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  1.  # 241

    Estou convencida também que o estudo pode ser muito útil para os negócios.
    :o)

    jcardoso, podemos dizer o que quisermos, se não agirmos em conformidade, haverá sempre quem não acredite por muito que o digamos.
  2.  # 242

    O nível cultural também conta nesta discussão.
    Ganhar três mil euros /mês e não saber quem é o Goya é das piores coisas que me podem calhar na rifa.
  3.  # 243

    Outra que é das piores é ter uma casa fantástica, uma bela piscina, e lá ao fundo um cãozinho golden retrivier atado a uma casota e cheio de carraças e cheio de fome. Basta para me enfurecer deveras e me fazer ver como há gente "rica" tão ignorante.
  4.  # 244

    Karura, ficam todos na sua respectiva gaveta, à espera de melhores dias (serem melhores pessoas) que podem nunca chegar, infelizmente para todos.
  5.  # 245

    Colocado por: KaruraO nível cultural também conta nesta discussão.
    Ganhar três mil euros /mês e não saber quem é o Goya é das piores coisas que me podem calhar na rifa.

    Se eu tivesse de escolher, naturalmente que preferia receber 3000€/mês a saber quem é o Goya. Aliás se me oferecerem uma boa maquia para eu esquecer tudo o que sei sobre pintura, aceito sem olhar para trás. Não perco muito - pouco sei de pintura - e estou sempre a tempo de aprender.
  6.  # 246

    Boas

    O nível cultural também conta nesta discussão.

    Acho até que é o que mais conta, mas nem sempre esse aspecto está separado do aspecto material.

    Ganhar três mil euros /mês e não saber quem é o Goya é das piores coisas que me podem calhar na rifa.

    Quem? :-)

    Tenho uma ideia fixa em relação a isso: livros. Podemos não ter dinheiro para ir ver "Os fuzilamentos de três de Maio", mas podemos vê-lo num livro. Podemos não saber quem foi Alexandre, mas podemos sabê-lo num livro. Acho a leitura um bom remédio para muitos males e não gosto de ver que o hábito de leitura é cada vez menos comum.

    cumps
    José Cardoso
    • LuB
    • 8 junho 2010 editado

     # 247

    Karura:
    O nível cultural também conta nesta discussão.
    Ganhar três mil euros /mês e não saber quem é o Goya é das piores coisas que me podem calhar na rifa.

    Outra que é das piores é ter uma casa fantástica, uma bela piscina, e lá ao fundo um cãozinho golden retrivier atado a uma casota e cheio de carraças e cheio de fome. Basta para me enfurecer deveras e me fazer ver como há gente "rica" tão ignorante.


    É isso aí karura.
    A vinculação a esse tipo de valores. e a prioridade que se lhe atribui, é algo que diz muito sobre aquilo que uma determinada pessoa é. A meu ver define-a, pois revela a sua filosofia de vida, a sua bondade e sensibilidade para com os problemas dos outros... Mas até nisso somos susceptíveis de sofrer mudanças. Com o tempo e com a experiência, acredito que as pessoas podem mudar "para melhor", pois o individuo pela vida fora tende a ir tomando progressivamente consciência daquilo que é realmente importante, distinguindo-o daquilo que é supérfluo.
    Se conseguirmos transmitir esses valores aos outros, especialmente aos familiares, já nos poderemos gabar de que fizemos qq coisa de bom na vida..
    Cump
    L-B.
  7.  # 248

    Equacionar uma camisa Rosa&Teixeira com boa formação moral parece-me uma ideia peregrina. Quando muito, pode condizer com o falar bem e ser formalmente bem educado: saber usar os talheres todos e essas coisas, e até abrir a porta do carro à mulher. Agora, qualidades morais...

    A propósito, lembrei-me agora que a amiga de quem falei me contou que o pai dela, um médico de família à moda antiga que tratava das cabeças ex-coroadas todas da zona e das outras também, dizia sempre que quando, como era o caso dele, se passava da sala para dentro, era outro mundo que não tinha nada a ver com o que as visitas viam (e aqui não estou exactamente a falar de qualidades morais, ou só um bocadinho)
  8.  # 249

    A história é sempre a mesma, seja em romances clássicos, em romances de cordel ou telenovelas: a luta entre os bons e os maus e entre os pobres e os ricos. Em geral a fórmula que mais vende é o confronto entre os pobres bons e os ricos maus e aqui o fórum da casa parece não ser excepção.
  9.  # 250

