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  1.  # 201

    E já agora outro contributo, um blogue que parece engraçado:

    http://margensdeerro.blogspot.com/2009/12/classe-media-e-as-mulheres-dias.html
  2.  # 202

    Já agora este é o meu:

    Método objectivo para classificação de classes:

    As variávels mais utilizadas são a ocupação, o rendimento, a educação, o tamanho e o tipo de residência, a possessão de propriedades ou bens de diversa natureza e a afiliação a organizações diversas.

    Reparem que a educação é a nivel de estudos e não se utiliza palito no dente ou não.

    www.estv.ipv.pt/...%20As%20classes%20sociais/ponto%20II.2.2%20As%20Classes%20sociais.ppt
  3.  # 203

    Colocado por: hfviegasJá agora este é o meu:

    Método objectivo para classificação de classes:

    As variávels mais utilizadas são a ocupação, o rendimento, a educação, o tamanho e o tipo de residência, a possessão de propriedades ou bens de diversa natureza e a afiliação a organizações diversas.

    Reparem que a educação é a nivel de estudos e não se utiliza palito no dente ou não.

    www.estv.ipv.pt/...%20As%20classes%20sociais/ponto%20II.2.2%20As%20Classes%20sociais.ppt


    Repito: Eu percebo o seu ponto de vista, mas não me parece correcto.

    Vamos ao ruído.
    Pior exemplo e mais gráfico: aquele “emplastro” ou “emplastre” ou como lhe chamam que aparece ou aparecia por trás dos entrevistadores nos telejornais. Quando o vê, classifica-o como “ah, este é classe média”?
  4.  # 204

    Conclusão: Mesmo sem saber o rendimento de alguém, conseguimos com base em alguns factores integrá-lo em determinada classe.
    Baixa
    Média
    Alta
    Depois de sabermos o seu rendimento, constata-se, solidifica-se, a nossa percepção da sua classe.

    Sabia, por exemplo, que em 1993 uma das características da classe média era serem pessoas do PSD?
    De qualquer forma, e hoje em dia, pense, se alguém lhe diz, “eu voto esquerda, CDU”, essa pessoa lhe parecerá a si, com base nos seus (hfviegas) conhecimentos, alguém pertencente à de classe alta?

    Como lhe disse, estes exemplos que estou a dar desde que começámos a conversa do “ruído no canal”, não são objectivos concretos, não são comprováveis, mas são prováveis.
  5.  # 205

    Colocado por: lobitoEis o meu contributo para esta discussão:

    http://www.aps.pt/vicongresso/pdfs/144.pdf

    Basta ler a partir da página 12, onde começa a bibliografia.


    Obrigada, lobito.
    Precisamente "A sociologia das classes sociais na investigação sociológica em Portugal"
    São as ciências sociais.
  6.  # 206

    CMartin, já percebi que lida muito mal com a crítica.
    Sabe que nem sempre temos razão... estamos sempre a aprender.
    Depois de ler o que está para trás, verifiquei que reteve muitas das minhas palavras... pelo menos nota-se que pensou no porquê. Já valeu a pena.
    Concordo com muitas das suas teorias e comentários...
    Bom feriado.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: CMartin
  7.  # 207

    Colocado por: CMartinConclusão: Mesmo sem saber o rendimento de alguém, conseguimos com base em alguns factores integrá-lo em determinada classe.
    Baixa
    Média
    Alta
    Depois de sabermos o seu rendimento, constata-se, solidifica-se, a nossa percepção da sua classe.

    Sabia, por exemplo, que em 1993 uma das características da classe média era serem pessoas do PSD?
    De qualquer forma, e hoje em dia, pense, se alguém lhe diz, “eu voto esquerda, CDU”, essa pessoa lhe parecerá a si, com base nos seus (hfviegas) conhecimentos, alguém pertencente à de classe alta?

    Como lhe disse, estes exemplos que estou a dar desde que começámos a conversa do “ruído no canal”, não são objectivos concretos, não são comprováveis, mas são prováveis.


