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  1.  # 1

    Colocado por: gil.alvesacrescentaria, comprar/fazer projecto Ferrari e depois meter pneus “semi-novos” e revisão na cave do primo que é um curioso…
    é a tal m “veia arriscadora” de que eu falava atrás.
    Se no final a coisa correr bem fica-se todo contente por ter gasto 1/10 na revisão e ter ficado com o mesmo serviço, se correr mal, não se diz a ninguém:)
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira
  2.  # 2

    Colocado por: DR1982em boa verdade quem melhor para gerir a coisa que o criador da coisa?
    Mas la está, 15% para o projetista mais uns milhares para o fiscal a sério e tal…


    O fiscal é o melhor amigo do Arquitecto (responsável pela direção da obra). Não no sentido de ocultar mas precisamente o contrário.
    Quanto mais cedo se encontrarem os problemas, menos prejuízo dá em corrigir, mais rápido se tapa a fuga.

    No caso da aventura helvética, o fiscal era eu próprio (autor do projecto). Além da legitima vontade em fazer bem, o maior interesse era evitar "despesas futuras". Pois depois da obra acabada, se houvesse um problema, era ao gabinete que o dono de obra ia. Não era ao empreiteiro. Se houvesse alguma sanção, era o gabinete que pagava. E só depois disso é que o gabinete ia negociar uma compensação ao empreiteiro.

    Mas lá está. Eu para a obra ia "mal vestido", tinha todo um arsenal de ferramentas, e tanto andava de marreta a deitar tijolos abaixo para ver como a parede era por dentro, como calçava as luvas e ajudava os trolhas, carpinteiros, pintores, ladrilhadores a acabar o serviço mais cedo... A missão era tirar-lhes as pedras do caminho, e não andar tipo cão de caça. Não tinham razão nenhuma para se zangarem se lhe apontasse algo a corrigir... pois se o patrão deles soubesse, eram eles que ficavam mal vistos também. Mas lá está, metade do dia passava-o na obra.

    Exemplos: Num dos estaleiros, os carros/carrinhas/tractores/reboques estacionavam em fila. Quando o que chegou primeiro queria ir a algum lado (tipo ir à loja comprar mais parafusos por exemplo), estava tramado, pois tinha uma dúzia de carros atrás. Só coordenar isso parava-me a obra toda uns 10, 15min... então, quantas vezes não pegava eu nos carros (pois combinava com todos onde deixar as chaves) para agilizar as manobras... olhe, foi assim que aprendi a manobrar reboques :)
    Outra, numa obra de 11 andares (o escritório onde trabalhava ficava no rés do chão), depois de terminada a fachada (isolamento projectado), à medida que iam desmontando os andaimes, eu a cada 20, 30 min subia e tapava os buracos de ancoragem dos andaimes com a massa do isolamento, e pintava. Fazia a "fiscalização" àquela altura de fachada (16 alturas de andaimes) e não me custava nada tapar os buracos. Pois precisava que o pintor me terminasse uma coisa noutra obra. Esse caso marcou-me, pois à altura do 6 ou 7º andar, atrasei-me um bocado (estava em reunião no rés do chão), e quando fui lá cima tapar o buraco, já o artista me tinha tirado as proteções laterais e uma das pranchas. Qual vertigem? :)
  3.  # 3

    Colocado por: DR1982E fica completamente dependente de uma pessoa/gabinete?


    O gabinete era o único a quem o Dono de Obra pedia satisfações.
    O Dono de Obra não queria saber de coordenar coisa nenhuma. No limite nem precisava de saber quem era o empreiteiro, o jardineiro, o decorador... Ele só via e responsabilizada o gabinete.

    Nunca houve um atraso ou derrapagem que eu tivesse testemunhado.
    Mas lembro-me que por vezes esteve quase.

    - era sexta, a entrega era segunda, não havia eletricidade na cozinha, o instalador ia estar ausente na semana seguinte. Por sorte arranhei um substituto que arranjou aquilo no Sábado. Ainda assim, o Dono de Obra estava tranquilo. Se não houvesse luz para fazer o pequeno almoço de terça-feira. A familia iria tomá-lo ao restaurante pago pelo gabinete tal como descrito no contracto.
    - na mesma obra, por diversas vezes, o cliente relembrou-me que se falhássemos a entrega, iriam passar a noite ao hotel X às custas do gabinete, o drama dele era porque no contrato não tínhamos definido quantos quartos seriam... e ele, legitimamente, queria um quarto para ele e para a mulher e outro para os dois filhos. O que ele queria evitar era que só pagássemos por um quarto maior com sofá-cama. Felizmente a obra ficou pronta a tempo.
  4.  # 4

    Colocado por: DR1982Sou obrigado a aceirar as alterações necessárias para encaixar no orçamento?


