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  1.  # 121

    Colocado por: marco1Olhe o meu vizinho não é médico mas percebe bastante de medicina e tem um consultório mesmo ao lado do consultório do filho de outro vizinho que andou sete anos a estudar para medicina e tem o respectivo diploma.



    Admitindo que o mercado dos actos médicos não estivesse reservado aos médicos, o "jeitoso" tem uma desvantagem à partida - o potencial cliente valoriza bastante a formação do formado, pelo que tenderá a escolher alguém com o canudo.
    No entanto, se preferir o jeitoso, desde que o faça conscientemente (ou seja, desde que o jeitoso não se intitule licenciado em medicina..), deve você impedi-lo? Sabia que há milhões de pessoas que visitam curandeiros, endireitas ? Quer proibi-los?


    Em suma um retardou a sua vida economica para estudar e licenciar-se e o outro entretanto já vive desafogadamente e com uma boa clientela, por acaso ambos até são bons no que fazem mas diga-me agora ACHA isto justo?



    A certificação da formação dará ao "formado" uma vantagem competitiva significativa. Por outro lado, se ambos são bons no que fazem, devemos penalizar aquele que utilizou de forma mais eficiente os recursos ao seu dispor?


    Isto sem falar que sim, um arquitecto é á partida uma garantia de maior qualidade de um projecto.



    Só para ter a certeza: como se mede a qualidade de um projecto? O critério mais objectivo que eu conheço é o cumprimento das regras de construção.
    Ora, se os projectos são aprovados, parece que têm pelo menos "qualidade" suficiente.
    Dito isto, quererá o cliente mais qualidade ?
  2.  # 122

    ehehehe...oh luisvv como se mede a qualidade de um projecto... eheheh, cumprimento das regras de construção, eeheheh....
    Quanto ao resto, você não entende mesmo.
  3.  # 123

    Luís, duma vez por todas vou acabar com este diálogo que se está a tornar enfadonho, vc entende que desde que se faça bem que se f.... a falta de habilitações da pessoa, seria bonito vivermos numa sociedade onde vigorasse esse princípio..., um tipo que tivesse um bom senso de justiça...ser juiz (como nas tribos indígenas), e por aí fora. LINDO. você próprio fez a referência ao "jeitoso" em resposta ao Marco, ele não pode intitular-se de médico mas pode praticar actos de medicina...
    E agora é que acabei mesmo, lol.
    Cumprimentos,
    Carlosmcd
  4.  # 124

    Colocado por: marco1ehehehe...oh luisvv como se mede a qualidade de um projecto... eheheh, cumprimento das regras de construção, eeheheh....
    Quanto ao resto, você não entende mesmo.



    Como se mede a qualidade de um projecto ?
    • luisvv
    • 21 agosto 2008 editado

     # 125

    Colocado por: carlosmcd vc entende que desde que se faça bem que se f.... a falta de habilitações da pessoa



    Como é evidente, as habilitações são um meio para atingir um fim, e não um fim em si mesmas.
    A qualidade, mede-se em cada caso concreto - e seguramente que um bom currículo pesa na altura da escolha do cliente.
    Por outro lado, até que enfim que alguém assume que o importante não é a "qualidade do projecto" , mas antes as habilitações de quem o assina - não basta ser bom, tem que ter o carapau do arquitecto, ou do engenheiro
    Já é qualquer coisita - até agora, tem andado tudo à volta da "qualidade" do "é mais provável", do "isto era uma selva" ou da "organização da sociedade".



    ele não pode intitular-se de médico mas pode praticar actos de medicina...



    Por acaso, actualmente não pode.
    Mas se pudesse, estaria (como creio que salientei) em flagrante desvantagem para competir com o "formado". Porque o mercado valoriza extraordinariamente essa formação.
    Para sobreviver, o jeitoso teria que ser competente nos actos praticados..


