Iniciar sessão ou registar-se
  1.  # 61

    Quem tem obrigações não tem devoções. Os católicos têm (tinham!...) o compromisso de ir à missa ao domingo - especialmente nos meios rurais - contudo, quem tivesse filhos pequenos (quase sempre a mãe) estava desobrigado de assistir à prática religiosa.
  2.  # 62

    O fumo e a má graça, põem a gente fora de casa! Está tudo explicado: quando a lareira não defuma bem... lá temos de fugir para outro local. E quando somos mal recebidos (por alguém de má catadura) só nos resta bater em retirada.
  3.  # 63

    Debaixo dos pés nascem os trabalhos. O perigo espreita em qualquer situação: até a caminhar se está em risco. (Salvo melhor interpretação...)
  4.  # 64

    A quem Deus promete, não falta. Jogue lá o euro milhões, porque se tiver protecção divina o prémio está garantido.
    • luisvv
    • 29 janeiro 2016 editado

     # 65

    Colocado por: maria rodriguespc ferreira

    Olá!
    Não me parece que seja um provérbio, mas antes uma "frase feita" cujo sentido se explica por apelar aos cuidados a ter quando nos aventuramos no mar. Ou noutra situação

    em que devemos ser prudentes com o perigo. Tenho uma vaga ideia de que esta frase fez parte de um anúncio publicitário, sobre o mar, nos anos oitenta do século passado.


    É um slogan publicitário criado por Alexandre O'Neill para o Instituto de Socorros a Náufragos com o propósito de aconselhar prudência na praia, sim.

    EDIT: vi agora que já tinha sido explicado.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: maria rodrigues
  5.  # 66

    Largos dias têm cem anos. Quer dizer que temos tempo de sobra para levar a efeito qualquer tarefa que não seja urgente, mas também pode querer dizer coisa diferente: quem tiver vontade de ajustar contas (tirar a desforra) com alguém que se excedeu, mais do que devia, só tem de saber esperar pela oportunidade porque o tempo é comprido.
  6.  # 67

    Santos de casa não fazem milagres. É como se disséssemos que apreciamos mais os estranhos do que os parentes.
    Também por razão diferente se citava este provérbio, em meio rural, já que os jovens do sexo masculino sempre procuraram namorada fora da terra. Daí dizer-se que: santos de ao pé da porta da casa, não fazem milagres.
  7.  # 68

    Cara Maria
    Mesmo não intervindo, sou um fiel seguidor destes seus postes. Estas coisas da memória e da história do “povo” são umas das minhas paixões.
    Os provérbios a par comos piropos são sem duvida alguma, um manancial de informação que nos permite caracterizar estratos sociais e/ou épocas.
    Como quem não arrisca …não se lixa, permita-me uma pergunta.
    Os provérbios são uma característica cultural da nossa história passada, ou existem igualmente provérbios dos tempos modernos?
    Estas pessoas agradeceram este comentário: maria rodrigues
    • AXN
    • 30 janeiro 2016

     # 69

    Colocado por: zedasilvaOs provérbios são uma característica cultural da nossa história passada, ou existem igualmente provérbios dos tempos modernos?


    - O teu futuro depende dos teus sonhos. Por conseguinte, não percas tempo, vai dormir...;
    - A mulher moderna já não pensa em Principes Encantados... prefere o Lobo Mau. Este, não só a ouve melhor, como, no fim, ainda a come!;
    - O sexo é como um jogo de cartas: ou se tem um bom parceiro, ou se tem uma boa mão!
    Concordam com este comentário: callinas
    Estas pessoas agradeceram este comentário: zedasilva
  8.  # 70

    Colocado por: zedasilvaCara Maria
    Mesmo não intervindo, sou um fiel seguidor destes seus postes. Estas coisas da memória e da história do “povo” são umas das minhas paixões.
    Os provérbios a par comos piropos são sem duvida alguma, um manancial de informação que nos permite caracterizar estratos sociais e/ou épocas.
    Como quem não arrisca …não se lixa, permita-me uma pergunta.
    Os provérbios são uma característica cultural da nossa história passada, ou existem igualmente provérbios dos tempos modernos?

    Caro Zé da Silva,
    Agradeço a sua simpatia. Devo dizer-lhe que, dentro dos meus parcos conhecimentos, os provérbios para mim, são uma inesgotável fonte de sabedoria popular que emanou, em parte também, do meio onde cresci e criei raízes ao longo da minha vivência. Ainda não sabia ler nem crescer e já os provérbios faziam parte do meu linguajar. Convivia diariamente com ditados e citações entre familiares e vizinhos, até fregueses, quando as relações de vizinhança se estendiam por toda a freguesia. Muitos deles são regionais, ligados às lides do campo, mas não só.
    Quanto há última parte da sua pergunta não estou a par, mas o membro do fórum AXN deu uma pequena ajuda. Apenas posso afirmar que muitos destes adágios são de origem obscura, que passaram (e passam) de boca em boca, outros trazidos da Bíblia e adaptados ( muitos deles alterados) e, por aí.
    Aqui lhe deixo um provérbio tão regional que nem eu própria sei como escrevê-lo correctamente.