    Mas lá está a filiação a diversas organizações, faz parte de uma caracteristica para classificação de classe e isso faz sentido pois se a esquerda advoga "tirar aos ricos para dar aos pobres"
    é óbvio que os ricos não partilham desse ideal.

    Agora utilizar como exemplo um pobre coitado que deve ter alguma deficiêcnia do foro psicológico não me parece o melhor exemplo, mas posso dar-lhe exemplos de pessoas que para mim parecem uns bimbos a falar e a vestir que no entanto são riquissimos, podemos começar com o Joe Berardo, podemos ir para o polémico José Castelo Branco, depois no mundo do cinema e da música temos n casos, a paris hilton por exemplo riquissima em dinheiro paupériima em espirito.

    A CMartin, pode crer procurar outra forma de classificação de classes e é verdade que na média pessoas com uma boa educação/compartamento irão fazer parte da classe média, mas isso não exclui os emplastros e afins porque se tiver rendimentos para isso serão classe média podem ser mal educados, chungosos etc... mas não deixam de pertencer a classe média se para tal tiverem as caracteristicas atrás definidas.
  8.  # 208

    Colocado por: hfviegas
    A CMartin, pode crer procurar outra forma de classificação de classes e é verdade que na média pessoas com uma boa educação/compartamento irão fazer parte da classe média, mas isso não exclui os emplastros e afins porque se tiver rendimentos para isso serão classe média podem ser mal educados, chungosos etc... mas não deixam de pertencer a classe média se para tal tiverem as caracteristicas atrás definidas.


    Sim, eu sei, hfviegas, infelizmente, deve ter razão.
    Por isso muitas vezes sou surpreendida, se calhar acontece a todos nós um pouco, por pessoas que aparentam ser classe média (com a educação que eu projecto supostamente haver na classe média) e que afinal não têm o mínimo de "sensibilidade e bom senso".
  9.  # 209

    Colocado por: CMartin
    Colocado por: hfviegas
    A CMartin, pode crer procurar outra forma de classificação de classes e é verdade que na média pessoas com uma boa educação/compartamento irão fazer parte da classe média, mas isso não exclui os emplastros e afins porque se tiver rendimentos para isso serão classe média podem ser mal educados, chungosos etc... mas não deixam de pertencer a classe média se para tal tiverem as caracteristicas atrás definidas.


    Sim, eu sei, hfviegas, infelizmente, deve ter razão.
    Por isso muitas vezes sou surpreendida, se calhar acontece a todos nós um pouco, por pessoas que aparentam ser classe média (com a educação que eu projecto supostamente haver na classe média) e que afinal não têm o mínimo de "sensibilidade e bom senso".


    Bom como estamos no forum, provavelmente vou ofender algumas pessoas, mas não é dirigido a ninguem em particular, mas é uma sensação que se tem da classe, então o que acha que são alguns construtores vulgos "patos bravos",àntes da venda muito polidos, mas depois da casa vendida esquivam-se ás reparações etc... etc...

    provavelmente muitos deles até farão parte da classe alta ou média alta, mas quanto a educação :-(
  10.  # 210

    Iremos por outro caminho e agora já não estamos a discutir classe média.
    Estamos antes a constatar que existe, talvez pelas classes fora, ainda muita falta de formação, mais do que qualquer outra, cívica.
    Há formas de agir que, pura e simplesmente, reflectem uma total falta de civismo. E quando não existe civismo, qualquer coisa que se acrescente é artificial (mesmo lucro/rendimento). Não existe a base essencial.
  11.  # 211

    Boas

    Posso fazer um "desvio" na conversa? Só para partilhar uma certa visão da luta de classes.