    Boas

    A propósito, lembrei-me agora que a amiga de quem falei me contou que o pai dela, um médico de família à moda antiga que tratava das cabeças ex-coroadas todas da zona e das outras também, dizia sempre que quando, como era o caso dele, se passava da sala para dentro, era outro mundo que não tinha nada a ver com o que as visitas viam (e aqui não estou exactamente a falar de qualidades morais, ou só um bocadinho)

    Daí a utilidade dessa autêntica instituição portuguesa que é (era) a Sala de Visitas, abertas meia dúzia de vezes por ano ou, quando muito, na Páscoa - para receber o compasso - e no Natal. Portugal Antigo no seu esplendor.

    cumps
    José Cardoso
  10.  # 251

    Colocado por: J.FernandesA história é sempre a mesma, seja em romances clássicos, em romances de cordel ou telenovelas: a luta entre os bons e os maus e entre os pobres e os ricos. Em geral a fórmula que mais vende é o confronto entre os pobres bons e os ricos maus e aqui o fórum da casa parece não ser excepção.



    "O meu amigo M.
    Tenho um amigo, que apesar de ser pobre gostaria de ser muito rico. É um artista, no mais verdadeiro sentido da palavra. Nunca conheci ninguém como ele. É um espécime único, por assim dizer. De volta ás minhas pobres memórias, lembro-me de como era passear com o M. na rua, de chapéu preto de virola, camisa muito justa, entreaberta até meio do peito. Um personagem digno de qualquer filme de Almodóvar. O M. nunca trazia uma garrafa de água na mala, trazia um biberon cheio de leite. No dia em que me aventurei a dar uma volta de bicicleta com ele, apareceu-me todo nu em cima da dita bicicleta. O M. dizia mal das pessoas á frente delas, sempre que podia cravava cafés e boleias, bebia água da mangeira com a língua de fora e tinha a extravagância de um Castelo Branco pobre.

    Nunca mais o vi nem encontrei, mas julgo que deve morar no mesmo apartamento na Avenida de Roma, estacionar a dita bicicleta á porta e fumar onde e quando menos convém.

    O meu rico amigo, pois amigo rico nunca o será trabalhara em tempos como aderecista, mas deixara de conseguir trabalho muito antes desta crise se apoderar de tudo, motivo pelo qual começou a frequentar um curso do Centro Emprego. De trejeito posto na pose, referia-me então acerca do dito curso: Que horror, aquilo é em Odivelas! Só gente pobre!"

    in http://fabricaarcoiris.blogspot.com/2009/07/o-meu-amigo-maximo.htmlco
  11.  # 252

    Este era pobre e nem por isso modesto!
  12.  # 253

    Colocado por Lobito Equacionar uma camisa Rosa&Teixeira com boa formação moral parece-me uma ideia peregrina


    Colocado por: J.FernandesA história é sempre a mesma, seja em romances clássicos, em romances de cordel ou telenovelas: a luta entre os bons e os maus e entre os pobres e os ricos. Em geral a fórmula que mais vende é o confronto entre os pobres bons e os ricos maus e aqui o fórum da casa parece não ser excepção.



    A camisa foi um "gráfico" que usei para dizer que nem sempre o que aparenta, é. Como sabemos.
    Mesmo assim socialmente medimos as pessoas pelas "camisas" (e pelos carros, mais ainda); o que não deixa de fazer sentido, pois antes de se conhecer alguem é a sua aparência que nos transmite informação para formarmos sobre ela uma ideia. É lógico.
    É lógico, mas não fidedigno, porque a aparência mais do que muitas vezes engana.
    Por outro lado, na nossa mente, é ainda lógico supor que alguém com maior posse financeira seja mais educado, porque terá acesso a um meio que lhe permite civilizar-se (se for novo rico) ou esse civismo já virá de berço (famílias desde sempre com posses). Por essa razão, associamos a aparência a determinada classe e determinado nível de educação.
    Daí o estarmos a conversar sobre a equação rendimento e educação e não um separado do outro.
    O que eu estou a dizer é clichê, todos o sabemos.

    Sim, os ricos são sempre maus.
    Os pobres são sempre bons.
    Mesmo assim parece-me que a sociedade gosta mais dos ricos. Vê-os como maus mas no trato social trata-os melhor do que aos pobres. Quase com admiração, quase como subserviência. É quase cínico.
    • LuB
    • 9 junho 2010 editado

     # 254

    Mesmo assim socialmente medimos as pessoas pelas "camisas" (e pelos carros, mais ainda); o que não deixa de fazer sentido, pois antes de se conhecer alguem é a sua aparência que nos transmite informação para formarmos sobre ela uma ideia. É lógico.


