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  1.  # 61

    Colocado por: NelhasNem eu aplico superioridade, nem eles sobre mim.
    Eles podem fazer sugestões. Ponto. Não definem o que é bonito ou o que é a tendência de 2020.

    Têm de me explicar o que eles estudam.

    Mas a forma como está a interpretar, o Nelhas e acho que todos, é errada. Ou seja, eles, esta elite intelectual do belo, representa-nos. Ou seja, é com base nos nossos gostos, que estudam e interpetam, o belo.
    Eles não nos ditam, nós é que lhes ditamos o que ele depois interpretam.

    As tendencias são precisamente para que sentido encaminham as nossas preferências estéticas. Não as deles. É ao contrário. Eles dão ao mundo o que o mundo quer, e depois o mundo atribui a isso um valor estético e, por conseguinte, comercial, dando-lhe um preço.
  2.  # 62

    Colocado por: Lupan

    Isto era a brincar, não acho piada ao quadro, mas há muito boa gente que gosta ou que tem porque ouviu em algum lado que é bom ter, ou que fulano tal tinha e etc...

    Há nichos, os anti correntes massas consumistas, que já usam o quadro do chorão como representativo do seu estilo, o kitsch. O anti corrente. Modas. Porque as modas e o belo muitas vezes não andam de mãos dadas. As modas passam. O belo clássico é eterno.
  3.  # 63

    Colocado por: CMartin
    A beleza, em teoria, é estar perto de Deus. Tenho para mim que é verdade, neste sentido : tudo o que Deus criou é belo.
    Não significa que os feios não são filhos de Deus, sejam pessoas ou arquitecturas, mas não é sobre a fealdade que nos debruçamos com preocupação ou interesse, a fealdade existe sempre a par da beleza, se não, como diz o cliché, até não conseguiriamos ter distinção do feio e do bonito se fosse tudo bonito.
    Daí dizermos geralmente, o bonito é moralmente superior, por estar mais perto do Criador. Ou pelo menos mais perto das intenções do Criador para os humanos.


    Esta é outra questão diferente e estamos a misturar as coisas, seja conceitos ou preconceitos do bonito/feio.
    Como crente que me parece ser a Carla afirma "tudo o que Deus criou é belo", neste sentido para os crentes e também para Deus não se põe o bonito nem o feio até porque aos olhos Dele todos somos iguais e como tal aquando da Criação não estabeleceu padrões de beleza sobre nada do que criou.
    Não tenho dificuldade em concordar consigo na afirmação de que tudo o que Deus criou é belo e pela simples razão de que Ele nunca me impôs qualquer premissa nesse sentido.
    Já tenho alguma dificuldade em concordar com as elites intelectuais que me querem impor definições de padrões isentos de qualquer estudo académico, cientifico, técnico ou que lhe queiram chamar, só porque sim.
  4.  # 64

    Colocado por: CMartinPorque as modas e o belo muitas vezes não andam de mãos dadas. As modas passam. O belo clássico é eterno.

    Isto veio complicar ainda mais a questão. Estou a pensar alto. Porque muitos papam modas, mais facilmente do que papam o belo clássico. Acho que o belo clássico vem de dentro de nós, mais do que as modas, que serão transmitidas de fora para dentro. Não vás em modas, diz o ditado.
    Penso que as modas não têm particular interesse no que do belo clássico trata. São correntes comerciais que nos fazem consumir. O belo clássico protege-nos talvez desse consumismo.
    Como se lê no fórum até, "prefiro deitar fora e comprar novo, logo não invisto muito", isto são as modas, o consumismo a falar. Não a verdadeira beleza da aqruitectura ou das artes clássicas.
  5.  # 65

    Não percebo nada de pinturas, tendencias, tecnicas, etc....
    Mas sei que gosto deste quadro.

    sea
  6.  # 66

    Colocado por: CMartin
    Lá está, a politização do assunto. Há um passado muito dentro de nós, que nos faz em qqualquer esquina ver a assombração da ditadura e de nos tirarem a livre expressão..ai deles :o)


    A Carla está a assustar o Nelhas e eu estou a ficar aterrorizado!

