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      CMartin
    • 5 fevereiro 2016 editado

     # 21

    Colocado por: C.Silva
    Ui, ofendem-se todos, hoje quem se cataloga ainda, são os da zona da Malveira da Serra


    Tão engraçado C.Silva, ainda esta semana estive a falar com colegas das rivalidades que havia noutros tempos, ele era Bicesse contra Manique, os da Malveira da Serra contra todos.
    Dizia-se que, e olhe que eu não sei sem ser de ouvir dizer, que a Malveira era de facto uma zona muito fechada em si e a comunidade vivia muito virada para ela própria.

    A história dos lugares e das pessoas, como disse o Zé, é também a história das suas casas. Ou vice versa. Não existem uns sem os outros, e assim sendo há lugar ao seu entendimento como um todo.
  1.  # 22

    Colocado por: CMartindas rivalidades que havia noutros tempos

    Não era só nessas zonas rurais era por todo o lado, principalmente o bairrismo
    Lembro-me que se fosse para os bailaricos fora da minha zona, até era-mos corridos á pedrada, enfim, vai-se perdendo tudo
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      CMartin
    • 5 fevereiro 2016 editado

     # 23

    Sim Castela.

    É até a meu ver uma aproximação quase deselegante, como sugere Castela, que se faz ao tema; o cultural, o novo em oposição, o aspecto económico. Talvez seja parte irremediável da discussão mas apenas para se passar apenas ao que interessa, um mal necessário que tenciono por de parte o mais rapidamente possível porque se se quisesse ir por aí(..). Apenas, quando se fala em construção nova não antevejo, nem vejo, que apareçam contribuições a fazer esta mesma comparação, com o velho. Das vantagens e desvantagens.

    É o que é. O tema do património é um mundo por si só completamente à parte, e a exigir uma atenção por si só diferente e direccionada. Não se coloca ao nível do cómodo, económico, rápido, dos dias de hoje.

    (Aprecio arquitectura moderna no seu contexto também, umas construções contemporâneas mais do que outras).

    (*Edit: Ainda assim entristece-me ver casas antigas tão interessantes aqui na zona à venda, e ver pessoas até no fórum à procura de terrenos para construir por aqui. Sim..Passarei à frente deste pensamento idealista, idiota.)
  2.  # 24

    Colocado por: C.Silva
    Não era só nessas zonas rurais era por todo o lado, principalmente o bairrismo
    Lembro-me que se fosse para os bailaricos fora da minha zona, até era-mos corridos á pedrada, enfim, vai-se perdendo tudo


    Nem sempre precisamos de perder tudo. Se calhar essas memórias afectivas do passado contribuem também para que ainda haja quem aprecie as construções do passado. Tenho a certeza que será uma das razões.
  3.  # 25

    Colocado por: CMartinainda haja quem aprecie as construções do passado


    Claro que há, mas deveria haver mais a pensar assim, os nossos Governantes por exemplo
    Basta ter-se percorrido a linha de cascais durante anos, para se ver casas que foram autenticas obras de arquitetura, caírem sobre si mesmo
    Concordam com este comentário: CMartin
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      CMartin
    • 5 fevereiro 2016 editado

     # 26

    É verdade CSilva. E o que se fez no seu lugar ? O Cascaisvilla e afins. Hà imensas devolutas..
    Ainda assim acredito que dentro da Câmara de Cascais hà quem se debruce seriamente sobre o assunto. Tenho pesquisado e visto estudos interessantes. Hà até planos de requalificaçao dos locais (e não só os urbanisticos) de interesse histórico, planos recentes, de 2015.

    Como serà no resto do País ?

    Lisboa cidade acho que também està com francas melhorias.
  4.  # 27

    Colocado por: CMartinE o que se fez no seu lugar ?

    deixaram a criar arvoredo, que nalguns locais servem alguns propósitos nocturnos

    Colocado por: CMartinAinda assim acredito que dentro da Câmara de Cascais hà quem se debruce seriamente sobre o assunto.

    Como sempre dizemos....A esperança é a ultima a morrer
    Colocado por: CMartinLisboa cidade acho que também està com francas melhorias.