    O fruto arsado faz o ladrão confiado. Se escrevo com S dá erro, se escrevo com Z também dá errado.
    Traduzido para os nossos dias: se deixar objectos de valor dentro do automóvel, que chamem a atenção dos larápios, expõe-se a ter o carro assaltado e a ficar sem os pertences.
    "Arsado" significa ao ar, exposto em demasia.

    Cumprimentos
    Estas pessoas agradeceram este comentário: zedasilva
  9.  # 71

    Ovelha que barrega, bocado perde.
    Este é o provérbio que conheço desde a minha infância, no entanto já o encontrei escrito de modo diferente : " Ovelha que berrega, bocada perde"
    Enquanto a ovelha barrega (popular/regional) - abre a boca para balar - as outras pastam a melhor erva no prado.
  10.  # 72

    Galinha gorda por pouco dinheiro, choca vai ela.
    Quem compra um produto afiançado (teoricamente de grande qualidade), a baixo preço, deve desconfiar antes de fechar o negócio. A galinha choca não faz boa canja, nem se deve comer devido ao seu estado "febril" enquanto estiver "choca".
  11.  # 73

    A quem dói o dente, é que vai ao barbeiro!
    Sim, desde a Idade Média até ao século XIX (sem ser muito precisa...), eram os barbeiros que arrancavam os dentes com a sua turquês e a sangue frio.
    Por isso quem tem problemas deve procurar a solução, com recurso a quem possa prestar a ajuda.
  12.  # 74

    Pão torto não perde o gosto.
    Era o ditado que as nossas mães e avós diziam quando deitavam o pão no forno. Às vezes davam, sem querer, uma inclinação brusca à pá de estender o pão e este ficava torcido durante o processo de cozedura. No entanto, era tão saboroso quanto o pão liso, plano.
    •  
      GMCQ
    • 30 janeiro 2016 editado

     # 75

    Amigo que empresta faca que não corta: que se perca, porque pouco importa.
    A minha interpretação: amigos que só desajudam não são necessários.
    Concordam com este comentário: maria rodrigues
  13.  # 76

    Chuvas em novembro natal em dezembro

    E não é que costuma acontecer?
    Concordam com este comentário: maria rodrigues
  14.  # 77

    Cada moço com seu mocito.

    Moço era um criado de lavoura que trabalhava, o ano inteiro, em casa de lavradores abastados, mas muito exigentes com o pessoal ao seu serviço. Pagavam a soldada em alimentação e alojamento e, no fim do ano, entregavam uns patacos à família do criado. Era pau para toda a obra, respondia às exigência dos amos, comia sempre em último lugar, não tinha entrada na casa dos senhores e dormia na tarimba, junto do gado bovino que alimentava, desde muito cedo, para trabalhar com os animais logo de madrugada. Trabalhavam ainda, por conta dos senhorios, alguns rurais, a par com o criado, que eram pagos à jorna. Gente pobre, muito humilde, alguns deles muito jovens, que também dependiam das ordens do moço. É aqui que entra o mocito : quando o criado recebia instruções do patrão para fazer determinadas tarefas, algumas delas bem trabalhosas e duras, aquele incumbia o jovem trabalhador - o mocito, - dessas empreitadas.
    Que me perdoe quem me ler, mas queria prestar uma pequena homenagem ao "Custódio" - era esta a alcunha - que foi um moiro de trabalho, sempre carregado com feixes de pasto para o gado, sacas de amónio de 50 quilos, às costas, agarrado à enxada ou com os bois à soga, nas duríssimas lides da lavoura. À chuva, com um saco encharcado pelas costas, ao frio, mal enroupado, e sempre a meia-tripa: um prato de sopa, um naco de broa e um pequeno pedaço de toucinho, sem direito a um copo de vinho para que não adormecesse ou ficasse muito "preguiçoso", e não desse o devido (???) rendimento.
  15.  # 78

    Tão ladrão é o que vai à horta, como o que fica à porta.
    Parece-nos uma boa advertência para que ninguém aceite ser cúmplice de um acto ilícito.
  16.  # 79

    Junta-te aos bons serás como eles; junta-te aos maus serás pior do que eles.
    Um conselho sem idade... útil a todas as gerações.
    Concordam com este comentário: GMCQ
  17.  # 80

    O que não mata, engorda.
    Pronto, não deve recear comer algum alimento que, acidentalmente, saiu fora do prato; não se apoquente se não tiver oportunidade de limpar/lavar as mãos, antes de pegar na comida. É o que parece dizer o ditado!
 
0.0244 seg. NEW