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  1. Colocado por: simples

    Das duas uma, ou trabalha numa grande construtora e convém defender isso ou então está a falar à sorte.


    Fantástico. Se não concorda consigo, é porque trabalha numa grande empresa. O inverso também é verdadeiro? Se não concorda com o JFernandes, posso concluir que trabalha numa pequena empresa e lhe convém defender isso?

    Portanto, agora que desqualificámos as duas posições porque os seus defensores são parte interessada, a que conclusão chegamos?
    Concordam com este comentário: two-rok

  2. Foi muito mais do que um trabalhador comum alguma vez vai ganhar em toda a sua vida. Para além disso ficaram a "arder" muitos pequenos fornecedores que por sua vez foram obrigados a tomar medidas para compensar o prejuízo, pondo mais algumas pessoas no desemprego.


    Tretas. Todos os anos fecham milhares de empresas, sendo a larguíssima maioria microempresas.

    Os PER são um instrumento disponível para todos, com a diferença de que as pequenas empresas geralmente adiam o inevitável até chegarem a um ponto em que já não há recuperação possível.



    É que essas, as pequenas empresas, para além de não terem direito a apoios ainda têm que ajudar a classe média a pagar a divida.


    Longe, muito longe, de ser verdade. Além da questão dos apoios (quais?), até há 3 ou 4 anos 2% das empresas pagavam 80 a 90% do IRC. Não tenho presentes valores mais actuais, mas ainda que a proporção se tenha alterado o quadro geral ter-se-à mantido: grosso modo, são as grandes empresas que pagam IRC, o resto são peanuts.
    Concordam com este comentário: two-rok
  3. Colocado por: simples

    Tirando a Suiça que, pelas razões todos conhecem, é um caso à parte e por isso talvez esteja a mais nessa lista, não deve encontrar muitas mais para além das empresas que referiu. Da Bélgica por exemplo não vejo ai nenhuma.


    FN Herstal. Soudal, etc.
    Concordam com este comentário: two-rok
  4. A Bélgica tem uma economia muito dependente dos mercados mundiais, importam muito mas também exportam idem, têm muita indústria e tecnologia e uma excelente rede de transportes que muito ajuda a localização na Europa.
  5. Colocado por: luisvvFantástico. Se não concorda consigo, é porque trabalha numa grande empresa. O inverso também é verdadeiro? Se não concorda com o JFernandes, posso concluir que trabalha numa pequena empresa e lhe convém defender isso?


    Lamento desiludi-lo mas não trabalho numa empresa pequena. Dizer que o problema da construção em Portugal estava na falta de massa critica das pequenas empresas é que é um absurdo. Essas por norma eram, e em muitos casos ainda são, exprimidas e vigarizadas pelas grandes empresas.

    Uma dos principais fatores que faz com que Portugal seja incapaz de atrair investimento estrangeiro prende-se com o facto de haver pouca qualidade e poder de compra em Portugal pelo que é um mercado pouco atrativo. Ao contrário do que se poderia pensar a maior parte das empresas estrangeiras investem em Portugal não apenas para produzir barato mas também vender os seus produtos (embora Portugal, pela sua dimensão, normalmente seja visto numa perspetiva do mercado Ibérico). O problema dessas empresas é que quando chegam cá verificam que somos um povo pobre, cuja única preocupação é o preço. Por isso quando atraímos investimento, é investimento que visa a exploração da mão-de-obra barata e a distribuição de soluções de baixa qualidade.

    Não me parece que este possa ser o caminho para um futuro melhor.

    Se quisermos ser a prostituta da Europa a politica seguida atualmente é excelente , se quisermos ser um país desenvolvido e respeitado há que criar politicas que permitam atrair investimento de valor, fomentando ao mesmo tempo o mercado interno.
  6. Colocado por: simplesO problema dessas empresas é que quando chegam cá verificam que somos um povo pobre, cuja única preocupação é o preço. Por isso quando atraímos investimento, é investimento que visa a exploração da mão-de-obra barata e a distribuição de soluções de baixa qualidade.


    Só pode estar a brincar.

    Se se queixa de falta de qualidade cá então não haviam empresas na China ou no Brasil.
    Concordam com este comentário: two-rok

  7. Lamento desiludi-lo mas não trabalho numa empresa pequena.

    Então talvez seja tempo de esquecer esse tipo de argumento, que desqualifica a pessoa e não o raciocínio.