    Funciona diferente.
    Todos os preços eram definidos +/- com as empresas escolhidas antes do OK final do Dono de Obra.
    Mas depois do OK, não há volta atrás.
    O resultado e o preço será esse e nenhum outro.

    A grande diferença a meu ver, é que os empreiteiros lidavam com profissionais, era muito menos desgastante para eles também.
    Pelo meio, havia certa regionalização, eram quase sempre as mesmas empresas "parceiras", pois já sabíamos como trabalhavam, que equipa tinham, de que ferramentas dispunham, etc. Por outro lado, eles já sabiam também de que "pormenores" gostavamos, marcas, ferragens, etc... muitas vezes certas coisas até davam dumas obras para as outras... Ou tipo, se coincidissem, em vez de encomendar 4 torneiras para esta casa, encomendavam logo 20 ou 30 para outras obras que eu+os meus colegas de gabinete tivessemos... economia de escala.
    Concordam com este comentário: gil.alves
  5.  # 5

    Colocado por: N Miguel Oliveira

    O fiscal é o melhor amigo do Arquitecto (responsável pela direção da obra). Não no sentido de ocultar mas precisamente o contrário.
    Quanto mais cedo se encontrarem os problemas, menos prejuízo dá em corrigir, mais rápido se tapa a fuga.

    No caso da aventura helvética, o fiscal era eu próprio (autor do projecto). Além da legitima vontade em fazer bem, o maior interesse era evitar "despesas futuras". Pois depois da obra acabada, se houvesse um problema, era ao gabinete que o dono de obra ia. Não era ao empreiteiro. Se houvesse alguma sanção, era o gabinete que pagava. E só depois disso é que o gabinete ia negociar uma compensação ao empreiteiro.

    Mas lá está. Eu para a obra ia "mal vestido", tinha todo um arsenal de ferramentas, e tanto andava de marreta a deitar tijolos abaixo para ver como a parede era por dentro, como calçava as luvas e ajudava os trolhas, carpinteiros, pintores, ladrilhadores a acabar o serviço mais cedo... A missão era tirar-lhes as pedras do caminho, e não andar tipo cão de caça. Não tinham razão nenhuma para se zangarem se lhe apontasse algo a corrigir... pois se o patrão deles soubesse, eram eles que ficavam mal vistos também. Mas lá está, metade do dia passava-o na obra.

    Exemplos: Num dos estaleiros, os carros/carrinhas/tractores/reboques estacionavam em fila. Quando o que chegou primeiro queria ir a algum lado (tipo ir à loja comprar mais parafusos por exemplo), estava tramado, pois tinha uma dúzia de carros atrás. Só coordenar isso parava-me a obra toda uns 10, 15min... então, quantas vezes não pegava eu nos carros (pois combinava com todos onde deixar as chaves) para agilizar as manobras... olhe, foi assim que aprendi a manobrar reboques :)
    Outra, numa obra de 11 andares (o escritório onde trabalhava ficava no rés do chão), depois de terminada a fachada (isolamento projectado), à medida que iam desmontando os andaimes, eu a cada 20, 30 min subia e tapava os buracos de ancoragem dos andaimes com a massa do isolamento, e pintava. Fazia a "fiscalização" àquela altura de fachada (16 alturas de andaimes) e não me custava nada tapar os buracos. Pois precisava que o pintor me terminasse uma coisa noutra obra. Esse caso marcou-me, pois à altura do 6 ou 7º andar, atrasei-me um bocado (estava em reunião no rés do chão), e quando fui lá cima tapar o buraco, já o artista me tinha tirado as proteções laterais e uma das pranchas. Qual vertigem? :)
    Nao dúvido, mas acha que estariam todos os arquitetos em Portugal dispostos a isso, a essa ginástica?

    são mentalidades diferentes, provavelmente na Suíça o pessoal prefere entregar a quem perceba do assunto ( ou se calhar até é obrigado a isso, nao sei) e nao se chatear mais com isso porque sabe que se algo correr mal consegue ver o problema resolvido porque a justiça funciona e nesta vida!
    Em Portugal, em caso de problemas provavelmente era o DO que se lixava e só isso faz grande diferença porque o DO sabe disso, e o arquiteto também saberia assim como o empreiteiro atualmente em Portugal sabe e por isso aparecem tantas pérolas da construção por aqui.