    Como ninguem vê a "mente" a funcionar (que a máquina não se deixa observar facilmente por dentro), tudo o que vemos são manifestações exteriores ou seja os "comportamentos" visíveis.
    Só que, enquanto uns são dados a centrar a sua observação "nos carros e nas camisas" e a valorizar esse tipo de manifestações, outros já pouco olham para isso.
    Digamos que, deixam de ver tanto "ao perto", e passam a alongar o olhar adquirindo a capacidade de "ver um pouco mais longe" ...
    Isso da capacidade de ver mais longe, embora já possa nascer com as pessoas, é muito influenciado pelo tipo de educação que recebemos, e normalmente tende a melhorar com a idade!

    Cump
    L. B.
  13.  # 255

    Classes sociais continuam a influenciar comportamentos e estratégias de vida

    Comportamentos, instrução, poder económico e estatuto ou as diferentes maneiras de definir quem é e não é de classe média

    Apesar da maior mobilidade social, a verdade é que nos inquéritos, as pessoas continuam a reconhecer que pertencem a uma classe.

    Data: 08-01-2007

    Uma família com rendimentos de mil euros por mês é classe média? Depende. A resposta é mais complicada do que parece e vai além do poder de compra. Os comportamentos, o gosto, a instrução e o prestígio social são tão decisivos na definição de classe como os recursos financeiros disponíveis.

    Como explica António Joaquim Costa, director do curso de Sociologia na Universidade do Minho, a classe média abrange um grande número de pessoas. "Há classe média, classe média baixa e classe média alta". Com rendimentos diferentes, níveis de instrução diversos, mas ainda assim com traços que as distinguem das classes populares e da hiper burguesia.

    Assim, a família com mil euros mensais pode bem ser da classe média baixa. Se se tratar, por exemplo, de um casal de Funcionários públicos ou de empregados de escritório. Nestes casos, como o dinheiro disponível não permite acesso a bens que façam a diferença com as classes trabalhadoras, a maioria insiste em sublinhar o que a distingue do operário.

    "É comum ouvir destas pessoas, cujos rendimentos as podem confundir com as classes populares, declarações como esta: 'Tenho o 5º ano do liceu, mas vale muito mais que o 12º de hoje'. Esta é uma tentativa de marcar a diferença, de dizer que têm algo que as distingue e que as valoriza".

    Ou seja, que não pertencem às classes populares. Têm outras funções, outra instrução, algo que lhes pode dar prestígio, além do dinheiro que recebem ao fim do mês. A preocupação, no entanto, talvez nem seja tão importante. António Joaquim Costa refere que os estudos continuam a mostrar que as próprias classes trabalhadoras fazem a diferença.

    Tenham o seu negócio e rendimentos mensais superiores aos mil euros, a verdade é que carpinteiros, pedreiros e canalizadores entendem que são operários, que pertencem ao povo. Não se identificam com os outros, os empregados de escritório, os funcionários públicos, os professores e todos os que entendem que são de classe média. Por causa do comportamento, dos gostos e das habilitações.

    A partir de certos ordenados e certo grau de instrução deixa de ser tão importante fazer a diferença. Um professor do ensino secundário, licenciado, é de classe média. O típico indivíduo de classe média, salienta o professor de Sociologia da Universidade do Minho.

    Paga impostos, veste-se e comporta-se de acordo com a classe a que pertence. O gosto, a estratégia para si e para a família, a profissão intelectual são de classe média. Define-se pelo que faz e pelo que não faz. A sociedade de consumo e a massificação do ensino garantiram maior mobilidade social, permitiram o acesso de mais pessoas a mais bens e profissões.

    E, por isso, para marcar a diferença, já não é só o que se faz que define a classe social. Ou seja, de forma intencional, a classe média não compra certas marcas de carro, não veste certo tipo de roupa, não vai de férias para certos destinos.

    Porque se banalizaram ou porque têm um certo estigma. Há uns anos, a Mercedes perdeu mercado para a concorrente BMW porque se associava os Mercedes ao novo rico, ao emigrante regressado da Venezuela ou da África do Sul. "O mesmo aconteceu com os sapatos de verniz", lembra António Joaquim Costa.

    Durante muito tempo, os sapatos de verniz caracterizaram a aristocracia, eram um bem de distinção de classe. Quando se popularizaram entre as classes trabalhadoras passaram a ser considerados antiquados. "Agora estão de volta, mas por questões de moda".

    O gosto não se fica apenas nos carros ou na roupa. Inclui a escolha da casa, do bairro, das cortinas e até das preferências musicais ou literárias. Bem diferentes do gosto mais popular dos operários. Até os nomes que se escolhe para os filhos são uma manifestação de pertença a uma classe.