    Dizer que o problema da construção em Portugal estava na falta de massa critica das pequenas empresas é que é um absurdo. Essas por norma eram, e em muitos casos ainda são, exprimidas e vigarizadas pelas grandes empresas.

    Tretas. Qualquer pessoa que lide de perto com a construção civil sabe o que são as pequenas empresas.


    Uma dos principais fatores que faz com que Portugal seja incapaz de atrair investimento estrangeiro prende-se com o facto de haver pouca qualidade e poder de compra em Portugal pelo que é um mercado pouco atrativo. Ao contrário do que se poderia pensar a maior parte das empresas estrangeiras investem em Portugal não apenas para produzir barato mas também vender os seus produtos (embora Portugal, pela sua dimensão, normalmente seja visto numa perspetiva do mercado Ibérico). O problema dessas empresas é que quando chegam cá verificam que somos um povo pobre, cuja única preocupação é o preço. Por isso quando atraímos investimento, é investimento que visa a exploração da mão-de-obra barata e a distribuição de soluções de baixa qualidade.

    Sim, somos 10 milhões e não somos especialmente ricos. Mas a ideia de que as "grandes empresas" viriam para cá explorar o nosso mercado é quase cómica. Somos mercado de teste para alguns produtos, mas obviamente não temos nem teremos tão cedo massa crítica para justificar instalação de grandes empresas a produzir cá para vender cá.


    Não me parece que este possa ser o caminho para um futuro melhor.





    Se quisermos ser a prostituta da Europa a politica seguida atualmente é excelente , se quisermos ser um país desenvolvido e respeitado há que criar politicas que permitam atrair investimento de valor, fomentando ao mesmo tempo o mercado interno.


    Já cá faltava. Depois de vários posts a explicar como repelir investimento, estava na hora de falar das "políticas que permitam atrair investimento".
    Concordam com este comentário: two-rok
  8. Colocado por: luisvvTretas. Qualquer pessoa que lide de perto com a construção civil sabe o que são as pequenas empresas.


    1) isso não é um argumento, é uma simples afirmação que nem sequer se dá ao trabalho de explicar.
    2) Lido de perto, muito perto, com o mercado da construção e sei bem do que falo. Mas eu até lhe explico:

    Para ganhar as obras os orçamentos são dados por baixo e no limite do exequível. Depois para que seja possível cumprir os mesmos e gerar lucro, os subempreiteiros são exprimidos por jovens engenheiros até onde é possível. A primeira coisa a ficar pelo caminho é obviamente a qualidade. Para além disso são propostos prazos de pagamento ridículos, que só existem em Portugal e países do género, que obviamente são passados para os fornecedores de materiais e serviços, ou seja, as grandes empresas ainda se financiam nas pequenas empresas. Por fim há as habilidades que são feitas com autos de medição, reclamações etc. Todos estes procedimentos limitam obviamente o desenvolvimento das pequenas empresas que muitas vezes, por questões de pagamentos pendentes, ainda se tornam dependentes dessas empresas.


    Obviamente pode haver exceções mas regra geral é assim que o mercado da construção em Portugal e Espanha funciona ou pelo menos funcionava até há bem pouco tempo.
  9. Colocado por: simplesPara ganhar as obras os orçamentos são dados por baixo e no limite do exequível. Depois para que seja possível cumprir os mesmos e gerar lucro, os subempreiteiros são exprimidos por jovens engenheiros até onde é possível. A primeira coisa a ficar pelo caminho é obviamente a qualidade. Para além disso são propostos prazos de pagamento ridículos, que só existem em Portugal e países do género, que obviamente são passados para os fornecedores de materiais e serviços, ou seja, as grandes empresas ainda se financiam nas pequenas empresas. Por fim há as habilidades que são feitas com autos de medição, reclamações etc. Todos estes procedimentos limitam obviamente o desenvolvimento das pequenas empresas que muitas vezes, por questões de pagamentos pendentes, ainda se tornam dependentes dessas empresas.

    Concordo consigo, mas isso não pode ser argumento contra as grandes empresas, porque esse procedimento é utilizado por pequenas, médias e grandes empresas.
    Concordam com este comentário: two-rok
  10. Colocado por: Picareta
    Concordo consigo, mas isso não pode ser argumento contra as grandes empresas, porque esse procedimento é utilizado por pequenas, médias e grandes empresas.


    atrevo-me a dizer que é ate mais comum nas pequenas empresas de construção do que nas grandes!