    Caranguejal, infelizmente
  5.  # 28

    Colocado por: CMartinSim Castela.


    (*Edit: Ainda assim entristece-me ver casas antigas tão interessantes aqui na zona à venda, e ver pessoas até no fórum à procura de terrenos para construir por aqui. Sim..Passarei à frente deste pensamento idealista, idiota.)


    Também me entristece, e entristece-me ainda que se podia ficar com casas tão bonitas e opta-se por outras sem beleza, sem alma, padronizadas...
    Concordam com este comentário: CMartin
  6.  # 29

    Colocado por: Castelaopta-se por outras sem beleza

    Quis dizer, Caixotes de betão
  7.  # 30

    Ou encobrem simplesmente
    Concordam com este comentário: CMartin
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      CMartin
    • 5 fevereiro 2016 editado

     # 31

    Ora atentem neste exemplo concreto de Casa Saloia à venda.

    Copio o texto original praticamente na íntegra pois não o faço por menos, deixo o link para quem tiver maior interesse.

    Fonte : http://portugalidade.blogspot.pt/2014/06/o-casal-do-clerigo-e-identidade.html?m=1

    "O casal saloio é um dos mais antigos vestígios da arquitectura rural do concelho de Cascais. Muito embora seja quase impossível determinar com exactidão a data precisa da sua construção, a volumetria simples que apresenta, bem como o seu característico enquadramento espacial, e a própria forma interna, aparentam a consolidação de uma sobreposição de ocupações, de onde se destaca, pela presença do pátio retirado e pelo recolhimento da sua colocação, os elementos básicos da presença muçulmana.

    De facto, se nos ativermos aos elementos arquitectónicos, este casal saloio apresenta características próprias dificilmente verificáveis noutros exemplares análogos deste concelho. A estrutura de suporte do telhado, que ainda possui as velhas telhas de burro, bem como a aparelhagem da parede, apresentam sinais evidentes de um alonga ocupação, ao longo da qual muitas terão sido as transformações aplicadas ao imóvel. muito embora o seu estado de ruína contribua para a sua descaracterização, bem como para o o desagrado com que é vista a manutenção da existência deste espaço, o certo é que o casal saloio do Casal do Clérigo foi já uma peça importante da estrutura habitacional cascalense que, para além de indiciar o modo de vida agrícola do seu proprietário, aponta ainda para o registo das influências norte-africanas, desde meados do século VIII, e para a continuidade e manutenção das inovações trazidas desse espaço. A alvenaria grosseira das paredes, que possuem mais de meio metro de espessura, e a pequena janela aberta possivelmente em períodos mais recentes, indiciam a presença de um exemplar muito antigo da arquitectura popular cascalense.

    O exemplar de casal rural que apresentamos indicado com o número 480, é um excelente exemplo daquilo que foi o verdadeiro Casal do Clérigo de outrora. O edifício, com andar duplo e exploração agrícola é um dos exemplos dos velhos casais agrícolas que existem em grande quantidade por todo o concelho, demonstrando, de forma evidente, a forma como as influências muçulmanas, implicaram na criação, manutenção e desenvolvimento das estruturas de pensamento cristãs medievais.

    Em termos arquitectónicos, este casal rural do Casal do Clérigo apresenta uma estrutura sólida e quadrada, com paredes de espessura uma estrutura sólida e quadrada, com paredes de espessura superior a cinquenta centímetros e cantarias de rígidas de calcário. A fachada, com uma porta no andar inferior e uma janela de quatro partes no superior, denota a necessidade de solidez na construção inicial, indiciando ainda a forma segura e pouco dispendiosa com que se queria realizar esta habitação. Embora de alguma forma desenquadrada das formas tipológicas mais usuais no concelho de Cascais, pela colocação de espanta-fantasmas nos beirais do velho telhado, este casal rural apresenta elementos apensos que, só por si, são merecedores de especial atenção por parte das entidades competentes. A existência de um poço, onde se insere uma nora de metal, marca a diferença deste espaço, onde a vocação rural rural, mais ainda do que a própria fisionomia sóbria da edificação, se desenvolve em torno do corpo principal da propriedade. O sistema de armazenamento de água a partir do poço, num pequeno depósito colocado junto ao primeiro andar, indicia por seu turno a realização de obras de adaptação em período recente, sendo que, o actual estado de abandono, só pode ser resultado das normais contingências da vida, em que o ciclo do nascimento, desenvolvimento e morte, inadiável em todos os seres humanos, trás implicações difíceis de gerir no que à manutenção do património diz respeito."
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      CMartin
    • 5 fevereiro 2016 editado

