Iniciar sessão ou registar-se
  1.  # 81

    Pois essa imprevisibilidade que o Raulschone falou, tem a boa virtude de ser estimulante e desanuviante, razão quiçá, para nos irmos aguentando. Mas paradoxalmente, também temos os nossos comportamentos muito, digamos, formatados e sectários.

    Assim, sem rodeios, concordo que não sejamos exigentes, mas não o somos, porque também não sabemos como sê-lo. Há muitos factores, desde culturais a educacionais, e por aí fora, não vale a pena aprofundar muito.

    Mas ainda pior, é a tendência comprovada, nossa, para as "modas" e sobretudo para o imitar, e aqui somos uns verdadeiros especialistas, o que não seria mau de todo, se a referência fosse boa, mas desgraçadamente, não é, porque nos imitamos "entre nós" ou "entre vizinhos" e se a fasquia, no geral já é baixa, é fácil imaginar o que sai...E depois entra-se num círculo vicioso.

    Mas antes que me acusem de pouco patriota, volto ao ínicio para dizer que a perfeição não existe, portanto é potenciar ou manter o bom, e limar o menos bom.
    Concordam com este comentário: raulschone
  2.  # 82

    Certo, mas se a inscrição não for obrigatória directa ou indirectamente, como na Ordem dos Engenheiros, deve o estado intervir na criação de tabelas?


    Uma tabela sem caracter obrigatório deixa de ser problema. Sem a canga do poder disciplinar e da proibição do exercício da profissão ( e sem outras limitações cujo objectivo é proteger o mercado da entrada de concorrentes), uma tabela passa a ser irracional.
  3.  # 83

    luisvv

    poderiamos viver sem a ordem dos médicos?
    e indo ainda mais alem, faz sentido um ensino publico pago por todos nós??
    ensino esse que qualifica ( pelo menos no papel) o exercicio de determinada profissão,
    a seu ver de que forma um autodidata ou um formado em ensino privado poderia ser legitimado a exercer determinada profissão, já agora para forçar bem o conceito, sendo essa profissão a de médico por exemplo.
    volta e meia o luisvv lá volta com a sua cegueira e aversão de estimação a certas profissões, bolas meta tudo no mesmo saco e estabeleça de uma vez por todas uma teoria global e coerente e não se limite a atirar aos patos, mate tudo.
    •  
      FD
    • 15 julho 2014

     # 84

    Dois anos depois, continuo na mesma... ao ver alguns classificados, espanto-me como é difícil encontrar casas de jeito.
    Será assim tão difícil fazer coisas com algum interesse?
    Concordam com este comentário: becas, tiagot
  4.  # 85

    não há €€€sss.........
    •  
      FD
    • 15 julho 2014 editado

     # 86

    Colocado por: marco1não há €€€sss.........

    Não é um problema de dinheiro.
    É um problema de cuidado, de gosto, de exigência!
    Acredito que seja possível fazer coisas interessantes com pouco dinheiro.

    Há uma que custa mais 100.000€ que a outra, qual?
    Pode ser "casa de Brasileiro" (acho que não é porque não vejo lá muitos tiques do estilo), epá mas, não sei... tem algo "ne sais quoi" que a outra, construída há meia dúzia de anos não tem nem sei se algum dia terá.
    E a "nova" até nem é um espécime muito mau...
      2759678_DSCF1782_63.jpg
      3068782_IMG_0006.JPG
    •  
      FD
    • 15 julho 2014 editado

     # 87

    Não sei, estas casas com 10 a 20 anos parecem-me sempre coisas enjorcadas, sem qualquer tipo de equilíbrio ou harmonia.
      2990867_UL2014974_3455699.JPG
      3386915_fachada_31.jpg
    •  
      marco1
    • 15 julho 2014 editado

     # 88

    a de baixo, independentemente dos gostos consegue ter uma coerência no estilo ( proporção, forma, linguagem ...) já a de cima coitada parece uma caixa de cartão com uns decors ( moldura á volta da janela, pilares vestidos com pedra, uns beirados tirados de ...) enfim uma confusão e pobreza na linguagem e forma.

    comentário relativo ao post 88
  5.  # 89

    Exigência dos portugueses? Não, não existe. Enquanto houver a mentalidade mesquinha, da procura do "orçamentozinho" mais barato para se projectar, não existirá!
    A escolha de determinado arquitecto deve ser escolhida, consoante o seu profissionalismo, a sua visão e o seu método.
    Escolher o orçamento mais baixo para se projectar uma casa, por exemplo, não será a melhor metodologia de "escolha" de um arquitecto. A arquitectura não é uma empresa de telecomunicações, onde se tenta arranjar o preço mais baixo para ter o mesmo serviço. O arquitecto é uma pessoa. Essa pessoa teve determinada formação. Essa formação teve um contexto específico. Essa pessoa é única. A sua visão é única.