    Não é uma questão de politização, mas de uma realidade que está dentro de todos nós e não são assombrações, o Holocausto além do duvidoso fator politico, nasceu da supremacia de uma elite intelectual,e que pasme-se, onde os padrões de beleza por estes ditados vieram á superficie, não és alto, morres; não és louro, morres; não tens olhos azuis,morres.
  7.  # 67

    Colocado por: WardrunaNão percebo nada de pinturas, tendencias, tecnicas, etc....
    Mas sei que gosto deste quadro.

    sea


    Eu também não domino a arte da pintura, agora podemos discutir as cores,se são próximas da realidade ou não, se era esse o objectivo do autor ou não, podemos discutir a técnica e os materiais, pincel, espátula, dedos, óleos, acrílicos, guaches, aguarelas, carvões ou ceras,a tela, o papel, o tecido, e ao falarmos de tudo isto estamos a apreciar uma obra de arte, podemos até tentar perceber o estado de alma do autor se tivermos conhecimento de outra obras do mesmo e que nos sirvam de referencia, podemos até discutir o que o quadro nos transmite, qual a sensação que nos provoca o facto de o contemplarmos.

    O que não tem discussão é por exemplo eu fazer parte de uma elite intelectual que até dou umas pinceladas nas telas e domino algumas técnicas chegar aqui e dizer " este quadro é feio" e você ser obrigado a concordar porque eu sou um intelectual iluminado com a prepotência suficiente para definir o que é bonito e o que é feio.

    Cuidado que este ultimo paragrafo está todo no sentido figurado. :))
  8.  # 68

    Colocado por: Mário PiedadeO que não tem discussão é por exemplo eu fazer parte de uma elite intelectual que até dou umas pinceladas nas telas e domino algumas técnicas chegar aqui e dizer " este quadro é feio" e você ser obrigado a concordar porque eu sou um intelectual iluminado com a prepotência suficiente para definir o que é bonito e o que é feio.

    Cuidado que este ultimo paragrafo está todo no sentido figurado. :))


    Percebo o que diz, só não concordo. Não concordo no sentido em que, por exemplo, acredito que tenhamos todos a aprender uns com os outros. Imagine que eu me deparo com a oportunidade de ter uma conversa pessoal com Renzo Piano ou Souto Moura, acredite que teria todo o gosto em lhes beber todas as palavras sem refutar nenhum ensinamento mesmo que me dissessem que tudo o que eu acho belíssimo em arquitectura eles abominam. Posso continuar com os meus gostos individuais, que esses claramente não pomos em causa, pelo menos sem ensinamento ou sem nos cultivarmos nesse sentido (podemos não ter esse interesse pessoal) mas aprenderia muito e com humildade, tenho a certeza. Não porque sejam mais pessoas do que eu sou pessoa mas antes porque, dada a perícia que lhes reconheço, dada a sua actividade profissional e os méritos alcançados, é natural que estejam num patamar de conhecimento e iluminação arquitectural que me transcende e com humildade me tornaria toda ouvidos.
    A competição no ser humano é natural, mas há momentos, ou matérias, em que não temos como querer entrar numa competição que não dominamos. Mas queremos dominar à força.

    Seria o mesmo que eu dizer que jogo tão bem futebol como o CR7, o que seria, como imagina, ridículo de tão pouca a probabilidade.
  9.  # 69

    Há dias vi o seguinte filme.
    Um Sr. idoso teve um acidente de carro e caiu numa pequena ravina. Um casal de namorados vinha de um jantar e deram conta do despiste do Sr. Idoso.
    Levaram o sr. para o hospital. Ela ficou com ele ate o mesmo recuperar.
    Tanto ela como o namorado, mas mais ela foram acompanhando o sr. na sua recuperacao.
    O sr. foi contando a sua história de amor com a sua esposa ja falecida. Nunca tiveram filhos, mas a esposa falecida gostava muito de arte. E o Sr. foi sempre de encontro aos seus caprichos de comprar quadros ao longo dos ultimos anos.
    Havia um quadro retrato da esposa falecida na casa.
    ....
    Entretanto o sr. faleceu.
    Passados poucos dias de o mesmo ter falecido, o casal de namorados entretanto de costas voltadas por desencontros profissionais, recebem cada um uma carta para um leilao de arte, de todas as obras que o casal idoso tinham adquirido ao longo dos 70 anos.
    O casal tinha adquirido um total de obras no valor de 40.000.000 dolares.
    Muitos interessados em arte estavam presentes no leilao ansiosos para poderem meter a mao a obras de pintores conhecidos.
    A primeira obra a ser licitada foi o retrato da esposa falecida.
    A obra começou a ser licitada por 500 dolares. Ninguem da sala ofereceu valor pelo quadro retrato da esposa. Mas o namorado/ casal desentendido que nao percebia nada de arte, ficou admirado por ninguem estar interessado naquele quadro,e ofereceu 1000 dolares, por aquele ser o quadro que mais valor tinha para o sr. Idoso.
    O leilão parou apos a licitacao dele.
    O advogado do sr. idoso e gestor da herança após a assinatura e pagamento do valor dos 1000 dolares, questionou o porquê dele ter comprado aquele quadro. Ele respondeu que conhecia a historia do casal e que para ele aquele quadro era o unico que ele entendia.
    De imediato o advogado lê a seguinte clausula da venda dos quadros em leilao:
    " quem comprar o quadro retrato da minha esposa, fica com toda a nossa coleccao de arte".
    Bonita historia e licao para aqueles que apenas vão atrás das correntes e nao sabem apreciar toda a arte perdida que pelo mundo anda a vaguear.
    Concordam com este comentário: Mário Piedade
  10.  # 70