    Isso não impede a existência de um mercado paralelo de curandeiros, endireitas e terapeutas de diversas "medicinas alternativas" (existem, já reparou? não praticam actos médicos? devemos proibi-los? )
  5.  # 126

    * carlosmcd a luisvv
    * CommentTimehá 1 minuto

    editar citar
    F....se, você consegue distorcer tudo c......o, se falo em habilitações, vc fala em qualidade do serviço praticado, que m...., mas alguém disse o contrário??? vc parece que quer fazer dos outros burros com a m.... das suas afirmações. Ora vá...

    Esta não era para ser em sussuro.
    • luisvv
    • 21 agosto 2008 editado

     # 127

    Colocado por: carlosmcd* carlosmcd a luisvv
    você consegue distorcer tudo c......o, se falo em habilitações, vc fala em qualidade do serviço praticado, mas alguém disse o contrário???



    "vc entende que desde que se faça bem que se f.... a falta de habilitações da pessoa ",


    Resumidamente, das suas intervenções, retiro:
    1) Diz-se preocupado com a necessidade de ter projectos de qualidade (leia-se que cumpram as normas) ;
    2) Considera que para assegurar a qualidade dos projectos é necessário um que eles sejam feitos por profissionais de determinadas classes;
    3) Confrontado com a possibilidade de a qualidade dos projectos ser medida no concreto, excluindo da apreciação o seu autor, (o que à partida não devia ter problema: se só os "profissionais qualificados" elaboram bons projectos, os outros seriam rejeitados...) você indignou-se com o facto de para mim ser irrelevante a falta de habilitações do autor do projecto - porque o importante afinal são as habilitações.
    4) Indigna-se quando concluo que para si , a qualidade do projecto não chega.

    Se conseguir explicar, de forma sintética e coerente, o que é que distorci, agradeço.

    Dito isto, reafirmo que para mim, a categoria profissional de quem assina o projecto é irrelevante - relevante é se cumpre as regras (ou não).
  6.  # 128

    -----
  7.  # 129

    quais regras...as da construção?... eheheh...

    Desculpe-me luisvv mas já tenho de levar isto com alguma boa disposição que é o melhor, afinal não vamos aqui mudar grande coisa pois está muito entranhada e na realidade, nunca foi feito por quem de direito, um verdadeiro programa de esclarecimento e pedagogia sobre este assunto.
  8.  # 130

    Colocado por: marco1quais regras...as da construção?... eheheh...


    Perguntas objectivas, respostas nulas: "você não percebe", "falta de conhecimento", etc.

    Explique-me, por favor, como se eu fosse muito burro (como você julga..) :

    1) Se queremos "qualidade", temos que poder medi-la. Como ? Estabelecendo critérios que devem ser cumpridos - as "regras" ou "normas"
    2) Se o projecto cumprir critérios de qualidade, é relevante saber qual a categoria profissional de quem o assina ?
    3) A tese que você defende é : "só os arquitectos têm capacidade para fazer bons projectos (definidos como "projectos que cumprem critérios de qualidade")".
    Ora, presumindo que não queira concluir que, sendo o projecto de um arquitecto ele é automaticamente bom, temos ainda assim que avaliar cada trabalho em concreto - aprovar os bons, chumbar os maus.
    Aqui surgem duas hipóteses:
    3.1: De facto, só os arquitectos fazem bons projectos. Todos os maus projectos (de arquitectos e não-arquitectos) são chumbados - logo, não faz sentido impor restrições com base na categoria profissional de quem projecta.
    3.2 : Afinal, para além dos arquitectos, até há para aí meia-dúzia de gajos (não arquitectos) que fazem uns bons projectos, que passam os critérios - logo, que sentido faz dizer " o seu projecto é bom, mas não pode ser porque você não é arquitecto? "
    • luisvv
    • 22 agosto 2008 editado

     # 131

    (continuando)
    As consequências da exclusividade:

    Os profissionais que actualmente projectam não vão querer deixar de o fazer.
    Como a realidade demonstra, não há forma efectiva de garantir que quem assina o projecto é o seu autor.
    A procura de assinaturas de arquitectos vai disparar. A exclusividade vai ter um custo acrescido para o cliente. Os projectos vão continuar a ser feitos por quem os fazia até agora.
    A exclusividade será apenas uma forma de aumentar os rendimentos de quem se queixa que ganha menos à hora, que a empregada de limpeza .
  9.  # 132

    Você não quer mesmo perceber, se essas pessoas que não arquitectos conseguem fazer com qualidade, então vão tirar o canudo e queimar as pestanas como eu fiz numa escola pública paga com os nossos impostos e ai SIM façam todos os projectos que quiserem, é assim que devia funcionar uma actividade organizada. Espero que tenha percebido agora o meu ponto de vista assim como de muitos jovens que estam a ser defraudados nas suas expectativas profissionais ao tirar um curso superior de arquitectura.
    Se não concordar com isto e eu até aceito mas então peça aos nossos governantes que acabem com essas escolas que só estão a gastar os nossos impostos desnecessáriamente.
  10.  # 133

    Colocado por: marco1Você não quer mesmo perceber, se essas pessoas que não arquitectos conseguem fazer com qualidade, então vão tirar o canudo e queimar as pestanas



    Ora aí está mais o coelhinho a sair da toca. O importante não é a "qualidade" do projecto - importante mesmo é a qualidade de vida do arquitecto, que queimou as pestanas na convicção de que ter um curso lhe dá direito a uma fatia do monopólio.



    como eu fiz numa escola pública paga com os nossos impostos e ai SIM façam todos os projectos que quiserem, é assim que devia funcionar uma actividade organizada.


    Estava eu convencido de que o propósito de "organizar" e "regulamentar" a actividade era garantir a qualidade ao cliente. Que a "exclusividade" servia para garantir ao cliente um bom projecto - e afinal, parece que o propósito é garantir o rendimento do arquitecto.


    Espero que tenha percebido agora o meu ponto de vista assim como de muitos jovens que estam a ser defraudados nas suas expectativas profissionais ao tirar um curso superior de arquitectura.


    O seu ponto de vista já eu tinha percebido há muito - tanto que o resumi, em diversos posts. Simplesmente, não aceito que o Estado prejudique a comunidade em prol da garantia de eterno bem-estar a meia-dúzia de incapazes.

    Quanto às expectativas profissionais de cada um, a responsabilidade é de cada um. Tenho muita pena, mas há para aí licenciados em Filosofia, Psicologia, Sociologia, Direito, Arquitectura, etc, que fizeram más escolhas. Compete-lhes entrar no mercado e competir. Claro que é mais confortável ter a sua fatiazinha de trabalho assegurada - mas isso é mau para o cliente.


    Se não concordar com isto e eu até aceito mas então peça aos nossos governantes que acabem com essas escolas que só estão a gastar os nossos impostos desnecessáriamente.


    Sou liberal, lembra-se? Defendo que cada um deve fazer as suas escolhas, e assumir todas as consequências, positivas ou negativas.
  11.  # 134

    Marco1

    Mas ai é que se calhar muita gente discorda, porque parte do pressuposto que quem valida competências são as universidades e que estas são a principal fonte de conhecimentos. Ambos os pressupostos são perigosos, porque leva a erros que se pagam muito caro, mais tarde.

    Colocado por: marco1como de muitos jovens que estam a ser defraudados nas suas expectativas profissionais ao tirar um curso superior de arquitectura

    È aqui que quero chegar, porque a frequência de um qualquer curso, não garante nada (já garantiu mas esses tempos já lá vão) e muitos desses jovens querem é tirar um curso superior nem que seja de jardinagem, porque pressupõem que isso lhes vai garantir um lugar ao sol. Mas o mercado mudou muito desde o discurso da tanga e hoje ele apenas paga competências a quem as tiver, independentemente dos títulos académicos.