    Os arquitectos agora vivem lado a lado, com conceitos de projectos "chave na mão" e casas que se fazem em LSF e se "montam" em 4 dias (estou a hiperbolizar)!!!. Sim, o método de construção é rápido, eficaz mas será que estes "abortos" valorizam ao longo do tempo? O mais incrível é que população em geral é acrítica a determinada arquitectura, se é que se pode chamar assim... Num país onde a cultura é cada vez mais desprezada (nem existe ministério da cultura), em prol de uma mentalidade "low-cost".
    Para os mais pessimistas, devo dizer que Portugal é MAIS reconhecido internacionalmente pela sua arquitectura de qualidade e pelos seus arquitectos.

    Saiu em 2009 a lei 31/2009, que está em vigor, obrigando a todos os arquitectos estarem inscritos na ordem e de serem responsabilizados pelo trabalho que dirigem.
    A lei foi criada em defesa da qualidade da arquitectura para os cidadãos, pois os mesmos, deverão exigir uma arquitectura de qualidade e que se valorize com os anos.

    No dia 3 de Julho de 2009, ao fim de 36 anos, foi finalmente revogado o famigerado 73/73 que desde esse ano (a titulo transitório, note-se) definia a qualificação dos autores de projectos, permitindo que toda a espécie de pessoas, não qualificadas em arquitectura (como se vêem nas fotos), fizessem projectos de arquitectura. A lei 31/2009, que lhe sucede e que a revoga, ficará por isso para a nossa história comum como o degrau que subimos juntos, de modo a qualificar o nosso território, a paisagem, os edifícios, mas também, e sobretudo, os direitos de cidadania e de consumidor, já que cada um de nós passa agora a conseguir pedir responsabilidades aos autores dos projectos, que são deontológica e disciplinarmente responsabilizados pelos erros. Deixa de haver profissionais desqualificados e inimputáveis a fazer projecto.

    O acordo a que chegaram as ordens dos arquitectos e engenheiros e as associações profissionais de arquitectos paisagistas e engenheiros técnicos sobre a qualificação necessária para a prática dos actos profissionais, decorre de um entendimento mais maturo e culturalmente qualificado, do trabalho e da responsabilidade de cada um no projecto. À visão mesquinha, corporativa e mercantilista de mercearia, que permitia que arquitectos fizessem projectos de estruturas, ou que engenheiros fizessem projectos de arquitectura, sucede agora uma lógica mais digna e qualificada, de respeito pela exigência de cada um dos actos próprios da profissão, para os quais tem que haver a correspondente qualificação. O projecto, como realidade complexa e sempre multidisciplinar, integrando valências tão diversas e exigentes como a arquitectura, a estabilidade, a hidráulica, a acústica, a electricidade e comunicações, a domótica, o comportamento térmico, o paisagismo, etc.. tem que assentar num trabalho de muitos técnicos, muito qualificados, que reconhecem o valor e mérito de cada um dos demais.

    O paradigma do projecto e da construção mudou. O conhecimento é hoje francamente maior quer nas áreas artísticas, tecnológicas e cientificas. As exigências regulamentares, de mercado, dos seguros, …, impõem resposta sólidas e verificáveis. Muitas vezes demonstráveis aprioristicamente por modelos ou maquetas. Os projectos, os bons projectos, são hoje, obras de parceiros, multidisciplinares, focados nessa missão.

    A prática profissional mais cosmopolita já o fazia. A lei vem agora reconhecer finalmente aquilo que nos escritórios já há muito era a pratica de projecto.
    O aumento da visibilidade e da qualidade da nossa arquitectura e engenharia, que a todos nos deve orgulhar, e a prática comum de trabalhos notáveis de grande arquitectura que só se conseguem com grande engenharia, e vice-versa, como são bom exemplo boa parte da produção mais recente de Siza Vieira, levou a um entendimento comum de que arquitectos e engenheiros são pares na procura incessante de fazer melhor.

    SMG, arq
    www.smgarquitecto.com
    https://www.facebook.com/pages/SMG-Arquitecto/1395898437330381?ref=hl
    Concordam com este comentário: marco1
  6.  # 90

    no entanto repito: não há €€€sss.........
    •  
      FD
    • 15 julho 2014

     # 91

    Colocado por: marco1no entanto repito: não há €€€sss.........

    Oh marco1 mas, não custa o mesmo dinheiro fazer "feio" ou "bonito"?
  7.  # 92

    Colocado por: FD
    Oh marco1 mas, não custa o mesmo dinheiro fazer "feio" ou "bonito"?



