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    • luisvv
    • 4 novembro 2011 editado

     # 201

    Parece-me que está a ser ingénuo. Em Junho acordaram dar mais dinheiro à Grécia e perdoar 21% da sua dívida, em Outubro já acordaram perdoar 50% da divida. O que mudou em 3 meses? Mudou tanto que justificasse isso?
    Também 3 meses após o nosso acordo com a Troika desceram os juros e aumentaram o prazo de pagamentos. Em 3 meses mudou tanto que justificasse esta alteração? Quando se fez o acordo já não se sabia que seria impossível pagar o empréstimo com aquelas taxas?

    O PC e o BE, goste-se ou não, estão a ser realistas nesta matéria. Não vai ser possível pagar esta dívida com estes juros, sem um crescimento de pelo menos 3% ao ano, e estou a ser simpático, há quem fale em crescimento de 5% a 6 % para conseguirmos cumprir os compromissos. Não há perspectiva de que este tipo de crescimento venha a acontecer, como tal, mais cedo ou mais tarde, a dívida vai ser reestruturada, não tenho dúvidas disso mantendo-se as perspectivas actuais.


    A questão não é pagar a dívida, porque ela não vai ser paga nas condições actuais - é negociar noutras condições. Porque o acordo pressupõe que do outro lado há alguém que se vai endividar para nos emprestar - e naturalmente espera contrapartidas. Ora, o que estamos a oferecer não é o pagamento da dívida, mas apenas a redução do ritmo do seu aumento.
    O que estamos a comprar é, nem mais nem menos, tempo para se criarem almofadas que protejam os credores e minimizem os efeitos do default inevitável.

    Ora, ingénuo é quem julga que pode chegar aos credores e dizer - "não vos vamos pagar, mas queremos que nos emprestem mais uns trocos para a pancada não ser tão forte..."
  1.  # 202

    Boas,

    Colocado por: luisvvAs coisas são um pouco mais complexas que isso....


    Claro que sim, e como já por diversas vezes admiti, eu não percebo nada disto, nem tenho conhecimentos suficientes para fazer uma análise correcta.
    Mas isto não quer dizer que não possa achar algumas coisas "estranhas", que podem ter ou não uma explicação simples e serem apenas erros "primários" meus.

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  2.  # 203

    Boas,

    Colocado por: luisvvA questão não é pagar a dívida, porque ela não vai ser paga nas condições actuais - é negociar noutras condições. Porqueo acordo pressupõe que do outro lado há alguém que se vai endividar para nos emprestar - e naturalmente espera contrapartidas. Ora, o que estamos a oferecer não é o pagamento da dívida, mas apenas a redução do ritmo do seu aumento.


    Isso quer dizer que a reestruturação é inevitável. Ou não?

    Colocado por: luisvvO que estamos a comprar é, nem mais nem menos, tempo para se criarem almofadas que protejam os credores e minimizem os efeitos do default inevitável.


    Isto é nem mais nem menos a razão porque a senhora Merkl demorou (demora) tanto tento a reagir.
    (não estou a atirar as culpas para cima de ninguém)


    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  3.  # 204

    Boas,

    Câmara de Lisboa estuda corte de um dia de trabalho por semana
    O presidente da Câmara Municipal de Lisboa determinou, anteontem, a realização de estudos sobre o impacte financeiro do encerramento da grande maioria dos serviços municipais um dia por semana.
    "
    O Orçamento da Câmara de Lisboa para 2011 prevê uma despesa com o pessoal de cerca de 170 milhões de euros, dos quais 20 milhões respeitam ao pagamento de horas extraordinárias.
    "
    http://www.publico.pt/Local/camara-de-lisboa-estuda-corte-de-um-dia-de-trabalho-por-semana-1519588

    CML admite reduzir semana a 4 dias de trabalho e limitar recolha de lixo
    "
    Em causa está a possibilidade de reduzir a semana de trabalho para quatro dias, com um corte salarial correspondente a 20% do vencimento base e a eliminação ou limitação da recolha do lixo na cidade ao sábado. As medidas constam de um despacho do presidente da Câmara, António Costa, a que o Económico teve acesso.
    "
    http://economico.sapo.pt/noticias/cml-admite-reduzir-semana-a-4-dias-de-trabalho-e-limitar-recolha-de-lixo_130609.html

    Anda tudo a ficar doido, esta crise vai servir para fazer todos os disparates e mais alguns.