    Mas bem pior que isso, é que actualmente em demasiadas empresas que conheço, os títulos académicos pouco ou nada valem quando não são um handicap, dada a qualidade da formação com que essas pessoas saem da universidade e isto é o verdadeiro problema que eles enfrentam. Por isso, não são leis como esta que irão resolver o problema, seja dos arquitectos, seja de quem for, porque a verdadeira lei, é a do mercado, porque é ele que paga e nós ou nos adaptamos ao mercado ou o mercado nos elimina.

    Ou acredita (e interessa pouco se gostamos, se achamos correcto ou não) que esta lei vai alterar alguma coisa no funcionamento real do mercado?
    •  
      marco1
    • 22 agosto 2008 editado

     # 135

    Sr Paulo Correia

    E fazer as coisas sem curso nenhum o que garante? o que tem garantido até agora? VEJA TAMBEM AS COISAS AO CONTRÁRIO SE FAZ FAVOR.
  12.  # 136

    Caro sr luisvv

    Voçê quase já não merece resposta, mistura alhos com bugalhos remexe e torna a dar sobre a qualidade, quando o objectivo das minhas opiniões são no sentido dessa qualidade e estar a falar essencialmente nos meios para tal, que você discorda, MAS NÃO MISTURE INCAPAZES, RENDIMENTOS GARANTIDOS ETC,.. NÃO OFENDA.
    VOCÊ ACHA QUE O QUE MOVE OS ARQUITECTOS É NA SUA GRANDE MAIORIA, APENAS O INTERESSE ECONOMICO? OU É TAMBÉM A JUSTA REIVINDICAÇÃO PELA DIGNIFICAÇÃO DOS SEUS CONHECIMENTOS E PAIXÃO PELO BOM " DESENHO" DA NOSSA EDIFICAÇÃO?
    POIS EU TENHO EMPOBRECIDO A DAR ESSA QUALIDADE AO PREÇO ALI DO ZÉ DA ESQUINA CUJO PROJECTO NÃO TEM PINGA DE QUALIDADE. só é pena que os clientes não tenham de fazer duas casas para assim á segunda não cairem no mesmo erro.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: carlosmcd
    • xana
    • 22 agosto 2008

     # 137

    Olá.

    Tenho lido esta discussão desde o início. Vou dar a minha opinião enquanto cliente e Bióloga.

    Estou no início da elaboração do meu Projecto de Arquitectura. Nunca considerei a hipótese de escolher uma pessoa para a realização do meu projecto que não fosse Arquitecto. Afinal se quero fazer um Projecto de Arquitectura parece-me ser uma escolha óbvia, procurar um Arquitecto. Pelo menos nisto não tive duvidas...:-))

    Mas o que está em questão neste tópico é a obrigatoriedade de serem os arquitectos a fazerem estes Projectos. Devemos deixar a escolha á consideração dos clientes ou deve haver uma Lei a regulamentar esta actividade? Deve o Estado exigir que só os Arquitectos façam os projectos?

    A mim parece-me que a área da construção é uma das mais confusas da nossa sociedade. Para mim, enquanto cliente, é um processo muito complexo. Existem tantos aspectos a ter em consideração, tantas regras, tantas entidades envolvidas que acho natural haver uma necessidade de pessoas formadas nesta área. E até existe! Licenciatura em Arquitectura! E até têm uma Ordem dos Arquitectos.