    O projetista na Suíça sabe que se lixa se der raia, por isso nao arrisca e o DO sabe disso também, confia (o que não quer dizer que nao se façam erros, vejo muitos contentores de ferro a ir para a sucata durante uma obra que supostamente deviam ter ficado na obra) por exemplo…

    Por isso diria que na maioria das vezes a pessoa que tem a cabeça no cepo caso a coisa corra mal é que se preocupa e na Suíça é o projetista, em Portugal é o DO
  6.  # 6

    Colocado por: nbastosMarco esses dois irmãos teem um plafon , e quando não chega pedem mais ...e já agora são realidades completamente diferentes , é quase um querido mudei a casa que de bem feito não tem nada...sem querer ferir susceptibilidades os nossos técnicos deveriam de ser " obrigados" a fazer estágio nas obras , para perceberem muitas coisas... Muitos técnicos chegam às obras e não conseguem diferenciar os vários tipos de materiais aplicados numa obra...


    Concordo. Tempo em obra devia ser parte do "curso" até.
    Mas mesmo desses dois irmãos... acho que não é bem a mesma coisa.

    Empresas de remodelação também não faltam em Portugal.

    Mesmo nos USA, em certas zonas e para certos projectos, pode dar-se a seguinte situação:
    - existe um gabinete "bridge" (developer), que se dedica ao estudo prévio, à massa, volumetria, afastamentos, estudos de mercado, quantidades, etc... e pede a licença à câmara;
    - e depois esse gabinete passa a pasta a outro gabinete de Arquitectura, que já só se dedica à execução, à direção, aos pormenores, às engenharias, a pedir a segunda licença... e a gerir a obra.

    O que fazem esses dois irmãos é muito simples, não entra nestas coisas.
    Concordam com este comentário: nbastos
  7.  # 7

    Colocado por: N Miguel Oliveira

    O gabinete era o único a quem o Dono de Obra pedia satisfações.
    O Dono de Obra não queria saber de coordenar coisa nenhuma. No limite nem precisava de saber quem era o empreiteiro, o jardineiro, o decorador... Ele só via e responsabilizada o gabinete.

    Nunca houve um atraso ou derrapagem que eu tivesse testemunhado.
    Mas lembro-me que por vezes esteve quase.

    - era sexta, a entrega era segunda, não havia eletricidade na cozinha, o instalador ia estar ausente na semana seguinte. Por sorte arranhei um substituto que arranjou aquilo no Sábado. Ainda assim, o Dono de Obra estava tranquilo. Se não houvesse luz para fazer o pequeno almoço de terça-feira. A familia iria tomá-lo ao restaurante pago pelo gabinete tal como descrito no contracto.
    - na mesma obra, por diversas vezes, o cliente relembrou-me que se falhássemos a entrega, iriam passar a noite ao hotel X às custas do gabinete, o drama dele era porque no contrato não tínhamos definido quantos quartos seriam... e ele, legitimamente, queria um quarto para ele e para a mulher e outro para os dois filhos. O que ele queria evitar era que só pagássemos por um quarto maior com sofá-cama. Felizmente a obra ficou pronta a tempo.
    là está, mas o cliente sabia realmente que acontecia assim, em Portugal tenho as minhas duvidas que assim fosse, mesmo que ficasse escrito no contrato se tivesse de recorrer à justiça para me fazer reembolsar do pequeno almoço tava lixado :)
  8.  # 8

    Colocado por: N Miguel Oliveiraantes do OK final do Dono de Obra.
    e se o cliente não gostasse do que o dinheiro que tinha disponível possibilitasse construir? Andavam a trabalhar para aquecer?
  9.  # 9

    Colocado por: N Miguel Oliveira

    Não pode vir dizer que "não há nenhum técnico que esteja do lado do Dono de Obra", porque isso não é verdade.
    Existem projectos Ferrari sim, não custam é o que você quer pagar.

