetura, artes plásticas, literatura, música, cinema, teatro, dança e fotografia. Manifestou-se inicialmente através da pintura, coincidindo com o aparecimento do fauvismo francês, o que tornaria ambos os movimentos artísticos os primeiros representantes das chamadas "vanguardas históricas". Mais do que meramente um estilo com características em comum, o Expressionismo é sinónimo de um amplo movimento heterogéneo, de uma atitude e de uma nova forma de entender a arte, que aglutinou diversos artistas de várias tendências, formações e níveis intelectuais. O movimento surge como uma reacção ao positivismo associado aos movimentos impressionista e naturalista, propondo uma arte pessoal e intuitiva, onde predominasse a visão interior do artista – a "expressão" – em oposição à mera observação da realidade – a "impressão".

    O expressionismo compreende a deformação da realidade para expressar de forma subjectiva a natureza e o ser humano, dando primazia à expressão de sentimentos em relação à simples descrição objetiva da realidade. Entendido desta forma, o expressionismo não tem uma época ou um espaço geográfico definidos, e pode mesmo classificar-se como expressionista a obra de autores tão diversos como o holandês Piet Zwiers, Matthias Grünewald, Pieter Brueghel, o Velho, El Greco ou Francisco de Goya. Alguns historiadores, de forma a estabelecer uma distinção entre termos, preferem o uso de "expressionismo" – em minúsculas – como termo genérico, e "Expressionismo" – com inicial maiúscula – para o movimento alemão.[1]

    Através de uma paleta cromática vincada e agressiva e do recurso às temáticas da solidão e da miséria, o expressionismo é um reflexo da angústia e ansiedade que dominavam os círculos artísticos e intelectuais da Alemanha durante os anos anteriores à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e que se prolongaria até ao fim do período entre-guerras (1918-1939). Angústia que suscitou um desejo veemente de transformar a vida, de alargar as dimensões da imaginação e de renovar a linguagem artística. O expressionismo defendia a liberdade individual, o primado da subjectividade, o irracionalismo, o arrebatamento e os temas proibidos – o excitante, diabólico, sexual, fantástico ou perverso. Pretendeu ser o reflexo de uma visão subjectiva e emocional da realidade, materializada através da expressividade dos meios plásticos, que adquiriram uma dimensão metafísica, abrindo os sentidos ao mundo interior. Muitas vezes visto como genuína expressão da alma alemã, o seu carácter existencialista, o seu anseio metafísico e a sua visão trágica do ser humano são características inerentes a uma concepção existencial aberta ao mundo espiritual e às questões da vida e da morte. Fruto das peculiares circunstâncias históricas em que surge, o expressionismo veio revelar o lado pessimista da vida e a angústia existencialista do indivíduo, que na sociedade moderna, industrializada, se vê alienado e isolado.

    O expressionismo não foi um movimento homogéneo, coexistindo vários polos artísticos com uma grande diversidade estilística, como a corrente modernista (Munch), fauvista (Rouault), cubista e futurista (Die Brücke), surrealista (Klee), ou a abstracta (Kandinsky). Embora o seu maior polo de difusão se encontrasse na Alemanha, o expressionismo manifestou-se também por meio de artistas provenientes de outras partes da Europa como Modigliani, Chagall, Soutine ou Permeke, e no continente americano como, por exemplo, os mexicanos Orozco, Rivera, Siqueiros e o brasileiro Portinari. Na Alemanha existiram dois grupos dominantes: Die Brücke (fundado em 1905), e Der Blaue Reiter (fundado em 1911), embora tenha havido artistas independentes e não afiliados com nenhum dos grupos. Depois da Primeira Guerra Mundial surge a Nova Objetividade que, embora tenha sido uma reação ao individualismo expressionista e procurasse a função social na arte, a sua distorção das formas e o seu intenso colorido fazem do grupo um herdeiro directo da primeira geração expressionista.



    Fonte : https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Expressionismo
  9.  # 830

    O FAUVISMO

    Movimento paralelo ao expressionismo mas com diferenças fundamentais, apesar de compartilharem de um mesmo “ambiente” de mal-estar social e de crise civilizacional.

    O nome por que passaram a ser conhecidos, “Les Fauves” (as feras, os selvagens…), foi-lhes atribuído depreciativamente por um crítico após a apresentação das suas primeiras obras no “Salon” de 1905. Orgulhosamente, passaram a ostentá-la apesar de não constituírem um grupo ou um movimento organizado, mas antes um conjunto de artistas formados no mesmo atelier, ligados por laços de amizade, tendo em comum uma mesma consciência social e cumplicidades artísticas, tendo trabalhado, durante anos, numa direcção vizinha. Apresentaram um manifesto no “Salon”, mas não resultou na formulação de um doutrina, apenas uma orientação análoga em todos eles.

