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  1. colocado por J. Fernandes:

    Mau Estado: quando sou prejudicado em benefício do meu vizinho.

    Melhor Estado: quando sou beneficiado em prejuízo do meu vizinho.

    A posição do J Fernandes não é diferente: defende menos estado mas não em tudo. Pelo que já escreveu aqui acha que o estado deve apenas estar presente na justiça e pouco mais. Ou seja, acha que o estado não tem nada que se meter na vida das pessoas ou empresas mas também acha que o estado deve assegurar um sistema de justiça que o proteja. Acha que deve poder pagar a um funcionário o salário que decidir sem que o estado interfira mas exige ao mesmo tempo que esse funcionário pague o sistema de justiça de que o J Fernandes quer usufruir. No fundo acha que o estado deve estar presente onde o J Fernandes acha que precisa dele para proteger os seus interesses. Onde está a diferença?
  2. Colocado por: luisvv

    Lamento, mas quer o texto quer a conclusão, são de 2010 ou 2011, salvo erro, quando a estratégia deste governo ainda estava longe...


    Expliquei-me mal, por passado recente referia-me às décadas de ditadura e às mentalidades que, incubadas naquele contexto, demoram a mudar.
    • eu
    • 26 setembro 2014
    Colocado por: luisvvAcho que nem vale a pena insistir: Portugal tem mão-de-obra com qualificações formais muito abaixo dos países com que se quer comparar. E compara mal na literacia, ponderada por níveis de qualificação semelhante.

    Perfeitamente de acordo, se considerar que os empreendedores, gestores, donos de empresas e quadros médios/superiores fazem parte dessa "mão de obra". É precisamente nestas classes que a falta de qualificações tem um forte impacto na produtividade.

    Dou-lhe um exemplo para ilustrar aquilo que eu digo.

    Imagine duas fábricas de papel higiénico, a fábrica A e a fábrica B, ambas com 100 trabalhadores fabris, com as mesmas qualificações.

    A equipa de gestão da fábrica A definiu como estratégia fabricar marcas brancas para hipermercados nacionais. Fabrica papel higiénico típico, sem qualquer inovação e as margens são apertadas. A luta é pelo preço baixo.

    A equipa de gestão da fábrica B definiu como estratégia criar uma marca própria, com produtos diversificados e inovadores (incluindo papel de cores variadas e com perfume), apostando no marketing e internacionalização, com margens de lucro muito superiores.

    Imagine que os trabalhadores de ambas as fábricas fazem exatamente o mesmo trabalho.

    -Em termos estatísticos, a "produtividade dos trabalhadores" da fábrica A é muito menor que a "produtividade dos trabalhadores" da fábrica B, apesar de trabalharem o mesmo. A culpa é das baixas qualificações dos trabalhadores da fábrica A?

    Nota: qualquer semelhança com a realidade, não é coincidência
  3. Colocado por: j cardosoOu seja, acha que o estado não tem nada que se meter na vida das pessoas ou empresas mas também acha que o estado deve assegurar um sistema de justiça que o proteja.

    Que me proteja e me obrigue a certas regras, tanto a mim como aos outros concidadãos que habitam o nosso estado comum. Eu defendo o estado, nunca fui um anarco-capitalista; e para que o estado subsista tem de haver um denominador comum entre todos os cidadãos - uma lei para todos e um território - daí que defenda a concessão de uma parte da liberdade individual nestas três áreas: justiça, segurança e defesa. De resto, nas outras áreas da esfera individual, não consigo perceber o que ganhamos (vejo com cada vez mais clareza o que perdemos), com a intromissão do estado.

    Colocado por: j cardosoAcha que deve poder pagar a um funcionário o salário que decidir sem que o estado interfira

    Errado. Acho que devo pagar a um funcionário ou receber de um patrão, o salário que livremente acordarmos sem a intromissão do estado.


    Colocado por: j cardosomas exige ao mesmo tempo que esse funcionário pague o sistema de justiça de que o J Fernandes quer usufruir.

    Também pago o sistema de justiça que o funcionário usufrui.
    Por outro lado, você exige - tendo em conta o que aqui tem escrito por várias vezes - que esse funcionário pague a minha saúde, a educação dos meus filhos e a minha protecção social. Afinal de contas, o funcionário acabaria com um melhor acordo comigo do que consigo.
    Concordam com este comentário: two-rok
  4. Que me proteja e me obrigue a certas regras, tanto a mim como aos outros concidadãos que habitam o nosso estado comum. Eu defendo o estado, nunca fui um anarco-capitalista; e para que o estado subsista tem de haver um denominador comum entre todos os cidadãos - uma lei para todos e um território - daí que defenda a concessão de uma parte da liberdade individual nestas três áreas: justiça, segurança e defesa.