  11. Para ganhar as obras os orçamentos são dados por baixo e no limite do exequível. Depois para que seja possível cumprir os mesmos e gerar lucro, os subempreiteiros são exprimidos por jovens engenheiros até onde é possível. A primeira coisa a ficar pelo caminho é obviamente a qualidade. Para além disso são propostos prazos de pagamento ridículos, que só existem em Portugal e países do género, que obviamente são passados para os fornecedores de materiais e serviços, ou seja, as grandes empresas ainda se financiam nas pequenas empresas. Por fim há as habilidades que são feitas com autos de medição, reclamações etc. Todos estes procedimentos limitam obviamente o desenvolvimento das pequenas empresas que muitas vezes, por questões de pagamentos pendentes, ainda se tornam dependentes dessas empresas.
    Obviamente pode haver exceções mas regra geral é assim que o mercado da construção em Portugal e Espanha funciona ou pelo menos funcionava até há bem pouco tempo.


    Muito bem. A tudo isso, que existe também nas empresas pequenas, acrescente mais uma série de características, algumas das quais se confundem:

    1) Pessoal impreparado e incapaz;
    2) Inexistência de back-office;
    3) Gestão incipiente.
    4) Capital próprio perto (ou abaixo) de zero.
    5) Acesso limitado a/Uso ineficiente do capital;
    6) Incapacidade de cumprimento de prazos, orçamentos, ou contratos em geral.

    E podíamos aprofundar, mas acho que não vale a pena.
    Concordam com este comentário: eu
  12. Colocado por: luisvvMuito bem. A tudo isso, que existe também nas empresas pequenas, acrescente mais uma série de características, algumas das quais se confundem:

    1) Pessoal impreparado e incapaz;
    2) Inexistência de back-office;
    3) Gestão incipiente.
    4) Capital próprio perto (ou abaixo) de zero.
    5) Acesso limitado a/Uso ineficiente do capital;
    6) Incapacidade de cumprimento de prazos, orçamentos, ou contratos em geral.

    E podíamos aprofundar, mas acho que não vale a pena.


    E o que quer demonstrar com isso? Que as empresas viveram durante muito tempo no limiar das suas possibilidades, financiadas à custa dos bancos, do estado e das pequenas empresas? E sem qualquer preocupação em criar reservas ou modernizar a sua gestão e os meios produtivos? Preocupadas única e simplesmente em gerar lucros e crescimento alavancado?

    Para que não seja mal entendido, eu não estou a tentar argumentar contra as grandes empresas. O que eu estou a tentar dizer é que uma classe média forte é tão importante como um tecido empresarial saudável e produtivo. O anterior governo foi bom para criar a consciência de que não podemos viver acima das nossas possibilidades e por um travão ao despesismo mas agora pede se mais que isso. É preciso criar condições para defender o crescimento e travar o empobrecimento da classe média. Caso contrário a espiral descendente irá manter-se ad eternum, sendo a falência a única forma de a parar.

    Para o conseguir é preciso renegociar a divida com os parceiros e investir de forma bem planeada, sem recorrer a projetos megalómanos, em setores estratégicos da economia de forma a criar mão-de-obra de obra qualificada e empresas preparadas para competir no mercado nacional e internacional.
  13. Colocado por: PicaretaConcordo consigo, mas isso não pode ser argumento contra as grandes empresas, porque esse procedimento é utilizado por pequenas, médias e grandes empresas.


    Nada me move contra as grandes empresas, pelo contrário, apenas considero que apesar da sua importância para a economia não podem ser mais protegidas que todos os outros agentes do mercado.
  14. Colocado por: luisvvMais uma vez a falácia do Calimero, que já fazia falta.
    Concordam com este comentário:treker666

    Subtilezas balofas que já cá faziam falta.
  15. Colocado por: simplesPara que não seja mal entendido, eu não estou a tentar argumentar contra as grandes empresas.

    Uma coerência de fazer corar o António Costa.

    Colocado por: simplesO que eu estou a tentar dizer é que uma classe média forte é tão importante como um tecido empresarial saudável e produtivo.

    Uma não existe sem a outra e nenhuma se cria por decreto.


    Colocado por: simplesPara o conseguir é preciso renegociar a divida com os parceiros e investir de forma bem planeada, sem recorrer a projetos megalómanos, em setores estratégicos da economia de forma a criar mão-de-obra de obra qualificada e empresas preparadas para competir no mercado nacional e internacional.