    O aspecto dominante das suas obras era a utilização da cor empregue em tons puros, elemento que mais chocou o público de então. Esta “ferocidade” cromática» leva às últimas consequências o sintetismo de Paul Gauguin, Edouard Vuillard e Pierre Bonnard (estes dois na tradição “Pós-Impressionista”). Mantêm um sentido de harmonia e de estilo que os expressionistas sacrificaram.

    Matisse, a estrela da companhia, em 1899 descobre as cores puras, embora não as explore de imediato. Até 1905 hesita, experimenta outras vias num contexto Neo-Impressionista. Passa férias em Saint-Tropez com Signac em 1904. Em 1905 apresenta dois quadros no Salon com cores puras no tom mais claro, em cuja composição se nota nítida e assumida influência de Gauguin. O quadro “Joie de Vivre” (1906- Salon des Indépendantes) resume claramente o seu estilo: o tema remete para um certo hedonismo feliz, exalta a ligeireza de um mundo despreocupado, vitalidade que partilha com os do grupo, exceptuando Rouault, aquele que mais perto esteve da violenta e torturada angústia do grupo de Dresden e conhecido pelo seu misticismo. Em 1907 escreveu que procurava a «expressão», que estaria menos no tema do que na forma, reflecte-se mais no prazer da pintura do que na mensagem. Os temas nada interessam, meros pretextos para evidenciar o processo do pintor que consiste numa intensidade constante da superfície da obra através do reforço progressivo das impressões cromáticas. A cor expressa o «sentimento » que o anima e cuja expressividade torna o seu trabalho mais sólido. Influenciará o abstraccionismo.

    Os Fauvistas muito dificilmente poderão ser classificados de expressionistas, uma vez que este termo aplica-se mais aos descendentes de Van Gogh do que aos de Gauguin, «aos espíritos atormentados do que aos espíritos equilibrados».

    As feras: Henri Matisse (1869-1954), Georges Rouault (1871-1958), , Albert Marquet (1875-1947), André Derain (1880-1958), Maurice Vlaminck (1876-1958), aos quais se juntaram, vindos de Havres, Raoul Dufy (1877-1953), Georges Braque (1882-1963), futuro cubista, e Othon Friesz (1879-1949).

    O movimento teve curta duração. Depressa surgem os desentendimentos e cada um seguiu caminhos próprios.

    Fonte : http://modernismo.no.sapo.pt/modernismo.htm
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  10.  # 831

    O CUBISMO

    1.Origens, propostas e seus conteúdos.

    Costuma-se indicar como acto de nascimento do Cubismo o quadro “Les Demoiselles d’Avignon”, pintado por Pablo Picasso em 1907. Foi uma resposta à obra de Matisse “Joie de Vivre”, apresentado um ano antes: à leveza deste, Picasso opõe a representação cruel e deformante das mulheres de um bordel.

    O quadro “Demoiselles …” não é cubista, antes anuncia uma arte que se liberta de esquemas tradicionais de representação («Quadro que não se parece com nenhum outro», John Golding) através das deformações dos rostos como nas máscaras africanas, pelas figuras quebradas, como se fossem esculturas assentes numa superfície e pelo fundo que se situa de entre as figuras e não detrás. O seu impacto junto do público foi mínimo uma vez que só em 1937 foi exposto e em Nova Iorque, embora certos artistas tê-lo-ão visto no atelier do artista, muito visitado pelos vanguardistas.

    Não inaugura o cubismo mas marca uma ruptura com a forma de representação que a tradição ocidental desenvolveu desde o Renascimento, uma revolução, que exigirá novas técnicas de leitura e de compreensão..

    Influências : 1) obra de Cézanne; 2) “Arte Primitiva”, através das estátuas ibéricas e das máscaras africanas. 3) Cultura artística emergente.

    1) Paul Cézanne (1839-1906) teve uma extensa e incompreendida carreira, inicialmente associada aos impressionistas, mas dos quais se foi afastando, construindo uma obra pessoalíssima e inteiramente original. Um ano após a sua morte foi realizada uma exposição retrospectiva da sua obra mais conhecida no Salon d’Automne, em Paris, que muito impressionou Picasso e Braque, nomeadamente o quadro “Grandes Baigneuses”. Resumiu a sua concepção artística, que também deixou escrita:

    · procurar a estrutura oculta das coisas- a BASE GEOMÉTRICA («Tudo na natureza se modela sobre a esfera, o cone e o cilindro…»).

    · deve- se preparar o olhar para «ver» a natureza para além da superfície das coisas (daí o seu afastamento relativamente aos impressionistas), deve penetrar no seu âmago para a compreender; contudo, recusa representações geométricas abstractas, defendendo um certo «naturalismo» que irá ser adoptado pelo cubismo.