    Será que devemos continuar o sistema antigo, em que desenhadores, Eng. Civis ou até mesmo o próprio cliente (como o Luisvv sugere) podem desenhar o seu projecto? Este sistema tem resultado? Na minha opinião, não. A construção em Portugal é das piores que já vi. E tenho conhecimento de causa pois até já nem moro em Portugal há uns anos e posso comparar a realidade portuguesa com a de vários países europeus. De quem é a culpa? De todos os intervenientes, inclusive de arquitectos. Agora como vamos alterar as coisas? A resposta é FORMAÇAO!! Como em tudo nesta vida, quando não se sabe temos de aprender. E aprender é tirar Licenciaturas, Pós-graduações, Mestrados, Cursos Especializados, etc…

    Mas continuamos com a mesma questão: Só os arquitectos devem assinar os projectos? Na minha opinião, Sim! Pois, eles são a única classe que tem formação para tal. Se têm qualidade ou não, isso já é outra questão. Mas ao haver pessoas que foram formadas para tal, acredito que deverão ser elas a trabalhar só nessa área. Se temos desenhadores muito bons que fazem excelentes projectos, essas pessoas têm de ir tirar uma Licenciatura. Qual é a dúvida? Não devia de haver qualquer reticência. Têm medo do quê? Essas pessoas deviam encarar a Licenciatura como uma simples formação. Afinal, todos os profissionais devem tirar cursos, Workshops, assistir a conferências, palestras, etc. para se manterem actualizados e adquirir conhecimentos. O que é uma Licenciatura no meio disto tudo? É apenas mais um curso. Mais uma forma de aprender. Se essas pessoas não querem dar-se ao trabalho, então de certeza que não devem assinar o quer que seja. Existe alguém aqui neste fórum que contrate uma pessoa que não quer aprender? Penso que não…

    O Estado ao obrigar a que os projectos sejam assinados por Arquitectos não está somente a criar uma “fatiazinha de trabalho assegurada”. Se virmos isto noutra perspectiva está a facilitar a educação do “mundo da construção”. Se todos os que fazem projectos, passam pela Universidade, então é mais fácil, por exemplo, ensinar formas de aumentar a eficiência energética de um edifício. Vivemos num mundo com exigências bem diferentes de há 20 anos. Sustentabilidade, Eficiência energética, Arq. Bioclimática, etc etc não são só ideias, são requisitos dos clientes e até da própria União Europeia. E é aqui que está a minha defesa desta Lei. Como Bióloga sei que é na construção de casas e edifícios, no urbanismo que estão os grandes problemas ambientais. E mais uma vez, considero que quando surge um problema global importante é necessário formar pessoas, criar Licenciaturas especificas, etc. Neste caso são os Arquitectos. E é necessário que sejam essas pessoas, com determinada formação, responsáveis por essa área. Daí a Lei. Daí eu não aceitar que qualquer pessoa possa trabalhar nesta área. Uma Licenciatura é somente uma forma de certificar que determinada pessoa teve determinada formação. No caso de um desenhador, como sabemos se essa pessoa alguma vez estudou formas de aumento da eficiência energética? ?

    Eu percebo a aversão que as pessoas têm ás coisas que são impostas. Mas neste caso concordo com esta Lei. Eu quero que em Portugal se formem pessoas com conhecimentos em Materiais Sustentáveis, Construção sustentável, Eficiência energética, Arq. Bioclimática… e quero que sejam estas pessoas que façam os projectos. O tipo e qualidade de construção afecta todos. Se as casas têm uma arquitectura horrível, não são eficientes em termos energéticos, usam materiais pouco ecológicos, isto tudo afecta a população em geral, assim como o futuro dos nossos filhos. (Luisvv, isto não se compara em nada com a cor de cabelos de uma rapariga…eheh).


    E esta é a minha opinião,
    Cumprimentos,
    Xana
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Pedro Barradas, carlosmcd, marco1
  13.  # 138

    Colocado por: marco1Caro sr luisvv
    Voçê quase já não merece resposta, mistura alhos com bugalhos remexe e torna a dar sobre a qualidade, quando o objectivo das minhas opiniões são no sentido dessa qualidade e estar a falar essencialmente nos meios para tal, que você discorda,


    As suas palavras são claras e inequívocas:
    se essas pessoas que não arquitectos conseguem fazer com qualidade, então vão tirar o canudo e queimar as pestanas
    . Parece incapaz de perceber que o objectivo não é ter o canudo.