    Tal como eu afirmei: defende que o estado deve estar presente precisamente apenas onde o J Fernandes se sente mais frágil …

    Errado. Acho que devo pagar a um funcionário ou receber de um patrão, o salário que livremente acordarmos sem a intromissão do estado.

    … mas dispensa-o onde está em posição de força.

    Por outro lado, você exige - tendo em conta o que aqui tem escrito por várias vezes - que esse funcionário pague a minha saúde, a educação dos meus filhos e a minha protecção social. Afinal de contas, o funcionário acabaria com um melhor acordo comigo do que consigo.

    Está enganado, tem de ler melhor o que escrevi. Defendo que todos devem contribuir para um serviço público de educação, saúde e protecção social e que essa contribuição deve reflectir a distribuição de rendimentos

  5. Perfeitamente de acordo, se considerar que os empreendedores, gestores, donos de empresas e quadros médios/superiores fazem parte dessa "mão de obra".

    Como é evidente, gestão é, para o efeito, mão-de-obra.



    É precisamente nestas classes que a falta de qualificações tem um forte impacto na produtividade.

    Isso é muito redutor. Num contexto de generalizada iliteracia funcional, pode pedir à gestão o que quiser, dificilmente o terá. O que as empresas são, devem-no ao que nós somos.
    Sim, é natural que a gestão por cá seja, em média, inferior ao de países comparáveis, tal como a mão-de-obra de uma forma geral. Se tudo o resto é pior, porque haveria a gestão de destoar?
  6. Colocado por: j cardosoTal como eu afirmei: defende que o estado deve estar presente precisamente apenas onde o J Fernandes se sente mais frágil …

    Não tem nada a ver com fragilidade, defendo instrumentos da autoridade do estado comuns a todos os cidadãos e em todo o território dentro de fronteiras, apenas para garantir a sua integridade, para não ser possível, por exemplo, eu anexar uma propriedade minha a Espanha seguindo as leis deles, ou declarar a independência.

    Colocado por: j cardoso… mas dispensa-o onde está em posição de força.

    Não percebi o que quis dizer com isso, já que falei em livre acordo entre as duas partes, mas imagino que seja uma referência de classe que os sindicalistas muito gostam, dizendo que a parte patronal está sempre em posição de força relativamente à parte laboral - mais uma falsidade que qualquer pessoa que em qualquer momento da sua vida tenha arriscado uma carreira estável por conta de outrem e poupanças, para criar uma PME, pode desmentir.
    Concordam com este comentário: two-rok
  7. imagino que seja uma referência de classe que os sindicalistas muito gostam, dizendo que a parte patronal está sempre em posição de força relativamente à parte laboral - mais uma falsidade que qualquer pessoa que em qualquer momento da sua vida tenha arriscado uma carreira estável por conta de outrem e poupanças, para criar uma PME, pode desmentir.

    Imagino que imagine isso, mas só por falta de imaginação, que o mundo não se esgota entre os liberais e os sindicalistas. Entre alguém que pretende contratar e alguém que pretende ser contratado há uma relação de poder que balança a favor de quem quer contratar e o motivo é simples: cabe a esse a decisão final. Há certamente casos em que a procura excede a oferta, não se enquadrando nesta sirtuação, mas estatisticamente serão pouco relevantes (digo eu que não disponho de números sobre isso).

  8. Entre alguém que pretende contratar e alguém que pretende ser contratado há uma relação de poder que balança a favor de quem quer contratar e o motivo é simples: cabe a esse a decisão final. Há certamente casos em que a procura excede a oferta, não se enquadrando nesta sirtuação, mas estatisticamente serão pouco relevantes (digo eu que não disponho de números sobre isso).


    Porque haveriam de ser estatisticamente irrelevantes? Todos os dias há gente a trocar de emprego por melhores condições, remuneratorias ou outras.
    A realidade é dinâmica e os preços do trabalho, tal como os de bens e serviços sinalizam a abundância ou escassez. São os preços que sinalizam a quem compra e quem vende que é uma boa/má oportunidade apostar na compra/venda daquele bem/serviço. Distorcer essa informação tende a gerar percepções erradas e a induzir escolhas baseadas em falsos pressupostos.
  9. Colocado por: j cardosocabe a esse a decisão final.

    Você agora arrasou com esse argumento. Na sua perspectiva sempre que se deslocar a uma loja para comprar qualquer coisa, já que você tem decisão final e portanto é uma relação de poder a seu favor, o vendedor deveria ser protegido de modo a que você não pudesse simplesmente mudar de loja quando lhe apetecesse, deveria ter que fazer um pré-aviso de 30 dias, tudo nos conformes da lei. Ah e já agora, pagar um preço mínimo tabelado, mesmo que o vendedor lhe que queira vender um maço de cigarros por 4€, nunca devia poder pagar menos de 20€.