    2) Máscaras ibéricas e africanas: nessa altura era relativamente frequente as exposições sobre as artes primitivas. Para as vanguardas artísticas essa arte significava «expressividade, estrutura e simplicidade», utilizando as formas primitivas, arcaicas ou regressivas como meio para rejuvenescer a pintura submergida por uma pesada erudição e complexidade de linguagem. Gauguin e Henri Rousseau (um autor muito original e peculiar, com um estilo regressivo que inaugurou a arte naïve) já o tinham feito e os expressionistas estavam a fazê-lo. Os cubistas vêem-nos como modelos para ultrapassar os limites instituídos por uma concepção de «belo» tradicional, imposto pela harmonia clássica, introduzindo novos modos de percepção, pois eram formas mais próximas da substância plástica das coisas. A sua influência está patente no célebre “Retrato de Gertrude Stein” e no acima referido “Demoiselles …”.


    Cézanne + Arte Primitiva- « fontes para simplificar a pintura, para atingir a estrutura interna dos objectos e afirmar que o quadro não é uma janela aberta para o mundo mas antes um objecto que se apropriou da substância das coisas e que a restitui..»


    3) Cultura artística- apesar da incompreensão inicial do público e de parte da crítica, o que estava a suceder na pintura acompanhava as tendências verificadas noutras expressões artísticas, nas quais também se propunha estilhaçar e alargar os pontos de vista na obra de arte: Igor Stravinsky, na música, James Joyce, Virgínia Woolf e Gertrude Stein, na prosa.

    Propostas e conteúdos: ao contrário do que à primeira vista possa parecer, o cubismo é um movimento NATURALISTA. Não só não o rejeitam, como procuram exprimir uma ideia de maior adesão ao fenómeno concreto, à dimensão exterior das «coisas reais». Pretendem conhecer ainda melhor a natureza. Para isso é necessário que se achem novos elementos de representação, substancialmente diferentes da concepção tradicional. Tradicionalmente os meios de representação usados não permitem representar os objectos da realidade que se movem no espaço. O cubismo procurará sintetizar as múltiplas imagens que o olhar transmite, que não está imóvel, desloca-se, reconstituindo distâncias, volumes, planos, cavidades, protuberâncias, superfícies, etc.


    2.Principais representantes e seus percursos.

    As duas principais figuras do Cubismo foram Pablo Picasso (1881-1973) e Georges Braque (1882-1963). Entre 1907, ano em que conheceram apresentados pelo poeta e teórico do movimento Guillaume Apollinaire, e 1914 estiveram no primeiro lugar da vanguarda parisiense. Nunca utilizaram o termo, invenção da crítica da época, mas outros, os seguidores, utilizá-lo-ão, quer apenas numa fase da sua vida, quer para sempre.

    Picasso, espanhol de origem catalã, filho de pintor, formou- se em ambiente de Academia, sendo aos 18 um génio precoce. Em 1900 viaja para Paris, que o leva a questionar a sua formação e procurar novas vias, e em 1904 instala-se aí definitivamente. Atravessa duas fases antes do Cubismo: Período Azul (1901-04), durante o qual revela preocupações sociais nos seus temas, evocando vagabundos e enfermos, tudo envolto em camadas sucessivas de tons azuis; Período Rosa (1904-05), em que pinta, em tons predominantemente rosas, figuras de saltimbancos melancólicos. Nestas duas fases ainda revela algum gosto tradicional. O seu atelier, Bateau-Lavoir, torna-se ponto de encontro de toda a vanguarda internacional. Por isso foi possível que o “Demoiselles …” , que só foi exposto 1937, em Nova Iorque, tenha tido grande impacto na comunidade artística e quase nenhum no público. Depois da Guerra e do Cubismo, o seu frenético trabalho prosseguiu em múltiplas direcções e diversas fases: trabalha em cenários de bailados e peças teatrais, regressa a formas figurativas e «neo-clássicas», aproxima-se do surrealismo, entre1925 e 1930, pinta “Guernica” , obra única e plena de dramatismo, e estendeu a sua actividade para os desenhos, gravuras, cerâmicas e esculturas.

    Braque: Nasceu em Argenteuil, Paris, atravessou uma fase impressionista e ligou-se aos Fauves. Partilha com Picasso a aventura do Cubismo. A sua obra posterior é menos multifacetada que a do seu companheiro de aventuras, preferindo naturezas-mortas com instrumentos musicais, paisagens, naturezas-mortas sobre mesas redondas (Guéridons), chaminés, e as séries dos Ateliers (1948-55) e dos Pássaros (1955- 63).



    Outros:

    Juan Gris (1887- 1927) e Louis Marcoussis (1878-1941), amigos de Picasso e de Braque, respectivamente.