    Concordam com este comentário:gil.alves


    Em momento algum leu escrever que não há nenhum técnico do lado do DO..

    Em momento algum eu escrevi que estava a passar uma má experiência com os meus técnicos.

    O que falo é na generalidade.

    O que falo é das vossas/suas contradições.

    Não devemos classificar todos os empreiteiros de Chicos espertos, os DO de burros, iludidos e sonhadores e os arquitetos e fiscais de pessoas exemplares e Idóneas.

    Por outro lado, quantos arquitetos apresentam ao cliente o serviço fiat 500 e o serviço Ferrari?

    E quantos não apresentam o serviço Ferrari! Que afinal é só um Fiat 500?

    Estou muito satisfeito com o meu arquiteto, o meu empreiteiro e o meu fiscal.. mas se digo isto neste fórum, dizem que só estou satisfeito porque não percebo nada (e não percebo), e que o normal (e desejável) é correr tudo mal.
  10.  # 10

    Colocado por: N Miguel Oliveira

    O gabinete era o único a quem o Dono de Obra pedia satisfações.
    O Dono de Obra não queria saber de coordenar coisa nenhuma. No limite nem precisava de saber quem era o empreiteiro, o jardineiro, o decorador... Ele só via e responsabilizada o gabinete.

    Nunca houve um atraso ou derrapagem que eu tivesse testemunhado.
    Mas lembro-me que por vezes esteve quase.

    - era sexta, a entrega era segunda, não havia eletricidade na cozinha, o instalador ia estar ausente na semana seguinte. Por sorte arranhei um substituto que arranjou aquilo no Sábado. Ainda assim, o Dono de Obra estava tranquilo. Se não houvesse luz para fazer o pequeno almoço de terça-feira. A familia iria tomá-lo ao restaurante pago pelo gabinete tal como descrito no contracto.
    - na mesma obra, por diversas vezes, o cliente relembrou-me que se falhássemos a entrega, iriam passar a noite ao hotel X às custas do gabinete, o drama dele era porque no contrato não tínhamos definido quantos quartos seriam... e ele, legitimamente, queria um quarto para ele e para a mulher e outro para os dois filhos. O que ele queria evitar era que só pagássemos por um quarto maior com sofá-cama. Felizmente a obra ficou pronta a tempo.

    Eu conheço bem esse sistema de trabalho, todas as segundas e quartas de manha tinha briefing, era constantemente alertado com o planeamento, prazos, através e até recompensas por "acelerar as coisas".
    Mas sei de situações que devido ao Covid foram um absoluto descalabro em termos de entregas, prazos. Claro que se trata de situações que fora do normal.
  11.  # 11

    Colocado por: pguilhermeComo já comentei diversas vezes, os 10~15% não fogem muito do que já actualmente se paga por cá, quando se faz tudo "certinho" e não inclui qualquer tipo de garantia de orçamentos.
    Isto é, projecto de execução de arquitectura e especialidades, fiscalização, segurança, etc.


    Pois, pela AML até acredito. Aí sinceramente não sei. Em Portugal apenas me baseio no Minho e Douro Litoral para escrever o que escrevo. O mais comum é só se adjudicar o que é obrigatório (licenciamento) e lá está, porque é obrigatório, senão nem isso. Isso representa o quê, em % da obra? 2, 3%? Agora não são todos os casos assim, há exceções felizmente, que pretendem algo mais antes de avançar ou querem um acompanhamento mais assíduo. Mas mesmo dos que vão à luta só com o básico, tenho tido bom feedback sobre as aventuras e relação com os empreiteiros. Eu, ao contrário do que muito do que aqui leio, acredito que a grande maioria das empresas que operam na minha zona porta-se bem com os Donos de Obra. Mas também é certo que muitos deles estão ligados ao sector e distinguem um prego dum parafuso pelo menos.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: pguilherme
  12.  # 12

    Colocado por: pguilhermeE com isso em mente, como é que o arquitecto garante orçamentos, gere a obra e fiscaliza a sua execução?
    É um individuo multidisciplinar, com igual experiência em projectos e em obra, ou....?

    E como se gere o claro conflito de interesses, de quando o projectista tb é o fiscal?