    Foleiros Labregos e outros

    Embora nunca se tenha descoberto para que servem, a verdade é que há parolos em todos os países do mundo, cada um com o seu paladar, com o seu chapéu típico e com o seu próprio jeito de falar. A história demonstra que são inextermináveis. À excepção da República Popular da China, nenhum país conseguiu até hoje transformar os seus parolos em elementos válidos da sociedade. Na China ninguém dá nas vistas porque todos se vestem e comportam exactamente da mesma maneira. Só com a introdução de algumas liberdades capitalistas é que começaram a surgir os primeiros índices de parolice (vejam-se as confrangedoras passagens de modelos em Pequim).
    Também há países constituídos inteiramente por parolos, mas os parolos tendem a ser todos muito iguais. Em Portugal é diferente. Em mais nenhum país do mundo a variedade é tão grande. Basta ficar parado meia hora em qualquer ponto do país e observar as pessoas que passam para ficar a conhecer a gama completa. É fascinante, mais que o folclore, e aprende-se imenso acerca da adaptabilidade da parolice humana, sempre atenta às novas modas, aos novos materiais, às novas séries de televisão.
    Portugal é o paraíso dos parolos porque tudo lhes é permitido. E encomendado. Doutro modo não teríamos a riqueza da nossa arquitectura parola, a parolice especial da nossa música, o notoriedade pública dos nossos políticos parolos. É preciso, porém, um certo cuidado nas classificações, porque os parolos portugueses não são todos iguais … é necessário distinguir entre os diversos modelos do mercado. Venham comigo … numa viagem às profundidades da parolice portuguesa.
    Antes de tudo, antes mesmo da primeira aurora da civilização, havia o Labrego. O Labrego é o parolo dos primórdios, o parolo Neanderthal. É a matriz, a raça, o cadinho onde a nossa parolice se apurou. De todos os géneros de parolo, é o melhor. É o diamante em bruto – ao contrário dos foleiros que são uns brutos com diamantes. É o sal da terra. … O Labrego é o camponês que é mesmo do campo, a ruralidade genuinamente rural, a lembrança viva de onde viemos e, em muitos casos, de quem ainda somos.
    É fácil gostar de labregos e da companhia que os labregos podem fazer. Durante dez ou onze minutos, num contexto bucólico, chegam a reconciliar-nos com a terra. São honestos. São despretensiosos. Respeitam as outras pessoas. Acima de tudo, são verdadeiros. E têm todos camionetas. Os labregos são capazes de ser os Portugueses autênticos, aqueles que jogam às damas às portas dos cafés, que estiveram com Viriato nos Montes Hermínios, que inventaram o jogo do pau e o arroz de cabidela e que passam a tarde a cantar “Aldeia Velha… Aldeia Velha para os nossos copos”.
    À medida que se ascende na escala social, o caso piora. Chega-se a contragosto ao Parolo. Isto é, ao labrego que desceu à cidade. Ao parolo propriamente dito. Como desceu à cidade? De motorizada, claro. Todos os parolos estão obrigados a ter motorizada. Não podem escolher qualquer marca. Não. Têm de ser Famel ou casal ou Motorel ou Amaral. Isto é, têm de acabar em l. e não podem ter silenciadores nos escapes. Também é proibido um parolo viajar sozinho. A mulher e os filhos têm de acompanhá-lo, em cima do depósito e do “guiador”. Só o parolo e a mulher podem levar capacete. As crianças não têm idade para levar capacete.
    O Parolo é o Labrego urbano, indeciso entre o apego à terra e o fascínio do Centro Comercial …, hesitante entre tapar a cabeça com um lenço atado com nós nas pontas e optar por um simples panamá estampado com as bandeiras de todas as nações do mundo e a frase “Casino da Figueira – Onde a Beira Litoral é internacional”. O Parolo é o Labrego Suave.
    Enquanto o Labrego pode cheirar mal, o Parolo limita-se a não cheirar nada bem. O Labrego não sabe o que é o bem estar, mas o Parolo, em contrapartida, sabe o que é o “Bien-Être”. O Labrego tem as mãos rudes e as unhas pretas. O Parolo tem as mãos rudes e as unhas cinzentas, só que uma delas é extremamente comprida. O Labrego diz “Ó homem!” e “Arre burro!” e outras coisas toscas a ver com vinho, bestas e o romance neo-realista português. O Parolo já usa expressões estrangeiras, como “Men” e Naice” e “Naifada nas costas”.