    Grupo do Salon des Indépendants, na sala 41- 1911: Jean Metzinger (1881-1957), Albert Gleizes (1881- 1953), Robert Delaunay (1885-1941) e Fernand Léger (1881-1955), muito influenciados por Cézanne. Estes dois últimos destacam-se, tendo a pintura do grupo (no qual também se incluía a mulher de Delaunay, Sonia Sterk, 1885-1979, artista checa) sido por Apollinaire designado de «Cubismo Órfico», do mito grego do Orfeu. Eram atraídos pelo estudo da cor- Delaunay passou pelo pontilhismo e pelo fauvismo, tentando uma síntese fauvismo/cubismo, utilizando cores primárias e contrastes complementares- , e dos seus efeitos, tendendo mais para a abstracção («contrastes de formas»)- Léger preferia o cone e o cilindro ao cubo.

    Grupo da «Section d’Or» (secção áurea da geometria): Jacques Villon, Francis Picabia, Marcel Duchamp, Frantisek Kupka- estudam as relações matemáticas e as possibilidades evocativas das formas.

    3.Evolução do Cubismo.

    Costuma-se separar este movimento em duas fases, analítica e sintética, se bem que também se use antecipá-las com uma outra: a fase “Cézanne”.

    1) fase “Cézanne”: no princípio do relacionamento entre Picasso e Braque, no Outono de 1907, estes dois artistas vão produzir as primeiras obras verdadeiramente cubista, segundo o princípio do velho mestre- «tudo na natureza se molda sobre a esfera, o cone e o cilindro». Foi baptizada por Matisse e Vauxcelles perante uma paisagem de Braque, talvez a primeira obra verdadeiramente cubista.

    2) fase analítica (1910-1912): o termo indica a operação que os dois artistas começam por executar- analisar e decompôr os objectos como se girassem à sua volta, para depois revelarem nas duas dimensões do quadro as suas diversas facetas, captadas dos vários pontos de vista. Isto é, um qualquer objecto ou figura humana é observado em diversos planos (de perfil, de frente, de cima, de costas, etc ) e a sua representação numa superfície plana deverá juntar todos eles, agregando-os sem se preocuparem com a sua legibilidade directa, ou seja, mesmo que a sua leitura não seja imediatamente acessível ao espectador. É uma forma de

    ·traduzir radicalmente a realidade (naturalismo levado ao extremo)

    ·inserir na pintura a dimensão do tempo, da sucessão, da duração («O quadro englobava o espaço, agora irradia-se no Tempo»)

    O cubismo analítico só foi possível com a ruptura causada pelo quadro “Les Demoiselles d’Avignon” , o qual rejeitou a «realidade da visão» e abriu a possibilidade de pintar a «realidade do conhecimento» (Guillaume Apollinaire).

    Exemplo: “Retrato de Vollard “ (1910)- retrato de um homem cujo crânio parece alongar- se estranhamente; Picasso apenas agregou a frente, visão frontal do rosto do modelo, e o cimo do crânio, numa visão picada (plongée, em linguagem cinematográfica).

    Contudo, esta fase depressa caminhou para um hermetismo, tornando-se de tal forma ilegíveis que careciam de uma explicação acessória. Por isso, Braque começa a integrar nas suas obras pormenores pintados em trompe l’oil e letras impressas como forma de ligação à realidade.

    No final desta fase outros nomes e movimentos aprofundam a pesquisa cubista: Juan Gris, grupo “Cavaleiro Azul”, Futurismo Italiano, Vanguarda Russa (Cubo-Futurismo de Malevitch e Burljuk).

    3) fase sintética- (1912-1917) Já não se fragmenta o objecto nas suas partes sucessivas mas, ao invés, cria-se uma imagem que sintetiza as suas formas essenciais e a sua matéria.

    Surgem as primeiras colagens: partem de elementos materiais planos (superfície do quadro, papeis diversos, zonas pintadas em camadas) e associam-nos para evocar uma realidade. Na contemplação da obra, o espectador experimenta a ambiguidade dos materiais, ao mesmo tempo referências à realidade quotidiana (papeis de jornal ou mobiliário) e fragmentos de uma composição sugerindo um outro aspecto da realidade.

    O quadro é cada vez mais um objecto, um pequeno mundo completo em si mesmo, que se dirige à inteligência, propõe uma nova relação entre o verdadeiro e o falso, a realidade e a representação, abrindo o caminho ao Dadaísmo.