    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  4.  # 205

    Boas,

    (apenas) Mais um (quando muitos começam com a mesma história é porque já há mais alguma coisa que o que "sabemos"):

    Reestruturação da dívida portuguesa no horizonte
    Se uma depressão profunda varrer o país em 2012 e a crise da dívida se agravar em Itália e Espanha, Portugal poderá ter de reestruturar a sua dívida soberana, dizem economistas portugueses radicados no estrangeiro
    "algures em 2012 ou 2013", o país terá de renegociar a dívida com os credores. "Como já escrevi no Expresso e no The Guardian há mais de seis meses, a dívida pública portuguesa é demasiado grande para ser reembolsável. Mais tarde ou mais cedo, teremos de acordar com os credores - e com as grandes potências do euro - uma tal reestruturação, renegociando prazos de reembolso, taxas de juro, ou mesmo muito provavelmente um 'corte de cabelo' (hair cut). É uma questão de tempo".
    http://aeiou.expresso.pt/reestruturacao-da-divida-portuguesa-no-horizonte=f685545

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  5.  # 206

    Boas,

    Oh pá, afinal é fácil, basta os "gajos" juntarem-se para jantar e já está:
    (se por acaso gostarem de picanha com feijão preto, quando quiserem criar mais 50 milhões, podem-se juntar em minha casa que eu ofereço a janta)

    G20 promete 40 milhões de empregos
    Novo plano de ação do G20 quer aumentar em 1,5% o PIB mundial e isso gerará, segundo Christine Lagarde, diretora-geral do FMI, entre 20 a 40 milhões de novos empregos até 2016.
    "
    "A análise do FMI mostra que, com uma ação coletiva apropriada, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial poderá ser aumentado em mais 1,5 % até 2016, e poderão ser criados entre 20 a 40 milhões de novos empregos", afirmou Lagarde numa declaração emitida no final da cimeira.
    "
    http://aeiou.expresso.pt/g20-promete-40-milhoes-de-empregos=f685516

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  6.  # 207

  7.  # 208

    Boas,

    Pelo que se vai sabendo estão com dificuldades em arranjar quem contribua para o (super) fundo.

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  8.  # 209

    Só se os países que têm as suas economias desenvolvendo-se a uma velocidade que a europa nem sequer sonha fossem mesmo burros contribuindo para um saco sem fundo!Aliás a europa não serve mesmo de exemplo em matéria de economia!
  9.  # 210

    Boas,

    Colocado por: Jorge RochaAliás a europa não serve mesmo de exemplo em matéria de economia!


    E em que "matéria" é que serve?

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  10.  # 211

    Colocado por: oxelferE em que "matéria" é que serve?

    Para dar mau exemplo de democracia e de como não se deve fazer perdendo muitíssimo tempo em apoiar os países da UE mais débeis económicamente injectando dinheiro,e actuar logo ou antes na justiça fazendo acabar com as economias paralelas em paraísos fiscais,e debitando todo o poder em bancos e colocando os estados em 2º ou 3º lugar em matéria de prioridade!
    Estas pessoas agradeceram este comentário: oxelfeR (RIP)
  11.  # 212

    Boas,

    Colocado por: Jorge RochaPara dar mau exemplo de democracia e de como não se deve fazer perdendo muitíssimo tempo em apoiar os países da UE mais débeis económicamente injectando dinheiro,e actuar logo ou antes na justiça fazendo acabar com as economias paralelas em paraísos fiscais,e debitando todo o poder em bancos e colocando os estados em 2º ou 3º lugar em matéria de prioridade!


    LOL

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  12.  # 213

    Isso quer dizer que a reestruturação é inevitável. Ou não?

    Em determinado momento, será.

    Isto é nem mais nem menos a razão porque a senhora Merkl demorou (demora) tanto tento a reagir.
    (não estou a atirar as culpas para cima de ninguém)


    Mas aí acho que o seu raciocínio está contaminado pela berraria dos nossos jornalistas e opinantes, que partem do princípio que há uma solução indolor, e que basta a Srª Merkel passar o cheque e fica tudo bem.
    Ora, para mim isso é não perceber a natureza do problema.
  13.  # 214

    Boas,

    Colocado por: luisvvMas aí acho que o seu raciocínio está contaminado pela berraria dos nossos jornalistas e opinantes, que partem do princípio que há uma solução indolor, e que basta a Srª Merkel passar o cheque e fica tudo bem.
    Ora, para mim isso é não perceber a natureza do problema.