    Colocado por: CMartin


    Mas Carla, você tem toda a razão no que diz, e por eu não ser da área ou não ter a sua sensibilidade arquitectural, nem ter os gostos tão refinados como os seus, eu também gostava imenso de ouvir o que esses ilustres arquitectos tem para divulgar em relação aos seus trabalhos, indicarem-me um caminho que eu pudesse ver o que as suas mentes iluminadas vêm, tenho a convicção que são dois srs muito antagonistas no que a projectos diz respeito o Renzo muito exuberante, o Souto mais discreto, mas esta é apenas a minha ignorante opinião sobre arquitetura,.
    Já não queria falar com eles se o Renzo e o Souto me obrigassem a ver beleza, no emaranhado de "andaimes" do centro Pompidou ou nos cubos Casa Cinema Manoel de Oliveira ou nas formas indefinidas da Casa das Historias da Paula Rego.

    A competição no ser humano é natural, mas há momentos, ou matérias, em que não temos como querer entrar numa competição que não dominamos. Mas queremos dominar à força.

    Esta fiquei com a sensação de que é uma indireta/direta, para que não opine sobre o que não domine, mas eu não domino nada nem ninguém, nem pela força, nem sem ela, respeito opiniões convergentes ou divergentes e tenho as minhas ideias perfeitamente alinhadas com os meus principios e não sigo massas, só porque sim, nem respondo apenas ao que me convém, um espírito aberto e receptivo penso que deverá ser assim.

    Seria o mesmo que eu dizer que jogo tão bem futebol como o CR7, o que seria, como imagina, ridículo de tão pouca a probabilidade.

    Isso depende, se essa afirmação em vês de ser feita por si, se fosse feita por uma massa critica, intelectual e elitista ligada ao futebol como, jogadores, treinadores, adeptos, pessoas com conhecimentos da área e referências nacionais e internacionais, que afirmavam que a Carla joga tão bem futebol como o CR7 deixava de ser ridículo e passava a ser uma verdade absoluta ( embora eu discordá-se)
  11.  # 71

    É longo, mas aqui vai, só para aficionados na teoria do belo, que é estudado pela disciplina filosofia. Penso que o texto explica bem o que se tem discutido no tópico :o)
    "O belo e a beleza têm sido objecto de estudo ao longo de toda a história da filosofia. A estética enquanto disciplina filosófica, surgiu na antiga Grécia, como uma reflexão sobre as manifestações do belo natural e o belo artístico. O aparecimento desta reflexão sistemática é inseparável da vida cultural das cidades gregas, onde era atribuída uma enorme importância aos espaços públicos, ao livre debate de ideias. Os poetas, arquitectos, dramaturgos e escultores desfrutavam de um grande reconhecimento social.

    Ideal de Beleza
    Platão foi o primeiro a formular explicitamente a pergunta: O que é o Belo? O belo é identificado com o bem, com a verdade e a perfeição. A beleza existe em si, separada do mundo sensível. Uma coisa é mais ou menos bela conforme a sua participação na ideia suprema de beleza. Neste sentido criticou a arte que se limitava a "copiar" a natureza, o mundo sensível, afastando assim o homem da beleza que reside no mundo das ideias.

    As obras de arte deviam seguir a razão, procurando atingir tipos ideais, desprezando os traços individuais das pessoas e a manifestação das suas emoções. Platão ligou a arte à beleza.