     # 32

    E agora um de um site que muito me tem entretido, de arquitecto de restauro com um trabalho exemplar.
    Fonte : http://paulojones.com/trabalhos/sintra1.php

    "Quando percorremos o campo ao longo do nosso país, podemos observar uma grande quantidade de imóveis de 2ª habitação com ar de abandono, semi destruidos ou mesmo em ruínas. Ao mesmo tempo, é igualmente possível observar muitos imóveis que vão sendo comprados, reparados ou reconstruidos.

    Quem os compra, revê-se num espaço cheio de potencialidades, num lugar de cortar a respiração, num projecto de casa que será a concretização de um sonho.

    Os resultados são, por vezes, espectaculares. Aquilo que parecia impossível, à partida, ganha forma e concretiza-se em poucos meses.
    (...)Não basta querer recuperar, é preciso conhecer de perto as patologias herdadas, as técnicas construtivas e os materiais adequados. Depois vêm os segredos da reconstrução. 0 resultado está à vista... SURPREENDA-SE!

    Trata-se de uma edificação com cerca de 150 anos, idade possível de apurar pelas datas inscritas nas telhas (muitos artesãos da época não só assinavam os respectivos trabalhos como os datavam, facto que para nós, hoje, é de extrema importância). Construída em parede de pedra argamassada e de fundação contínua e directa. Não havia rede de água canalizada, luz eléctrica, nem sistema de esgotos. Apresentava várias patologias ao nível de rebocos, madeiras e paredes."

    Algumas imagens do antes, do durante e do depois.
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      CMartin
    • 5 fevereiro 2016 editado

     # 33

    Colocado por: LuisPereiraTenho uma casa de 1893 construída a partir de uma casa já existente que não sei a data original.
    Infelizmente foi recuperada pelos meus pais e sem muito cuidado.

    Tenho problemas gravíssimos na casa de humidades, salitre e a casa é uma camara frigorifica...
    No inverno vê-se vapor a sair das nossas bocas e nem no verão é quente e temos de andar de camisolita em casa.

    Paredes em pedra e adobo (não sei se é assim que se chama) com 1m de espessura, um soalho em madeira que não foi retirado e levou uma placa em cimento por cima... enfim!


    Gostaria de saber mais. A casa é segunda casa ou de habitação própria? Adobo? Não sei o que é também.
    Jà tentou estudar, descobrir o seu passado por exemplo? A quem pertenceu antes, muito antes?
    Para além do soalho, que outros materiais tem ? E características, é nobre ?

    De que patologias sofre para além do salitre, (da humidade e frio) ?

    Que ideias tem sobre ela? Vai manter, recuperar, ou vender por exemplo ?
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      CMartin
    • 5 fevereiro 2016 editado

     # 34

    Colocado por: LuisPereira

    Paredes em pedra e adobo (não sei se é assim que se chama) com 1m de espessura


    Sobre as estruturas, as casas velhas e antigas penso que são na sua maioria em alvenaria de pedra. Os pisos em traves de madeira ou pedra. Não terão betão armado pelo menos de origem, só se foi colocado depois.
    As paredes exteriores e mestras também são em alvenaria de pedra, e o tipo de pedra utilizada e a ligação da pedra vai depender, em princípio do local e dos materiais locais. Geralmente a ligação é de saibro ou argilas. Se for pedra aparelhada (que chamei de emparelhada no primeiro post e não sei se existem ambas ou se são a mesma coisa..acho que sim) são apenas sobrepostas.
    Os salitres e os fungos trazem sérios problemas realmente aquando dos revestimentos.
  8.  # 35

    É aparelhada afinal e somente.