    Fonte :http://modernismo.no.sapo.pt/modernismo.htm
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  11.  # 832

    PINTURAS CUBISTAS - ORFISMO - FRANTISEK KUPKA - ROBERT DELAUNAY - FRANCIS PICABIA - FERNAND LEGER


    Orfismo

    Movimento Cubista Órfico

    "Orfismo foi um movimento efêmero da pintura francesa que brotou do cubismo por volta de 1912. A palavra orfismo, que já fora usada com relação aos simbolistas, foi aplicada ao movimento por Guillaume Apollinaire; a referência a 'Orfeu', o poeta-cantor da mitologia grega, refletia o desejo dos artistas envolvidos de acrescentar um novo elemento de lirismo e cor ao austero cubismo intelectual de Picasso, Braque e Gris. Os pintores arrolados por Apollinaire, que formou o chamado grupo de Puteaux, como praticantes do orfismo eram Robert Delaunay, Fernand Léger, Francis Picabia, Marcel Duchamp e Frank Kupka. Os orfistas faziam da cor o principal meio de expressão artística, e Delaunay e Kupka incluíram-se entre os primeiros artistas a pintar obras totalmente não-figurativas, perseguindo uma suposta analogia entre a abstração pura e a música.
    Embora efêmero, o orfismo exerceu forte influência sobre a pintura alemã (especialmente sobre Macke, Marc e Paul Klee) e sobre o sincromismo.

    Fonte : http://deniseludwig.blogspot.pt/2015/01/pinturas-cubistas-orfismo-frantisek.html?m=1
  12.  # 833

    Frantisek Kupka

    Frantisek Kupka foi um pintor checo, nascido na Boemia Oriental, em 1861.
    A sua vida de artista começa a formar-se aos treze anos, quando trabalhou num atelier de estofagem. Neste atelier, Kupka é influenciado pelos temas do ocultismo, através do seu chefe. Reconhecidos os seus dotes artísticos, Kupka ingressa na Escola de Artes Aplicadas de Jaromer. Mais tarde, entra na Academia de Belas Artes de Praga, onde se licencia em 1892.
    Após a licenciatura, Kupka parte para Viena, Áustria, onde estuda na Akademie der Bildenden Küste, e toma contacto com Gustav Klimt, Arnold Schönberg e Sigmund Freud, aprofundando o seu lado oculto.Em 1896 viaja para Paris, onde se instala definitivamente. A Cidade das Luzes terá um efeito libertador da influência obscura de Viena. Estuda na Académie Julian e na École des Beaux-Arts. Nos primeiros anos em Paris trabalha em ilustrações para publicações, de conteúdo satírico, como Cocorico e L'Assiette au Beurre, e na elaboração de cartazes.
    Por volta de 1906, Kupka dedica-se ao estudo da cor, elaborando pinturas de colorido intenso, e de pinceladas arbitrárias. Influenciado pelos irmãos Duchamp Villon, seus vizinhos no bairro Puteaux, onde residia, Kupka frequenta reuniões dedicadas às artes plásticas, e à ligação da matemática ao cubismo. Kupka incia, assim, o caminho para a abstração, através de pinturas como Discos de Newton (1911) ou Amorfa (1912). Em 1912, Kupka, juntamente com Robert Delaunay, Fernand Léger e Francis Picabia, faz parte de um grupo de artistas integrados no movimento cubismo órfico."

    Fonte : mesma
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  13.  # 834

    "Azul" - Frantisek Kupka
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  14.  # 835

    Robert Delaunay

    "Robert Delaunay foi um artista francês que usava o abstracionismo e o cubismo em seu trabalho.
    Delaunay iniciou no Impressionismo e depois no estilo abstrato, reminiscente de Paul Klee. Sua influência chave relacionou-se ao uso da cor, e a um amor desobstruído da experimentação da profundidade e do tom. Ele começou a pintar muito novo, e por volta de 1903, produzia imagens maduras em um estilo confiante e impressionista. Em 1908, após um semestre no trabalho militar como um bibliotecário regimental, conheceu Sarah Stern com quem se casou e ela passou a se chamar Sonia Delaunay.
    Em 1909, Delaunay começou a pintar uma série de estudos da cidade de Paris e da Torre Eiffel.
    Pelo convite de Wassily Kandinsky, Delaunay junta-se ao grupo "O Cavaleiro Azul" (Der Blaue Reiter), um grupo de artistas abstratos de Munique, em 1911, e sua arte se volta para o abstrato.
    Na deflagração da I Guerra Mundial Delaunay e sua esposa encontravam-se de férias na Espanha, e acabaram se estabelecendo com amigos em Portugaldurante o conflito. Vieram viver, juntamente com o filho Charles, para Vila do Conde entre o Verão de 1915 e inícios de 1917, numa casa a que chamaram La Simultané. Aí aprofundaram a amizade com os pintores Amadeo de Souza-Cardoso e Almada Negreiros. Robert, tal como Sonia, fascinados pela luz portuguesa, desenvolveu aí as suas teorias sobre a cor simultânea. Neste período, o casal assumiu vários trabalhos desenhando trajes para a ópera de Madrid, e Sonia Delaunay começou um negócio de design de moda. Até meados de 1916 tiveram, em Vila do Conde, a companhia do pintores Eduardo Viana e Samuel Halpert.
    Após a guerra, em 1921, retornaram a Paris. Delaunay continuou a trabalhar em um estilo na maior parte abstrato. Durante a Feira Mundial de Paris em 1937, Delaunay participa no projeto da estrada de ferro e dos pavilhões de viagem aérea.
    Com o início da II Guerra Mundial, os Delaunays mudam-se para Auvérnia (Auvergne) com o intuito de fugir às forças invasoras alemãs. Sofrendo de cancro, Delaunay não estava capaz de ser transferido de localidade em localidade, e sua saúde deteriorou-se. Morre em Montpellier, a 25 de outubro de 1941, aos 56 anos, vítima de cancro. O seu corpo foi transladado para Gambais em 1952."