    Um bom arquitecto custa mais dinheiro :-)
    •  
      FD
    • 15 julho 2014

     # 93

    Colocado por: LuisPereiraUm bom arquitecto custa mais dinheiro :-)

    O próprio marco1 já disse por mais do que uma vez que, o custo actual de um arquitecto e de um não arquitecto é muito similar, face ao excesso de oferta qualificada que por aí existe.
    Serão bons arquitectos? Não sei. Mas, devem e têm obrigação de fazer melhor que essas coisas que coloquei mais acima...
  8.  # 94

    E este tipo de casas que nasceram, pelo menos na zona onde vivo, como cogumelos na decada de 80...
    A maioria tinha dinheiro, vindo da américa e brasil.

    Gostos!!!!

    https://www.google.co.uk/maps/@40.741364,-8.549853,3a,75y,141.79h,91.01t/data=!3m4!1e1!3m2!1sywUU4YRDjoyxmRK36uM41w!2e0
  9.  # 95

    Sintetizando, o que quero exprimir é que os portugueses não são realmente exigentes. Até podem ser à sua maneira...
    Não quero com isto defender categorias de beleza e fealdade. Não vamos entrar em especulações dessas.
    O mais triste de tudo, é que os portugueses, na sua generalidade, recorrem a um arquitecto porque - tem de ser. Porque faz os "bonecos". Porque é exigível. O arquitecto teve uma formação técnica e artística. Não o procuram da mesma forma que procuram roupa com um bom corte, um carro de qualidade, ou outro objecto onde o design, a estrutura, a competência, a filosofia, a arte, sejam decisivos na sua escolha e o que fomentou a sua procura.

    Não. Um bom arquitecto não é mais caro. De todo. Não é isso que está aqui em causa, mas sim a mesquinhez da procura de um técnico e as suas circunstâncias. Infelizmente isso é um pensamento lógico do tipicamente português.
  10.  # 96

    Mas será que a culpa é sempre dos arquitectos? O que fará o SMG se um cliente lhe entregar uma fotografia, a da casa do post 88, e lhe disser que quer uma que por fora fique assim? Recusa o cliente?
    Dos clientes que tem qual a percentagem dos que "exigem" determindas caracteristicas das quais não estão despostos a abdicar? E qual a percentagem dos que lhe dão "carta branca"?

    Posto isto qual é o mais exigente, o que perante um bom projecto o aceita sem condições ou o que, perante o mesmo projecto, exige o seu cunho pessoal que só vai prejudicar o resultado final?
  11.  # 97

    FD

    mas o estigma continua a existir, pensam que quando mete arquitecto a coisa lhes vai sair mais cara.

    é também uma questão cultural,....
    Concordam com este comentário: SG_arquitecto
  12.  # 98

    Colocado por: marco1FD

    mas o estigma continua a existir, pensam que quando mete arquitecto a coisa lhes vai sair mais cara.

    é também uma questão cultural,....


    Não custa?
    Qunto custa um projecto feito por um arquitecto e quanto custa um feito por um desenhador?

    Quando andei a ver gabinetes para a minha casa notei bem a diferença!
  13.  # 99

    luisPereira

    quer exemplos??

    olhe um caso em que o projecto da vivenda era tudo tudo por 2000 € não tinha que se preocupar com nada, na volta afinal foi mal instruído para a camara e vai não vai foram mais uns 300, depois já com o cliente agarrado, afinal o engenheiro da térmica era á parte, afinal o certificado x e a assinatura z e por ai fora, tirando aqueles aspectos que depois o empreiteiro na execução se viu grego por falta de rigor no projecto e se pos a inventar e a coisa disparou os custos, e ainda depois aquela zona da casa teve que se improvisar e remendar uma solução, enfim etc etc etc ...quase TODAS as que tive conhecimento, no fim saíram até mais caras ao cliente ( os projectos e as obras em si)
  14.  # 100

    Colocado por: marco1luisPereira

    quer exemplos??

    olhe um caso em que o projecto da vivenda era tudo tudo por 2000 € não tinha que se preocupar com nada, na volta afinal foi mal instruído para a camara e vai não vai foram mais uns 300, depois já com o cliente agarrado, afinal o engenheiro da térmica era á parte, afinal o certificado x e a assinatura z e por ai fora, tirando aqueles aspectos que depois o empreiteiro na execução se viu grego por falta de rigor no projecto e se pos a inventar e a coisa disparou os custos, e ainda depois aquela zona da casa teve que se improvisar e remendar uma solução, enfim etc etc etc ...quase TODAS as que tive conhecimento, no fim saíram até mais caras ao cliente ( os projectos e as obras em si)


    O que refere como exemplo é um mau profissional, nada a ver com arquitecto ou desenhador ou trolha.

    O que eu estava a referir é que por norma um serviço de um arquitecto é mais caro que o de um desenhador ou eng. civil no que concerne a arquitectura de uma casa.

    Eu tive um arquitecto, só para que fique registado!
    Mas quando andei a pesquisar os arquitectos por norma tinham orçamentos mais caros daí me leva a crer que é uma das razões porque muita gente vai para um "não arquitecto".
 
0.0304 seg. NEW