    Acabei de o googlar e encontrei, de novo, no site de Paulo Jones. Ora que interessante aqui
    : http://paulojones.com/tecnicas/pedra.htm

    Basicamente encontrarão as técnicas utilizadas na construção em pedra.
  9.  # 36

    Uma ruína (nem sequer digo semi-ruína) na Lapa em Lisboa vale mais, para qualquer investidor, do que um bom apartamento e com elevador e garagem na Amadora ou no Montijo, por ex....



    Colocado por: pauloagsantos

    em relação ao crédito, muitas vezes fica mais caro comprar velho e restaurar, do que comprar logo novo, por isso acho que não se aplica a questão do crédito. Alias, foi por ser mais barato comprar novo do que restaurar que chegamos ao panorama imobiliário actual.

    o que se passa e que os prédios nos centros históricos, mesmo restaurados, muitas vezes não respondem as necessidades actuais das pessoas. Hoje em dia, a menos que não tenham dinheiro para isso, ninguém compra um apartamento sem uma garagem e sem elevador. Ora essa é exactamente a situação de muitos prédios nos centros urbanos.
    Concordam com este comentário: CMartin
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      CMartin
    • 5 fevereiro 2016 editado

     # 37

    Aqui que ninguém nos ouve, Paulo Jones e os exemplos de restauro no seu site e a linguagem que nele utiliza sobre os restauros agrada-me bastante e acalento ideias de recorrer aos serviços de um especialista assim , Paulo Jones como menção de exemplo que eu encontrei por enquanto. Tenho algumas obras específicas a fazer, nada de extenso mas parece-me fazer sentido, não fazê-las desgarradas do todo que é a casa.
    Vi outro nome numa casa aquando em restauro no Estoril, perto do casino, mas cujo nome tenho que ver se descubro pois jà não recordo qual era.
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      CMartin
    • 5 fevereiro 2016 editado

     # 38

    Também gosto muito deste trabalho.

    Apenas demonstra que o antigo (Oitocentista neste exemplo) pode também ser fresco e leve.

    Fonte: (e vale a pena ver o artigo completo e todas as imagens, coloco parte de ambas)
    http://arquitecturaedesign.pt/2016/01/09/apartamento-nana/

    "rar.studio
    Lisboa, Portugal
    2015
    Fotografia por FG + SG Fernando Guerra
    Construtor: RVI – Recuperação e Valorização de Imóveis, Lda.


    Pelos autores: “O apartamento situa-se no primeiro piso de um edifício cuja construção remonta à segunda metade do século XIX, sobre a faixa de aterro construída na Lisboa ribeirinha do pós-terramoto de 1755.
    As suas generosas área e dimensão de pé-direito, a abundante luz natural, e a conservação de alguns dos seus materiais de revestimento e elementos decorativos originais eram as características que o cliente procurava e aquelas que melhor definem a identidade da casa.
    O projecto partiu do desejo de recuperação, conservação e valorização destas características. Bem como da proposição de um exercício de interpretação da natureza da arquitectura lisboeta deste período e dos seus elementos matriciais."
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      CMartin
    • 5 fevereiro 2016 editado

     # 39

    ..e ainda, também me agrada o do it yourself nestas casas, para pequenos melhoramentos e/ou arranjos. É uma visão romantica.
    Em que o ancião vizinho do lado podia dar uma ajuda com os seus saberes da arquitectura vernacular.

    Outra que li é que ao morrer um velhinho nosso, é uma biblioteca que se perde.

    Por outro lado, diz o meu marido, vendo-me no fórum e com os meus livros, pastas e arquivos de artigos e cadernos com recortes e apontamentos, que estou a aprender a construir uma casa sózinha!
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      CMartin
    • 6 fevereiro 2016 editado

     # 40

    Casa Tradicional Portuguesa.
    Norte. Centro. Sul.

    Com chancela do jornal Expresso
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