    A verdade é que a relação laboral é hoje uma relação muito desequilibrada, mas em favor do trabalhador. A legislação laboral, o SMN e outras exigências, deixam cada vez menos espaço de manobra aos empregadores, que têm respondido com a única saída possível: contratar menos ou não contratar, para prejuízo das empresas e da economia em geral.
    • Neon
    • 27 setembro 2014
    Colocado por: J.Fernandesmas imagino que seja uma referência de classe que os sindicalistas muito gostam, dizendo que a parte patronal está sempre em posição de força relativamente à parte laboral


    A subjugação está presente na historia da humanidade desde sempre, seja pela força, seja pelo poder economico, seja pelo conhecimento.

    Quanto ao facto de a entidade patronal estar em posição de força relativamente á parte laboral, pode quanto muito dizer que nem sempre é assim, já não poderá dizer que não é maioritariamente assim.
    Concordam com este comentário: eu, treker666
    • mog
    • 27 setembro 2014

    A verdade é que a relação laboral é hoje uma relação muito desequilibrada, mas em favor do trabalhador. A legislação laboral, o SMN e outras exigências, deixam cada vez menos espaço de manobra aos empregadores, que têm respondido com a única saída possível: contratar menos ou não contratar, para prejuízo das empresas e da economia em geral.


    Nessa sua análise inclui práticas que favorecem de forma clara e inequívoca os trabalhadores, tais como recibos verdes ou falso trabalho temporário; salários em atraso; ameaça de despedimento por gozo de licença de parentalidade; horários para entrar mas sem horários para sair; não pagamento de horas extra; turnos decididos em cima do joelho; convidar trabalhadores a assinar documentos com data de seis meses atrás; salários de 2,5 euros/hora sem qualquer vínculo e desconto para segurança social?

    Dir-me-à, e com toda a razão, que nada disto é permitido por lei, pelo que nada disto muda a leitura que se possa ter da mesma lei. Concordo. Mas como saberá, nem sempre a realidade e a lei andam de mãos dadas.
    Concordam com este comentário: CLOROFILUS
  10. Luisvv e as fábricas da Embraer, a OGMA, as oficinas da TAP, etc?

    Na minha zona até já chegou a ter um fábrica de ultraleves. É preciso é investidores com capacidade, porque o resto faz-se.

    A FAP é a única Força Aérea do mundo que tem a capacidade e está devidamente certificada a fazer a modernização dos F-16 e olha que não é só colocar uma peça ou duas. As próprias turbinas são desmontadas e quando são remontadas são já outro modelo com capacidades muito diferentes. Isto tudo com a prata da casa. Em breve vão começar a fazer o mesmo a 2 F-16 bilugares para a Força Aérea Romena.
    • jpvng
    • 27 setembro 2014 editado
    Colocado por: J.FernandesA verdade é que a relação laboral é hoje uma relação muito desequilibrada


    A legislação laboral, o SMN e outras exigências


    Importa-se de concretizar?

    Que aspectos da legislação laboral em concreto? que outras exigencias em concreto? especifique.
  11. Colocado por: NeonQuanto ao facto de a entidade patronal estar em posição de força relativamente á parte laboral, pode quanto muito dizer que nem sempre é assim, já não poderá dizer que não é maioritariamente assim.


    Colocado por: jpvngQue aspectos da legislação laboral em concreto?

    Isso da predominância do poder do patronato sobre os trabalhadores numa relação laboral é um preconceito classista que teve os seus fundamentos há muitas décadas atrás. Hoje, a mera existência de uma lei laboral que impede a liberdade contratual entre as duas partes é mais uma ajuda para travar o crescimento económico e aumentar o desemprego, como já não houvessem obstáculos suficientes.
    Concordam com este comentário: two-rok
  12. é...do tipo crescimento á bruta, tem-se visto os resultados com o legado da dama de ferro e do Sr. Reagan
  13. Colocado por: marco1o legado da dama de ferro e do Sr. Reagan

    É para mim cada vez mais evidente, que esse caminho trilhado nos anos 80 era o caminho certo.
    Concordam com este comentário: two-rok
  14. Colocado por: J.FernandesHoje, a mera existência de uma lei laboral que impede a liberdade contratual entre as duas partes


    ahahahaha

    Bem me parecia. Estou esclarecido.
    • eu
    • 29 setembro 2014
    Admiro-me como é que no Séc XXI, ainda há pessoas que defendem a lei da selva, a lei do mais forte...
  15. Colocado por: jpvngEstou esclarecido.

    Só agora? Sempre defendi isso.
 
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