    Aristóteles concebe a arte como uma criação especificamente humana. O belo não pode ser desligado do homem, está em nós. Separa todavia a beleza da arte. Muitas vezes a fealdade, o estranho ou o surpreendente converte-se no principal objectivo da criação artística. Aristóteles distingue dois tipos de artes:
    a) as que possuem uma utilidade prática, isto é, completam o que falta na natureza.
    b) As que imitam a natureza, mas também podem abordar o que é impossível, irracional, inverosímil.

    O que confere a beleza a uma obra é a sua proporção, simetria, ordem, isto é, uma justa medida. Aristóteles associou a arte à imitação da natureza.

    As ideias de Platão e Aristóteles tiveram uma larga influência nas ideias estéticas da arte ocidental.




    A arte Helenística e Romana, embora influenciadas pelas concepções de beleza platónicas, acentuaram a individualidade física dos corpos e as emoções.

    .

    Dimensão Simbólica

    Durante a Idade Média, o Cristianismo, difundiu uma nova concepção da beleza, tendo como fundamento a identificação de Deus com a beleza, o bem e a verdade.

    Santo Agostinho concebeu a beleza como todo harmonioso, isto é, com unidade, número, igualdade, proporção e ordem. A beleza do mundo não é mais do que o reflexo da suprema beleza de Deus, onde tudo emana. A partir da beleza das coisas podemos chegar à beleza suprema (a Deus).

    A partir do século XIII , começa a desenvolver-se um estética da luz, que terá no gótico a sua expressão artística.



    São Tomás de Aquino identificou a beleza com o Bem. As coisas belas possuem três características ou condições fundamentais: a) Integridade ou perfeição (o inacabado ou fragmentário é feio); b) a proporção ou harmonia (a congruência das partes); c) a claridade ou luminosidade. Como em Santo Agostinho, a beleza perfeita identifica-se com Deus.



    A Obra Prima

    No Renascimento (séculos XV só em Itália, e XVI em toda a Europa), os artistas adquirem a dimensão de verdadeiros criadores. Os génios têm o poder de criar obras únicas, irrepetíveis. Começa a desenvolver-se uma concepção elitista da obra da obra de arte: a verdadeira arte é aquela que foi criada unicamente para o nosso deleite estético, e não possui qualquer utilidade. Entre as novas ideias estéticas que então se desenvolvem são de destacar as seguintes:

    a ) Difusão de concepções relativistas sobre a beleza. O belo deixa de ser visto como algo em si, para ser encarado como algo que varia de país para país, ou conforme o estatuto social dos indivíduos. Surge o conceito de "gosto".

    b) Difusão de uma concepção misteriosa da beleza, ligada à simbologia das formas geométricas e aos números, inspirada no pitagorismo e neoplatonismo.

    c) Difusão de uma interpretação normativa da estética aristotélica. Estabelecem-se regras e padrões fixos para a produção e a apreciação da arte.

    Arte Com Regras

    Entre os séculos XVI e XVIII continuaram a predominar as estéticas de inspiração aristotélica. Procura-se definir as regras para atingir a perfeição na arte. As academias que se difundem a partir do século XVII, velam pelo seu estudo e aplicação.

    Paralelamente começam a adquirir crescente importância ideias estéticas que afirmam a subjectividade do belo. A questão é reduzida a um problema de gosto (sensitivo, não normativo).

    Na segunda metade do século XVIII, a sociedades europeia atravessa uma profunda convulsão. O começo da revolução industrial, a guerra da Independência Americana (1776) e a Revolução Francesa (1789) criaram um clima propício ao aparecimento de novas ideias. O principal movimento artístico deste período, foi o neoclássico que toma como fonte de inspiração a antiga Grécia e Roma. A arte neoclássica será utilizada de forma propagandística durante a Revolução Francesa e no Império napoleónico.
    É neste contexto que surge I. Kant, o principal criador da estética contemporânea. Para este filósofo os nossos juízos estéticos tem um fundamento subjectivo, dado que não se podem apoiar em conceitos determinados. O critério de beleza que neles se exprimem é o do prazer desinteressado que suscita a nossa adesão. Apesar de subjectivo, o juízo estético, aspira à universalidade.