    O Parolo, ao contrário do Labrego, não é humilde. Sente-se inclusivamente no direito de chamar labrego a um Labrego. Mas não exagera. Quem exagera são os superiores técnicos dos parolos – os famosos Foleiros. A Foleirice é mais que uma condição – é uma maneira de ser, uma filosofia de vida. Está institucionalizada. Está no governo, dá na televisão, durará para sempre. É contagiosa. Ao contrário do Parolo, que tenta passar despercebido ou julga que passa, o Foleiro quer afirmar a sua diferença, para que fique bem claro – verde claro, se possível. Enquanto o Parolo compra roupa ao calhas, o Foleiro já escolhe. Aqueles sapatos não são por acaso – são o resultado de uma longa rusga no “Rei do Calçado”.
    A Foleirice, ao contrário da Parolice, pode dar a toda a gente. Todos nós podemos ser um bocado foleiros, de vez em quando. Podemos exigir a alguém que não seja foleiro e ele é capaz de aceder, enquanto é impossível exigir a um parolo que deixe de o ser. Ser foleiro é perguntar nos restaurantes se a mousse é caseira, é pedir “990$00 de super” com um ar generoso, é levar o jornal para casa mesmo depois de o ter lido, é tratar os empregados por “ó chefe”, é servir o Irish Coffee num copo que tem um trevozinho e diz “Irish Coffee” … Enfim, ser foleiro está ao alcance de qualquer um.

    O Foleiro do Porto é, apesar de tudo, melhor que o de Lisboa. É o Azeiteiro. O Azeiteiro não tem tantas pretensões e de bom grado dá barraca. O foleiro nunca confessa a sua foleirice, mas o azeiteiro está sempre a dizer “eu sei que sou azeiteiro, mas… “. A azeiteiro é o foleiro falador, sempre franco e sincero, incansável na maneira como está sempre a recordar a infância miserável, o mau gosto que nunca pode evitar, os privilégios que não teve, etc.
    Subindo na escala … chegamos à espécie mais horrenda de todas quantas abraçam tão de perto a foleirice. Trata-se do Burgesso. O Burgesso é o Foleiro burguês, o cavalheiro a fingir, o senhor de gesso. Todos os burgessos … t~em a cara sempre bem barbeada, a cheirar a “Aramis”. Porque o burgesso é o foleiro que sabe onde se vestem as pessoas com gosto, que sabe quais são os restaurantes porque leu nas revistas ou conhece quem as leu. O burgesso gasta uma fortuna nas lojas “finas”, só que depois não sabe combinar as coisas.

    Gastam os burgessos uma fortuna em roupa, restaurantes e hotéis, o que é sempre foleiro. Há quem se vista no Conde Barão e consiga dar o qr óptimo de se estar a marimbar para o que veste, enquanto o burgesso, constrangido pela Lacoste rosa e pelo blusão xadrês da Façonnable, o sapatinho com dois ridículos sininhos de cabedal … parece acabadinho de sair dos Armazéns do Povo de Maputo. Os burgessos confiam no gosto dos outros, sabendo que não o têm. Acham que basta ir a uma loja boa, porque numa loja boa não pode haver coisas foleiras. O pior é que, sendo os burgessos 75% das receitas das lojas boas, as lojas boas recheiam-se de coisas foleiras (e cara) para os foleiros escolherem. É um círculo vicioso.
    Os burgessos vêm de todas as classes sociais. A “pequena burguesia” constituída pelos burgessos mais pobres (o pessoal amante do fato de treino todo branco) é o menos irritante. A “Alta Burgessia”, dos blazers italianos de xadrês, tem o condão de misturar as marcas todas. Não tem um automóvel Porsche, mas tem um óculos escuros dessa marca. Não tem sapatos da Gucci, mas tem o after-shave do mesmo nome. O burgesso é incapaz de escrever com uma caneta que não tenha o nome de um costureiro – Pierre Cardin, e presume-se que compre as camisas a um grande caneteiro.
    … A tendência social, qual é? É para o desaparecimento dos labregos, para uma escassez cada vez maior de parolos e para uma crescente bipolarização entre foleiros e burgessos. A estratégia certa para resistir a este progressivo afoleiramento da nação é tentar salvar as espécies labregas em extinção porque, apesar de tudo, são as mais simples e menos irritantes, para resistir à burgessização do país. A luta de classes em Portugal tem de ser sempre contra a Burgessia. E a luta continua.