    Fonte : http://deniseludwig.blogspot.pt/2015/01/pinturas-cubistas-orfismo-frantisek.html?m=1
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  15.  # 836

    Picabia

    Francis-Marie Martinez Picabia foi um pintor e poeta francês
    Estudou em sua cidade natal, Paris, na École des Beaux-Arts e na École des Arts Décoratifs. Recebeu uma forte influência do impressionismo e do fauvismo, em especial de la obra de Picasso e Sisley. De 1909 a 1911 esteve vinculado ao cubismo e foi membro do grupo "Puteaux", onde conheceu os irmãos Marcel Duchamp, Jacques Villon, Suzanne Duchamp e Raymond Duchamp-Villon. Em 1913 viajou aos Estados Unidos, onde entrou em contato com o fotógrafo Alfred Stieglitz e o grupo dadá estadunidense. Em Barcelona, publicou o primieiro número de sua revista dadaísta "391" (1916) contando com colaboradores como Apollinaire, Tristan Tzara, Man Ray e Arp. Após passar um período na Costa Azul com uma forte presença surrealista, regressa a Paris e cria com André Breton a revista "491"
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  16.  # 837

    Fernand Léger

    "Foi um pintor francês que se distinguiu como pintor e desenhista cubista, autor de muitas litografias.
    Nascido na Baixa-Normandia, França, em 1881, iniciou a sua formação artística aos catorze anos, sendo aprendiz de um arquiteto em Caen. Em 1900 rumou para Paris, onde ingressou na Escola de Artes Decorativas, após uma tentativa frustrada de ingressar na Escola das Belas-Artes.
    Em 1908, e na mesma cidade, instalou-se num edifício conhecido como "Ruche" (colmeia, em português), onde conviveu com outros artistas como Jacques Lipchitz, Robert Delaunay e Marc Chagall
    Entre 1909 e 1910, realizou a sua primeira grande obra 'Nus no bosque', uma pintura onde são notáveis as aspirações impressionistas.
    A partir do de 1911, conheceu Pablo Picasso e Georges Braque, os quais lhe transmitiram influências cubistas, nas quais se aplicou e trabalhou durante a maior parte da sua carreira artística.
    Em 1914, com o início da Primeira Grande Guerra, Léger foi recrutado para as trincheiras. Após esta etapa da sua vida, a sua pintura passou a representar a sua admiração pelos objetos mecânicos, tendo especial interesse pelos tanques de guerra.
    A partir de 1920, predomina em sua obra a figura humana enquadrada por elementos industriais. Ainda na segunda década do século, numa nova fase da sua vida, produz e dirige o filme O ballet mecânico.
    Devido à Segunda Grande Guerra, exilou-se nos Estados Unidos, onde foi professor na Universidade de Yale e no Mills College, tendo voltado para França em 1945.
    De volta à sua terra natal, concebeu os vitrais da Igreja do Sacré-Coeur de Audincourt e um painel para o Palácio das Nações Unidas de Nova Iorque.
    Em 1945 filiou-se no Partido Comunista e a sua obra passa a focar o trabalhador e o proletariado.
    Pintou em 1954 o seu mais conhecido quadro: A grande parada.
    Em 1955, ano do seu falecimento, foi homenageado com o premio da Bienal de São Paulo.
    O trabalho de Léger exerceu uma influência importante no construtivismo soviético. Os modernos pôsteres comerciais, e outros tipos de arte aplicada, também se vieram influenciar por seus desenhos. Em seus últimos trabalhos, realizou uma separação entre a cor e o desenho, de tal maneira que suas figuras mantêm seus formulários robóticos definidos por linhas pretas."
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  17.  # 838

    FUTURISMO

    1.Conteúdos e intenções.