    Novos Conceitos

    Ao longo do século XIX a arte atravessa profundas mudanças. O academismo é posto em causa; artistas como Courbet, Monet, Manet, Cézanne ou Van Gogh abrem uma ruptura com as suas normas e convenções, preparando desta maneira o terreno para a emergência da arte moderna. Surge então múltiplas correntes estéticas, sendo de destacar as seguintes:

    a) A romântica que proclama um valor supremo para a arte (F. Schiller, Schlegel, Schelling, etc). Exalta o poder dos artistas, os quais através das suas obras revelam a forma suprema do espírito humano, o Absoluto.

    b) A realista que defende o envolvimento da arte nos combates sociais. As obras de arte assumem muitas vezes, um conteúdo político manifesto.
    Rupturas

    O século XX foi a todos os níveis um século de rupturas. No domínio das práticas artísticas, ocorrem importantes mudanças no entendimento da própria arte, em resultado de uma multiplicidade de factores, nomeadamente:

    a ) A integração no domínio da arte de novas manifestações criativas. Umas já existiam mas estavam desvalorizadas, outras são relativamente recentes. Esta integração permitiu esbater as fronteiras entre a arte erudita e a arte para grandes massas. Entre as primeiras destacam-se as artes decorativas, a art naif, a arte dos povos primitivos actuais, o artesanato urbano e rural. Entre as segundas destacam-se a fotografia, o cinema, o design, a moda, a rádio, os programas televisivos, etc. Todas estas artes são hoje colocadas em pé de igualdade com as artes consagradas, como a pintura, escultura etc., denominadas também por "Belas Artes".

    b ) Os movimentos artísticos que desde finais do século XIX tem aparecido, em todo o mundo, tem revelado uma mesma atitude desconstrutiva em relação a todas as categorias estéticas. Todos os conceitos são contestados, e todas as fronteiras entre as artes são postas em causa. A arte foi des-sacralizada, perdeu a sua carga mítica e iniciática de que se revestiu em épocas anteriores, tornando-se frequentemente um mero produto de consumo. Quase tudo pode ser considerado como arte, basta para tanto que seja "consagrado" por um artista.

    c ) No domínio teórico aparecem inúmeras as teorias que defendem novos critérios para apreciação da arte. No panorama das teorias estéticas predominam as concepções relativistas. Podemos destacar três correntes fundamentais:

    - As estéticas normativas concebem a beleza fundamentada em princípios inalteráveis. Entre elas sobressaí a estética fenomenológica de Edmund Husserl.

    - As estéticas marxistas e neomarxistas marcadas por uma orientação nitidamente sociológica. O realismo continuou a ser a expressão que melhor se adequa às ideias defendidas por esta corrente. A arte nos países socialistas, por exemplo, cumpria através de imagens realistas uma importante função: antecipar a "realidade" da sociedade socialista, transformando-a numa utopia concreta.

    - A estética informativa que deriva das teorias matemáticas da informação. Esta estética procura constituir um sistema de avaliação dos conteúdos inovadores presentes numa obra de arte."
    Fonte : A história da estética

    http://www.filorbis.pt/filosofia/histestetica.htm
  12.  # 72

    E, do texto acima transcrito, confesso que pessoalmente me identifico com o romantismo da estética, isto : "a) A romântica que proclama um valor supremo para a arte (F. Schiller, Schlegel, Schelling, etc). Exalta o poder dos artistas, os quais através das suas obras revelam a forma suprema do espírito humano, o Absoluto."
  13.  # 73

    Colocado por: Mário PiedadeJá não queria falar com eles se o Renzo e o Souto me obrigassem a ver beleza, no emaranhado de "andaimes" do centro Pompidou ou nos cubos Casa Cinema Manoel de Oliveira ou nas formas indefinidas da Casa das Historias da Paula Rego.

    Está a personalizar no sentido que em lado nenhum eu digo ou disse que tenho eu ou outro na discussão deste tópico maior ou menor sensibilidade estética. Como poderiamos dizer tal se nem conhecemos as obras uns dos outros ? Supõe-se, e a suposição pode estar errada.
    O que defendo é que existe o belo (conforme referido na lenga lenga da teoria da estética) e o belo segue regras - tem harmonia, proporção, simetria, número, medida.