    Na classe média, a moda trouxe os nomes mediavais, mais tradicionais. As meninas são agora quase todas Inês, Sara, Beatriz; entre os rapazes há muitos Martim, Lourenço, Pedro, Diogo. Nomes bem diferentes das Vanessa, dos Igor, das Cátia e dos Ruben, mais ao gosto popular.

    Na instrução também se procura fazer a diferença. A classe é estatuto, o saber é prestígio. Como as licenciaturas perderam importância, a procura de mestrados aumentou de forma substancial nas universidades. E, entre académicos, já se fazem pós-doutoramentos.

    A verdade é que a massificação do ensino após o 25 de Abril em Portugal baralhou a forma como as classes sociais se organizavam. Mais pessoas tiveram acesso às escolas, a hierarquia deixou de ser estanque. A confusão foi ainda maior quando a sociedade de consumo se implantou e os bens passaram a estar disponíveis para todos. Ou para todos os que podem comprar.

    Apesar da maior mobilidade social, o professor de Sociologia da Universidade do Minho refere que as classes continuam a existir e a influenciar comportamentos e estratégias de vida. Um filho de um operário fabril terá um percurso difirente de um filho de médico. Só que sem a fatalidade de outros tempos.

    Classe média alta e hiper burguesia

    Um médico prestigiado, com consultório cheio, e um banqueiro não pertencem à mesma classe social. Entre ambos, há diferenças que tendem a ser esquecidas pelo desafogo económico em que vivem os profissionais liberais de sucesso. É certo que o médico pode comprar um "Ferrari", mas não se desloca de jacto para as suas reuniões como o faz um empresário ou um banqueiro. A Sociologia coloca-os, pois, em dois estratos sociais diferentes, ainda que ambos estejam no topo da hierarquia social. O médico, com boa casa, conta bem fornecida, férias dispendiosas e carros de alta cilindrada, pertence à classe média alta.

    Vive sem pensar em dinheiro, exerce uma profissão de prestígio, tem reconhecimento social, embora não se possa permitir fazer as extravagâncias da hiper burguesia. Esses são os ricos, dos palacetes, com criadagem, motorista e jacto particular. A categoria que inclui José Berardo, Belmiro de Azevedo e todos os empresários de sucesso, com negócios que geram milhões de euros.

    Jornalista: Marta Caires

    FIM.
  14.  # 256

    Não me importo de pertencer a um clube que aceita pessoas como eu como membros
    Autor: Groucho Marx.
    Tema: Sociedade
    Fonte: O Citador

    Cumprimentos,
    CM.
  15.  # 257

    Colocado por: CMartinNão me importo de pertencer a um clube que aceita pessoas como eu como membros
    Autor: Groucho Marx.
    Tema: Sociedade
    Fonte: O Citador

    Cumprimentos,
    CM.


    Creio que a citação correcta é "Seria incapaz de pertencer a um clube que me aceitasse como membro".
    Estas pessoas agradeceram este comentário: CMartin
  16.  # 258

    Caros (ambos),

    Obrigada.Não.
    Não me importo de pertencer a um clube que aceita pessoas como eu como membros
    No entanto, se fosse não teria colocado precisamente essa citação.
    Não me tenho em tão má estima.
    :o)

    http://citador.weblog.com.pt/arquivo/007204.html
  17.  # 259

    Uma vez o meu marido recebeu um telefonema do pai, que estava no último andar de um prédio em Dallas à espera que aterrasse o helicóptero que o ia levar até ao 747 particular que o levaria em trabalho para a Arábia Saudita. O comentário dele é que a série Dallas era como era porque ninguém acreditaria numa série que mostrasse a verdadeira riqueza tal como ela é na realidade.
  18.  # 260

    Colocado por: CMartinCaros (ambos),
    Obrigada.Não.
    Não me importo de pertencer a um clube que aceita pessoas como eu como membros
    No entanto, se fosse não teria colocado precisamente essa citação.
    Não me tenho em tão má estima.
    :o)


    A citação está errada. Há várias versões, mas todas com o mesmo sentido:
    “I refuse to join any club that would have me as a member.”
    "i sent the club a wire stating, PLEASE ACCEPT MY RESIGNATION. I DON'T WANT TO BELONG TO ANY CLUB THAT WILL ACCEPT ME AS A MEMBER."
    "Telegram to the Friar's Club of Beverly Hills to which he belonged, as recounted in Groucho and Me (1959), p. 321
    [Variant:] "Please accept my resignation. I don’t care to belong to any club that will have me as a member".

    Esta última variante parece estar na origem da tradução errada do citador - "i don't care to belong" deve traduzir-se por "não tenho interesse em pertencer" e não "não me importo de pertencer".
 
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