    É uma equipa.
    Basicamente, o Arquitecto (gabinete) é como que se fosse Dono de Obra. Se há atraso ou derrapagem por culpa do empreiteiro, é o Arquitecto que paga primeiro (ou recebe menos do que falta receber). O Dono de Obra não quer saber quem é o culpado. Se o Arquitecto depois quer reaver esse dinheiro junto do empreiteiro, isso nada tem que ver com o Dono de Obra, é um problema entre o gabinete e a constructora.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: pguilherme
  13.  # 13

    Colocado por: pguilhermeSe houver derrapagem, quem é que paga?
    Igualmente, se houver qq problema durante a e execução, quem assume os custos?
    Quando o empreiteiro já tem uma boa relação com o arquitecto/fiscal/gestor, como é que o DO tem a certeza que os erros não foram simplesmente ocultados? Relembro que há erros graves que serão detectados facilmente passado pouco tempo e erros que só com análises profundas se conseguem provar...


    Derrapagens já mencionei antes.
    Erros? Aconteceu uma vez um bem grave. Num sistema com quase 200 painéis solares, o picheleiro atrasou-se a mudar a àgua usada nos testes de pressão, por um anti-congelante. Foi avisado várias vezes que havia previsão de descida de temperatura para aquela semana apesar de ser Outubro. Não mudou a àgua, certa noite congelou, e rebentou uma tubagem de alumínio que tinha custado uns 100k CHF. Voltou a fazer tudo de novo às custas dele. Não perdeu tudo, pois parte foi reembolsado pela sua seguradora. Acidentes acontecem.

    Acho que o principio daquele sistema era mesmo esse, o de não se acharem super-heróis, sejam eles técnicos, fiscais, empreiteiros ou donos de obra. A entreajuda beneficia-os a todos.
  14.  # 14

    Colocado por: pguilhermeTb como já disse várias vezes noutros tópicos, houvesse oferta de serviço de 15% sobre um valor orçamental que seja garantido, e que incluísse tudo (projectos, gestão, fiscalização e garantia de orçamentos e prazos), assinava hoje.
    Mas não há, e as justificações são as do costume: "a culpa é do DO porque não há procura por esta abordagem", "a nossa lei é diferente", "os DO só querem saber do preço"...


    Não posso opinar sobre o que não sei. Muito menos na AML. Nós desde que nos aventuramos por conta própria considerámos esse sistema, e faz parte dum descritivo que acompanha cada proposta de honorários. Quanto mais local mais sentido faz. Sendo demasiado longe, torna-se ineficaz ou o proj. tem que valer muito a p€na para cobrir viagens e estadia, ou protocolo com gabinete local, o que não é de todo o caso duma moradia unifamiliar.

    Mas mesmo em escritórios por onde passei, era prática comum, até em moradias. Tanto é que geralmente as manhãs eram passadas em obra, e as tardes em reuniões no escritório com os "artesãos"...

    Quanto às "justificações do costume":
    O mercado pede, o mercado tem.
    O mercado não quer, o mercado não oferece.
    Não vejo qual o espanto.
  15.  # 15

    Colocado por: pguilherme
    Mesmo quando se paga por um projecto de execução, o DO arrisca-se a levar com um "já fiz uns desenhos, agora oriente-se".
    Se soubesse o que sei hoje, não tinha contratado projecto de execução e contratava apenas um medidor orçamentista para fazer o MQT e EO.


    Claro, normal.
    O que eu refiro não é um projecto de execução. É o pack que está acima.

    Se o proj. de execução continua a ser orientado e negociado pelo Dono de Obra directamente, parte do risco e das chatices estão lá na mesma. Ainda assim, menos do que se fosse só com os desenhos 1:100 instruídos na câmara.

    Agora de pouco adianta ter desenhos de pormenor se o empreiteiro nem para eles olha.
    Há de tudo.
  16.  # 16

    Colocado por: pguilhermeNão há garantia de orçamentos, nem sequer com margem de 300%.
    Ou tem carteira para assumir ou manda o projecto fora.
    Alterações ao projecto tem custos... e é se ainda houver interesse em colaborar.


    Como disse antes. Do ponto de vista das alterações, o projecto só acabava no dia de adjudicadas as empreitadas. Apartir desse dia o empreiteiro faz o que lhe manda o gabinete e pouca conversa. Não há "já agoras".