    Desculpe mas não pode tirar essas conclusões.
    Se acha que pode faço-lhe uma pergunta que responderá com muita facilidade:
    Qual é para mim a solução?

    Quando digo que demora a reagir, sei porque o digo (e não me acredito que não o saiba), não porque quereria que tomasse uma ou outra opção.


    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  14.  # 215

    Boas,

    A crise será só do euro?

    Se nos casos até agora poderíamos ver as coisas por outro prisma, neste caso acho que não há dúvidas:
    O mercados (seja lá isso o que for) deitaram abaixo um governo.

    Será que é só o euro que está em crise?

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  15.  # 216

    Colocado por: oxelferSerá que é só o euro que está em crise?


    Tenho um amigo que diz que a crise é uma crise de valores.
  16.  # 217

    Boas,

    Colocado por: José Pedro NunesTenho um amigo que diz que a crise é uma crise de valores.


    Eu cá acho que temos muitas "crises".

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
    • Giba
    • 9 novembro 2011

     # 218

    O problema já foi detectado, a solução ainda não. Moeda extremamente forte sem grandes oscilações fiduciárias, mas com enormes oscilações geográficas. Ajustar o desequilíbrio económico geográfico poderá nunca ser atingido. O pragmatismo que envolve todo o sistema em torno da zona euro corrói cada vez mais as estruturas do projecto de coesão económica da zona euro.

    Estamos neste momento controlando o detonador, afim de gerir de forma controlada(?) os efeitos perversos de um provável declínio e saída de emergência por parte de alguns países da moeda única.

    Giba
    • luisvv
    • 9 novembro 2011 editado

     # 219

    A crise será só do euro? Se nos casos até agora poderíamos ver as coisas por outro prisma, neste caso acho que não há dúvidas: O mercados (seja lá isso o que for) deitaram abaixo um governo.
    Será que é só o euro que está em crise?


    Ainda bem que fala nisso. Já estou tão, tão, tão, tão fartinho de ouvir/ler aquela lengalenga dos "mercados" e da necessidade de a política dominar a economia...

    Os mercados como entidade com vontade própria não existem - os mercados são o resultado da acção de uma diversidade de agentes.
    Supor que "a política" pode impedir os agentes de se comportarem da forma que mais se adequa aos seus interesses é pura ilusão.
    Dá vontade de rir quando se contrapõe a suposta legitimidade democrática de um governo à sua falta (implícita) nos mercados - é como supor que a legitimidade democrática dota os governos da capacidade de alterar as leis da física.
    (by the way: os mercados são o resultado de inúmeros actos voluntários dos seus agentes, e nesse sentido muito mais democráticos que qualquer governo...)

    Para ser mais claro: os mercados não derrubam governos. Os governos que não compreendem (ou calculam mal) os efeitos da sua governação derrubam-se a si mesmos.
    Governos que gastam demais necessitam de pedir crédito. Crédito obriga a abdicar de rendimento futuro. Viver de forma sistemática a crédito só pode ter um fim, e não é preciso ser economista para saber qual é.

    Ora, se os governos caem, isso resulta apenas disto: em determinado momento deixam de conseguir encontrar financiamento a custo aceitável. Nada de grave, se se limitarem a gastar o que recebem.

    Claro que nada disto interessa para os nossos opinadores. "Austeridade ? Ai que horror, assim não vamos crescer".
    Ainda ontem quase chorei a ouvir o AJS: "o Estado tem que injectar dinheiro na economia". Afinal, com tanta gente à volta dele não há ninguém que lhe explique que para o injectar, primeiro tem que o roubar à economia.
  17.  # 220

    Só para voltar a apanhar isto, que tinha ficado esquecido:
    Confuso? Não fique: os bancos financiam-se no BCE a 1% e emprestam ao Estado a 5%,


    É pena quem escreve ter esquecido que se trata de empréstimos com prazos, característiscas e níveis de risco totalmente diferentes.
    Os bancos financiam-se no BCE prestando garantias, o Estado não.
    Os bancos financiam-se a curto (ou curtíssimo) prazo. O Estado financia-se a 1, 5 ou 10 anos.
    Os bancos já liquidaram os seus créditos de há 3 meses, por exemplo, bem como os respectivos juros. O Estado pagará (se pagar), daqui a uns anos.
 
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