    MAS NÃO MISTURE INCAPAZES, RENDIMENTOS GARANTIDOS ETC,.. NÃO OFENDA.


    Repito: o que você defende é a garantia de um rendimento para os arquitectos. Não defende o direito do cliente à qualidade. Defende o direito, que só pode ser de origem divina, dos arquitectos fazerem algo que várias outras classes profissionais podem fazer (e fazem). Defende, em suma, um suposto direito de quem se revela incapaz de se impor no mercado.


    VOCÊ ACHA QUE O QUE MOVE OS ARQUITECTOS É NA SUA GRANDE MAIORIA, APENAS O INTERESSE ECONOMICO? OU É TAMBÉM A JUSTA REIVINDICAÇÃO PELA DIGNIFICAÇÃO DOS SEUS CONHECIMENTOS E PAIXÃO PELO BOM " DESENHO" DA NOSSA EDIFICAÇÃO?


    Estou comovido. Aparentemente, você não valoriza muito essa paixão - tanto que lhe aplica a "justa" reivindicação pela dignificação dos seus conhecimentos (€€€€)...


    POIS EU TENHO EMPOBRECIDO A DAR ESSA QUALIDADE AO PREÇO ALI DO ZÉ DA ESQUINA CUJO PROJECTO NÃO TEM PINGA DE QUALIDADE. só é pena que os clientes não tenham de fazer duas casas para assim á segunda não cairem no mesmo erro.


    De facto, a concorrência é uma chatice. isso. Se você não tivesse concorrência, estava seguramente mais satisfeito - já dos clientes não se diria o mesmo. E por estranho que lhe pareça, a única fonte de legitimidade para uma intervenção do Estado é o suposto interesse público de garantir critérios de qualidade na construção - e não garantir artificialmente a subsistência dos arquitectos.
  14.  # 139

    XANA

    Tenho 42 anos e trabalho á 28 nesta industria (sim, comecei no dia em que fiz 14 anos) e trabalho com projectos á 22 anos e posso garantir-lhe que a qualidade dos nossos projectos têm vindo a cair assustadoramente ao longo dos anos e quase que posso estabelecer uma relação no tempo, entre o aumento no numero de licenciados e a queda da qualidade.

    Porquê? Sei, mas não o escrevo, aqui para não ser linchado, mas o aumento de pessoas "formadas" em nada têm contribuído para a melhoria dos nossos projectos e trabalhei na Alemanha com projectos de várias nacionalidades e nem posso comparar os deles com o que me passa todos os dias pelas mãos.

    Abrindo jogo, é assim, no meu departamento passam 25 a 30 projectos por mês, tenho projectos de membros do fórum em casa. a 90% daquilo, chamo eu, papel higiénico de má qualidade. Não prestam e muitos foram assinados por arquitectos. Se foram eles que os fizeram ou não, não sei, sei que vêem assinados, E aquilo que ninguém quer falar aqui e em todo o lado, é que a formação dada nas nossas universidades é uma vergonha. Ou resolvem o problema pelo lado que deviam ou podem meter os mestrados todos que quiserem ao barulho, que nada melhora.

    Só no dia em que os responsáveis pelos projectos forem penalizados pelos trabalhos a mais, resultantes das deficiências do que fizeram isto vai ao sítio, Porque nessa altura é a doer. Estive numa obra alemã onde o arquitecto cometeu um erro grave. A indemnização que teve de pagar levou-o á falência. Já ouviu falar de algo como isso neste pais?
    Estas pessoas agradeceram este comentário: AnaT
  15.  # 140


    Mas o que está em questão neste tópico é a obrigatoriedade de serem os arquitectos a fazerem estes Projectos. Devemos deixar a escolha á consideração dos clientes ou deve haver uma Lei a regulamentar esta actividade? Deve o Estado exigir que só os Arquitectos façam os projectos?