    Dois bons caminhos para continuar com empresas descapitalizadas e pouco competitivas, e continuarmos com uma classe média de baixo poder de compra:
    - Renegociar a dívida de uma maneira diferente da que tem sido feita até agora;
    - Investir em sectores ditos estratégicos;
    Concordam com este comentário: two-rok
  16. Colocado por: J.Fernandes
    Uma coerência de fazer corar o António Costa.


    Desenvolva sff. Nâo estou a perceber.




    Dois bons caminhos para continuar com empresas descapitalizadas e pouco competitivas, e continuarmos com uma classe média de baixo poder de compra:
    - Renegociar a dívida de uma maneira diferente à que tem sido feita até agora;
    - Investir em sectores ditos estratégicos;


    Já percebi que nâo concorda. Quais são as alternativas que propõe?
  17. Colocado por: simplesDesenvolva sff. Nâo estou a perceber.

    Estava a querer dizer que você não é coerente se depois de tantos comentários a diabolizar as grandes empresas, vem agora dizer que não tem nada contra elas.


    Colocado por: simplesQuais são as alternativas que propõe?

    Proponho aquilo que ando a dizer há 20 anos, a quem tem a paciência de me ouvir: diminuir o peso do estado na economia, diminuir a burocracia, liberalizar os contratos de trabalho e baixar os custos fiscais para as empresas, todas naturalmente.
    Concordam com este comentário: two-rok
  18. Colocado por: J.Fernandes
    Estava a querer dizer que você não é coerente se depois de tantos comentários a diabolizar as grandes empresas, vem agora dizer que não tem nada contra elas.


    Onde é que não fui coerente? Dizer que as grandes empresas não devem ser privilegiadas em relação aos restantes agentes de mercado é ser contra as grandes empresas? Sinceramente não estou a ver onde é que fui incoerente.

    Proponho aquilo que ando a dizer há 20 anos, a quem tem a paciência de me ouvir: diminuir o peso do estado na economia, diminuir a burocracia, liberalizar os contratos de trabalho e baixar os custos fiscais para as empresas, todas naturalmente.


    Concordo em parte. É obviamente importante reduzir o peso do estado na economia, visto que uma relação demasiado estreita entre estado e empresas leva ao desperdício de dinheiro dos contribuintes e à distorção em termos de concorrência. Também é urgente baixar a carga fiscal que paira sobre as empresas e diminuir a burocracia de forma a tornar a economia mais produtiva e competitiva. Já quanto à liberalização dos contratos de trabalho penso que é preciso ter muito cuidado. Concordo que seja necessário haver alguma flexibilidade mas o estado também tem o dever de proteger alguns dos direitos básicos dos trabalhadores por conta de outrem. Seria um erro pensar que a sociedade poderia funcionar segundo a lei da selva: "os mais fortes sobrevivem e os mais fracos morrem". Não existe democracia sem estado social.

    Já agora permita-me desenvolver as minhas sugestões:

    Quando falo em renegociar a divida não me refiro especificamente a perdões de divida (embora essa fosse a via mais realista). Mais importante que isso, e para não ferir s suscetibilidade dos credores, seria renegociar prazos e condições para aliviar a pressão da mesma e permitir a redução da carga fiscal e a canalização de uma parte do dinheiro dos contribuintes para reformas estruturais necessárias.

    No que diz respeito à qualificação da mão-de-obra e ao investimento em setores estratégicos da nossa economia, refiro-me à reestruturação do sistema de qualificação da mão-de-obra em colaboração estreita com as empresas do setor.

    Na Alemanha por exemplo existem profissões, nomeadamente na área da construção que é a que conheço melhor, de técnico de coberturas, pintor, pichelaria etc. que têm quase o mesmo valor de uma licenciatura.(cursos de 3 anos). Têm uma parte teórica, que é dada em escolas profissionais, e uma parte prática que é realizada diretamente nas empresas. Estes cursos são em parte financiados pelo estado e em parte pelas empresas. Mais tarde existe ainda a possibilidade para fazer um mestrado na área. Só os mestres podem abrir empresas da sua especialidade.

    Para além disto existem regras e diretrizes bem definidas para cada área que garantem um standard de qualidade mínimo. Este seria outro trabalho que teria que ser feito pelo estado em colaboração com as empresas do setor.

    No fundo quando falo em investimento do estado, refiro-me à criação de condições para elevar a qualidade daquilo que é feito em Portugal e não à politica de subsídios que, essa sim, leva a que as empresas se acomodem e vivam à sombra da bananeira. Portugal precisa de novas ideias, novos rumos e só o estado pode dar inicio e criar as condições para tal.
 
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