    Agrupamento italiano iniciado em 1909 com a publicação no jornal parisiense «Le Figaro» do Manifesto do Futurismo, da autoria do poeta e escritor Filippo Tommaso Marinetti. Um ano depois, pintores futuristas escrevem uma proclamação, Manifesto Técnico da Pintura Futurista, assinado por Balla, Boccioni, Carrà, Russolo e Severini, adoptando o seu conceito-chave: «o gesto que nós queremos reproduzir sobre a tela (…) será simplesmente a sensação dinâmica». Foi um dos cerca de 50 manifestos publicados entre 1909 e 1916 a propósito de quase tudo: teatro, literatura, cozinha, etc.

    Influências:

    Neo-impressionismo- ponto de partida do futurismo; dele retiram a prática e o gosto pelas cores fundamentais, integrando-se na tendência colorista de tons vivos dos anos que precederam a guerra (ex. Fauvismo).

    Cubismo- retiram a divisão das formas, conseguida através da análise; influenciados notoriamente pelas soluções formais de Picasso, Braque e Juan Gris, mas em vez dos planos estáticos, próprio dos cubistas, preferem as superfícies encurvadas, por melhor sugerirem a projecção de um objecto no espaço, isto é, a expressão do movimento.

    Os contactos com as vanguardas parisienses foram decisivos.

    Os artistas:

    Umberto Boccioni (1882- 1916), a alma do movimento que morrerá com ele na guerra, Giácomo Balla (1871-1958), atraído pela fotografia, acabará na abstracção geométrica, Carlo Carrà (1881-1966), mais próximo do cubismo (colagens), e Gino Severini (1883-1966), o mais parisiense, mais próximo do neo-impressionismo e de um cubismo moderado (Metzinger, Gleizes). Outros: Luigi Russolo (1885-1947), também músico, e Ardengo Soffici (1879-1964), crítico e artista.

    Todos eles trabalharam dispersos por várias cidades, Paris, Roma, Milão, Florença…, mas mantiveram fortes ligações entre si. Com a morte de Boccioni e do arquitecto Sant’Elia o grupo dispersou-se.

    O ambiente em que o Futurismo se gerou foi marcado por dois aspectos diferentes: 1º-pela acelerada evolução tecnológica , 2º- por um vazio cultural. Daí toda a vontade regeneradora de que se reclamavam os futuristas. Marinetti parte da necessidade de uma renovação literária, acabando por elaborar os princípios gerais de uma vanguarda histórica decidida a «mudar de vida». Assim, manifestar-se-á ruidosamente contra o tradicionalismo académico ou contra o conservadorismo estético da burguesia, através de duas formas de divulgação dos novos valores estéticos e comportamentais: a propaganda, onde se inserem os manifestos, e o Café-teatro, lugar de experimentação linguística e encontro com o público, o qual participa nos espectáculos e que era provocado ostensivamente.


    2.Aspectos teóricos e práticos.

    Ideologia:

    O Futurismo é um movimento vitalista que envolve todos os aspectos da vida do Homem- a política, os costumes e a moral, a arte, etc. Procura envolver-se profundamente com a vida, num retomar da poética romântica e pós-romântica, próximo do pensamento de Bergson e Nietzsche. Marinetti anuncia o nascimento de uma «beleza nova», «a beleza da velocidade», ligada ao culto da máquina e aos elementos mais dinâmicos, ainda que perturbadores, da sociedade industrial que então se vinha formando.

    Os artistas que assinaram o manifesto de 1910 assumem os valores essenciais do Futurismo e adoptam na sua arte o conceito-chave do dinamismo, ou seja, a poética do movimento («Os pintores mostraram-nos sempre coisas e pessoas colocadas à nossa frente. Nós, colocaremos o espectador no centro do quadro»).

    Aspectos formais:

    Para obterem os efeitos de movimento na superfície do quadro, ou para exprimirem a «sensação dinâmica», recorrem aos princípios da decomposição cromática e da luz próprios do pós-impressionismo divisionista- com os seus conceitos de simultaneidade e dinamismo conseguidos através da cor (ex. Briga na Galeria, 1910, e Cidade que sobe, 1910-11, de Boccioni; O Funeral do Anarquista Galli, 1911, de Carrà). Do cubismo, apesar de recusarem o seu carácter estático, retirarão a solução formal da multiplicação dos pontos de vista e da decomposição dos objectos- as cenas são representadas, por exemplo, apresentando as figuras, ao mesmo tempo, de perfil e de frente, assim como os outros elementos vistos de diversos ângulos, tudo isto simultaneamente (as figuras « estão imóveis e depois movem-se, vão e vêm, espalham-se pela rua, devoradas por uma zona de sol, símbolos persistentes da vibração universal»). Para cumprirem a necessidade de interpretarem a simultaneidade dinâmica das formas e dos valores cromáticos, que lhes era tão cara, os Futuristas irão realizar uma síntese original destes contributos.

    Cada artista irá interpretar todos estes conceitos de maneira muito diferente:

    Boccioni, o melhor intérprete destes pressupostos formais, leva longe estas práticas introduzindo o conceito das linhas-força («as direcções das formas-cor»).