    Boa pergunta. Comecemos pelo princípio: qual a legitimidade do Estado interferir na propriedade privada ?
    Para não perder demasiado tempo, vamos assumir que há um interesse público em definir que a construção deva cumprir determinado nº de critérios - e definamos isso como "qualidade mínima exígivel". Como em tudo o resto, estes critérios/normas devem ser conhecidos e publicos - sob forma de leis e regulamentos. Para todos os efeitos, todo este meu comentário deve ser lido nesta perspectiva.


    A mim parece-me que a área da construção é uma das mais confusas da nossa sociedade. Para mim, enquanto cliente, é um processo muito complexo. Existem tantos aspectos a ter em consideração, tantas regras, tantas entidades envolvidas que acho natural haver uma necessidade de pessoas formadas nesta área. E até existe! Licenciatura em Arquitectura! E até têm uma Ordem dos Arquitectos.

    Óptimo. Tem todo o direito de recorrer a um arquitecto .


    Será que devemos continuar o sistema antigo, em que desenhadores, Eng. Civis ou até mesmo o próprio cliente (como o Luisvv sugere) podem desenhar o seu projecto? Este sistema tem resultado? Na minha opinião, não.

    Aqui já temos matéria para largas páginas de comentário . Fiquemo-nos por isto: se admitirmos que há défice de qualidade, devemos atribui-lo aos autores dos projectos, ou à inadequação dos critérios de licenciamento? Ou à proliferação de leis, regulamentos, normas e sei lá mais o quê, muitas vezes contraditórios ? E serão os projectos de não-arquitectos significativamente piores? Qual a proporção de projectos de arquitectos ? E desses, quantos são maus? Tem dados concretos? Mas talvez seja mais simples perguntar: se interferimos nos projectos, devemos fazê-lo em função da sua qualidade intrínseca, ou do seu autor?


    A construção em Portugal é das piores que já vi. E tenho conhecimento de causa pois até já nem moro em Portugal há uns anos e posso comparar a realidade portuguesa com a de vários países europeus. De quem é a culpa? De todos os intervenientes, inclusive de arquitectos. Agora como vamos alterar as coisas? A resposta é FORMAÇAO!! Como em tudo nesta vida, quando não se sabe temos de aprender. E aprender é tirar Licenciaturas, Pós-graduações, Mestrados, Cursos Especializados, etc…


    Conclusão alternativa: como o objectivo enunciado è a melhoria do nível da construção, a forma mais eficiente ( ou seja, a que implica menor dispêndio de recursos para atingir o mesmo fim) é impor critérios para a aprovação de projectos. Os agentes económicos tratarão de se organizar para o cumprimento dos ditos critérios. Se entenderem que necessitam de conhecimentos extra, assim procederão.


    Mas continuamos com a mesma questão: Só os arquitectos devem assinar os projectos? Na minha opinião, Sim! Pois, eles são a única classe que tem formação para tal. Se têm qualidade ou não, isso já é outra questão. Mas ao haver pessoas que foram formadas para tal, acredito que deverão ser elas a trabalhar só nessa área.


    Aqui já dá o chamado "leap of faith". A sua conclusão é bastante forçada: "Só os arquitectos podem assinar, porque só eles têm formação. Há outros que o fazem ? Pois há, mas não podem. Porquê ? Porque não têm formação." Então e a qualidade dos projectos, não conta?


    Se temos desenhadores muito bons que fazem excelentes projectos, essas pessoas têm de ir tirar uma Licenciatura.


    Porquê? Se já fazem excelentes projectos..


    Qual é a dúvida? Não devia de haver qualquer reticência. Têm medo do quê? Essas pessoas deviam encarar a Licenciatura como uma simples formação. Afinal, todos os profissionais devem tirar cursos, Workshops, assistir a conferências, palestras, etc. para se manterem actualizados e adquirir conhecimentos.