    No entanto, e ainda acreditando na teoria do belo e da estética, nas regras do belo, no número de ouro, também sou apologista que nós temos entre nós pessoas que por amor às artes naturalmente sobressaiam na sua prática ou apreciação. Não vejo mal nisto nem razão para discórdia, uma vez que vejo o belo como matéria para trazer ao de cima o melhor em nós, o belo junta-nos num amor comum : o amor à beleza. E o belo existe na nossa perseguição, ou o nosso desejo, pela felicidade. O belo faz-nos felizes.
  14.  # 74

    Daqui a pouco tínhamos de escolher todos a mesma mulher, ou no limite tipo de...
  15.  # 75


    Colocado por: Nelhas
    Defina-me bonito.
    Apresente-me um conjunto de princípios, regras , imutáveis e irrefutáveis que constituem algo bonito.
    A harmonia, a simetria, o equilibrio, o número, a medida..o número ou a proporção dourada.
  16.  # 76

    A proporção de ouro no quadro do wardruna.
      leonardo-da-vinci-altorenascimento-parte-2-32-728.jpg
  17.  # 77

    Colocado por: SirruperHá dias vi o seguinte filme.
    Um Sr. idoso teve um acidente de carro e caiu numa pequena ravina. Um casal de namorados vinha de um jantar e deram conta do despiste do Sr. Idoso.
    Levaram o sr. para o hospital. Ela ficou com ele ate o mesmo recuperar.
    Tanto ela como o namorado, mas mais ela foram acompanhando o sr. na sua recuperacao.
    O sr. foi contando a sua história de amor com a sua esposa ja falecida. Nunca tiveram filhos, mas a esposa falecida gostava muito de arte. E o Sr. foi sempre de encontro aos seus caprichos de comprar quadros ao longo dos ultimos anos.
    Havia um quadro retrato da esposa falecida na casa.
    ....
    Entretanto o sr. faleceu.
    Passados poucos dias de o mesmo ter falecido, o casal de namorados entretanto de costas voltadas por desencontros profissionais, recebem cada um uma carta para um leilao de arte, de todas as obras que o casal idoso tinham adquirido ao longo dos 70 anos.
    O casal tinha adquirido um total de obras no valor de 40.000.000 dolares.
    Muitos interessados em arte estavam presentes no leilao ansiosos para poderem meter a mao a obras de pintores conhecidos.
    A primeira obra a ser licitada foi o retrato da esposa falecida.
    A obra começou a ser licitada por 500 dolares. Ninguem da sala ofereceu valor pelo quadro retrato da esposa. Mas o namorado/ casal desentendido que nao percebia nada de arte, ficou admirado por ninguem estar interessado naquele quadro,e ofereceu 1000 dolares, por aquele ser o quadro que mais valor tinha para o sr. Idoso.
    O leilão parou apos a licitacao dele.
    O advogado do sr. idoso e gestor da herança após a assinatura e pagamento do valor dos 1000 dolares, questionou o porquê dele ter comprado aquele quadro. Ele respondeu que conhecia a historia do casal e que para ele aquele quadro era o unico que ele entendia.
    De imediato o advogado lê a seguinte clausula da venda dos quadros em leilao:
    " quem comprar o quadro retrato da minha esposa, fica com toda a nossa coleccao de arte".
    Bonita historia e licao para aqueles que apenas vão atrás das correntes e nao sabem apreciar toda a arte perdida que pelo mundo anda a vaguear.
    Concordam com este comentário:Mário Piedade

    Temos outro romântico nas artes :o)
  18.  # 78

    Colocado por: NTORIONDaqui a pouco tínhamos de escolher todos a mesma mulher, ou no limite tipo de...

    Isso se as nossas escolhas se baseassem apenas no belo. Talvez..levado ao extremo, não sei.

    Quando olhamos para a arquitectura que fazemos vemos logo que muitas vezes estamos até bem longe disso. Talvez quase sempre.
  19.  # 79

    Paisagem urbana.
    Gostos ? Individualismos ? Livre arbítrio ? Liberdade de escolha ? Arquitectura egoísta assente em consumismo e democracia de gostos ? O que é afinal a arquitectura, o gosto e a responsabilidade do gosto, para a paisagem urbana e nacional ?
      YWDktwHNoscXPyQ-800x450-noPad.jpg
  20.  # 80

    Colocado por: NelhasA questão prende-se com o facto da Martin insistir que devem existir conceitos abstractos definidos por pessoas em diferentes áreas que devem ter o poder de definir verdades absolutas.
    Portanto um conceituado especialista em arte com 5 cursos e 30 anos de experiência deve ter o poder atribuído de definir que a Mona Lisa tem um valor tão alto que nem sequer pode ser atribuído.
    E aí que discordo . O seu conhecimento técnico pode ser valido para definir a qualidade do traço, da tinta, da obra enquanto peça tecnica.
    Agora como bonito ou feio, não.
    Muito menos o seu valor.

    Percebe agora Nelhas ?
 
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