    In
    “Os meus problemas”
    Miguel Esteves Cardoso
    Estas pessoas agradeceram este comentário: CMartin, Anonimo16062021
  12.  # 212

    Sempre adorei este MEC
  13.  # 213

    Panões, não conheço. Mas segundo uma amiga minha, acima dos burgessos ainda há os grunhos. Nunca consegui que ela me explicasse tão circunstanciadamente como o MEC o que entende por isso: ela, que é do Estoril, limita-se a dizer "Cascais é uma terra de grunhos". (Ai, que já lá vem aí a C.Martin qual Maria da Fonte...)
  14.  # 214

    Boas

    Sempre adorei este MEC

    Já somos 2.

    Ò J.Cardoso,no meio de tentos parolos,labregos,foleiros,azeiteiro,os burgessos,só falta mesmo os panões.

    Se isso que dizer o mesmo que na minha terra ... não fazem falta aqui :-)

    acima dos burgessos ainda há os grunhos. Nunca consegui que ela me explicasse tão circunstanciadamente como o MEC o que entende por isso: ela, que é do Estoril, limita-se a dizer "Cascais é uma terra de grunhos"

    Acho que estas definições variam de local para local (se é que existe uma definição. Na minha zona um grunho será aquilo que o MEC designa por parolo.
    No fundo não me interessa muito a definição ou designação exacta. O que acho interessante o modo como o MEC caracteriza certas atitudes e formas de estar, comuns nos anos 80 e (acho eu) ainda mais comuns agora.

    cumps
    José Cardoso
  15.  # 215

    Brilhante. O MEC é imbatível.

    O pior é que os burgessos a que ele se refere são a burguesia Portuguesa, é da classe média em Portugal que ele fala.
    Não defendo a gente de Cascais, lobito, mas sou bem capaz de defender as gentes de Cascais. A gente não precisa que a defendam, está bem defendida (nem me parece enganada(?)) por ela própria.
    E podia entrar aqui numa grande polémica, sim, estou tentada a fazê-lo, mas, se no meu melhor “comportamento” já me dizem que sou egocêntrica e egoísta, imaginem-me, Deus meu, no meu pior. Tenho muitas contribuições a fazer sobre esta faceta das classes, nenhuma delas boa.
  16.  # 216

    Boas

    O pior é que os burgessos a que ele se refere são a burguesia Portuguesa, é da classe média em Portugal que ele fala.

    Não sendo uma verdade absoluta, acho que o é em termos gerais.

    Fica em falta a "análise" às "classes altas" que, quando tiver tempo e paciência, vou transcrever aqui: "Fidalgos, Queques e Betinhos".

    E podia entrar aqui numa grande polémica, sim, estou tentada a fazê-lo,

    CMartin, não resista nunca às tentações ...

    se no meu melhor “comportamento” já me dizem que sou egocêntrica e egoísta, imaginem-me, Deus meu, no meu pior.

    Agora é que fiquei mesmo curioso (e adoro polémicas)

    cumps
    José Cardoso
  17.  # 217

    Todos adoramos polémicas. Gostamos de nos assanhar.