    Nada os impede de o fazerem - mas não há motivo para os obrigarmos a fazê-lo.
    O único interesse legítimo do Estado é que os projectos cumpram os critérios que o Estado define. Se os critérios são insuficientes, corrijam-se !


    O que é uma Licenciatura no meio disto tudo? É apenas mais um curso. Mais uma forma de aprender. Se essas pessoas não querem dar-se ao trabalho, então de certeza que não devem assinar o quer que seja. Existe alguém aqui neste fórum que contrate uma pessoa que não quer aprender? Penso que não…


    Mas qual é a sua legitimidade para dizer quem deve ou não assinar? Para avaliar o mérito de alguém pelas suas habilitações e não pelo seu trabalho ? Não lhe chega a garantia de que o projecto cumpre critérios de qualidade?


    O Estado ao obrigar a que os projectos sejam assinados por Arquitectos não está somente a criar uma “fatiazinha de trabalho assegurada”. Se virmos isto noutra perspectiva está a facilitar a educação do “mundo da construção”.



    Está objectivamente a garantir um mercado de X construções/ano para Y arquitectos. Não garante mais nada. Não garante que os projectos passam a ser feitos por arquitectos - apenas garante que terão que ser assinados por arquitectos (diferença nada subtil..).



    Se todos os que fazem projectos, passam pela Universidade, então é mais fácil, por exemplo, ensinar formas de aumentar a eficiência energética de um edifício. Vivemos num mundo com exigências bem diferentes de há 20 anos. Sustentabilidade, Eficiência energética, Arq. Bioclimática, etc etc não são só ideias, são requisitos dos clientes e até da própria União Europeia.



    Quer mesmo levar esse argumento ao limite? Revogamos as carteiras profissionais mais antigas ?



    E é aqui que está a minha defesa desta Lei. Como Bióloga sei que é na construção de casas e edifícios, no urbanismo que estão os grandes problemas ambientais. E mais uma vez, considero que quando surge um problema global importante é necessário formar pessoas, criar Licenciaturas especificas, etc. Neste caso são os Arquitectos. E é necessário que sejam essas pessoas, com determinada formação, responsáveis por essa área. Daí a Lei. Daí eu não aceitar que qualquer pessoa possa trabalhar nesta área. Uma Licenciatura é somente uma forma de certificar que determinada pessoa teve determinada formação. No caso de um desenhador, como sabemos se essa pessoa alguma vez estudou formas de aumento da eficiência energética? ?



    Do seu argumento deduzo, a contrario que os arquitectos - todos! - projectam tendo em conta a eficiência energética. Ou que, pelo menos, se não o fazem, não devem projectar.
    Está a falar a sério ? Mesmo ?



    Eu percebo a aversão que as pessoas têm ás coisas que são impostas. Mas neste caso concordo com esta Lei. Eu quero que em Portugal se formem pessoas com conhecimentos em Materiais Sustentáveis, Construção sustentável, Eficiência energética, Arq. Bioclimática… e quero que sejam estas pessoas que façam os projectos.



    E se admitirmos esse objectivo como legítimo, teremos que concluir que não é a mera licenciatura em Arquitectura que garante a aplicação desses conhecimentos no projecto. Porque, hélas! os projectos são feitos para pessoas, mediante inúmeros condicionalismos, e pagos com €€.
    E provavelmente concluiríamos que para cumprir os seus objectivos, seria mais eficiente impor regras a jusante - na aprovação do projecto.
    Com a certeza de que um projecto que não cumpra não é aprovado, os maus projectos caem - e os profissionais incapazes de cumprir são naturalmente eliminados do mercado.



    O tipo e qualidade de construção afecta todos. Se as casas têm uma arquitectura horrível, não são eficientes em termos energéticos, usam materiais pouco ecológicos, isto tudo afecta a população em geral, assim como o futuro dos nossos filhos.

    Gostos não se discutem. O que você acha lindo, o seu vizinho detesta.
    Os materiais pouco ecológicos, poupe-me.
 
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