    Balla, partindo da análise científica e objectiva da decomposição da cor (legado pelos pós-impressionistas), produziu obras inteiramente abstractas.

    Bragaglia, através de estudos fotográficos, desmaterializava os corpos, reproduzindo a sua trajectória através das silhuetas de luz que se produz quando uma figura se move numa fotografia.

    Severini, muito próximo do cubismo sintético, com uma obra exaltando a modernidade e o optimismo, em cenários parisienses. Para além da utilização das cores primárias e da decomposição geométrica, é dos primeiros, juntamente com Picasso e Braque, a utilizar a técnica da colagem, no que foi seguido por Boccioni e Carrà.

    António de Sant’Elia, arquitecto, apresenta os planos da Cidade Nova, único exemplo do futurismo nesta área, exalta os valores próprios do urbanismo pela projecção vertical do arranha-céus e pela ideia da megalópolis industrial.

    Depois da Guerra o movimento desagrega-se mas influenciou artistas que surgiram depois:

    Balla e Fortunato Depero- a partir do Manifesto para a Reconstrução Futurista do Universo, vão aplicar os princípios futuristas na construção de objectos e na decoração («brinquedo futurista», «fato transformável», engenhos mecânicos e barulhentos- mito da máquina; mais do que o automóvel será o avião a entusiasmá-los).

    Outros Países: Rússia- movimento quase tão importante quanto o italiano (L. Popova), Japão e Brasil; na Inglaterra- Vorticismo, nome dado pelo grande poete Ezra Pound (1914)- evoluem depois para um maior abstraccionismo; Espanha- Vibracionismo com R. Barradas.

    Fonte :http://modernismo.no.sapo.pt/modernismo.htm
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  18.  # 839

    DADAÍSMO

    O dadaísmo ou movimento dadá (dada) foi um movimento artístico da chamada vanguarda artística moderna iniciado em Zurique, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, no chamado Cabaret Voltaire. Formado por um grupo de escritores, poetas e artistas plásticos – dois deles desertores do serviço militar alemão – liderados por Tristan Tzara, Hugo Ball e Hans Arp.

    Embora a palavra dada em francês signifique "cavalo de madeira", sua utilização marca o non-sense ou falta de sentido que pode ter a linguagem (como na fala de um bebê). Para reforçar esta ideia, estabeleceu-se o mito de que o nome foi escolhido aleatoriamente, abrindo-se uma página de um dicionário e inserindo um estilete sobre ela, de forma a simbolizar o caráter antirracional do movimento, claramente contrário à Primeira Guerra Mundial e aos padrões da arte estabelecida na época. Em poucos anos o movimento alcançou, além de Zurique, as cidades de Barcelona, Berlim, Colônia, Hanôver, Nova York e Paris. Muitos de seus seguidores deram início posteriormente ao surrealismo, e seus parâmetros influenciam a arte até hoje.

    Fonte:https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Dadaísmo
  19.  # 840

    Dadaísmo - impacto
    O impacto causado pelo dadaísmo justifica-se plenamente pela atmosfera de confusão e desafio à lógica sugerido por ele, optando por expressar de modo inconfundível suas opiniões acerca da arte oficial e também das próprias vanguardas ("sou por princípio contra os manifestos, como sou também contra princípios"). O dada vem para abolir de vez a lógica, a organização, a postura racional, trazendo para arte um caráter de espontaneidade e gratuidade total. Segundo o próprio Tzara:

    Dada não significa nada: Sabe-se pelos jornais que os negros Krou denominam a cauda da vaca santa: Dada. O cubo é a mãe em certa região da Itália: Dada. Um cavalo de madeira, a ama-de-leite, dupla afirmação em russo e em romeno: Dada. Sábios jornalistas viram nela uma arte para os bebês, outros Jesus chamando criancinhas do dia, o retorno ao primitivismo seco e barulhento, barulhento e monótono. Não se constrói a sensibilidade sobre uma palavra; toda a construção converge para a perfeição que aborrece, a ideia estagnante de um pântano dourado, relativo ao produto humano.
    —Tristan Tzara
    O principal problema de todas as manifestações artísticas estava, segundo os dadaístas, em almejar algo que era impossível: explicar o ser humano. Na esteira de todas as outras afirmações retumbantes, Tzara decreta: "A obra de arte não deve ser a beleza em si mesma, porque a beleza está morta".

    No seu esforço para expressar a negação de todos os valores estéticos e artísticos correntes, os dadaístas usaram, com frequência, métodos deliberadamente incompreensíveis. Nas pinturas e esculturas, por exemplo, tinham por hábito aproveitar pedaços de materiais encontrados pelas ruas ou objetos que haviam sido jogados fora.

    Fonte : mesma
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