    Por vezes difícil é dizer o que achamos verdadeiramente sem ferir susceptibilidades, porque há coisas que se pensam, mas não se dizem. (E sim há outras que nem sequer somos capazes de pensar porque são tão más que, com alguma sorte, não conseguimos chegar lá..!)
    Fazê-lo, dizer o que sentimos quando sabemos que o que sentimos vai nos colocar numa posição ingrata perante os outros, porque fere, é uma opção que me custa fazer e porque já sei o que vem a seguir: sem o fazer, como disse, e andando de nenúfar em nenúfar qual elefante já me conseguem rotular de egocêntrica, imagine se eu o dissesse frontalmente! A posição em que me iria colocar aos vossos olhos. Nem sei se valeria a pena..
    Iremos discutir “protótipos”.
    Morei durante uns anos em Portugal fora de Cascais, perto de Cascais, a cerca de 10kms, mas o suficiente para sentir que estava muito, mas muito longe de Cascais. Foi o meu maior erro.
    No sítio onde vivo e a que estou habituada sinto-me mais integrada, obviamente, porque é uma área e são pessoas com que/m me identifico mais. Já não me conseguiria, certamente, integrar tão facilmente em mais lado nenhum. Aqui, sei com o que posso contar e apraz-me com o que conto. Logo, lobito, falar nos grunhos de Cascais para mim parece-me um pouco ofensivo, dito assim inconsequentemente. Desculpe, estou a ser a Maria da Fonte, mas já que falámos em Cascais falaremos no resto do País, sim?
    Não sei porque a linha se tenha que sujeitar a comentários, o que dá o direito de o fazer? Digam-me. E estou a ser bairrista !
    Como não são ataques pessoais, e falamos genericamente das classes e das zonas do País e as classes das zonas, com esse mesmo intuito, não de ferir mas antes de rotular as pessoas do País, que somos nós e não outros, (como fez MEC), a grande questão é:
    Falam da minha zona. Dão-me licença para falar na vossa com a mesma leveza, (oh, País!)?
    • LuB
    • 8 junho 2010 editado

     # 218

    C Martin:
    O pior é que os burgessos a que ele se refere são a burguesia Portuguesa, é da classe média em Portugal que ele fala.
    Não defendo a gente de Cascais, lobito, mas sou bem capaz de defender as gentes de Cascais. A gente não precisa que a defendam, está bem defendida (nem me parece enganada(?)) por ela própria.


    Nem toda a classe média portuguesa é de "burguesos". Certamente a maioria não o é. Na classe média aparece um pouco de tudo, até gente que tendo em conta os apertados e subjectivos critérios que são necesssários para se pertencer "à verdadeira" classe média, fica a duvidar se realmente pertencerá a alguma classe. Vencimentos para um lado, benefícios e regalias a que se tem acesso para o outro, competências e sensibilidades a contabilizar, aspirações e sonhos não cumpridos a incluir... Não é nada fácil chegar a conclusóes com semelhante caldeirada!

    Pelo contrário a inclusão na classe dos Burguesos, parece-me bastante mais fácil. Distinguem-se, as pessoas desta espéciee ao fim de duas ou três conversas informais e, nem é preciso usar a chave dicotomica.

    Para mim os Burguesos são sempre "uns chatos". Mas, eu tb sou chata qb. e nem preciso de ser dos "burguesos" para o conseguir...
    Cump
    L. B.
  18.  # 219

    Acho que falta às pessoas na sua generalidade, descontracção.
    Especialmente na sua visão dos outros, mas, parece-me, infelizmente, que já não é possível lidarmos com alguém sem lhe “tirar uma medida”. Na minha opinião, lemos tão bem os outros, se calhar por alguma forma de defesa, ou de retribuição do que sabemos fazem connosco.
    Eu faço-o.
    Este que tem este tique e este carro, e usa esta camisa cabe aqui nesta gavetinha.
    Esta de chinela no pé e bigode e falta de dente cabe na gavetona ali.
    E aquele casal tão aparentemente polidinho, mas diz asneiras, palita os dentes, cabe na mesma gavetona da do bigode.
    E quando dou por mim estão todos em gavetas e não tenho interesse nenhum em abrir qualquer uma delas.
    Percebem o que digo?
    A única "classe" que acaba por prevalecer no meu interesse é muito restrita, os outros estão todos em gavetas e só não lhes tranco à chave e a deito fora porque quem sabe posso precisar de lidar com eles e faço-o muito superficialmente, sabe-se lá o que vai sair dali.
    E mesmo assim, de dentro das suas gavetinhas, ainda conseguem fazer sair coisas por vezes aterradoras!
  19.  # 220

    E agora perguntam: mas o que ela está para ali a dizer estará relacionado com classes?
    E eu digo-vos que sim.
    São as classes que (volto a insistir) não são apenas definidas pelo poder económico que têm.

    Não são, e nunca me vão convencer do contrário.
 
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