    Agora, e se a meio da escavação encontram um templo romano por exemplo, e pára tudo? Para todo o tipo se situação excepcional haveria alguma cláusula a flexibilizar a coisa.

    No fundo, as coisas baseiam-se no bom senso escrito. E não no atirar o barro à parede de parte a parte.
  17.  # 17

    Colocado por: gil.alvesYou people of little faith… :)


    Mesmo.

    É chover no molhado... e ainda dizem que não é cultural :)

    Nem sei como a escravatura terminou em Portugal, ou como é que as mulheres conseguem votar hoje em dia, ou como sobrevivem as seguradoras... com este tipo de mentalidade :)

    Invertemos sempre a lógica mais elementar das coisas. "Se pago mais tempo ao técnico posso receber o mesmo do que se pagar menos." Basicamente é isto. Tá certo. :)
  18.  # 18

    Colocado por: DR1982Nao dúvido, mas acha que estariam todos os arquitetos em Portugal dispostos a isso, a essa ginástica?


    "Todos" é uma palavra muito forte... e acho que isso é parte do problema... dizer "todos", "nenhum", "ninguém".
    Haverá de tudo como é natural.
    Certamente nem "todos" os técnicos o quereriam pelos mais diversos motivos, assim como nem os dono de obra, nem todos os empreiteiros, nem os fiscais, etc etc. Mas também é complicado esperar encontrar o projecto Ferrari no stand da Fiat, ou melhor, é complicado esperar resultados diferentes continuando a fazer as mesmas coisas. E isto é válido para qualquer um dos players do sector.
    Concordam com este comentário: gil.alves
  19.  # 19

    Colocado por: DR1982Nao dúvido, mas acha que estariam todos os arquitetos em Portugal dispostos a isso, a essa ginástica?

    são mentalidades diferentes, provavelmente na Suíça o pessoal prefere entregar a quem perceba do assunto ( ou se calhar até é obrigado a isso, nao sei) e nao se chatear mais com isso porque sabe que se algo correr mal consegue ver o problema resolvido porque a justiça funciona e nesta vida!
    Em Portugal, em caso de problemas provavelmente era o DO que se lixava e só isso faz grande diferença porque o DO sabe disso, e o arquiteto também saberia assim como o empreiteiro atualmente em Portugal sabe e por isso aparecem tantas pérolas da construção por aqui.

    O projetista na Suíça sabe que se lixa se der raia, por isso nao arrisca e o DO sabe disso também, confia (o que não quer dizer que nao se façam erros, vejo muitos contentores de ferro a ir para a sucata durante uma obra que supostamente deviam ter ficado na obra) por exemplo…

    Por isso diria que na maioria das vezes a pessoa que tem a cabeça no cepo caso a coisa corra mal é que se preocupa e na Suíça é o projetista, em Portugal é o DO


    Na minha opinião, Sim e Não.
    Como disse muito lá atrás, acho que o estado da Justiça que temos atrasa-nos bastante de facto. Nem é preciso falar da Justiça em sí. Basta a perceção de que não funciona. Ou que há instabilidade legislativa por exemplo. Só isso é um grande travão.

    Por outro lado. Portugal não é um deserto de ideias onde não existem gabinetes com esta mentalidade (em que assumem a obra como sendo sua). Basta ver pela excelente fama que a Arquitetura portuguesa tem lá fora. Pelos prémios que todas semanas são atribuídos a Arquitectos ou obras portuguesas. Em qualquer parte do mundo ocidental, ou da imprensa dedicada à Arquitectura, é com relativa facilidade que se encontram exemplos de residência unifamiliar. E digo isto sem nenhum tipo de vaidade ou falsa modéstia. É simplesmente um facto. Agora, como é obvio, não me parece que essas obras tenham sido geridas pelo dono de obra. Pelo que sim, esses gabinetes existem.
  20.  # 20

    Colocado por: DR1982e se o cliente não gostasse do que o dinheiro que tinha disponível possibilitasse construir? Andavam a trabalhar para aquecer?


    Se não gostasse ia fazer o quê?

    1- aceitar a realidade, que com o € disponível só dá para aquilo;
    2- stand by no processo, e junta mais uns €€€ afim de subir o plafond e qualidade da obra para outro nível;
    3- desiste, paga o processo até esse ponto;
    4- insiste e avança por sua conta e risco, paga o processo até esse ponto.
 
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